Hospital

Fonte: eViterbo
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Lugar público em que se curam doentes pobres. É de notar que, a par dos templos ou mesquitas que levantam, sempre edificaram hospitais os turcos. Tão unido anda com o culto divino o amor do próximo. Os pobres e os hospitais são reputados menores, as leis que tratam de religiosis domibus não só não diferenciam das igrejas aos hospitais, mas antes a estes concedem maiores privilégios, porque a doação feita à igreja revocatur (segundo dizem os jurisconsultos) per subvenientiam liberorum, não assim as doações que se fazem aos hospitais porque (como advertiu S. João Crisóstomo) quae sunt ecclesiarum, tempus corrumpit, dies auferunt; quae data sunt pauperibus, ne diebus quidem auferri possunt. Por isso nas Histórias de França é notado Luís IX de ter despido os hospitais para enriquecer as igrejas. No livro 2 da História dos Turcos, escreve Loviceto que Mahamet II e seu sucessor Bajazeth fizeram na cidade de Constantinopla grandes hospitais até para jumentos. O primeiro hospital da Cidade de Jerusalém, que depois serviu de fundação para a ordem militar dos cavaleiros de malta, foi edificado pelo imperador Justiniano à instanção de são Sabas. Valetudinarium publicum, i. Neut. Em dois lugares, a saber, na Epist. 27 e no cap. 16 do primeiro livro da ira usa Séneca desta palavra. Valetudinarium quase neste sentido. Nosocomium ainda é grego. Porém, Boldónio na sua Egraphica pág. 260 o admite. Sem controvérsia poderás dizer: Domus in qua aegroti curantur.

Hospital de peregrinos ou estrangeiros. Publica hospitalis pauperum advenarum domus. Publicum pauperum peregrinorum hospitium, ii. Neut. Xenodochium é mais grego que latino.

Hospital em que se agasalham e se sustentam os pobres. Publica pauperum domus, us. Femin. Melhor é usar desta circunlocução do que tomar dos gregos Prochodochium ou procotrophium[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo IV: H), 64-65.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo IV: Letra F-J. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1713.