Porcelana

Fonte: eViterbo
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Outros escrevem porçolana, porselana, persolana, etc. (...) É pois porcelana louça fina da China ou do Japão. A melhor porcelana do Japão se faz na cidade de Fifen e a melhor porcelana da China se faz na vila de Sinktesimo na província de Kiangsi, a terra da qual se faz esta louça, se tira dos montes vizinhos a Hovicheu, cidade das capitais de Nanquin; e esta terra é tão areenta que antes parece areia muito fina, que terra, e só para este efeito tem serventia. Dizem que o modo de a preparar é este: logo depois de tirada do monte se amassa e se faz em pães que para não haver engano vão seladas com as armas do Imperador. Estes pães, depois de endurecidos se fazem em pó, que se joeira por uma peneira muito fina e se lava nas águas de Sinktesimo, que só tem a virtude de lhe comunicar a limpeza e transparência que todos admiram e finalmente feita com este pó limpíssimo, a massa se lança e uns moldes de metal, em que se lhe dá a figura que se quer. Tirada dos moldes se deixa estar algum tempo ao ar e depois se mete em um forno muito quente, em que se está cozendo em fogo claro de lenha seca pelo espaço de quinze dias, no cabo dos quais se deixa resfriar outro tanto tempo, ficando a boca do forno tão bem tapada, que não possa entrar o ar, que a faria estalar como vidro. Passados estes trinta dias, se abre o forno em presença de um ministro do imperador, que examina peça por peça com atenção e toma a quinta parte para Sua Majestade Imperial e o que fica se vende e se embarca no rio de Can, de onde se leva a todas as partes do mundo (...)[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo VI: P), 616-617.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo VI: Letra O-P. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716.