Pavilhão

Fonte: eViterbo
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Pavilhão ou pavelhão. Os Castelhanos dizem Pavellon, os Franceses Pavillon, os Italianos Padiglione e em todas estas línguas se pode esta palavra derivar do Latim Papilio, que signifique Tenda de guerra, quer signifique Borboleta. No primeiro significado se acha Papilio, no segundo livro dos Reis, cap. 11. Et ait Urias ad David, Arca Det. Israel e Juda habi ant in Papiliontbus. Em Tertuliano, Plínio e Vegécio se acha Papilio no dito significado. A razão pois porque os Latinos chamaram às tendas militares Papiliones (segundo Aleandro, Autor Italiano) é, porque a Borboleta estendendo sobre uma bonita as suas grandes asas, faz delas para a dita flor uma espécie de tenda, porém (segundo Ferrari, nas suas Etimologias) não foi esta a causa de se chamarem Papiliones, às tendas, mas foram este nome os pavilhões, de umas coberturas de cama, ou cortinas, que foram inventadas, para os que caminhando haviam de dormir no despovoado, aonde de ordinário costumam ser tão molestos, como frequentes mosquitos, borboletas e outros voláteis insectos, se pudessem defender das suas picadas. Eis aqui as palavras de Ferrari, Tentoria dicta sunt Papiliones, non quod id animal, dum flores delibat, alas, instar tentori, extendit, sed quod generica voce Papiliones dicti sunt, adversus quorm taedium, conopea lectis obtenta, à quórum similitudine, tentoria militaria, pariter padiglioni sunt appellata. Pavilhão da cama. Conopeum, i. Neut. Horat. Propert. Estes dois Poetas fazem a primeira silaba desta dicção breve, mas é licença poética.

Cama, ou leito de pavilhão. Não tem balaústres, mas fica coberto de umas grandes cortinas, com seu capelo em cima suspenso. Torus, ou lectus, conopeo circumdatus.

Pavilhão. Tenda de campo. Tabernaculum, i. Neut. Cic. Tentorium, ii. Neut. Ovid. Vid. Tenda. (Em um pavilhão, ou tenda de campo. Marinho, Antiguid. De Lisboa, part. 1. Pág.350).

Pavilhão do Sacrário. O pano com que se cobre. Sacri tabernaculi tegumentum, i. Neut.

Pavilhão de árvores frondosas. Frondes arcuatae, ou cameratae.

Com verdes pavelhoens, antros suaves Vestem frescas estancias, onde ao vento Espalham queixas namoradas aves Enchendo o ar de seu canoro alento. Ulysl. de Gabr. Per. Cant. I. oit. 76[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo VI: P), 326.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo VI: Letra O-P. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716.