Phillipo Catalani: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 187: Linha 187:


===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
<references />Phillipo Catalani (Filipe Catalani; Filipe Catalano; Filipe Catalorni) nasceu em 1729 ou 1730, muito provavelmente em [[Roma, Roma, Itália|Roma]] (aparentado a [[Giuseppe Catalani]] (1698-1774), teólogo e membro dos Jerónimos de San Girolamo della Carità)<ref name=":1">Catholic Encyclopeadia...comp </ref>. Ingressou na [[Companhia de Jesus]] em 1750, e em 1756 assistia em [[Goa, Índia|Goa]], como irmão coadjutor <ref name=":2">ARSI, Lusitania 49, Goa 26, 260, nr. 148.</ref>. Na noite de 26 de Setembro de 1759, Catalani foi preso, assim como quase todos os [[Companhia de Jesus|jesuítas]] em [[Goa, Índia|Goa]]. Ficou então confinado no Convento de Nossa Senhora do Carmo de [[Chimbel]], pertencente à Ordem Terceira dos Carmelitas de [[Goa, Índia|Goa]]<ref name=":3">a recently formed congregation of Goan "native" clergy </ref>. Ao contrário de muitos outros [[Companhia de Jesus|jesuítas]], Catalani não foi enviado para [[Portugal]], tendo sido antes libertado e reabilitado pelo vice-rei [[Manuel de Saldanha e Albuquerque]]. A razão pela clemência deveu-se seguramente aos conhecimentos de engenharia e construção de Catalani, que iniciou então carreira nos quadros do [[Estado da Índia]]. Faleceu ca. 1805 em [[Goa, Índia|Goa]].
<references />Phillipo Catalani (Filipe Catalani; Filipe Catalano; Filipe Catalorni) nasceu em 1729 ou 1730, muito provavelmente em Roma (aparentado a [[Giuseppe Catalani]] (1698-1774), teólogo e membro dos Jerónimos de San Girolamo della Carità)<ref name=":1">Catholic Encyclopeadia...comp </ref>. Ingressou na Companhia de Jesus em 1750, e em 1756 assistia em Goa, como irmão coadjutor <ref name=":2">ARSI, Lusitania 49, Goa 26, 260, nr. 148.</ref>. Na noite de 26 de Setembro de 1759, Catalani foi preso, assim como quase todos os jesuítas em Goa. Ficou então confinado no Convento de Nossa Senhora do Carmo de Chimbel, pertencente à Ordem Terceira dos Carmelitas de Goa<ref name=":3">a recently formed congregation of Goan "native" clergy </ref>. Ao contrário de muitos outros jesuítas, Catalani não foi enviado para Portugal, tendo sido antes libertado e reabilitado pelo vice-rei [[Manuel de Saldanha e Albuquerque]]. A razão pela clemência deveu-se seguramente aos conhecimentos de engenharia e construção de Catalani, que iniciou então carreira nos quadros do Estado da Índia. Faleceu ca. 1805 em Goa.


===Carreira===
===Carreira===
Existem informações aparentemente contraditórias relativamente à progressão de Catalani ao serviço do [[Estado da Índia]]. No início da década de 1760, Catalani surge referenciado como "[[capitão-engenheiro]]"<ref>Joaquim Celestino Soares, ''Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente'', tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161.</ref>. Por carta patente de 21 de Outubro, 1761, o vice-rei [[Manuel de Saldanha e Albuquerque]] nomeou-o "[[Sargento-mor|sargento mor]] de [[infantaria]] com exercicio de [[Engenheiro|ingenheiro]]"<ref>Documentação Ultramarina Portuguesa, vol. V, Lisboa: Centro de Estudos Históricos Ultramarinos (1967), 517</ref> Pelo seu desempenho na conquista da fortificação de Madranagor perto de Pondá (Novas Conquistas, Goa), em Maio de 1763, Catalani foi promovido pelo vice-rei ao posto de "[[sargento-mor]] [[engenheiro]]"<ref>As operações de conquista da fortificação perto de Pondá foram comandadas por Antóno José de Noronha, bispo de Halicarnasso (Joaquim Celestino Soares, ''Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente'', tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161). </ref>. Uma referência de 1764 descreve-o como mercador e associa-o a um bordel em Batávia (Jakarta, [[Indonésia]])<ref>AHU, [Doc. de Abril de 1764], Índia, Cx. 314.</ref>. Aparentemente, por "resolução" de 7 de Abril de 1766, Catalani regressou ao posto de "[[capitão]] [[engenheiro]]"<ref>Joaquim Celestino Soares, ''Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente'', tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161.</ref>. Em 1779, Catalani é referenciado como "[[engenheiro-mor]] e [[inspector]] das obras públicas". Trabalhava então na reconstrução de [[Velha Goa, Goa, Índia|Velha Goa]]<ref>Viriato de Albuquerque, ''O Senado de Goa (memória histórico-arqueológica)'' (Nova Goa, 1989), 369-373.</ref>.  <!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
Existem informações aparentemente contraditórias relativamente à progressão de Catalani ao serviço do Estado da Índia. No início da década de 1760, Catalani surge referenciado como "capitão-engenheiro"<ref>Joaquim Celestino Soares, ''Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente'', tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161.</ref>. Por carta patente de 21 de Outubro, 1761, o vice-rei Manuel de Saldanha e Albuquerque nomeou-o "sargento mor de infantaria com exercicio de ingenheiro"<ref>Documentação Ultramarina Portuguesa, vol. V, Lisboa: Centro de Estudos Históricos Ultramarinos (1967), 517</ref> Pelo seu desempenho na conquista da fortificação de Madranagor perto de Pondá (Novas Conquistas, Goa), em Maio de 1763, Catalani foi promovido pelo vice-rei ao posto de "sargento-mor engenheiro"<ref>As operações de conquista da fortificação perto de Pondá foram comandadas por Antóno José de Noronha, bispo de Halicarnasso (Joaquim Celestino Soares, ''Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente'', tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161). </ref>. Uma referência de 1764 descreve-o como mercador e associa-o a um bordel em Batávia (Jakarta, Indonésia)<ref>AHU, [Doc. de Abril de 1764], Índia, Cx. 314.</ref>. Aparentemente, por "resolução" de 7 de Abril de 1766, Catalani regressou ao posto de "capitão engenheiro"<ref>Joaquim Celestino Soares, ''Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente'', tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161.</ref>. Em 1779, Catalani é referenciado como "engenheiro-mor e inspector das obras públicas". Trabalhava então na reconstrução de Velha Goa<ref>Viriato de Albuquerque, ''O Senado de Goa (memória histórico-arqueológica)'' (Nova Goa, 1989), 369-373.</ref>.  <!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->


===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->

Revisão das 16h20min de 26 de janeiro de 2021


Phillipo Catalani
Nome completo Phillipo Catalani
Outras Grafias Filipe Catalani; Filipe Catalano; Filipe Catalorni
Irmão(s) Guiseppe Catalani
Nascimento 1729
Roma, Itália
Morte ca. 1805
Goa, Índia
Sexo masculino
Religião cristã


Biografia

Dados biográficos

Phillipo Catalani (Filipe Catalani; Filipe Catalano; Filipe Catalorni) nasceu em 1729 ou 1730, muito provavelmente em Roma (aparentado a Giuseppe Catalani (1698-1774), teólogo e membro dos Jerónimos de San Girolamo della Carità)[1]. Ingressou na Companhia de Jesus em 1750, e em 1756 assistia em Goa, como irmão coadjutor [2]. Na noite de 26 de Setembro de 1759, Catalani foi preso, assim como quase todos os jesuítas em Goa. Ficou então confinado no Convento de Nossa Senhora do Carmo de Chimbel, pertencente à Ordem Terceira dos Carmelitas de Goa[3]. Ao contrário de muitos outros jesuítas, Catalani não foi enviado para Portugal, tendo sido antes libertado e reabilitado pelo vice-rei Manuel de Saldanha e Albuquerque. A razão pela clemência deveu-se seguramente aos conhecimentos de engenharia e construção de Catalani, que iniciou então carreira nos quadros do Estado da Índia. Faleceu ca. 1805 em Goa.

Carreira

Existem informações aparentemente contraditórias relativamente à progressão de Catalani ao serviço do Estado da Índia. No início da década de 1760, Catalani surge referenciado como "capitão-engenheiro"[4]. Por carta patente de 21 de Outubro, 1761, o vice-rei Manuel de Saldanha e Albuquerque nomeou-o "sargento mor de infantaria com exercicio de ingenheiro"[5] Pelo seu desempenho na conquista da fortificação de Madranagor perto de Pondá (Novas Conquistas, Goa), em Maio de 1763, Catalani foi promovido pelo vice-rei ao posto de "sargento-mor engenheiro"[6]. Uma referência de 1764 descreve-o como mercador e associa-o a um bordel em Batávia (Jakarta, Indonésia)[7]. Aparentemente, por "resolução" de 7 de Abril de 1766, Catalani regressou ao posto de "capitão engenheiro"[8]. Em 1779, Catalani é referenciado como "engenheiro-mor e inspector das obras públicas". Trabalhava então na reconstrução de Velha Goa[9].

Outras informações

Obra

Trabalhou na fortaleza de Aguada.

Em Mormugão, nas obras da nova capital para o Estado da Índia, fez o levantamento, em 1762, da Fábrica da Pólvora, então em construção[10].

Encarregue das obras da "abertura do fosso por fora da muralha"[11] da fortificação da Aguada pelo vice-rei João José de Melo, ca. 1767.

Desenhou a nova casa de Inácio Pinto, em Candolim (Bardez, Goa), edificada a partir de 1767[11]. Esta família e residência tornaram-se célebres devido à "Revolta dos Pintos" de 1787.

Catalani esteve encarregue das obras de reconstrução de Velha Goa, posto em prática no último quartel de Setecentos. Em 1779, Catalani escreveu um relatório do estado em que se encontravam as obras de reconstrução e a cidade semi-abandonada[12].

Fez um orçamento para a reabilitação do Colégio de São Roque, em Velha Goa, ca. 1791.[13]

Participou na conquista da fortificação de Piró (Sadashivgad, Karwar), em Janeiro de 1791, tendo assinado uma planta da fortifcação[14].

Notas

  1. Catholic Encyclopeadia...comp
  2. ARSI, Lusitania 49, Goa 26, 260, nr. 148.
  3. a recently formed congregation of Goan "native" clergy
  4. Joaquim Celestino Soares, Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente, tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161.
  5. Documentação Ultramarina Portuguesa, vol. V, Lisboa: Centro de Estudos Históricos Ultramarinos (1967), 517
  6. As operações de conquista da fortificação perto de Pondá foram comandadas por Antóno José de Noronha, bispo de Halicarnasso (Joaquim Celestino Soares, Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente, tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161).
  7. AHU, [Doc. de Abril de 1764], Índia, Cx. 314.
  8. Joaquim Celestino Soares, Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente, tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161.
  9. Viriato de Albuquerque, O Senado de Goa (memória histórico-arqueológica) (Nova Goa, 1989), 369-373.
  10. AHU, (1762), Planta do que se acha feita na Praça de Mormugão para a fábrica da Pólvora, Ms. color. 39,3x52,3 cm., Enc. XI.
  11. 11,0 11,1 Joaquim da Cunha Rivara, A Conjuração de 1787 em Goa (Nova Goa: Imprensa Nacional, 1875), 151.
  12. HAG, Relatório datado de 23/12/1779, Livro das Monções nº 161, fl. 858, cit. in A. Delduque da Costa, "Capitais da Índia Portuguesa", Oriente Português, nova série I, no. 1 (December 1931): 118.
  13. O Orçamento era de 113,600 xerafins (M. J. Gabriel Saldanha, História de Goa (Política e Arqueológica), vol. II (Nova Goa: Livraria Coelho, 1926) 62).
  14. AHU, [1791?], Planta da Praça de Piró tomada em 30 de Janeiro de 1791, 34,3x52,7 cm.

Fontes

Arquivo Histórico Ultramarino, Relatório datado de 23/12/1779, Livro das Monções nº 161, fl. 858.

Bibliografia

Albuquerque, Viriato de. O Senado de Goa (memória histórico-arqueológica). Nova Goa, 1989.

Gomes, Pe. Francisco Catão. "Um Jesuíta engenheiro do Estado." Heraldo, nº 8801 (15/07/1939).

Gracias, Ismael. Catálogo dos livros do assentamento da gente de guerra que veio do Reino para a Índia desde 1731 até 1811. Nova Goa: Imprensa Nacional, 1893.

Mota, A. Teixeira da. Cartas Antigas da Índia Existentes em Portugal (Séculos XVIII, XIX e XX). Coimbra: Coimbra Editora, 1980.

Soares, Joaquim Celestino. Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente, tom. III. Lisboa: Imprensa Nacional, 1853.

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Sidh Losa Mendiratta

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

CHAM - Centro de Humanidades, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade NOVA de Lisboa, através do projeto estratégico financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., ref. UID/HIS/04666/2013.

DOI

Citar este artigo