Medida

Fonte: eViterbo
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Qualquer coisa que serve para dar a conhecer a extensão da quantidade continua, ou a multidão de quantidade discreta. Para a quantidade continua há medidas, que dão a conhecer o comprimento e largura das coisas. Estas medidas tomaram o seu princípio das dimensões do corpo humano e por isso algumas se chamam dedos, braços, pés, palcos, etc. O dedo polegar, v.g., contém doze linhas, o pé doze dedos polegares, o papaço geométrico cinco pés geométricos, etc. Destes princípios nasceram todos os instrumentos, que em todas as artes e em todas as noções são tão diversos como varas, côvados, vergas Holandesas, toezas francesas, braços florentinos, etc. Todas estas variedades de medidas se acharam nos autores que tratam do princípio da Geometria. É opinião comum que o dedo foi a primeira medida de todas as medidas. Dedo, como medida, é o espaço que ocupam quatro grãos de cevada, postos de lado, e porque há muitas diferenças de cevadas e poderia um tomá-la mais larga e outro entender a mais estreita, foi determinado que quatro grãos juntos pelos lados ocupassem uma certa distância, contando-os pela parte mais grossa e mais larga e por esta medida foi regulado o pé antigo de que usaram os Romanos e ao qual foram reduzidos os mais pés ou medidas deste nome. As medidas de quantidade discreta, assim antigas como modernas, não são menos diversas. Estas servem para medir todo o género de mantimentos secos e líquidos. O P. Luís Alcazar no seu Tratado intitulado, Vesligatio veritatis de sacris mensuris pág. 81, traz as definições das medidas dos Hebreus, a saber do Bato, do Hin, do Log, etc., que eram medidas de mantimentos ilíquidos, e logo na pág. 82 as definições e confrontações com medidas Romanas dos mantimentos secos dos ditos Hebreus, quais eram Kabo, Sato, Ephi, Laethec, e Gomor, etc. o P. Monet descreveu amplamente as medidas dos Romanos e ultimamente o I. Casimiro Polaco, na sua Pyrothecnia faz a enumeração das medidas de todas as nações da Europa, e juntamente a redução de todas elas a uma certa medida. Para reduzir todas as medidas nacionais a um principio certo, e infalível, se deram nestes últimos tempos vários alvitres. Thevenot, Francês de Nação, propôs que se tomasse por princípio universal de todas as medidas os favos, ou vasos de cera, e panais em que as abelhas deitam o mel, porque em todas as partes do mundo são invariavelmente iguais. Outro francês chamado Piscard tem proposto outra medida universal, fundada em uma pendula, com a qual tem medido a circunferência da terra. Mensura, ae, Fem. Cic[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo V: M), 389.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo V: Letra K-NYS. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716.