Phillipo Catalani

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Phillipo Catalani
Nome completo Phillipo Catalani
Outras Grafias Filipe Catalani,Filipe Catalano, Filipe Catalorni
Pai valor desconhecido
Mãe valor desconhecido
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) Guiseppe Catalani
Nascimento 1729
Roma, Roma, Itália
Morte 1805
Goa, Índia
Sexo Masculino
Religião Cristã


Biografia

Dados biográficos

Phillipo Catalani (Filipe Catalani; Filipe Catalano; Filipe Catalorni) nasceu em 1729 ou 1730, muito provavelmente em Roma (aparentado a Giuseppe Catalani (1698-1774), teólogo e membro dos Jerónimos de San Girolamo della Carità)[1]. Ingressou na Companhia de Jesus em 1750, e em 1756 assistia em Goa, como irmão coadjutor [2]. Na noite de 26 de Setembro de 1759, Catalani foi preso, assim como quase todos os jesuítas em Goa. Ficou então confinado no Convento de Nossa Senhora do Carmo de Chimbel, pertencente à Ordem Terceira dos Carmelitas de Goa[3]. Ao contrário de muitos outros jesuítas, Catalani não foi enviado para Portugal, tendo sido antes libertado e reabilitado pelo vice-rei Manuel de Saldanha e Albuquerque. A razão pela clemência deveu-se seguramente aos conhecimentos de engenharia e construção de Catalani, que iniciou então carreira nos quadros do Estado da Índia. Faleceu ca. 1805 em Goa.

Carreira

Existem informações aparentemente contraditórias relativamente à progressão de Catalani ao serviço do Estado da Índia. No início da década de 1760, Catalani surge referenciado como "capitão-engenheiro"[4]. Por carta patente de 21 de Outubro, 1761, o vice-rei Manuel de Saldanha e Albuquerque nomeou-o "sargento mor de infantaria com exercicio de ingenheiro"[5] Pelo seu desempenho na conquista da fortificação de Madranagor perto de Pondá (Novas Conquistas, Goa), em Maio de 1763, Catalani foi promovido pelo vice-rei ao posto de "sargento-mor engenheiro"[6]. Uma referência de 1764 descreve-o como mercador e associa-o a um bordel em Batávia (Jakarta, Indonésia)[7]. Aparentemente, por "resolução" de 7 de Abril de 1766, Catalani regressou ao posto de "capitão engenheiro"[8]. Em 1779, Catalani é referenciado como "engenheiro-mor e inspector das obras públicas". Trabalhava então na reconstrução de Velha Goa[9].

Outras informações

Obra

Trabalhou na fortaleza de Aguada.

Em Mormugão, nas obras da nova capital para o Estado da Índia, fez o levantamento, em 1762, da Fábrica da Pólvora, então em construção[10].

Encarregue das obras da "abertura do fosso por fora da muralha"[11] da fortificação da Aguada pelo vice-rei João José de Melo, ca. 1767.

Desenhou a nova casa de Inácio Pinto, em Candolim (Bardez, Goa), edificada a partir de 1767[11]. Esta família e residência tornaram-se célebres devido à "Revolta dos Pintos" de 1787.

Catalani esteve encarregue das obras de reconstrução de Velha Goa, posto em prática no último quartel de Setecentos. Em 1779, Catalani escreveu um relatório do estado em que se encontravam as obras de reconstrução e a cidade semi-abandonada[12].

Fez um orçamento para a reabilitação do Colégio de São Roque, em Velha Goa, ca. 1791.[13]

Participou na conquista da fortificação de Piró (Sadashivgad, Karwar), em Janeiro de 1791, tendo assinado uma planta da fortifcação[14].

Notas

  1. Catholic Encyclopeadia...comp
  2. ARSI, Lusitania 49, Goa 26, 260, nr. 148.
  3. a recently formed congregation of Goan "native" clergy
  4. Joaquim Celestino Soares, Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente, tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161.
  5. Documentação Ultramarina Portuguesa, vol. V, Lisboa: Centro de Estudos Históricos Ultramarinos (1967), 517
  6. As operações de conquista da fortificação perto de Pondá foram comandadas por Antóno José de Noronha, bispo de Halicarnasso (Joaquim Celestino Soares, Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente, tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161).
  7. Arquivo Histórico Ultramarino, [Doc. de Abril de 1764], Índia, Cx. 314.
  8. Joaquim Celestino Soares, Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente, tom. III ( Lisboa: Imprensa Nacional, 1853), 142-161.
  9. Viriato de Albuquerque, O Senado de Goa (memória histórico-arqueológica) (Nova Goa, 1989), 369-373.
  10. Arquivo Histórico Ultramarino, (1762), Planta do que se acha feita na Praça de Mormugão para a fábrica da Pólvora, Ms. color. 39,3x52,3 cm., Enc. XI.
  11. 11,0 11,1 Joaquim da Cunha Rivara, A Conjuração de 1787 em Goa (Nova Goa: Imprensa Nacional, 1875), 151.
  12. HAG, Relatório datado de 23/12/1779, Livro das Monções nº 161, fl. 858, cit. in A. Delduque da Costa, "Capitais da Índia Portuguesa", Oriente Português, nova série I, no. 1 (December 1931): 118.
  13. O Orçamento era de 113,600 xerafins (M. J. Gabriel Saldanha, História de Goa (Política e Arqueológica), vol. II (Nova Goa: Livraria Coelho, 1926) 62).
  14. Arquivo Histórico Ultramarino, [1791?], Planta da Praça de Piró tomada em 30 de Janeiro de 1791, 34,3x52,7 cm.

Fontes

Arquivo Histórico Ultramarino, Relatório datado de 23/12/1779, Livro das Monções nº 161, fl. 858.

Bibliografia

Albuquerque, Viriato de. O Senado de Goa (memória histórico-arqueológica). Nova Goa, 1989.

Gomes, Pe. Francisco Catão. "Um Jesuíta engenheiro do Estado." Heraldo, nº 8801 (15/07/1939).

Gracias, Ismael. Catálogo dos livros do assentamento da gente de guerra que veio do Reino para a Índia desde 1731 até 1811. Nova Goa: Imprensa Nacional, 1893.

Mota, A. Teixeira da. Cartas Antigas da Índia Existentes em Portugal (Séculos XVIII, XIX e XX). Coimbra: Coimbra Editora, 1980.

Soares, Joaquim Celestino. Bosquejo das Possessões Portuguezas no Oriente, tom. III. Lisboa: Imprensa Nacional, 1853.

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Sidh Losa Mendiratta

CES - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra

https://orcid.org/0000-0003-2960-8100

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/xgwb-i4n5

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