José Luís Monteiro
José Luís Monteiro | |
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Outras Grafias | EQUAL |
Nascimento | 25 de outubro de 1848 [[Lisboa, Portugal]] |
Morte | 27 de janeiro de 1942 (93 anos) [[Lisboa, Portugal]] |
Sexo | masculino |
Biografia
Dados biográficos
José Luís Monteiro nasceu em Lisboa a 25 de outubro de 1848. O seu pai era dono de uma pequena loja de canteiro.
Ainda criança entrou para a Academia de Belas Artes, onde se matriculou na aula de desenho, estudando ao mesmo tempo que ia aprendendo o ofício de canteiro. Entre 1864 e 1866 obteve sempre o prémio de 20000 réis no concurso de meia estátua e estátua (gesso) e no de modelo vivo e em 1867 recebeu a medalha de prata no concurso de arquitectura. De seguida estudou escultura, mas teve de abandonar a carreira temporariamente.
Em 1871 foi aprovado como pensionista do Estado para o estrangeiro, mas a morte do seu pai atrasou-lhe a partida por dois anos, e só partiu para Paris a 18 de março de 1873[1].
Foi admitido na Escola de Belas Artes de Paris a 17 de outubro de 1873 na segunda classe de arquitectura. A 28 de maio de 1874 obteve a medalha de prata no exame de matemática, a 11 de junho a terceira medalha em desenho de ornamento, a 23 de julho a segunda medalha na mesma cadeira, a 4 de agosto medalhas nos exames de estereotomia e perspectiva. Por ter sido o aluno que mais prémios ganhou nesse ano, concederam-lhe o prémio Muller Soehnée de 539 francos. A 2 de agosto terminou os estudos da segunda classe pelo concurso de construção em que recebeu a segunda medalha.
Na primeira classe, obteve a 30 de novembro de 1875, 31 de janeiro e 18 de maio de 1876, terceiras medalhas nos concursos de desenho de ornamento, valendo-lhe uma segunda medalha a 27 de junho de 1876 por ser o estudante que mais medalhas ganhara nos concursos de ornamento daquele ano. A 8 de fevereiro de 1877 alcançou a segunda medalha no concurso de arquitectura que lhe deu o direito ao certificado de capacidade, concedido a 11 de agosto desse ano. A 6 de junho de 1877 ganhou mais uma medalha em concurso de arquitectura.
A 25 de fevereiro de 1878 ganhou a segunda medalha e um prémio de 400 francos no concurso de decoração e composição. A 28 de novembro desse ano foi-lhe passado o diploma de arquitecto. Nesse ano colaborou nos trabalhos de instalação da exposição portuguesa no Champ de Mars[2].
Obtido o diploma viajou para Itália onde esteve três meses. Em Roma concluiu um estudo de restauro do templo de António e Faustino, trabalho que apresentou à Academia de Belas Artes de Lisboa, ao regressar a Portugal, e pelo qual foi nomeado académico de mérito.
Carreira
Durante a primeira classe trabalhou ano e meio na construção do Hôtel de Ville de Paris, recebendo nos últimos dez meses 150 francos mensais.
Ainda em Paris, candidatara-se a arquitecto da câmara de Lisboa, sob a condição de apenas começar a trabalhar quando regressasse de Itália, pelo que tomou posse do cargo a 1 de abril de 1880, pouco depois de regressar. Apresentou os trabalhos que executara em Itália à Sociedade Promotora de Belas Artes de Lisboa, pelo que recebeu uma medalha de prata.
A 23 de junho de 1881 foi nomeado professor de arquitectura da Escola de Belas Artes. Obteve uma recompensa na exposição de belas artes de Madrid e foi agraciado a 11 de outubro de 1881 com o grau de cavaleiro de Isabel a Católica.
Desenhou e dirigiu a obra do pavilhão que se construiu no Terreiro do Paço por ocasião do centenário de Camões e projectou o carro da cidade de Lisboa no centenário do Marquês de Pombal. Foi membro da comissão da Exposição de Arte Ornamental de 1882, dirigindo a construção das vitrines.
Foi agraciado com o grau de oficial da ordem de Santiago, que não aceitou[3].
Outras informações
Obras
- 1890 - Fachada da Estação do Rossio, Lisboa.
- Avenida Palace, Lisboa.
- Casas da família Biester, em Sintra.
- Casa do Conde de Castro Guimarães no Torel.
- Casa do Duque de Palmela, em Cascais.
- Casa de D. Maria Pia no Estoril.
- Casa da Condessa de Cuba em Paço de Arcos.
- Casa de Santos Jorge em Rio Frio.
- Igreja dos Anjos, Lisboa.
- Capela do cemitério de Benfica, Lisboa.
- Escola Froebel, Jardim da Estrela, Lisboa.
- Mercado central da Avenida da Liberdade (não concluído), Lisboa.
- Escola Castilho (não concluída)[4].
Referências bibliográficas
- ↑ Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 382.
- ↑ Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 383.
- ↑ Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 384-385.
- ↑ Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III, 387-388.
Bibliografia e Fontes
- Faria, Alberto. "Três desenhos da aula de Arquitectura do Mestre Monteiro." Arte teoria 16-17 (2013/14): 107-113.
- Ferreira, Fátima G. Cordeiro. Mestre José Luiz Monteiro na arquitectura da transição do século: monografia. [Lisboa]: Associação dos Arquitectos Portugueses, 1990.
- Tojal, Alexandre Arménio. "O Arquitecto José Luís Monteiro e as Artes Decorativas: o Mobiliário da Sala das Sessões." Cadernos do Arquivo Municipal de Lisboa 1, nº 5 (2001): 49-62.
- Viegas, Inês Morais (coord.). José Luís Monteiro: marcos de um percurso = steps of a long journey. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Pelouro da Cultura. Departamento de Património Cultural. Divisão de Arquivos, 1998.
- Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922.
Ligações Externas
- José Luís Monteiro In Arquivo Municipal de Lisboa.
- José Luís Monteiro In Wikipédia.
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- José Luís Monteiro (última modificação: 19/03/2024). eViterbo. Visitado em 27 de abril de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Jos%C3%A9_Lu%C3%ADs_Monteiro