Balestilha

Fonte: eViterbo
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João de Barros no lugar, com que alego abaixo, escreve Balestilha. deve ser erro da impressão. É um instrumento náutico composto de réguas de pau ou de latão, quase a modo de cruz, um mais comprido e outro mais curto e atravessado, que pode correr de um cabo a outro. Um e outro tem nas extremidades uns repartimentos par ao piloto tomar as alturas do polo e dos planetas. Antigamente era um quarto de círculo, graduado e pegado pelo meio a uma regra e desta figura do fieito de um arco som sua seta. Tomou o nome de Balestilha como diminutivo de Balista, que era a máquina com que os antigos despediam penedos, como com bestas se despedem settas.

Tem este mesmo instrumento outros nomes de que às vezes usam os curiosos e os peritos na Arte Náutica, a saber: badiómetro, baio astronómico, cruz geométrica, vara de Jacob e vara ou verga de ouro. Serve para se tomar a distância do sol e das estrelas ao zénite como também sua altura sobre o horizonte. Serve para com ela observar, assim com a cara ao sol, como com as costas para ele que chamam de revés. E há já anos se costuma assim assim, quando o sol está claro mas para a observação das estrelas é forçado ser com a cara para elas.

Os homens do mar chamam aos Transversarios da Balestilha, Soalhas, das quais uma mais pequena se chama Martineto que corre para cima ou para baixo pelo virote. O Padre Deschales chama a Balestilha, Crux Geometrica, ad observandam siderum elevationem. Lib. I. De Navigat. Definit. 5. Supra.

O instrumento, a que os mariantes chamam Balestilha. Barros I Dec. fol. 72, col. 4[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo II: B-C), 65.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo II: B-C. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712.