Conrado Jacob de Niemeyer

Fonte: eViterbo
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Conrado Jacob de Niemeyer
Nome completo Conrado Jacob de Niemeyer
Outras Grafias Conrado Jacó de Niemeyer, Conrado Jacob de Niemayer
Pai Conrado Henrique Von Niemeyer
Mãe Firmina Angélica de Niemeyer
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) Conrado Jacob Niemeyer
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 1788
Portugal
Morte 1862
Rio de Janeiro, Brasil
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Portugal
Data Início: 1788
Fim: 1809

Residência Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Data Início: 1809

Residência Recife, Pernambuco, Brasil
Data Início: 1841
Fim: 1846
Formação
Formação Engenharia Militar
Data Início: 1809
Local de Formação Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Postos
Posto Tenente
Arma Engenharia

Data Início: 1824
Arma Engenharia

Posto Tenente-coronel
Data Início: 1841
Arma Engenharia
Actividade
Actividade Desenho de fortificação
Data Início: 1824
Local de Actividade Recife, Pernambuco, Brasil

Actividade Levantamento do território
Data Início: 1843
Fim: 1847
Local de Actividade Brasil

Actividade Desenho cartográfico
Data Início: 1843
Fim: 1847
Local de Actividade Brasil

Actividade Levantamento do território
Data Início: 1843
Fim: 1847
Local de Actividade Brasil

Actividade Projeto de Infraestrutura
Data Início: 1841
Fim: 1846
Local de Actividade Recife, Pernambuco, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Conrado Jacob de Niemeyer nasceu em Portugal em 1788. Descende do Tenente-Coronel Jacob Conrado Von Niemeyer, natural de Hannover (Alemanha), cujo filho primogênito, Conrado Henrique, transferiu-se para Portugal, onde se casou.

Em 1788 nasceu o primogênito de Conrado Henrique, tomando o nome de Conrado Jacob. Deixou herdeiro homônimo à altura, o Marechal Conrado Jacob Niemeyer.

Conrado Jacob estava destinado a ser no Brasil, para onde se transferiu em 1809, o elo de tradicional estirpe de engenheiros militares que se projetaria, na história do Império e da República. O seu filho, Marechal Conrado Jacob Niemeyer foi outro grande engenheiro atuante no Brasil na transição da engenharia militar à civil[1].

Carreira

Matriculado na Academia Real Militar do Rio de Janeiro, Conrado Jacob, logo promovido a Tenente, dedicou-se aos trabalhos de Engenharia, como os seus ancestrais, destacando-se como Engenheiro e Geógrafo no Levantamento do território, no Desenho Cartográfico, no Desenho de Fortificação, na construção de fortificações e em Projeto de Infraestrutura, obras públicas e urbanização, além de prestar serviços militares.

Durante o movimento da Confederação do Equador, em 1824, fortificou a Barra Grande, detendo as forças de Barros Falcão até a chegada de Francisco de Lima e Silva, passando, então, a Comandante da vanguarda das tropas do governo. Foi galardoado, por esse feito, com a medalha de ouro da «Constância», com que D. Pedro I destacava os mais bravos combatentes.

Serviu muito tempo em Pernambuco, onde executou importantes trabalhos públicos, envolvendo Projeto de Infraestrutura  e Desenho Cartográfico, tais como a “planta de Olinda, Recife e seus subúrbios”, bem como o projeto da estrada destinada a estabelecer a ligação do centro com os subúrbios. Foi, como Tenente Coronel, Comandante das Armas de Pernambuco que, em 1841, executou o plano de “encanamento das águas de Recife”.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1846 passou a servir como Superintendente das obras da Imperial Fazenda de Santa Cruz, onde trabalhou durante 9 anos. Nessa época realizou Projeto de Infraestrutura e de Desenho Hidrográfico, elaborando os “planos de melhoramento do regime das águas dos rios Guaratiba e Itaguaí”[1].

Ascendeu até o posto de Coronel, sendo dignatário da Imperial Ordem do Cruzeiro, Comendador da Ordem de Cristo, Oficial da Ordem da Rosa e Comendador da Ordem de Aviz.

O Coronel Niemeyer foi um dos mais ilustres precursores da cartografia brasileira e autor do primeiro trabalho de avaliação da superfície do Brasil, discriminando a área geográfica de cada uma das províncias.

Em 1847 o Instituto Histórico lhe conferiu o título de sócio honorário, além de uma medalha de ouro como homenagem ao mérito do “Mapa do Brasil”, que ele elaborou, na escala de 1:3.000.000.

Editou, também, cartas das províncias do Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Em 1856 foi o Coronel Niemeyer incumbido da coordenação da nova “Carta Corográfica do Império”, além da missão de elaborar a “Carta Geográfica da Província do Rio de Janeiro”.

Apesar de ter prestado, como Oficial do Real Corpo de Engenheiros do Brasil, serviços tão relevantes, não escapou ele das intrigas políticas e da difamação de que foi alvo em virtude da sua marcante e discutida atuação durante os acontecimentos políticos relacionados com a tentativa da implantação da Confederação do Equador, em 1824, quando teria praticado abusos de autoridade. Acusam-no, ate mesmo, de responsável pelos fuzilamentos do Padre Mororó e do Coronel Pessoa d’Anta, ocorridos em Fortaleza, o que o levou a participar, como líder, da chamada “rusga de Caramurú”, contra o Regente Feijó.

Niemeyer comandava a Investida marítima contra o Morro da Conceição, que o Padre Regente mandou reforçar, sendo os insurretos dominados pelo General Peixoto e pelo Almirante Taylor.

Excluído do Exército, como punição por tal atitude, Niemeyer teve que encerrar, dessa forma, sua carreira militar, no posto de Coronel de Engenharia[1].

Outras informações

Obras

  • Mapa do Brasil, 1843. Escala de 1:3.000.000.
  • Editou, também, cartas das províncias do Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
  • Planta de Olinda, Recife e seus subúrbios, com o projeto da estrada destinada a estabelecer a ligação do centro com os subúrbios.
  • Em 1841 executou o plano de «encanamento das águas de Recife», 1841.
  • Planos de melhoramento do regime das águas dos rios Guaratiba e Itaguaí, 1846.
  • Nova Carta Corográfica do Império, 1856.
  • Carta Geográfica da Província do Rio de Janeiro[1].

No Arquivo Histórico do Exército, no Rio de Janeiro, constam os seguintes mapas de sua autoria:

Planta do Reconhecimento feito nas Capitanias de Pernambuco, & Alagoas, para servir ao projecto do estabelecimento da Estrada Militar, Defeza da Costa, e Correspondencia Telegraphica entre a Vila de Santo Antonio do Recife, e a cidade de S. Salvador na Capitania da Bahia, que por ordem do Ex.mo Sr. Luiz do Rego Barreto, Governador de Pernambuco levantou o Capitão do Real Corpo de Engenheiros Conrado Jacob de Niemeyer. 1819. Colorido, nanquim, tinta colorida, aquarela, com nota explicativa, com legenda, com seta norte, escala em léguas, papel canson telado, 68,5cm x 75,5cm[2].

Planta topográphica do bairro da Boa Vista na villa do Recife, capital da província de Pernambuco e do terreno que lhe fica ao Noroeste até as águas denominadas da Parta para servir ao nivelamento e projeto do encanamento destas águas para o Recife. Levantada por ordem do Sargento Mor comandante da Brigada de Engenheiros da mesma província pelos capitães Miranda de Brito e o 1º Tenente Niemeyer. Colorido, nanquim, tinta colorida, aquarela, com nota explicativa, com rosa dos ventos, escala em braças, papel canson telado, 53cm x 88,5cm. Copia feita no Arquivo Militar em 1821[3].

Outros trabalhos:

Planta hydrographica do rio Beberibe, e terrenos adjacentes, para servir projectos de encanam.to e navegação do dito rio, com aproveitamento dos terrenos actualmente alagados, segundo as diversas observações e exames feitos entre os annos de 1818 a 1855 pelo coronel engh. Conrado Jacob de Niemeyer. 1885[4].

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 Tavares, A Engenharia Militar Portuguesa na Construção do Brasil, 116-118
  2. Arquivo Histórico do Exército - Brasil (AHEx). Cota: AHE 06.07.0150
  3. Arquivo Histórico do Exército - Brasil (AHEx). Cota: AHE 06.06.0123
  4. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol II, 197

Fontes

Arquivo Histórico do Exército - Brasil (AHEx)

Bibliografia

Tavares, Gen. Aurelio de Lyra. A Engenharia Militar Portuguesa na Construção do Brasil. Rio de Janeiro: Estado-Maior do Exército, 1965.

Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol II. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.

Ligações Externas

Conrado Jacob de Niemeyer em Instituito Histórico e Geográfico Brasileiro.

Autor(es) do artigo

Beatriz Bueno

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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