Escola Industrial do Porto: diferenças entre revisões

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Segundo a reforma de 1886, junto dos Institutos Industriais e Comerciais deveriam achar-se estabelecidos uma biblioteca, um laboratório químico, um gabinete de física, um laboratório mecânico, um museu, e "''uma escola prática de telegrafia e laboratório eletrotécnico''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos,'' 17:338.</ref>. O plano de organização deixava também aberta a possibilidade de se constituírem "''pequenas oficinas que a experiência demonstrar serem necessárias para o ensino prático dos alunos''"<ref>Ribeiro, 17:339.</ref>.
Segundo a reforma de 1886, junto dos Institutos Industriais e Comerciais deveriam achar-se estabelecidos uma biblioteca, um laboratório químico, um gabinete de física, um laboratório mecânico, um museu, e "''uma escola prática de telegrafia e laboratório eletrotécnico''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos,'' 17:338.</ref>. O plano de organização deixava também aberta a possibilidade de se constituírem "''pequenas oficinas que a experiência demonstrar serem necessárias para o ensino prático dos alunos''"<ref>Ribeiro, 17:339.</ref>.
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| colspan="5" |'''Plano de estudos de 1852'''
| colspan="5" |'''Plano de estudos de 1852'''

Revisão das 15h56min de 15 de janeiro de 2024


Escola Industrial do Porto
(EIP, IIP, IICP)
Outras denominações Escola Industrial Portuense, Instituto Industrial do Porto, Instituto Industrial e Comercial do Porto
Tipo de Instituição Ensino civil
Data de fundação 30 dezembro 1852
Data de extinção 5 dezembro 1918
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Palácio da Bolsa, Porto,-
Início: 1852
Fim: 1861

Localização Colégio de Nossa Senhora da Graça dos Meninos Órfãos, Porto,-
Início: 1861
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Instituto Superior de Comércio do Porto


História

A primeira experiência de ensino industrial no Porto no século XIX surgiu com a criação da Escola Industrial Portuense por iniciativa da Associação Industrial Portuense, cujo objectivo se centrava no aperfeiçoamento do sector industrial português e da sua capacidade concorrencial através da instrução técnica. O projecto escolar teve os estatutos aprovados em 31 de Outubro de 1852 e conheceu uma rápida adesão após a inauguração das aulas em 22 de Novembro de 1852[1][2]. A iniciativa privada antecedeu e antecipou, assim, a criação do ensino industrial de iniciativa pública, que a integrou aquando da sua criação por decreto de 30 de Dezembro de 1852[3].

A criação do ensino industrial público em Portugal enquadra-se no impulso dado à instrução técnica, nos domínios agrícola e industrial, durante o período da Regeneração (1851-1868). Na perspectiva de regeneradores e liberais, como António Fontes Pereira de Melo ou Rodrigo da Fonseca Magalhães, e de acordo com o modelo de desenvolvimento liberal, o processo de industrialização português seria concretizado com base em duas condições essenciais, o desenvolvimento das vias de comunicação e a implementação do ensino técnico, ou seja, a difusão do conhecimento técnico de base científica. Sendo este último "verdadeiramente experimental e adequado às necessidades fabris" era "o pré-requisito da criação de riqueza"[4] uma vez que permitiria aperfeiçoar a produção e reduzir o seu custo, contribuindo para a capacidade concorrencial dos produtos industriais portugueses no mercado europeu. Apesar da importância dada à implementação do ensino técnico, tornava-se evidente, nos decretos que o criam e o reformam entre as décadas de 50 e 60, que a sua constituição estava condicionada "às dificuldades financeiras", as quais configuram um "mecanismo desculpabilizador da estrutura pouco ambiciosa que se vier a implementar no âmbito do ensino industrial", nomeadamente a incapacidade de o generalizar até à década de 80 do século XIX e a sua concentração inicial em Lisboa e no Porto[5].

A instrução industrial era organizada em três graus, elementar, secundário e complementar, baseados num plano de estudos com nove cadeiras, respectivamente distribuídas pelos graus e cursos como assinalado à frente[6]. Na capital era instituído o Instituto Industrial de Lisboa[7].

À criação do ensino industrial correspondeu uma tentativa de profissionalização do mercado de trabalho industrial, determinando que, passados três anos da criação, fosse exigido aos operários, em funções nas obras públicas, a apresentação de carta de curso, não podendo ser admitidos sem as mesmas[8][9]. Segundo Silvestre Ribeiro, esta disposição não terá sido totalmente cumprida nas primeiras décadas[10], o que se explica pela lenta implementação do ensino industrial resultante quer do limitado financiamento disponível, quer da dificuldade na contratação dos primeiros quadros docentes e auxiliares, por exemplo, no Instituto Industrial de Lisboa[11].

A inauguração da Escola Industrial do Porto realizou-se na "aula de física da Academia Politécnica" em 27 de Março de 1854[12]. Uma vez serem necessárias intervenções no edifício daquela Academia para aí se instalarem as aulas da Escola, foi contratada a instalação temporária das aulas na sede da Associação Industrial do Porto, no Palácio da Bolsa, "a fim de que nas suas aulas se pudessem professar os cursos livres da escola"[12]. A mesma circunstância ditou que apenas fossem abertos cursos livres no ano lectivo de 1854-1855 como alternativa temporária aos cursos regulares, sendo os primeiros também instituídos no Instituto Industrial de Lisboa. Na Escola Industrial do Porto foram inaugurados em 1 de Março de 1854 com a duração de três meses, sendo os cursos regulares abertos no ano lectivo seguinte[13].

Uma vez instaladas as aulas da Escola no edifício da Academia Politécnica do Porto, em data não especificada por Silvestre Ribeiro, onde, igualmente, se encontrava o Colégio dos Meninos Órfãos, o diretor da Escola Industrial representou ao poder municipal no sentido de ser estabelecida a condição de internato para que aqueles jovens, frequentando as aulas da Escola, se habilitassem "para exercer profissões adequadas às suas peculiares circunstâncias". Em 1861, o Governador Civil do Porto era ordenado a reunir as condições para a concretização daquela proposta[14]. Adotamos esta data como certa para o estabelecimento da Escola Industrial no edifício da Academia Politécnica, apesar de José Silvestre Ribeiro mencionar a criação, em 1864, de uma comissão para um plano definitivo nas obras daquele edifício.

Conquanto, em 1855, a conclusão sobre o aproveitamento e utilidade da Escola fosse positiva, considerando que a instituição havia "produzido já mais vantagens do que poderia esperar-se em tão pouco tempo de existência", o diretor interino não deixava de instar junto dos poderes públicos sobre a necessidade de se reorganizar o seu ensino colocando fim ao "estado de organização incompleta". Em particular, mencionava-se um quadro de cadeiras incompleto e, por isso, incompatível com os cursos que legalmente a Escola podia ministrar, encontrando-se por instituir as aulas "de mecânica industrial, sem a qual um grande número de cursos industriais dos mais importantes ficavam incompletos"[15].

Uma primeira proposta para a reorganização do Instituto Industrial de Lisboa e da Escola Industrial do Porto foi apresentada em 1861, sem que tenha conhecido aplicação prática[16]. A reforma do ensino técnico industrial era concretizada três anos depois, por decreto de 20 de Dezembro, em consequência da qual a Escola Industrial adotou a designação de Instituto Industrial do Porto[17]. O currículo, semelhante entre os dois institutos, compreendia o "ensino técnico geral" no 1.º e 2.º graus e instruía para as "diversas profissões industriais, e habilitando também para diferentes empregos subalternos dos serviços públicos, de obras públicas, minas, telégrafos, faróis e outros"[18]. Apresentava-se um currículo disciplinar focado nas "profissões que exigiam uma atenção especial e os sectores de actividade que se encontravam em expansão"[19].

A reforma de 1869, datada de 30 de Dezembro, equiparou os planos de estudo de ambos os institutos, ainda que, no caso do portuense, na sétima cadeira, dedicada a "assuntos comerciais", fossem ministradas as disciplinas de "arte de minas, docimasia e metalurgia"[20].

A reforma de 30 de Dezembro de 1886 reorganizou o sistema de instrução industrial e comercial e alterou a designação da instituição para Instituto Industrial e Comercial do Porto, à semelhança da adotada pela instituição lisbonense[21]. A organização do ensino industrial, aplicável ao ensino comercial, manteve-se dividida em três graus, a saber, elementar, preparatório e especial (ou superior no caso do curso comercial), sendo todos ministrados pelos Institutos Industriais e Comerciais[22]. Em 3 de Fevereiro de 1888 era publicado o Regulamento respeitante aquela nova orgânica institucional[23].

Outras informações

Podiam admitir-se às matrículas alunos com uma idade mínima de 12 anos, e que obtivessem as faculdades de ler, escrever e contar, e boa saúde. A frequência das aulas podia ser realizada segundo três regimes, a saber, de aluno ordinário, que seguia o curso pela ordem estabelecida; de aluno voluntário, que não seguia o curso pela ordem estabelecida; e de aluno ouvinte registado, que frequentavam apenas determinadas cadeiras[24].

No ano letivo de 1854-1855, registaram-se 488 matrículas nos diferentes regimes de frequência dos alunos[25]. Entre a inauguração das suas aulas e o ano letivo de 1861-1862, verificou-se um aumento progressivo e estável quer do número de matrículas, quer a frequência das aulas, alcançando naquela última data 1151 matrículas e 718 alunos a frequentarem as aulas[26].

O órgão de gestão da Escola recaía sobre a direção, composta de um diretor-lente e do conselho escolar[27]. O conselho escolar subdividia-se no conselho da escola, no conselho tecnológico e no conselho fiscal[28]. A direção geral do ensino, a determinação dos compêndios, os concursos e a polícia das escolas era cometida ao conselho Diretor do ensino industrial, presidido pelo ministro das Obras Públicas, tendo por vice-presidente o diretor geral da Direção do Comércio e Indústria colocado, e por vogais os diretores das escolas[29].

Curricula

O plano de estudos da Escola Industrial do Porto de 1852 compreendia os três níveis de instrução técnica industrial com a seguinte distribuição de cadeiras[30]: no ensino elementar, a primeira, "Aritmética elementar; primeiras noções de álgebra; geometria elementar", e a segunda, "Desenho linear e de ornatos industriais", cadeiras; no ensino secundário, a terceira, "Elementos de geometria descritiva aplicada às artes", a quarta, "Noções elementares de física e química", e a quinta, "Desenho de modelos e máquinas. Primeira parte", cadeiras; e no ensino complementar, a sétima, "Química aplicada às artes", cadeira. O ensino era ministrado em regime noturno[31]. Comparativamente ao Instituto Industrial de Lisboa este plano apresenta-se mais exímio encontrando-se omissas três cadeiras do ensino complementar, a sexta, relativa à "Mecânica industrial", a oitava, relativa à "Economia e legislação industrial" e a nona cadeira de "Desenho de modelos e máquinas". Estas cadeiras eram conducentes aos cursos de diretor mecânico e diretor químico, cujas cartas de curso, em consequência, a Escola não podia passar, ao contrário do Instituto Industrial de Lisboa[32].

A Escola Industrial do Porto passava as cartas de curso, consoante a frequência nas seguintes cadeiras: "1.ª e 2.ª cadeiras, operário habilitado; 1.ª, 2ª e 5.ª cadeiras, oficial mecânico; 1.ª, 2.ª e 4.ª cadeiras com oficina de manipulações químicas, oficial químico; 1.ª, 2.ª e 4.ª cadeiras com oficina de forjar, oficial forjador; 1.ª, 2.ª e 4.ª cadeiras com oficina de fundir e moldar, oficial fundidor; 1.ª, 2.ª e 5.ª cadeiras com oficina de serrilharia e ajustamento, oficial serralheiro ajustador; 1.ª, 2.ª e 5.ª cadeiras com oficina de tornear e moldar, oficial torneiro ajustador; 1.ª, 2.ª, 3.ª e 5.ª cadeiras, oficinas; 1.ª, 2.ª e 3.ª cadeiras, mestre mecânico; e 1.ª, 2.ª, 4.ª e 7.ª cadeiras com oficina de manipulações químicas, mestre químico"[33].

A partir de 1864, a oferta curricular do Instituto Industrial do Porto concentra-se em apenas dois graus, 1.º e 2.º com a seguinte distribuição de disciplinas: no 1.º grau, a primeira, "Aritmética, álgebra e geometria elementar e desenho linear", a segunda, "Princípios de química e física e noções de mecânica", e a terceira, "Tecnologia elementar e desenho geométrico", cadeiras; no 2.º grau, a primeira cadeira descrita atrás, e a segunda, "Geometria descritiva aplicada à indústria, topografia e levantamento de plantas, e desenho de modelos e de máquinas", a terceira "Física e suas aplicações às artes, e à telegrafia e faróis", a quarta, "Química aplicada às artes, à tinturaria e estamparia", a quinta, "Mecânica industrial e sua aplicação à construção de máquinas, especialmente às de vapor, e mecânica aplicada às construções", a sexta, "Construções civis e tecnologia geral", a sétima, "Artes de minas, docimasia e metalurgia", a oitava, "Desenho arquitectónico e de ornatos", a nona, "Contabilidade, princípios de economia industrial, noções de direito comercial e administrativo e de estatística", e a décima, "Línguas francesa e inglesa", cadeiras[34].

Pela reforma de 1869 os cursos ministrados no Instituto Industrial do Porto eram os mesmos que no de Lisboa, à excepção do curso especial de comércio, e dos cursos de condutor de minas e mestre mineiro, que faziam parte da oferta de ensino industrial portuense[35]. Os cursos afetos à área do comércio seriam integrados no plano de estudos do Instituto Industrial do Porto a partir de 1886, a saber, curso elementar ou preparatório, curso superior e cursos especiais de comércio[36]. A partir de então, equiparando-se a oferta curricular do Porto com a do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, o quadro de cadeiras passou a ser comum às duas instituições, com algumas excepções no caso da segunda, totalizando as 25 cadeiras no caso portuense.

Desta feita, a oferta de cursos era idêntica a ambas as instituições, compondo-se de cursos industriais elementares, para operários de diferentes ofícios e artes; cursos preparatórios para acesso aos cursos industriais especiais ou ao curso superior de comércio; os cursos especiais de "condutores de obras públicas; condutores de minas; desenhadores; diretores de fábricas; construtores de máquinas e de instrumentos de precisão; correios e telégrafos; e quaisquer outros que o governo julgue conveniente criar"[37] [38]. A estes acresciam ainda o curso superior de comércio, curso especial de verificadores de alfandega e o curso especial de cônsules[39].

Os alunos eram incumbidos de trabalhos físicos nas oficinas quando tivessem concluído as duas primeiras cadeiras respeitantes ao grau elementar da instrução industrial[40]. Quando?

A vertente prática do ensino ministrado no Instituto Industrial era assegurada por oficinas anexas, nomeadamente, de forjar; de fundir e moldar; de serrilharia e ajustamento; de tornear e modelar; e de manipulações químicas.[41] Refere José Silvestre Ribeiro que estava proposto estabelecerem-se estas oficinas nos arsenais do estado[42]. Não sendo certo o seu estabelecimento efetivo, já haviam sido efetivamente organizadas "algumas oficinas" em 1854. Ainda assim, a sua concretização prática seria objeto de reclamação em 1855, sendo a situação agravada pela existência, à altura, de "alunos habilitados, segundo a lei, para nelas se empregarem e terem exercício"[43]. Independentemente das oficinas criadas, em 1860, o governo dava ordem de encerramento para todos esses estabelecimentos com excepção da oficina de instrumentos de precisão dado não haver estabelecimento semelhante no país[44]. O ensino prático podia ainda ser complementado com o trabalho dos alunos em oficinas de fábricas portuenses com as quais o governo poderia estabelecer contrato[45].

Segundo a reforma de 1886, junto dos Institutos Industriais e Comerciais deveriam achar-se estabelecidos uma biblioteca, um laboratório químico, um gabinete de física, um laboratório mecânico, um museu, e "uma escola prática de telegrafia e laboratório eletrotécnico"[46]. O plano de organização deixava também aberta a possibilidade de se constituírem "pequenas oficinas que a experiência demonstrar serem necessárias para o ensino prático dos alunos"[47].

Plano de estudos de 1852
Graus de ensino Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Ensino

Elementar

Primeira cadeira Aritmética elementar; primeiras noções de álgebra; geometria elementar.
Segunda

cadeira

Desenho linear e de ornatos industriais.
Ensino

Secundário

Terceira cadeira Elementos de geometria descritiva aplicada às artes.
Quarta

cadeira

Noções elementares de física e química. Professor proprietário em 4 de Agosto de 1853: José de Parada e Silva Leitão[48].
Quinta

cadeira

Desenho de modelos e máquinas. Primeira parte.
Ensino Complementar Sexta

cadeira

Mecânica industrial.
Sétima

cadeira

Química aplicada ás artes. Professor proprietário em 10 de Maio de 1853: Sebastião Betâmio de Almeida[49].
Plano de estudos de 1852
Graus de ensino Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Ensino

Elementar

Primeira cadeira Aritmética elementar; primeiras noções de álgebra; geometria elementar.
Segunda

cadeira

Desenho linear e de ornatos industriais.
Ensino

Secundário

Terceira cadeira Elementos de geometria descritiva aplicada às artes.
Quarta

cadeira

Noções elementares de física e química. Professor proprietário em 4 de Agosto de 1853: José de Parada e Silva Leitão[50].
Quinta

cadeira

Desenho de modelos e máquinas. Primeira parte.
Ensino Complementar Sexta

cadeira

Mecânica industrial.
Sétima

cadeira

Química aplicada ás artes. Professor proprietário em 10 de Maio de 1853: Sebastião Betâmio de Almeida[51].
Plano de estudos de 1886
Anos Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Primeira cadeira "Rudimentos de matemática"[52]
Segunda cadeira "Rudimentos de física, de química, e de eletrotecnia"[53].
Terceira cadeira "Rudimentos de mecânica"[53].
Quarta cadeira "Aritmética, álgebra e geometria sintética"[53].
Quinta cadeira "Geometria descritiva, estereotomia, e topografia"[53].
Sexta cadeira "Trigonometria plana, princípios de geometria analítica, de álgebra superior e de calculo infinitesimal"[53].
Sétima cadeira "Física geral e suas aplicações à indústria"[53].
Oitava cadeira "Eletrotecnia. Telegrafia e outras applicações da eletricidade"[53].
Nona cadeira "Química mineral e orgânica"[53].
Décima cadeira "Tecnologia química (cerâmica, tinturaria, estamparia e outras aplicações da química); matérias primas de origem mineral e suas transformações; caracteres físicos e químicos dessas mercadorias, seu valor comercial, suas falsificações e meios práticos de as reconhecer"[53].
Décima primeira cadeira "Zoologia e botânica elementares e higiene das industrias"[53].
Décima segunda cadeira "Mecânica geral e sua aplicação às máquinas"[53].
Décima terceira cadeira "Materiais de construção. Processos geraes de construção. Resistência de materiais e estabilidade de construções"[53].
Décima quarta cadeira "Estradas. Caminhos de ferro. Rios e canais. Portos"[53].
Décima quinta cadeira "Mineralogia e geologia"[53].
Décima sexta cadeira "Arte de minas e metalurgia"[53].
Décima sétima cadeira "Desenho linear, de figura, ornato, paisagem do natural e modelação"[53].
Décima oitava cadeira "Desenho de máquinas, construção de peças elementares e respectiva tecnologia"[53].
Décima nona cadeira "Desenho arquitetónico e topográfico. Cortes e plantas de minas"[54].
Vigésima cadeira "Geografia geral, historia elementar e geografia comercial"[54].
Vigésima primeira cadeira "Economia politica, princípios de direito administrativo e legislação industrial"[54].
Vigésima segunda cadeira "Contabilidade geral e operações comerciais"[54].
Vigésima terceira cadeira Língua francesa[54].
Vigésima quarta cadeira Língua inglesa[54].
Vigésima quinta cadeira Língua alemã[54].

Notas

  1. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 239-240.
  2. Para uma síntese do currículo instituído na Escola Industrial Portuense da Associação Industrial Portuense e o número de alunos inscritos no ano lectivo de 1852-1853 vide Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 240 e Sousa, Fernando de, e Jorge Fernandes Alves. A Associação Industrial Portuense. Para a História do Associativismo Empresarial. Porto: A.I.P., 1996.
  3. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 88.
  4. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 91.
  5. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 92-93.
  6. Ribeiro, 7:347-348.
  7. Veja-se para a relação entre a Escola Industrial do Porto e o Instituto Industrial de Lisboa preconizada no Regulamento provisório de ambas as instituições, datado de 1853, Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:106.
  8. Ribeiro, 7:381.
  9. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 116.
  10. Ribeiro, 7:381.
  11. Ribeiro, 7:352.
  12. 12,0 12,1 Ribeiro, 12:168.
  13. Ribeiro, 12:169.
  14. Ribeiro, 12:171.
  15. Ribeiro, 12:170.
  16. Uma descrição sumária de algumas alterações pensadas na proposta de reforma de 1861 pode ser consultada em Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 13:241-242.
  17. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:172.
  18. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 13:244.
  19. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 101.
  20. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:172.
  21. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:332.
  22. Ribeiro, 17:333.
  23. Ribeiro, 17:514.
  24. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:350.
  25. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:169.
  26. Ribeiro, 12:172.
  27. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:105.
  28. Ribeiro, 7:354.
  29. Ribeiro, 7:350.
  30. Decreto de 30 de Dezembro de 1852, Diário do Governo, no. 1, 1 de Janeiro de 1853, 5.
  31. Ribeiro, 7:351.
  32. Ribeiro, 7:348.
  33. Ribeiro, 7:348.
  34. Decreto de 20 de Dezembro de 1864, Diário do Governo, no. 1, 2 de Janeiro de 1865, 6.
  35. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:172.
  36. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:333.
  37. Ribeiro, 17:335.
  38. A distribuição das cadeiras pelos respectivos cursos a que estavam afetas pode ser consultada em Ribeiro, 17:402-411.
  39. Ribeiro, 17:336.
  40. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:350.
  41. Ribeiro, 7:347.
  42. Ribeiro, 7:348-349.
  43. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:170.
  44. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:357.
  45. Ribeiro, 7:105.
  46. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:338.
  47. Ribeiro, 17:339.
  48. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:167.
  49. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:167.
  50. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:167.
  51. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:167.
  52. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:334.
  53. 53,00 53,01 53,02 53,03 53,04 53,05 53,06 53,07 53,08 53,09 53,10 53,11 53,12 53,13 53,14 53,15 53,16 Ribeiro, 17:334.
  54. 54,0 54,1 54,2 54,3 54,4 54,5 54,6 Ribeiro, 17:335.

Fontes

Decreto de 20 de Dezembro de 1864, Diário do Governo, no. 1, 2 de Janeiro de 1865, 5-7. Decreto de 30 de Dezembro de 1852, Diário do Governo, no. 1, 1 de Janeiro de 1853, 5.

Bibliografia

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 3. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1873.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 7. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1878. Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 12. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1884.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 13. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1885.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 17. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1892.

Ligações Internas

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Ligações Externas

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

Apoio especial “Verão com Ciência 2022” da UID 4666 – CHAM — Centro de Humanidades, financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES (PIDDAC)

DOI

https://doi.org/10.34619/5jaw-hxw0

Citar este artigo

Almeida Barata, João de. "Escola Industrial do Porto", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 15/01/2024). Consultado a 04 de junho de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Escola_Industrial_do_Porto. DOI: https://doi.org/10.34619/5jaw-hxw0