Felix Pinheiro de Lacerda

Fonte: eViterbo
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Félix Pinheiro de Lacerda
Nome completo Félix Xavier Pinheiro de Lacerda
Outras Grafias valor desconhecido
Pai Paulo Pinheiro de Lacerda
Mãe valor desconhecido
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento valor desconhecido
Morte 1800
Benguela, Angola
Sexo Masculino
Religião valor desconhecido
Residência
Residência Brasil

Residência Luanda, Luanda, Angola
Postos
Posto Capitão
Data Início: 1790
Fim: 1793
Arma Artilharia

Data Início: 1790
Fim: 1793
Arma Artilharia
Cargos
Cargo Governador
Data Fim: 1800
Actividade
Actividade Desenho cartográfico
Data Início: 1791
Fim: 1792
Local de Actividade Ambriz, Bengo, Angola

Actividade Campanha militar
Data Início: 1793
Fim: 1793
Local de Actividade Ambriz, Bengo, Angola


Biografia

Dados biográficos

Félix Xavier Pinheiro de Lacerda era filho do sargento-mor de infantaria Paulo Pinheiro de Lacerda. Faleceu em 1800[1].

Realizou os seus estudos no Brasil, tendo-se mudado com a família para Luanda na segunda metade do século XVIII[2].

A deslocação da família ocorreu no contexto da "instalação em Luanda de militares, engenheiros e outros agentes imperiais" com vista a colmatar a falta de oficiais civis e militares. A instalação de novas elites em Angola inseriu-se nas reformas pombalinas sobre o modelo de administração colonial com vista à sua renovação e transformação num governo racional sem as práticas típicas de Antigo Regime[3]. No caso particular da família Pinheiro de Lacerda, a presença em Angola foi importante para o aumento do conhecimento sobre o território que capacitasse a nova administração. Enquanto "verdadeira dinastia de cartógrafos", a família veio a construir "um acervo importante de cartografia e de textos descritivos de zonas de Angola até à altura debilmente exploradas"[4].

Carreira

Foi capitão e comandante do Regimento de Artilheiros de Angola[5] entre 1790 e 1793, tendo realizado desenhos de fortificação em Ambriz, Bengo, Angola[6].

Em 1793, comandou a Companhia de Artilharia com 86 soldados, que saiu de Luanda juntamente com outras três companhias de infantaria comandadas pelo comandante Paulo Martins Pinheiro de Lacerda, com o objectivo de castigar os sobados localizados a norte de Luanda, que realizavam comércio com outras nações[7].

Foi governador de São Felipe de Benguela[1] entre 14 de Janeiro e 1 de Junho de 1800[8].

Outras informações

Em 1800, cinco escravos serviam na sua residência, entre os quais quatro crianças[9].

A 19 de junho de 1789, recebeu o hábito da Ordem Militar de São Bento de Avis com a tença efectiva de 12$000 réis[10].

Obras

- Planta topografica do Pais do Marquez do Mossullo e de Bombe, seo aliado: cituados na margem meridional do R.º Logi na Costa Ocidental de Africa, 1790[11].

- Planta da fortaleza de N. S. da Nazareht e S. João do Loge: e o seu prospecto visto do lago do Sul, 1791[12].

- Planta de Ambriz. Lisboa, Imprensa Nacional, 1791[6].

Notas

  1. 1,0 1,1 Arquivo Histórico Ultramarino, Conselho Ultramarino, Angola, cx. 98, doc. 7446. "Ofício do Governador e Capitão-General de Angola, D. Miguel António de Melo, ao [Secretário de Estado da Marinha e Ultramar] D. Rodrigo de Sousa Coutinho, a participar ter morrido de doença em São Felipe de Benguela, o seu Governador, Felix Xavier Pinheiro de Lacerda...", 3 de Julho de 1800.
  2. Santos, "Um governo polido para Angola", 501-502.
  3. Santos, "De "antigos conquistadores" a "angolenses", 197-198.
  4. Santos, 199.
  5. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Registo Geral de Mercês do reinado de D. Maria I, liv. 21, fl. 35 v., PT/TT/RGM/E/001/0021/88361, Felix Pinheiro de Lacerda. "Carta. Capitão do Regimento de Artilheiros de Angola", 27 de Março de 1792.
  6. 6,0 6,1 Biblioteca Nacional do Brasil, Cartografia. Planta de Ambriz. Lisboa, Imprensa Nacional, 1791.
  7. Cruz, "Paulo Martins Pinheiro de Lacerda", 1-3.
  8. Livros Ultramar - Guerra Colonial, "Angola & Ultramar - 'A FAMOSA E HISTÓRICA BENGUELA (Catálogo dos governadores 1779-1940)', de Ralph Delgado - Lisboa 1940 - MUITO RARO". Visualizado em 6 Dezembro, 2023
  9. Candido, "The Expansion of Slavery in Benguela", 80
  10. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de São Bento de Avis, letra F, mç. 2, n.º 11. "Diligência de habilitação para a Ordem de São Bento de Avis de Félix Pinheiro de Lacerda", 2 de Dezembro de 1791.
  11. Direcção Geral de Infraestrururas do Exército. Planta topografica do Pais do Marquez do Mossullo e de Bombe, seo aliado: cituados na margem meridional do R.º Logi na Costa Ocidental de Africa, Lisboa, Imprensa Nacional, 1790.
  12. Biblioteca Nacional do Brasil, Cartografia. Planta da fortaleza de N. S. da Nazareht e S. João do Loge: e o seu prospecto visto do lago do Sul e Planta de Ambriz. Lisboa, Imprensa Nacional, 1791.

Fontes

Arquivo Histórico Ultramarino, Conselho Ultramarino, Angola, cx. 98, doc. 7446. "Ofício do Governador e Capitão-General de Angola, D. Miguel António de Melo, ao [Secretário de Estado da Marinha e Ultramar] D. Rodrigo de Sousa Coutinho, a participar ter morrido de doença em São Felipe de Benguela, o seu Governador, Felix Xavier Pinheiro de Lacerda...", 3 de Julho de 1800.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de São Bento de Avis, letra F, mç. 2, n.º 11. "Diligência de habilitação para a Ordem de São Bento de Avis de Félix Pinheiro de Lacerda", 2 de Dezembro de 1791.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Registo Geral de Mercês do reinado de D. Maria I, liv. 21, fl. 35 v., PT/TT/RGM/E/001/0021/88361, Felix Pinheiro de Lacerda. "Carta. Capitão do Regimento de Artilheiros de Angola", 27 de Março de 1792.

Biblioteca Nacional do Brasil, Cartografia. Planta da fortaleza de N. S. da Nazareht e S. João do Loge: e o seu prospecto visto do lago do Sul e Planta de Ambriz. Lisboa, Imprensa Nacional, 1791.

Biblioteca Nacional do Brasil, Cartografia. Planta de Ambriz. Lisboa, Imprensa Nacional, 1791.

Direcção Geral de Infraestrururas do Exército. Planta topografica do Pais do Marquez do Mossullo e de Bombe, seo aliado: cituados na margem meridional do R.º Logi na Costa Ocidental de Africa, Lisboa, Imprensa Nacional, 1790.

Bibliografia

Candido, Mariana P. "The Expansion of Slavery in Benguela During the Nineteenth Century". International Review of Social History, 65, S28 (Abril 2020): 67-92.

Cruz, Ariane Carvalho da. "Paulo Martins Pinheiro de Lacerda: guerra preta, mercês e mobilidade social (Angola, segunda metade do século XVIII)", XXVIII Simpósio Nacional de História, Florianópolis, 2015.

Livros Ultramar - Guerra Colonial. "Angola & Ultramar - 'A FAMOSA E HISTÓRICA BENGUELA (Catálogo dos governadores 1779-1940)', de Ralph Delgado - Lisboa 1940 - MUITO RARO". Visualizado em 6 Dezembro, 2023.

Santos, Catarina Madeira. "De "antigos conquistadores" a "angolenses". A elite colonial de Luanda no contexto da cultura das Luzes, entre lugares de memória e conhecimento científico". Cultura. Revista de História e Teoria das Ideias 24, (2007): 195-222.

Santos, Catarina Madeira. "Um governo polido para Angola: reconfigurar dispositivos de domínio (1750-c.1800)". Tese de Doutoramento, Universidade Nova de Lisboa, 2005.

Autor(es) do artigo

Mafalda Pacheco

CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa

https://orcid.org/0000-0002-1091-6325

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/9cuv-8yux

Citar este artigo

Pacheco, Mafalda. "Felix Pinheiro de Lacerda", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 16/02/2024). Consultado a 28 de abril de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Felix_Pinheiro_de_Lacerda. DOI: https://doi.org/10.34619/9cuv-8yux