Pagode

Fonte: eViterbo
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(Termo da Índia). É o nome que os Gentios dão aos seus templos, ou também (como o advertiu o P. Fr. João dos Santos no livro 4 da sua História da Índia Oriental) aos ídolos dos seus templos. Outros dizem que os portugueses deram este nome aos templos e ídolos dos Gentios da Índia. Pagode é um edifício de uma nave e alguns há de três naves, mas sem capelas nem altares, só nas fronteiras da nave do meio, onde as nossas igrejas têm a capela mor, tem uma capelinha quadrada e muito baixa, com uma banca a modo de eça, guarnecida de candeeiros acesos nos degraus dela, que os Brâmenes provêm de azeite e andam atiçando nus da cintura para cima. Nas paredes do templo se vêem muitas figuras humanas e outras monstruosas, pintadas, e uns como nichos em que estão colocados ídolos de pedra ou de metal. De ordinário defronte da porta do pagode há uma fonte ou ribeira, ou tanque cheio de água, no qual se metem os Gentios e, lavando o corpo, imaginam que limpam e purificam a alma, para chegarem a falar com seus falsos deuses. Regula-se o numero dos Brâmenes pelas rendas do pagode. Todos os dias se distribui muito arroz com os pobres do termo e com os peregrinos ou viandantes, de qualquer feita ou religião, com esta diferença, que os Gentios entram e os mais ficam de fora debaixo de alpendres. (…)

Também é moeda de ouro de duas ou três castas que o gentio da Índia fabrica e por ser cunhada com a figura do diabo foi chamada pagode. Finalmente, a uns pequenos ídolos de porcelana que vem da China, deram alguns o nome de pagode[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo VI: P), 184-185.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo VI: Letra O-P. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716.