Tomás de Almeida: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 217: Linha 217:




=== Dados biográficos === <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
'''D. Thomaz de Almeida'''
Dom Tomás de Almeida nasceu a 13 de Abril de 1855 em Campo Maior, na freguesia de Nossa Senhora da Expectação, no distrito de Portalegre, filho de Dom António Maria de Almeida e de Dona Mariana de Almeida. Era solteiro em Fevereiro de 1779<ref name=":0">Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Nota dos assentos que tem no livro de matrícula…", 16/02/1878</ref> aparecendo como estando casado a 31 de Dezembro de 1884.


Na nota dos assentos do livro de matrícula e de registo disciplinar de Tomás de Almeida consta que tinha a instrução primária, o 1º, 2º e 3º ano de português, francês, inglês e o 1º e 2º ano de desenho.<ref name=":0" />
<br />
===Carreira===
===Carreira===
Tomás de Almeida assentou praça a 20 de Julho de 1871 como voluntário para servir durante 8 anos (3 anos no efectivo e 5 na reserva) no Regimento de Cavalaria nº2, no Concelho de Campo Maior.<ref name=":0" />
Passou à Guarda Municipal de Lisboa em 3 de Setembro de 1871 para servir durante 5 anos.
Foi promovido a cabo a 12 de Julho de 1872 e a furriel em 29 de Novembro de 1872. Foi para a Guarda Municipal de Lisboa a 3 de Outubro de 1871. A 5 de Julho de 1873 deixou a Guarda Municipal de Lisboa para incorporar o Regimento de Cavalaria nº4 sendo promovido a 2º sargento em 25 de Outubro e a 1º sargento a 30 de Julho de 1875. Em 1875 recebeu a medalha de cobre de comportamento exemplar da ordem de exercício nº14 de 1875).<ref name=":0" />
<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Sua Ex.ª o ministro da guerra…", 9/6/1877 e “D. Thomaz d’Almeida…”, 23/7/1877.</ref>
A 9 de junho de 1877, Tomás de Almeida, juntamente com [[Francisco Carvalho Nogueira Junior]], 1ºs sargentos do Regimento de Cavalaria nº4, pediu ao diretor geral da direção do ultramar, D. António de Mello para ser promovido a condutor auxiliar ou desenhador das obras públicas no ultramar, em particular na província de Cabo Verde, tratando-se de uma expedição que estava a ser organizada a 23 de Julho de 1877. Foi deferido a 30 de Outubro de 1877.<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Sua Ex.ª o ministro da guerra…", 30/10/1877.</ref>
Por decreto de 10 de Novembro de 1877 foi nomeado condutor auxiliar de obras públicas na província de Cabo Verde, tendo sido promovido a alferes de cavalaria.<ref name=":0" /> Apresentou-se na [[Direcção das Obras Públicas de Cabo Verde]] a 15 de Dezembro de 1877, onde serviu durante 3 anos e 4 dias sem interrupção.<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Pela copia inclusa do offcio…”, 31/01/1881.</ref>
A avaliação anual referente ao ano de 1878 dizia que o "condutor tem muito regular comportamento. Não possui conhecimentos teóricos, nem práticos (...) Como amanuense tem uma caligrafia muito regular e algum jeito para desenho". Em 1878 serviu como amanuense e chefe de alguns pequenos trabalhos, fazendo parte do pessoal da sessão de trabalhos destacado na ilha do Fogo.<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Direcção das obras públicas de Cabo-Verde. Informação anual”, 1/01/1879.</ref>
Terminou a comissão em Cabo Verde em 19 de Dezembro de 1880 e regressou ao reino, onde se apresentou na [[Direcção-Geral das Obras Públicas|Direcção Geral das Obras Públicas]] a 7 de Janeiro de 1881, acompanhado da informação de serviço remetida pela a Direcção da província.<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Obras Publicas da província de Cabo Verde número 23”, 29/01/1881.</ref>
Em 12 de Setembro de 1882, Tomás de Almeida requereu integrar uma nova comissão a Cabo Verde como condutor de 2ª classe, lugar que se encontrava vago.<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “D. Thomaz d’Almeida, alferes de cavalaria…”, 12/09/1882.</ref>
No entanto, regressou à província de Cabo Verde por portaria de 5 de Setembro de 1883 novamente como condutor auxiliar, tendo-se a apresentado a 14 de Outubro de 1884. O lugar de condutor de 2ª classe foi ocupado por [[Baltazar Moreira de Brito]].<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Está vago um lugar de conductor de 2ª classe”,4/09/1883.</ref>
Na 2ª comissão esteve encarregado de trabalhos de estradas no interior da ilha de Santiago até 9 de Fevereiro de 1884, altura em que foi transferido para o mesmo cargo na ilha do Fogo. O chefe da direcção informou que “Este oficial é muito activo e zeloso no cumprimento dos seus deveres. Tem pouca prática de trabalhos de campo e de construção”.<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Direcção das obras públicas de Cabo-Verde. Informação anual”, 31/12/1884.</ref>
Enquanto foi encarregado das obras de construção na ilha do Fogo, entre 4 de Março e 4 de Julho de 1885 exerceu o mesmo cargo na ilha Brava. Na avaliação de Janeiro de 1886, consta que “tem já alguma prática de trabalhos de construção de estradas, dirigindo os trabalhos que estão a seu cargo com zelo e actividade"<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Direcção das obras públicas de Cabo-Verde. Informação anual”, 5/03/1886.</ref> mas “tem pouca prática de trabalhos de campo”.<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Direcção das obras públicas de Cabo-Verde. Informação anual”, 31/12/1887.</ref>
É nomeado tenente do exército da África Ocidental por decreto de 18 de Julho de 1887.[22]
Em 20 de Março de 1888, Tomás de Almeida pede para ocupar a vaga do lugar de condutor de 2ª classe no quadro técnico de Cabo Verde.[12]. A 5 de Maio de 1888, o director das obras públicas Frederico Augusto Torres, em São Vicente, escreveu uma carta ao Secretário Geral do Governo Geral em como está conforme a nomeação de Tomás de Almeida para o lugar de condutor de 2ª classe. [13] Ao mesmo lugar concorreu Ernesto Soares de Andrade, com menos antiguidade no quadro (dois anos e alguns meses). [14].
A 4 de Agosto de 1888 é promovido ao lugar condutor de 2ª classe. É sobrinho do tenente-coronel D. Tomás Maria de Almeida, que reforçou o pedido para ocupar o lugar de condutor de 2ª classe.
A 23 de Abril de 1889 Tomás de Almeida volta a fazer novo pedido, desta vez para o lugar de condutor de 1ª classe que se achava vago pela exoneração do major António Xavier Crato. O director das obras públicas, através do contor de 1ªclasse José Jacinto Lino da Costa Monteiro, fez um parecer desfavorável ao pedido, alegando que o requerente “não está no caso de desempenhar cabalmente o lugar que pretende” [15]
A 8 de Setembro de 1889, o Governador da Província, na Cidade da Praia, escreveu ao Ministro do Estado dos Negocios da Marinha e Ultramar a propor Tomás de Almeida para a vaga de condutor de 1ª classe, e para as duas vagas de condutor de 2ª classe Manuel Theodoro Peixoto Galvão de Mello, condutor auxiliar mais antigo no serviço, do quadro de fiscalização do caminho de ferro de Mormugão; e Ernesto Soares de Andrade, condutor auxiliar dos mais antigos e do quadro da colónia. O condutor auxiliar Carlos Duarte de Azevedo foi excluído da proposta “porque o serviço da embriaguez torna-o incompatível com o serviço público." Para a vaga de condutores auxiliares “rogo que V. Exa se digne nomear pessoa competente”.[16]  
A 5 de Outubro de 1889 o governador reforçou o apoio à subida de cargos [17]. Foi nomeado condutor de 1ª classe por portaria régia de 12 de Outubro de 1889.[18]
Em meados de 1891, Tomás de Almeida estava encarregado dos trabalhos em execução na ilha de Santo Antão, tendo sido transferido para São Nicolau em 14 de Setembro de 1891 onde ficou encarregado dos trabalhos em execução na ilha durante 1892.[19]
O informe anual dizia que “tinha muito bom comportamento e é exacto e zeloso no cumprimento dos seus deveres. Tem adquirido ultimamente mais alguma prática de trabalhos de campo e dirige com acerto os de construção de estradas de que tem suficiente prática e conhecimento”. [19]
Foi louvado por portaria provincial nº236 de 8 de Setembro de 1892 pelos serviços prestados ao Seminário da província. Louvado em portaria provincial nº287 de 9 de setembro de 1893 pelos bons serviços que prestou como encarregado da secção de trabalhos da Praia. [20]
Em 1895 estava destacado na ilha de S.Nicolau quando foi em trabalhos à ilha de Santo Antão entre 14 de setembro e 14 de outubro, tendo regressado à Ilha de São Nicolau, onde era chefe de secção e dirigia os trabalhos de reconstrução da Sé “com acerto e zelo”.[20]
Em 1898 continuou como chefe da subsecção de São Nicolau, onde dirigiu o acabamento da Sé, bem como os trabalhos de construção da estrada de Ribeira Brava ao Calejão, tendo ainda sido destacado para Santo Antão a fim de proceder a diversos trabalhos de campo ordenados temporariamente.[20b]
Promovido ao posto de capitão por decreto de 23 de Setembro de 1896, sendo colocado na província de Angola. [22] CONFIRMAR!!!!
A 6 de Abril de 1898, Tomás de Almeida, no posto de capitão do quadro ocidental do ultramar,  e exercendo o cargo de condutor de 1ª classe teve direito a gozar um ano de licença no reino, enquanto não é colocado na província de Angola.[21] Na chegada ao reino, pediu para residir em Braga durante esse período. [23]
Em 1900 achava-se em Cabo Verde, como chefe de secção do Barlavento na ilha de São Vicente,  foi adjunto de serviços de levantamento topográfico e hidrográfico das ilhas. Foi depois destacado para Santo Antão a 1 de Maio de 1900 a fim de proceder a diferentes trabalhos na Ilha de Ribeira Grande , onde permaneceu até ao final do ano, dirigindo os trabalhos de criação motivados pela crise alimentícia.[24]
Em 1900 já lhe tinha sido concedido o hábito de Aviz (entre 28 de Março de 1899 e final de 1900). [24]
Entre 1900 e 1902 esteve destacado nas ilhas do Fogo e Brava, tendo regressado à Praia em 3 de Novembro de 1902 e destacado para os Picos em 6. Na ilha Brava dirigiu a reparação dos caminhos da ilha, a reconstrução da Igreja da povoação e as reparações no edifício da alfândega no Porto da Furna. Na ilha do Fogo dirigiu o acabamento do edifício destinado a repartições públicas, a reparação dos caminhos da ilha e pequenos trabalhos de pesquisa de água.
No final do ano passado, estava na Ilha de São Tiago a dirigir a construção da estrada principal, na região dos Picos.[25]
Na informação anual de 1902 prestada pelo director das obras públicas, refere-se o muito bom serviço que presta, por ser zeloso, honesto e olhar aos interesses do Estado, qualidades mais necessárias que conhecimentos técnicos muito completos, que não possui, sendo um auxiliar valioso do quadro técnico das obras públicas.[25]
Até 14 de janeiro de 1904 esteve encarregado da direcção. A 26 do mesmo mês, foi para a localidade dos Órgãos, no interior da ilha de São Vicente, para serviço de estudos, continuando encarregado dos trabalhos em execução na estrada para Pedra Badejo. Regressou à cidade da Praia em 21 de Novembro e a 4 de Dezembro foi destacada para a ilha de Santo Antão.[26]
A sua saúde agravou-se no decorrer do ano de 1904, e no informe de 1902 já vinha referido que estava enfraquecido pela longa permanência em África, impossibilitando a correcta realização dos trabalhos, organização, fiscalização e disciplina, sendo-lhe assim pedida a reforma, confirmada pelo governador a 10 de fevereiro de 1905. [26]
Pelos decretos da década de 1880 já citados no [N.Ordem 905. AHU.] aparece referido como Conductor auxiliar, Conductor de 2ª classe , Conductor de 1ª classe  tudo em Cabo Verde
Pelos decretos da década de 1880 já citados no [N.Ordem 905. AHU.] aparece referido como Conductor auxiliar, Conductor de 2ª classe , Conductor de 1ª classe  tudo em Cabo Verde


Linha 251: Linha 322:
Nordem 428. AHU. p. 36
Nordem 428. AHU. p. 36


==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->


==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->
==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->
Linha 266: Linha 337:
<!--A acrescentar posteriormente-->
<!--A acrescentar posteriormente-->
==Citar este artigo==
==Citar este artigo==
* {{FULLPAGENAME}} (última modificação: {{REVISIONDAY2}}/{{REVISIONMONTH}}/{{REVISIONYEAR}}). ''{{SITENAME}}''. Visitado em {{CURRENTDAY2}} de {{CURRENTMONTHNAME}} de {{CURRENTYEAR}}, em {{fullurl:{{FULLPAGENAME}}}}  
 
*{{FULLPAGENAME}} (última modificação: {{REVISIONDAY2}}/{{REVISIONMONTH}}/{{REVISIONYEAR}}). ''{{SITENAME}}''. Visitado em {{CURRENTDAY2}} de {{CURRENTMONTHNAME}} de {{CURRENTYEAR}}, em {{fullurl:{{FULLPAGENAME}}}}


{{DEFAULTSORT: Tomas de Almeida}}
{{DEFAULTSORT: Tomas de Almeida}}

Revisão das 14h49min de 12 de abril de 2022


Tomás de Almeida
Nome completo Tomás de Almeida
Outras Grafias Thomaz de Almeida, Thomaz d'Almeida, Dom Thomaz de Almeida
Pai António Maria de Almeida
Mãe Mariana de Almeida
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento 13 abril 1855
Campo Maior, Portalegre, Portugal
Morte valor desconhecido
Sexo Masculino
Religião valor desconhecido
Residência
Residência Lisboa, Lisboa, Portugal
Data Fim: setembro de 1877

Residência Braga, Braga, Portugal
Data Início: abril de 1898
Fim: abril de 1899
Formação
Formação Instrução básica
Postos
Posto Soldado
Data Início: 20 de julho de 1871
Fim: 07 de dezembro de 1872
Arma Cavalaria

Posto Cabo de esquadra
Data Início: 07 de julho de 1872
Fim: 25 de outubro de 1873
Arma Cavalaria

Posto 2º Sargento
Data Início: 25 de outubro de 1873
Fim: 30 de julho de 1875
Arma Cavalaria
Cargos
Cargo Condutor auxiliar
Data Início: 10 de novembro de 1877
Fim: 19 de dezembro de 1880

Cargo Condutor auxiliar
Data Início: 05 de setembro de 1883
Fim: 04 de agosto de 1888

Cargo Condutor de 2ª classe
Data Início: 04 de agosto de 1888
Fim: 12 de outubro de 1889

Cargo Condutor de 1ª classe
Data Início: 12 de outubro de 1889
Fim: 10 de fevereiro de 1905

Cargo Chefe de secção
Data Início: 1895
Actividade
Actividade Execução de obra
Data Início: 01 de janeiro de 1879
Fim: 01 de janeiro de 1879
Local de Actividade Ilha do Fogo, Cabo Verde

Actividade Projeto de Infraestrutura
Data Início: 09 de fevereiro de 1884
Fim: 09 de fevereiro de 1884
Local de Actividade Ilha de Santiago, Cabo Verde

Actividade Acompanhamento de obra
Data Início: 04 de março de 1884
Fim: 04 de julho de 1884
Local de Actividade Ilha do Fogo, Cabo Verde

Actividade Acompanhamento de obra
Data Início: 04 de março de 1885
Fim: 04 de julho de 1885
Local de Actividade Ilha Brava, Cabo Verde

Actividade Acompanhamento de obra
Data Início: 1891
Fim: 1891
Local de Actividade Ilha de Santo Antão, Cabo Verde

Biografia

Dados biográficos

Dom Tomás de Almeida nasceu a 13 de Abril de 1855 em Campo Maior, na freguesia de Nossa Senhora da Expectação, no distrito de Portalegre, filho de Dom António Maria de Almeida e de Dona Mariana de Almeida. Era solteiro em Fevereiro de 1779[1] aparecendo como estando casado a 31 de Dezembro de 1884.

Na nota dos assentos do livro de matrícula e de registo disciplinar de Tomás de Almeida consta que tinha a instrução primária, o 1º, 2º e 3º ano de português, francês, inglês e o 1º e 2º ano de desenho.[1]


Carreira

Tomás de Almeida assentou praça a 20 de Julho de 1871 como voluntário para servir durante 8 anos (3 anos no efectivo e 5 na reserva) no Regimento de Cavalaria nº2, no Concelho de Campo Maior.[1]

Passou à Guarda Municipal de Lisboa em 3 de Setembro de 1871 para servir durante 5 anos.

Foi promovido a cabo a 12 de Julho de 1872 e a furriel em 29 de Novembro de 1872. Foi para a Guarda Municipal de Lisboa a 3 de Outubro de 1871. A 5 de Julho de 1873 deixou a Guarda Municipal de Lisboa para incorporar o Regimento de Cavalaria nº4 sendo promovido a 2º sargento em 25 de Outubro e a 1º sargento a 30 de Julho de 1875. Em 1875 recebeu a medalha de cobre de comportamento exemplar da ordem de exercício nº14 de 1875).[1]

[2]

A 9 de junho de 1877, Tomás de Almeida, juntamente com Francisco Carvalho Nogueira Junior, 1ºs sargentos do Regimento de Cavalaria nº4, pediu ao diretor geral da direção do ultramar, D. António de Mello para ser promovido a condutor auxiliar ou desenhador das obras públicas no ultramar, em particular na província de Cabo Verde, tratando-se de uma expedição que estava a ser organizada a 23 de Julho de 1877. Foi deferido a 30 de Outubro de 1877.[3]

Por decreto de 10 de Novembro de 1877 foi nomeado condutor auxiliar de obras públicas na província de Cabo Verde, tendo sido promovido a alferes de cavalaria.[1] Apresentou-se na Direcção das Obras Públicas de Cabo Verde a 15 de Dezembro de 1877, onde serviu durante 3 anos e 4 dias sem interrupção.[4]

A avaliação anual referente ao ano de 1878 dizia que o "condutor tem muito regular comportamento. Não possui conhecimentos teóricos, nem práticos (...) Como amanuense tem uma caligrafia muito regular e algum jeito para desenho". Em 1878 serviu como amanuense e chefe de alguns pequenos trabalhos, fazendo parte do pessoal da sessão de trabalhos destacado na ilha do Fogo.[5]

Terminou a comissão em Cabo Verde em 19 de Dezembro de 1880 e regressou ao reino, onde se apresentou na Direcção Geral das Obras Públicas a 7 de Janeiro de 1881, acompanhado da informação de serviço remetida pela a Direcção da província.[6]

Em 12 de Setembro de 1882, Tomás de Almeida requereu integrar uma nova comissão a Cabo Verde como condutor de 2ª classe, lugar que se encontrava vago.[7]

No entanto, regressou à província de Cabo Verde por portaria de 5 de Setembro de 1883 novamente como condutor auxiliar, tendo-se a apresentado a 14 de Outubro de 1884. O lugar de condutor de 2ª classe foi ocupado por Baltazar Moreira de Brito.[8]

Na 2ª comissão esteve encarregado de trabalhos de estradas no interior da ilha de Santiago até 9 de Fevereiro de 1884, altura em que foi transferido para o mesmo cargo na ilha do Fogo. O chefe da direcção informou que “Este oficial é muito activo e zeloso no cumprimento dos seus deveres. Tem pouca prática de trabalhos de campo e de construção”.[9]

Enquanto foi encarregado das obras de construção na ilha do Fogo, entre 4 de Março e 4 de Julho de 1885 exerceu o mesmo cargo na ilha Brava. Na avaliação de Janeiro de 1886, consta que “tem já alguma prática de trabalhos de construção de estradas, dirigindo os trabalhos que estão a seu cargo com zelo e actividade"[10] mas “tem pouca prática de trabalhos de campo”.[11]

É nomeado tenente do exército da África Ocidental por decreto de 18 de Julho de 1887.[22]

Em 20 de Março de 1888, Tomás de Almeida pede para ocupar a vaga do lugar de condutor de 2ª classe no quadro técnico de Cabo Verde.[12]. A 5 de Maio de 1888, o director das obras públicas Frederico Augusto Torres, em São Vicente, escreveu uma carta ao Secretário Geral do Governo Geral em como está conforme a nomeação de Tomás de Almeida para o lugar de condutor de 2ª classe. [13] Ao mesmo lugar concorreu Ernesto Soares de Andrade, com menos antiguidade no quadro (dois anos e alguns meses). [14].

A 4 de Agosto de 1888 é promovido ao lugar condutor de 2ª classe. É sobrinho do tenente-coronel D. Tomás Maria de Almeida, que reforçou o pedido para ocupar o lugar de condutor de 2ª classe.

A 23 de Abril de 1889 Tomás de Almeida volta a fazer novo pedido, desta vez para o lugar de condutor de 1ª classe que se achava vago pela exoneração do major António Xavier Crato. O director das obras públicas, através do contor de 1ªclasse José Jacinto Lino da Costa Monteiro, fez um parecer desfavorável ao pedido, alegando que o requerente “não está no caso de desempenhar cabalmente o lugar que pretende” [15]

A 8 de Setembro de 1889, o Governador da Província, na Cidade da Praia, escreveu ao Ministro do Estado dos Negocios da Marinha e Ultramar a propor Tomás de Almeida para a vaga de condutor de 1ª classe, e para as duas vagas de condutor de 2ª classe Manuel Theodoro Peixoto Galvão de Mello, condutor auxiliar mais antigo no serviço, do quadro de fiscalização do caminho de ferro de Mormugão; e Ernesto Soares de Andrade, condutor auxiliar dos mais antigos e do quadro da colónia. O condutor auxiliar Carlos Duarte de Azevedo foi excluído da proposta “porque o serviço da embriaguez torna-o incompatível com o serviço público." Para a vaga de condutores auxiliares “rogo que V. Exa se digne nomear pessoa competente”.[16]  

A 5 de Outubro de 1889 o governador reforçou o apoio à subida de cargos [17]. Foi nomeado condutor de 1ª classe por portaria régia de 12 de Outubro de 1889.[18]

Em meados de 1891, Tomás de Almeida estava encarregado dos trabalhos em execução na ilha de Santo Antão, tendo sido transferido para São Nicolau em 14 de Setembro de 1891 onde ficou encarregado dos trabalhos em execução na ilha durante 1892.[19]

O informe anual dizia que “tinha muito bom comportamento e é exacto e zeloso no cumprimento dos seus deveres. Tem adquirido ultimamente mais alguma prática de trabalhos de campo e dirige com acerto os de construção de estradas de que tem suficiente prática e conhecimento”. [19]

Foi louvado por portaria provincial nº236 de 8 de Setembro de 1892 pelos serviços prestados ao Seminário da província. Louvado em portaria provincial nº287 de 9 de setembro de 1893 pelos bons serviços que prestou como encarregado da secção de trabalhos da Praia. [20]

Em 1895 estava destacado na ilha de S.Nicolau quando foi em trabalhos à ilha de Santo Antão entre 14 de setembro e 14 de outubro, tendo regressado à Ilha de São Nicolau, onde era chefe de secção e dirigia os trabalhos de reconstrução da Sé “com acerto e zelo”.[20]

Em 1898 continuou como chefe da subsecção de São Nicolau, onde dirigiu o acabamento da Sé, bem como os trabalhos de construção da estrada de Ribeira Brava ao Calejão, tendo ainda sido destacado para Santo Antão a fim de proceder a diversos trabalhos de campo ordenados temporariamente.[20b]

Promovido ao posto de capitão por decreto de 23 de Setembro de 1896, sendo colocado na província de Angola. [22] CONFIRMAR!!!!

A 6 de Abril de 1898, Tomás de Almeida, no posto de capitão do quadro ocidental do ultramar,  e exercendo o cargo de condutor de 1ª classe teve direito a gozar um ano de licença no reino, enquanto não é colocado na província de Angola.[21] Na chegada ao reino, pediu para residir em Braga durante esse período. [23]

Em 1900 achava-se em Cabo Verde, como chefe de secção do Barlavento na ilha de São Vicente,  foi adjunto de serviços de levantamento topográfico e hidrográfico das ilhas. Foi depois destacado para Santo Antão a 1 de Maio de 1900 a fim de proceder a diferentes trabalhos na Ilha de Ribeira Grande , onde permaneceu até ao final do ano, dirigindo os trabalhos de criação motivados pela crise alimentícia.[24]

Em 1900 já lhe tinha sido concedido o hábito de Aviz (entre 28 de Março de 1899 e final de 1900). [24]

Entre 1900 e 1902 esteve destacado nas ilhas do Fogo e Brava, tendo regressado à Praia em 3 de Novembro de 1902 e destacado para os Picos em 6. Na ilha Brava dirigiu a reparação dos caminhos da ilha, a reconstrução da Igreja da povoação e as reparações no edifício da alfândega no Porto da Furna. Na ilha do Fogo dirigiu o acabamento do edifício destinado a repartições públicas, a reparação dos caminhos da ilha e pequenos trabalhos de pesquisa de água.

No final do ano passado, estava na Ilha de São Tiago a dirigir a construção da estrada principal, na região dos Picos.[25]

Na informação anual de 1902 prestada pelo director das obras públicas, refere-se o muito bom serviço que presta, por ser zeloso, honesto e olhar aos interesses do Estado, qualidades mais necessárias que conhecimentos técnicos muito completos, que não possui, sendo um auxiliar valioso do quadro técnico das obras públicas.[25]

Até 14 de janeiro de 1904 esteve encarregado da direcção. A 26 do mesmo mês, foi para a localidade dos Órgãos, no interior da ilha de São Vicente, para serviço de estudos, continuando encarregado dos trabalhos em execução na estrada para Pedra Badejo. Regressou à cidade da Praia em 21 de Novembro e a 4 de Dezembro foi destacada para a ilha de Santo Antão.[26]

A sua saúde agravou-se no decorrer do ano de 1904, e no informe de 1902 já vinha referido que estava enfraquecido pela longa permanência em África, impossibilitando a correcta realização dos trabalhos, organização, fiscalização e disciplina, sendo-lhe assim pedida a reforma, confirmada pelo governador a 10 de fevereiro de 1905. [26]



Pelos decretos da década de 1880 já citados no [N.Ordem 905. AHU.] aparece referido como Conductor auxiliar, Conductor de 2ª classe , Conductor de 1ª classe  tudo em Cabo Verde

Conductor de 1ª classe  - Quadro de Pessoal das Obras Públicas  de Cabo Verde em vista do decreto com força de lei de 20 de Agosto de 1892

Conductor de 1ª classe - Portaria de 12 de Outubro de 1889

- Confirmado no logar de conductor de 1ª classe  por decreto de 9 de Fevereiro de 1893.

- Colocado no quadro das obras publicas de Cabo Verde.

- Regressou ao reino em 6 d’Abril de 1898, para gozar um ano de licença, nos termos do artº 38 de 24-12-1885.

- Em 30-4-1898 apresentou-se, requerendo para ir gozar a referida licença em Braga, o que lhe foi concedido.

- Não acabou de gozar a licença, seguindo viagem em 29-1-99.

- Aposentado

Outras informações

Obras

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Nota dos assentos que tem no livro de matrícula…", 16/02/1878
  2. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Sua Ex.ª o ministro da guerra…", 9/6/1877 e “D. Thomaz d’Almeida…”, 23/7/1877.
  3. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Sua Ex.ª o ministro da guerra…", 30/10/1877.
  4. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Pela copia inclusa do offcio…”, 31/01/1881.
  5. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Direcção das obras públicas de Cabo-Verde. Informação anual”, 1/01/1879.
  6. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Obras Publicas da província de Cabo Verde número 23”, 29/01/1881.
  7. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “D. Thomaz d’Almeida, alferes de cavalaria…”, 12/09/1882.
  8. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Está vago um lugar de conductor de 2ª classe”,4/09/1883.
  9. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Direcção das obras públicas de Cabo-Verde. Informação anual”, 31/12/1884.
  10. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Direcção das obras públicas de Cabo-Verde. Informação anual”, 5/03/1886.
  11. Arquivo Histórico Ultramarino, Processos individuais, Cabo Verde, cx. 759/2, D. Thomas d’Almeida, “Direcção das obras públicas de Cabo-Verde. Informação anual”, 31/12/1887.

Fontes

N.Ordem 905. AHU. pp.1-2

Nordem 428. AHU. p. 36

Bibliografia

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo