Nave

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa

Nave da Igreja, Templo, Basílica. Na opinião de alguns foi este nome imposto pelos primeiros cristãos, que se equivocaram com estas duas dicções gregas, Naos, genit. Naou, que quer dizer Templo, e Naus, genit. Naos, que significa Nave; e assim chamou o vulgo ao Templo Nave, ou a parte dele que corre desde o cruzeiro ou altar-mor, até à porta, quanto mais que o côncavo, e comprimento da abóbada da dita parte do corpo da Igreja se assemelha ao casco, ou fundo de um navio. Os que lhe chamam Pronaum se enganam, porque em Vitrúvio Pronaum significa o vestíbulo ou parte anterior de um Templo. Cella Templi, que é de Vitrúvio , não é propriamente o que chamamos Nave, porque há igrejas de três ou cinco naves e nos templos dos antigos, que de ordinário eram compostos por quatro partes, a saber, Galeria, Pórtico, Vestíbulo e o Posticum, que era oposto ao vestíbulo, Cella, ae. Fem, era a parte que ficava no meio das três. Porém, na sua epigráfica, pág. 219. não deixa o Padre Boldomo de trazer razões bastantes para provar que nave da Igreja, ainda tem outras laterais se deve chamar Cella e logo na pág. 220 mostra doutamente o erro crasso dos que chamam à nave de uma Igreja, Aula. Em alguns dicionários modernos se acha por nave, Nave, prior interioris Templi pars, e em outros, Sacrae aedis pars inferior. Falando nas naves laterais, poderás chamá-las Alae, arum, Fem. Plur. Desta expressão usa Turselino na descrição da Igreja de Nossa Senhora de Loreto, Humiliores januis minoribus fenestrae dataeque basilicae alis impertiant lumen. Histor. Lauret. Lib. 5. Cap. 13. (Cada nave tem sua abobada por si, Histor. De S. Domingos, livro 6. Fol. 328. Col. 4.) (Igreja de três naves. Agiolog. Lusit. Tom. I)[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo V: N), 688-689.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo V: Letra K-NYS. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716.