Nova Academia de Aritmética, Geometria Prática, Desenho e Língua Francesa: diferenças entre revisões

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Mantinham-se ao longo dos três semestres as disciplinas de francês e desenho que era dado "pelo tratado de Buchette" .   
Mantinham-se ao longo dos três semestres as disciplinas de francês e desenho que era dado "pelo tratado de Buchette" .   


==Referências bibliográficas==<!-- a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação-->
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação-->
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Revisão das 17h14min de 6 de outubro de 2019


Nova Academia de Aritmética, Geometria Prática, Desenho e Língua Francesa
Tipo de Instituição Ensino militar
Data de fundação 26 de novembro de 1795
Data de extinção 1800
Localização
Localização Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Antecessora Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho do Rio de Janeiro

Sucessora Academia Real Militar



História

Em 26 de novembro de 1795, D. José Luís de Castro (1744-1819), 2º Conde de Resende, vice rei entre 1790 e 1801, enviou para a corte os estatutos de uma Nova Academia de Aritmética, Geometria Prática, Desenho e Língua Francesa a estabelecer-se no Rio de Janeiro. O curso foi instituído para colmatar os problemas levantados pelos alunos destinados à oficiais de infantaria e cavalaria que não tinham bases para frequentar o curso da Real Academia de Artilharia Fortificação e Desenho do Rio de Janeiro, criada três anos antes, em 17 de Dezembro de 1792. Os estudos nesta nova academia tinham a duração de apenas um ano e meio e todos os cadetes de infantaria estavam obrigados a frequentá-la. As aulas decorriam às terças, quintas e sábados (em dias alternados às aulas da Real Academia), permintindo o funcionamento simultâneo de ambas, provavelmente no mesmo local, a casa do trem de Artilharia[1]. A Nova Academia funcionou pelo menos até 1800.

Sabe-se pelo quadro publicado por Pirassinunga[1] que em 1798 cursavam a Nova Academia 48 alunos, sobre os quais se dá infomações especíicas sobre o seu rendimento: Albino Mariano dos Santos; António Carlos Correia Lemos; António da Costa Barros; António Manuel de Morais, António Pereira Pinto; Carlos José Pereira; Custódio José Barreto; Custódio José de Barros; Francisco Alves Pereira; Francisco Carlos de Morais; Francisco de Frias e Vasconcelos; Francisco de LIma e Silva; Francisco de Paula Manso; Francisco de Sales Gameiro; Francisco Manuel Dormundo; Francisco Ornelas Barreto; Francisco Xavier Pereira de Castro; Inácio José Gomes; Inácio Nascentes Pinto; Jacinto Rangel e Albuquerque; João Carlos Correia Lemos; João José da Mota; João José de Sousa; João Manuel da Fonseca Silva; João Nunes Cordeiro; Joaquim Gomes Pereira; José Benedito de Castro; José Caetano de Araújo; José da Cunha; José Joaquim da Rosa; José Joaquim de Gouveia; José Joaquim Pereira; José Luís da Mota; José Manuel de Morais; José Maurício de Abreu; José Teles Muniz; Justino Xavier Teixeira; Luís Benedito de Castro; Luís Carlos da Costa; Luís de Seixas Souto Maior; Luís Gomes da Cruz; Luís Manuel Feliciano Kely; Luís Vieira de Andrade; Manuel Pimenta de Sampaio; Narcizo Xavier de Barros; Pedro Dias Pais Leme; Pedro Nolasco; Simão José de Sousa Pais.

As idades dos alunos variavam entre os 9 e os 33 anos, mas a maioria situava-se entre os 17 e 22 anos. Entre os alunos deste ano contavam-se os dois filhos do Conde de Resende, José Benedito de Castro e Luís Benedito de Castro, então com 18 e 21 anos respectivamente, dando conta da confiança depositada pelo Vice- rei na academia por ele fundada. A maioria dos alunos destinava-se aos quadros da infantaria, mas havia então 7 estudantes particulares.

Outras informações

Professores

A informação que dispomos sobre o corpo dos professores das duas academias que funcionavam em paralelo é ainda parcelar.

António Joaquim de Oliveira foi o lente principal da Real Academia nos primeiros anos, assim como da Nova Academia. Os seus lentes auxiliares eram José Oliveira Barbosa e António Lopes de Barros.

Em 1798 eram lentes da Nova Academia, O capitão António Lopes de Barros (responsável pela cadeira de fortificação), o capitão Albino dos Santos Pereira (pela de geometria prática); o tentente Francisco António da Silva (aritmética); O tenente Aureliano de Sousa (desenho); o tenente coronel José Caetano de Araújo (francês) e o tentente José Álvaro Marques (primeiras letras).

Curricula

As matérias ministradas no curso tinham por base os livros indicados nos estatutos.

Na Nova Academia, no primeiro semestre estudava-se "a aritimética de Bezout", que diz respeito aos trabalhos e teorias do conceituado matemático Étinenne Bézout (1730-1783) que escreveu, entre outros livros, Théorie générale des équations algébriques (1779).

No segundo semestre, aprendia-se a geometria prática, a partir das obras de Bernard Forest de Bélidor (1698-1761), engenheiro hispano-francês nascido na Catalunia, que lecionou no período de 1720 a 1738 na Academia Militar de La Fère-en-Tardenois, e é autor de manuais de grande divulgação.

No terceiro semestre, estudavam-se os elementos de fortificação pelos livros de Guillaume Le Blond (1704-1751), neste caso, provavelmente, Eléments de fortification (1786) .

Mantinham-se ao longo dos três semestres as disciplinas de francês e desenho que era dado "pelo tratado de Buchette" .

Notas

  1. Pirassinunga, Adailton Sampaio. O Ensino Militar No Brasil (Periodo Colonial). Rio de Janeiro: Imprensa do Estado Maior do Exército, 1936.

Bibliografia e Fontes

Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. Desenho e Desígnio: O Brasil Dos Engenheiros Militares (1500-1822). São Paulo: Editora da Universidade : Fapesp, 2011.

Cavalcanti, Nireu Oliveira. Arquitetos & Engenheiros: Sonho de Entidade Desde 1798. Rio de Janeiro: Crea-RJ, 2007.

Delson, Roberta Marx. “Para o Entendimento Da Educação Colonial: O Papel Das Academias Militares No Brasl Colónia.” In Colectânea de Estudos Universo Urbanístico Português 1415-1822, 225–44. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 1998.

Pirassinunga, Adailton Sampaio. O Ensino Militar No Brasil (Periodo Colonial). Rio de Janeiro: Imprensa do Estado Maior do Exército, 1936.

Piva, Teresa. “A Evolução Da Engenharia Militar No Rio de Janeiro de 1765 a 1810.” In História Da Ciência Luso-Brasileira. Coimbra Entre Portugal e o Brasil, 145–56. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013. https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/38446/1/A%20evolucao%20da%20engenharia%20no%20Rio%20de%20Janeiro%20de%201765%20a%201810.pdf

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Autor(es) do artigo

Renata Araujo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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