Academia Real de Marinha e Comércio do Porto: diferenças entre revisões

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==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário-->
==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário-->
A Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foi uma instituição de instrução naval e comercial criada em 9 de Fevereiro de 1803<ref>Araújo, ''250 anos da criação'', 20-21.</ref> no rescaldo da extinção da [[Aula de Náutica do Porto]], tendo sido ambas criadas por iniciativa da Junta da Administração da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, bem como a [[Aula de Desenho e Debuxo do Porto]]. Surge em consequência das petições que, desde 1785, aquela Junta remetia aos poderes públicos com fim de dotar a cidade do Porto de aulas de comércio, matemática, inglês e francês<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:387.</ref><ref>Araújo, ''250 anos da criação'', 21.</ref>. A Junta arguia pela necessidade de educação em consequência do acrescido volume comercial, uma vez que sem aquela não podia "''aquela profissão'' [de comerciante] ''vir a ser exercida com o primor e perfeição que os interesses do estado demandam''". A mais, os proveitos resultantes do estabelecimento da Aula Náutica do Porto para o reforço do comércio com os portos do Báltico, tornaram necessário o "''conhecimento das línguas vivas'' (...) ''não havendo até então na referida cidade do Porto estabelecimento algum, no qual fosse ensinados aqueles idiomas''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:388.</ref>. As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram inauguradas em 4 de Novembro de 1803<ref>Ribeiro, 2:393.</ref>.
A Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foi uma instituição de instrução naval e comercial criada em 9 de Fevereiro de 1803<ref>Araújo, ''250 anos da criação'', 20-21.</ref> no rescaldo da extinção da [[Aula de Náutica do Porto]], tendo sido ambas criadas por iniciativa da Junta da Administração da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, bem como a [[Aula de Desenho e Debuxo do Porto]]. A Academia surgiu em consequência das petições que, desde 1785, aquela Junta remetia aos poderes públicos com fim de dotar a cidade do Porto de aulas de comércio, matemática, inglês e francês<ref name=":8">Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:387.</ref><ref>Araújo, ''250 anos da criação'', 21.</ref>, nomeadamente em 1799 e 1803<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 31-32.</ref>. A estas acresciam as reivindicações de comerciantes e outros para que fosse criada uma aula de comércio e uma academia de Marinha, à semelhança da [[Academia Real de Marinha de Lisboa|Academia Real de Marinha]] existente em Lisboa<ref>Pinto, 31.</ref>. A Junta arguia pela necessidade de educação em consequência do acrescido volume comercial, uma vez que sem aquela não podia "''aquela profissão'' [de comerciante] ''vir a ser exercida com o primor e perfeição que os interesses do estado demandam''"<ref name=":8" />. A mais, os proveitos resultantes do estabelecimento da Aula Náutica do Porto para o reforço do comércio com os portos do Báltico, haviam tornado necessário o "''conhecimento das línguas vivas'' (...) ''não havendo até então na referida cidade do Porto estabelecimento algum, no qual fosse ensinados aqueles idiomas''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:388.</ref>.


Por resolução régia de 26 de Abril de 1824 era requerida a apresentação de um plano de reforma da instituição à Junta da Administração da Companhia<ref>Ribeiro, 2:396-397.</ref>, que data de 21 de Maio de 1825<ref>O plano proposto pela Junta de Administração encontra-se disponível para consulta em Ribeiro, 2:403-427.</ref>. No mesmo ano foram tomadas disposições para assegurar a manutenção financeira da Academia Real aumentando para efeito o imposto sobre o quartilho de vinho, "''devendo o seu producto ser aplicado às despesas ordinárias da academia, à continuação do seu edifício, e ao desempenho da considerável dívida, com que se acha onerada''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:399.</ref>.
A instituição foi dotada de Estatutos em 29 de Julho de 1803, os quais demonstram a influência direta e indireta da organização da Academia Real de Marinha de Lisboa e da Universidade de Coimbra, em particular, esta última no concerne aos estudos matemáticos<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 35-42.</ref>. As aulas foram inauguradas em 4 de Novembro de 1803<ref name=":20">Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:393.</ref>.
 
O financiamento da Academia, assegurado pela Companhia de Agricultura, teve algum impacto nos quadros humanos da instituição, o que é demonstrado pela resolução régia de 26 de Abril de 1824 que requisitava um plano de reforma que no essencial atendesse ao necessário "''saneamento financeiro da ARMCCP''"<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 46.</ref>. No final de 1824, o intuito da reforma conhecia aplicação prática com a extinção, por decreto de 13 de Outubro, do lugar de vice-inspector, criado em 1803 como responsável da Academia junto dos poderes régios, dada a despesa gerada e por ter sido considerado sem proveito<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:397.</ref>. A primeira nomeação para este lugar recaiu em Manuel José Sarmento<ref name=":20" />, interveniente na fundação da Academia, desconhecendo-se os nomes dos seus sucessores. Por razões idênticas, o mesmo decreto declarou extinto o lugar de diretor da aula de desenho<ref>Ribeiro, 2:398.</ref>. Da "''inteira responsabilidade''" do Director Literário, Joaquim Navarro de Andrade<ref name=":10">Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 44.</ref>, o plano de reforma<ref>O plano proposto pela Junta de Administração encontra-se disponível para consulta em Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:403-427.</ref> foi apresentado em 21 de Maio de 1825 e legislado por alvará régio de 16 de Agosto de 1825<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 47.</ref>. Em função, era decretado o aumento do imposto sobre o quartilho de vinho, "''devendo o seu producto ser aplicado às despesas ordinárias da academia, à continuação do seu edifício, e ao desempenho da considerável dívida, com que se acha onerada''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:399.</ref>; a redução do número de lentes substitutos de matemática de três para dois, e a consequente criação dos lugares, sem pagamento, de opositores de matemática; bem como, a redução nos prémios atribuídos aos alunos<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 46-47.</ref>.
 
Com o desenrolar da guerra civil (1832-1834), os estudos da Academia foram suspensos logo no primeiro ano do conflito. Em função do conflito, a administração da Academia saiu da alçada da Companhia de Agricultura, uma vez extintos os "''todos os seus privilégios e prerrogativas de regulação'' (...) ''e consequentemente, deixando de tutelar a ARMCCP''". Dois anos depois, as consequências políticas do conflito seriam ainda sentidas no seio da instituição com a demissão da grande maioria dos seus professores em 19 de Outubro de 1836 dada a sua recusa em jurar a Constituição de 1822<ref>Pinto, 25-26; 44.</ref>.


Em 13 de Janeiro de 1837, era decretada a extinção da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto, sendo sucedida pela [[Academia Politécnica do Porto]]<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 6:154.</ref>.
Em 13 de Janeiro de 1837, era decretada a extinção da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto, sendo sucedida pela [[Academia Politécnica do Porto]]<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 6:154.</ref>.
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As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, por alvará de 1803, o poder régio recomendava ao Senado da cidade do Porto que atendesse às vantagens de os órfãos do Colégio frequentarem as aulas da Academia Real e, assim, não se "''distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:390.</ref>. Simultaneamente, determinava-se a edificação de uma casa naqueles terrenos para instalação das aulas da Academia, a ser financiada pelo "''produto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta'' (...) ''que duraria por tempo de dez anos''"<ref>Ribeiro, 2:389.</ref>. A referida contribuição seria estendida por mais dez anos, em 1813, e novamente em 1825<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>.
As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, por alvará de 1803, o poder régio recomendava ao Senado da cidade do Porto que atendesse às vantagens de os órfãos do Colégio frequentarem as aulas da Academia Real e, assim, não se "''distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:390.</ref>. Simultaneamente, determinava-se a edificação de uma casa naqueles terrenos para instalação das aulas da Academia, a ser financiada pelo "''produto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta'' (...) ''que duraria por tempo de dez anos''"<ref>Ribeiro, 2:389.</ref>. A referida contribuição seria estendida por mais dez anos, em 1813, e novamente em 1825<ref>Ribeiro, 2:390.</ref>.


O financiamento da instituição foi uma questão com algum impacto nos quadros auxiliares. Em 1824, por decreto de 13 de Outubro, o lugar, criado em 1803, de vice-inspector, responsável da Academia junto dos poderes régios, era extinto dada a despesa gerada e por ter sido considerado sem proveito<ref>Ribeiro, 2:397.</ref>. A primeira nomeação para este lugar recaiu em Manuel José Sarmento<ref>Ribeiro, 2:393.</ref>, interveniente na fundação da Academia, desconhecendo-se os nomes dos seus sucessores. Por razões idênticas, o mesmo decreto declarou extinto o lugar de diretor da aula de desenho<ref>Ribeiro, 2:398.</ref>. Em 1817, era criado o lugar de diretor literário da Academia Real de Marinha e Comércio, uma vez ser necessário assegurar a inspeção dos estudos<ref>Ribeiro, 2:395.</ref>. Foi provido Joaquim Navarro de Andrade, decano da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra<ref>Ribeiro, 2:396.</ref>.
Em 1817, por resolução régia de 27 de Agosto, era criado o lugar de diretor literário da Academia Real de Marinha e Comércio que, enquanto representante da Companhia Geral da Agricultura, asseguraria a inspeção dos estudos<ref>Ribeiro, 2:395.</ref><ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 43-44.</ref>. No lugar foi provido Joaquim Navarro de Andrade, decano da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em 9 de Setembro daquele ano<ref name=":10" />. Ocupou o cargo até ao seu falecimento em 1831, sendo sucedido por Sebastião Corvo de Andrade, doutor e lente de Matemática pela Universidade de Coimbra. Finda a guerra civil (1832-1834), o cargo foi ocupado, até 1836, por Agostinho Albano da Silveira Pinto, lente da cadeira de agricultura; e  por João Baptista Ribeiro, lente da cadeira de desenho, até à extinção da instituição no ano seguinte<ref>Pinto, 44-45.</ref>.  


Segundo o edital de 22 de Outubro de 1803, uma vez aprovados nas patentes de Sota-pilotos ou Pilotos, os alunos deveriam "''requerer à sobredita Junta Inspetora a sua admissão a ouvir as lições do 3.º ano de Matemática e Náutica da mesa Academia, até o último dia do presente mês; na certeza de que todos aqueles que não frequentarem este ano a sobredita Aula, não serão reconhecidos Aulistas de Náutica, nem nomeados para embarque, sem que tenham feito o curso completo de todos os estudos determinados nos referidos estatutos''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:393.</ref>.
Segundo o edital de 22 de Outubro de 1803, uma vez aprovados nas patentes de Sota-pilotos ou Pilotos, os alunos deveriam "''requerer à sobredita Junta Inspetora a sua admissão a ouvir as lições do 3.º ano de Matemática e Náutica da mesa Academia, até o último dia do presente mês; na certeza de que todos aqueles que não frequentarem este ano a sobredita Aula, não serão reconhecidos Aulistas de Náutica, nem nomeados para embarque, sem que tenham feito o curso completo de todos os estudos determinados nos referidos estatutos''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:393.</ref>. Finda a assistência da parte teórica, o acesso à Carta de Piloto ou Sota-Piloto ficava condicionado à realização de viagens marítimas aos portos brasileiros ou do mar Báltico na razão de três viagens para Sota-Piloto, e cinco para Piloto. Os discípulos deveriam proceder ao levantamento das suas observações, constituindo a aprovação neste exercício e nas viagens anteriores "''de algum modo, a profissionalização dos alunos da ARMCCP''"<ref name=":9">Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 38.</ref>.


A partir de 1825, por decreto de 3 de Novembro, os alunos eram dotados com a mesma faculdade dos alunos do [[Real Colégio Militar|Colégio Militar]] em prosseguirem os estudos no segundo ano da [[Academia Real de Marinha de Lisboa]], uma vez concluído o primeiro ano de matemática, desta feita, na Academia Real de Marinha e Comércio<ref>Ribeiro, 2:400.</ref>.
A partir de 1825, por decreto de 3 de Novembro, os alunos eram dotados com a mesma faculdade dos alunos do [[Real Colégio Militar|Colégio Militar]] em prosseguirem os estudos no segundo ano da [[Academia Real de Marinha de Lisboa]], uma vez concluído o primeiro ano de matemática, desta feita, na Academia Real de Marinha e Comércio<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:400.</ref>.


No ano letivo de 1834-1835 encontravam-se matriculados os seguintes alunos<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 6:151.</ref>: no primeiro ano matemático 15 alunos e 14 alunos voluntários; no segundo ano matemático dois alunos; no terceiro ano matemático dois alunos; em Filosofia racional e moral 28 alunos; em Desenho cinco alunos e 52 alunos voluntários; em Inglês 22 alunos; em Francês: 84 alunos; e, em Manobra e aparelho naval, dois alunos.
No ano letivo de 1834-1835, encontravam-se matriculados os seguintes alunos<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 6:151.</ref>: no primeiro ano matemático 15 alunos e 14 alunos voluntários; no segundo ano matemático dois alunos; no terceiro ano matemático dois alunos; em Filosofia racional e moral 28 alunos; em Desenho cinco alunos e 52 alunos voluntários; em Inglês 22 alunos; em Francês: 84 alunos; e, em Manobra e aparelho naval, dois alunos.
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
O corpo docente da Academia Real detinha, obrigatoriamente, o curso de licenciados pela Universidade de Coimbra ou aprovação na Aula do Comércio de Lisboa<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:392.</ref>, e compunha-se de oito professores proprietários, distribuindo-se da seguinte forma, a saber, três afetos à aula de matemática, dois para cada uma das línguas, um para a aula de comércio e um para ensinar desenho. Acresciam ainda professores substitutos, em igual número, e um mestre de aparelho e manobra naval<ref>Ribeiro, 2:391.</ref>.
O corpo docente da Academia Real detinha, obrigatoriamente, o curso de licenciados pela Universidade de Coimbra, aprovação na Aula do Comércio de Lisboa<ref>Ribeiro, 2:392.</ref>, ou aprovação pela própria Academia<ref name=":9" />. Compunha-se de oito professores proprietários, distribuindo-se da seguinte forma, a saber, três afetos à aula de matemática, dois para cada uma das línguas, um para a aula de comércio e um para ensinar desenho. Acresciam ainda professores substitutos, em igual número, e um mestre de aparelho e manobra naval<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:391.</ref>. Os lugares de professores substitutos apenas foram preenchidos a partir de 1811<ref name=":1">Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 92.</ref>.


Em 1825, com o objetivo de reduzir a despesa realizada, era suprimido um lugar de professor substituto na aula de matemática, e reduzidos os ordenados dos restantes professores<ref>Ribeiro, 2:399.</ref>.
Conforme o plano de reforma de 1825, foi suprimido um lugar de professor substituto na aula de matemática, e reduzidos os ordenados dos restantes professores<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:399.</ref>. Nas transição para a década de 30, e ao longo desta, os acontecimentos político e bélicos tiveram uma forte influência na composição do corpo docente, sendo disso exemplares as demissões e nomeações efectuadas por D. Miguel em 1829, e as demissões consequentes da recusa de alguns lentes em jurarem, em 1836, a Constituição de 1822<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 48.</ref>.


==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->
Aquando da sua criação, ministravam-se quatro aulas na Academia Real de Marinha do Porto, a saber, de matemática, de comércio, de inglês e de francês. Logo em 29 de Julho de 1803, por alvará, o programa era alargado com o acréscimo das aulas de filosofia racional e moral, e de agricultura<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:390.</ref>. O curso de matemática tinha a duração de três anos. Não obstante, segundo memória do primeiro mestre botânico português contemporâneo, Félix de Avelar Brotero, citado por José Silvestre Ribeiro, a constituição prática da cadeira de agricultura não se verificaria no imediato. Isto não obstante a disponibilidade da Junta de Administração em "''fazer todos os gastos necessários com o ordenado do Professor, com os instrumentos e máquinas novas, e mesmo comprar um terreno para experiências; mas o não ter nesse tempo aparecido um Professor com as circunstâncias que ela exigia, fez demorar este desígnio, até ficar sufocado com os contratempos da guerra''". O lugar de professor só veio a ser ocupado em 1818<ref>Ribeiro, 2:398.</ref>.  
Aquando da sua criação, ministravam-se quatro aulas na Academia Real de Marinha do Porto, a saber, de matemática, de comércio, de inglês e de francês<ref name=":0">Ribeiro, 2:389.</ref>. O curso de matemática apresentava-se "''muito semelhante ao da Academia Real de Marinha de Lisboa''"<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 33.</ref>, com uma duração de três anos e a seguinte distribuição de matérias: "''No primeiro ano: aritmética, geometria, trigonometria plana, seu uso prático, e princípios elementares de álgebra, até às equações do segundo grau inclusivamente, sendo precedidas as respectivas lições de uma introdução, destinada a mostrar o objecto e as divisões da matemática, com referência a cada uma das aulas''"; "''No segundo ano: continuação da álgebra, sua aplicação à geometria, cálculo diferencial e integral, e explicação dos princípios fundamentais de estática, dinâmica, hidrostática, hidráulica e óptica''"; e, "''No terceiro ano: trigonometria esférica, e arte de navegação teórica e prática, seguida das noções de manobra, e do conhecimento e uso prático dos instrumentos astronómicos e marítimos''"<ref name=":5">Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:391.</ref>.  
 
Era determinada a realização de exercícios práticos, nomeadamente ao professor de desenho, e aos professores do primeiro e terceiro ano de matemática, sendo o último coadjuvado por um mestre de manobra para os exercícios práticos de navegação<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 40.</ref>.
 
Logo em 29 de Julho de 1803, por alvará, o programa era alargado com o acréscimo das aulas de filosofia racional e moral, e de agricultura<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:390.</ref>. Contudo, segundo memória do primeiro mestre botânico português contemporâneo, Félix de Avelar Brotero, citado por José Silvestre Ribeiro, a constituição prática da cadeira de agricultura não se verificaria no imediato. Não obstante a disponibilidade da Junta de Administração em "''fazer todos os gastos necessários com o ordenado do Professor, com os instrumentos e máquinas novas, e mesmo comprar um terreno para experiências;'' (...) ''o não ter nesse tempo aparecido um Professor com as circunstâncias que ela exigia, fez demorar este desígnio, até ficar sufocado com os contratempos da guerra''". O lugar de professor só veio a ser ocupado em 1818<ref>Ribeiro, 2:398.</ref>. Relativamente à cadeira de filosofia, determinava-se que fosse o seu ensino "''regulado em tudo pelo que estivesse em uso na Universidade de Coimbra a tal respeito''"<ref>Ribeiro, 2:392.</ref>. O curso completo de desenho deveria ser "''compreensivo dos diferentes ramos'' (...) ''explicando distintamente os princípios da perspectiva, o modo de preparar as tintas e de dar as aguadas. Devia ensinar mui positiva e eficazmente o desenho de marinha, fazendo copiar e reduzir as plantas de costas, baías, enseadas e portos, e representar as vistas de ilhas, cabos e promontórios, e também os navios considerados em diferentes posições e manobras, e, ultimamente, habilitando os seus discípulos na praxe do risco das cartas geográficas e topográficas''"<ref name=":5" />.  


Em 1820, segundo o ''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.,'' existia uma cadeira dedicada ao ensino das primeiras letras<ref name=":4">''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>. Na primeira metade do século XIX era proposta a criação de uma aula de economia política, que não conheceu concretização efetiva, considerando alguns que poderia suceder "''à cadeira de economia política na academia do Porto o mesmo que à de agricultura, ali estabelecida, a qual servia quase de benefício simples a quem a regia, porque não tinha discípulos''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 5:222.</ref>. Em 31 de Julho de 1829, a cadeira de agricultura era definitivamente suprimida<ref>Ribeiro, 5:347.</ref>. Em 1835, determinava-se a leccionação do Código Comercial Português na aula do terceiro ano do curso de matemática<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 6:151.</ref>.
Em 1820, segundo o ''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.,'' existia uma cadeira dedicada ao ensino das primeiras letras<ref name=":4">''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>. Na primeira metade do século XIX,era proposta a criação de uma aula de economia política, que não conheceu concretização efetiva, considerando alguns que poderia suceder "''à cadeira de economia política na academia do Porto o mesmo que à de agricultura, ali estabelecida, a qual servia quase de benefício simples a quem a regia, porque não tinha discípulos''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 5:222.</ref>. Em 31 de Julho de 1829, a cadeira de agricultura era definitivamente suprimida<ref>Ribeiro, 5:347.</ref>. Em 1835, determinava-se a leccionação do Código Comercial Português na aula do terceiro ano do curso de matemática<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 6:151.</ref>.


{| class="wikitable"
{| class="wikitable"
| colspan="5" |'''Plano de estudos de 1803.'''
| colspan="5" |'''Plano de estudos de 1803'''
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|'''Ano'''
|'''Ano'''
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|Matemática<ref name=":0">Ribeiro, 2:389.</ref>
|Matemática (primeiro ano)
|"''No primeiro ano: aritmética, geometria, trigonometria plana, seu uso prático, e princípios elementares de álgebra, até às equações do segundo grau inclusivamente, sendo precedidas as respectivas lições de uma introdução, destinada a mostrar o objecto e as divisões da matemática, com referência a cada uma das aulas''"<ref name=":1">Ribeiro, 2:391.</ref>.
|Aritmética, geometria, trigonometria plana e álgebra.
"''No segundo ano: continuação da álgebra, sua aplicação à geometria, cálculo diferencial e integral, e explicação dos princípios fundamentais de estática, dinâmica, hidrostática, hidráulica e óptica;''"
|
|Professor proprietário entre 1803 e 1810: Manuel José da Cunha e Sousa Alcaforado<ref name=":11">Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 91.</ref>.
Professor proprietário entre 1810 e 1811: João Baptista Fetal da Silva Lisboa<ref name=":11" />.
 
Professor proprietário entre 1811 e 1829: Joaquim António de Oliveira<ref name=":12">Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 92-93.</ref>.
 
Professor proprietário entre 1829 e 1830: João Vieira Pinto<ref name=":13">Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 93.</ref>.
 
Professor proprietário entre 1830 e 1832: António Lebre de Sousa Vasconcelos<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 93-94.</ref>.
 
Professor proprietário entre 1834 e 1836: Joaquim Torquato Alvares Ribeiro<ref name=":14">Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 94.</ref>.
 
Professor proprietário entre 1836 e 1837: António Luiz Soares<ref name=":14" />.
 
Professor substituto entre 1811 e 1819: [[João Carlos de Miranda]]<ref name=":1" />.
 
Professor substituto entre 1819 e 1829: José Carneiro da Silva<ref name=":12" />.
 
Professor substituto entre 1825 e 1829: António José da Costa Lobo<ref name=":6">Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 5:221.</ref>.
 
Professor substituto entre 1829 e 1830: António Lebre de Sousa Vasconcelos<ref name=":13" />.
 
Professor substituto entre 1831 e 1832: Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto<ref name=":13" />.
 
Professor substituto entre 1834 e 1836: Francisco Adão Soares<ref name=":14" />.


"''No terceiro ano: trigonometria esférica, e arte de navegação teórica e prática, seguida das noções de manobra, e do conhecimento e uso prático dos instrumentos astronómicos e marítimos.''"<ref>Ribeiro, 2:391.</ref>.
Professor substituto entre 1834 e 1836: António Fortunato Martins da Cruz<ref name=":14" />.
|-
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|Matemática (segundo ano)
|Continuação de álgebra com aplicação a geometria, cálculo diferencial e integral, e, estática, dinâmica, hidrostática, hidráulica e óptica.
|
|
|Professor proprietário em 1803: José Pinto Rebelo<ref>''Almanach para o anno de M. DCC. LXXXIX.'', 342.</ref>.
|Professor proprietário entre 1803 e 1819: João Calheiros de Magalhães e Andrade<ref>Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 91-92.</ref>.
Professor proprietário do primeiro ano matemático entre 1805 e 1807: Manuel José da Cunha e Sousa Alcaforado<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 557.</ref><ref>''Almanach do anno de 1807'', 605.</ref>.
Professor proprietário entre 1819 e 1831: João Carlos de Miranda<ref name=":12" />.
 
Professor proprietário entre 1834 e 1836: José Carneiro da Silva<ref name=":14" />.
 
Professor proprietário entre 1836 e 1837: João Ricardo Costa<ref name=":14" />.


Professor proprietário do primeiro ano matemático entre 1817 e 1820: Joaquim António de Oliveira<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 194.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 801.</ref>.
Professor substituto entre 1814 e 1825: José Avelino de Castro<ref name=":12" />.


Professor proprietário do segundo ano matemático entre 1805 e 1817: João Calheiros de Magalhães e Andrade<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 557.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 194.</ref>.
Professor substituto entre 1825 e 1829: José Carneiro da Silva<ref name=":13" />.


O lugar de professor proprietário do segundo ano matemático achava-se vago em 1820<ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 801.</ref>.
Professor substituto entre 1825 e 1829: António José da Costa Lobo<ref name=":13" />.


Professor proprietário do terceiro ano matemático entre 1803 e 1820: João Batista Fétal da Silva Lisboa<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:394.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 801.</ref>.
Professor substituto entre 1829 e 1830: António Lebre de Sousa Vasconcelos<ref name=":13" />.


Em 1807, encontravam-se vagos todos os lugares de professor substituto<ref>''Almanach do anno de 1807'', 605.</ref>.
Professor substituto entre 1831 e 1832: Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto<ref name=":13" />.


Professor substituto, [s.d.]: António José da Costa Lobo<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 5:221.</ref>.
Professor substituto entre 1834 e 1836: Francisco Adão Soares<ref name=":14" />.


Professor substituto, [s.d.]: José Avelino de Castro<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 5:221.</ref>.
Professor substituto entre 1834 e 1836: António Fortunato Martins da Cruz<ref name=":14" />.
|-
|
|Matemática (terceiro ano)
|Trigonometria esférica, a teoria e prática da navegação, manobras, e instrumentos astronómicos e marítimos.
|
|Professor proprietário entre 1803 e 1825: João Batista Fétal da Silva Lisboa<ref>Pinto, 91-93.</ref>.
Professor proprietário entre 1825 e 1829: José Avelino de Castro<ref name=":13" />.
Professor proprietário entre 1829 e 1830: Frei Caetano das Dores<ref name=":13" />.


Professor substituto do primeiro ano matemático entre 1817 e 1820: [[João Carlos de Miranda]]<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 194.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
Professor proprietário entre 1830 e 1832: João Vieira Pinto<ref name=":13" />.


Professor substituto do segundo ano matemático entre 1817 e 1820: José Avelino de Castro<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 194.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
Professor proprietário entre 1831 e 1832: José Avelino de Castro<ref name=":13" />.


Professor substituto do terceiro ano matemático entre 1817 e 1820: António José da Costa Lobo<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 194.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
Professor proprietário entre 1834 e 1836: António José da Costa Lobo<ref name=":14" />.  
Professor proprietário entre 1836 e 1837: Diogo Kopke<ref name=":14" />.
 
Professor substituto entre 1814 e 1829: António José da Costa Lobo<ref name=":12" />.
Professor substituto entre 1825 e 1829: José Carneiro da Silva<ref name=":13" />.
 
Professor substituto entre 1829 e 1830: António Lebre de Sousa Vasconcelos<ref name=":13" />.
 
Professor substituto entre 1831 e 1832: Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto<ref name=":13" />.
 
Professor substituto entre 1834 e 1836: Francisco Adão Soares<ref name=":14" />.
 
Professor substituto entre 1834 e 1836: António Fortunato Martins da Cruz<ref name=":14" />.
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|Comércio<ref name=":0" />
|Comércio
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|Professor proprietário em 1805: José Honório Guerner<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref>.
|Professor proprietário em 1805: José Honório Guerner<ref name=":15">''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref>.
Professor proprietário entre 1807 e 1817: José Porfírio da Silva e Lima<ref>''Almanach do anno de 1807'', 606.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref>.
Professor proprietário entre 1807 e 1817: José Porfírio da Silva e Lima<ref name=":16">''Almanach do anno de 1807'', 606.</ref><ref name=":17">''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref>.


Professor proprietário em 1820: António Pedro Gonçalves<ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 801.</ref>.
Professor proprietário em 1820: António Pedro Gonçalves<ref name=":7">''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 801.</ref>.


Professor substituto em 1805: José Porfírio da Silva e Lima<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref>.
Professor substituto em 1805: José Porfírio da Silva e Lima<ref name=":15" />.


Professor substituto entre 1807 e 1817: António Pedro Gonçalves<ref>''Almanach do anno de 1807'', 606.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref>.
Professor substituto entre 1807 e 1817: António Pedro Gonçalves<ref name=":16" /><ref name=":17" />.


Professor substituto em 1820: Francisco Joaquim Maia<ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
Professor substituto em 1820: Francisco Joaquim Maia<ref name=":4" />.
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|Inglês<ref name=":0" />
|Inglês
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|Professor proprietário entre 1805 e 1820: Miguel Sheil<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
|Professor proprietário entre 1805 e 1820: Miguel Sheil<ref name=":15" /><ref name=":4" />.
Professor substituto entre 1805 e 1807: Tomás Danaguen<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref><ref>''Almanach do anno de 1807'', 606.</ref>.
Professor substituto entre 1805 e 1807: Tomás Danaguen<ref name=":15" /><ref name=":16" />.


O lugar de professor substituto esteve vago entre 1812 e 1814.
O lugar de professor substituto esteve vago entre 1812 e 1814.


Professor substituto entre 1817 e 1820: António Dias de Faria<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
Professor substituto entre 1817 e 1820: António Dias de Faria<ref name=":17" /><ref name=":4" />.


Professor substituto em 1828: Luís José Monteiro<ref>Ribeiro, 5:346.</ref>.
Professor substituto em 1828: Luís José Monteiro<ref>Ribeiro, 5:346.</ref>.
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|Francês<ref name=":0" />
|Francês
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|Professor proprietário entre 1805 e 1807: Dupy Michel<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref><ref>''Almanach do anno de 1807'', 606.</ref>.
|Professor proprietário entre 1805 e 1807: Dupy Michel<ref name=":15" /><ref name=":16" />.
Professor proprietário entre 1812 e 1814: Hugo Lacroix<ref name=":2">Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:395.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXIV''., 28.</ref>.  
Professor proprietário entre 1812 e 1814: Hugo Lacroix<ref name=":2">Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:395.</ref><ref name=":18">''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXIV''., 28.</ref>.  


Professor proprietário em 1817: Agostinho Albano da Silva<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref>.  
Professor proprietário em 1817: Agostinho Albano da Silva<ref name=":15" />.  


Professor proprietário em 1820: Francisco Soares Ferreira<ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.  
Professor proprietário em 1820: Francisco Soares Ferreira<ref name=":4" />.  


Professor substituto entre 1805 e 1812: Pedro la Croix<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII'', 515.</ref>.  
Professor substituto entre 1805 e 1812: Pedro la Croix<ref name=":15" /><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII'', 515.</ref>.  


Professor substituto entre 1812 e 1814: Inácio Xavier Gaioso<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII'', 514.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXIV''., 28.</ref>.  
Professor substituto entre 1812 e 1814: Inácio Xavier Gaioso<ref name=":21" /><ref name=":18" />.  


Professor substituto entre 1817 e 1820: António Teixeira de Magalhães<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.  
Professor substituto entre 1817 e 1820: António Teixeira de Magalhães<ref name=":15" /><ref name=":4" />.  
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|Agricultura<ref name=":0" />
|Agricultura
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|O lugar de professor proprietário encontrava-se vago entre 1805 e 1807<ref>''Almanach do anno de 1807'', 605.</ref>.
|O lugar de professor proprietário encontrava-se vago entre 1805 e 1807<ref name=":15" /><ref>''Almanach do anno de 1807'', 605.</ref>.
Professor proprietário em 1820: Agostinho Albano da Silveira Pinto<ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 801.</ref>.
Professor proprietário em 1820: Agostinho Albano da Silveira Pinto<ref name=":7" />.
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|Filosofia racional e moral<ref name=":0" />
|Filosofia racional e moral
|"''Devia ser regulado em tudo pelo que estivesse em uso na Universidade de Coimbra a tal respeito''"<ref>Ribeiro, 2:392.</ref>.
|De acordo com os estudos na Universidade de Coimbra.
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|Professor proprietário entre 1805 e 1817: Manuel Joaquim de Faria Lobo<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 557.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref>.
|Professor proprietário entre 1805 e 1817: Manuel Joaquim de Faria Lobo<ref name=":19">''Almanach do anno de 1805.'', 557.</ref><ref name=":17" />.
Professor proprietário entre 1820: José Francisco Gonçalves<ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 801.</ref>.
Professor proprietário entre 1820: José Francisco Gonçalves<ref name=":7" />.


Professor substituto entre 1805 e 1817: José Francisco Gonçalves<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 557.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref>.
Professor substituto entre 1805 e 1817: José Francisco Gonçalves<ref name=":19" /><ref name=":17" />.


Professor substituto entre 1817 e 1820: José Duarte Salustiano Arnaud<ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
Professor substituto entre 1817 e 1820: José Duarte Salustiano Arnaud<ref name=":17" /><ref name=":4" />.
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|Desenho<ref name=":1" />
|Desenho
|"''um curso completo de desenho, compreensivo dos diferentes ramos'' (...) ''explicando distintamente os princípios da perspectiva, o modo de preparar as tintas e de dar as aguadas. Devia ensinar mui positiva e eficazmente o desenho de marinha, fazendo copiar e reduzir as plantas de costas, baías, enseadas e portos, e representar as vistas de ilhas, cabos e promontórios, e também os navios considerados em diferentes posições e manobras, e, ultimamente, habilitando os seus discípulos na praxe do risco das cartas geográficas e topográficas''"<ref>Ribeiro, 2:391.</ref>.  
|Perspectiva, preparação de tintas e aguadas, desenho de marinha, cópia e redução de plantas, representação topográfica e de navios, e risco de cartas geográficas e topográficas.
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|Professor proprietário entre 1805 e 1812: [[José Teixeira Barreto]]<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII'', 514.</ref>.
|Professor proprietário entre 1805 e 1812: [[José Teixeira Barreto]]<ref name=":15" /><ref name=":21">''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII'', 514.</ref>.
Professor proprietário entre 1812 e 1820: [[Raimundo Joaquim da Costa]]<ref name=":2" /><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 801.</ref>.
Professor proprietário entre 1812 e 1820: [[Raimundo Joaquim da Costa]]<ref name=":2" /><ref name=":7" />.


Professor proprietário, em 1834: João Batista Ribeiro<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 6:150.</ref>.
Professor proprietário, em 1834: João Batista Ribeiro<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 6:150.</ref>.


Professor substituto entre 1805 e 1812: [[Raimundo Joaquim da Costa]]<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII'', 514.</ref>.
Professor substituto entre 1805 e 1812: [[Raimundo Joaquim da Costa]]<ref name=":15" /><ref name=":21" />.


Professor substituto entre 1812 e 1817: João Batista Ribeiro<ref name=":2" /><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref>.
Professor substituto entre 1812 e 1817: João Batista Ribeiro<ref name=":2" /><ref name=":17" />.


Diretor da aula de desenho em 1805: [[Francisco Vieira]]<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref>.
Diretor da aula de desenho em 1805: [[Francisco Vieira]]<ref name=":15" />.


Diretor da aula de desenho entre 1807 e 1817: Domingos António de Sequeira<ref>''Almanach do anno de 1807'', 606.</ref><ref>''Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII''., 195.</ref>.
Diretor da aula de desenho entre 1807 e 1817: Domingos António de Sequeira<ref name=":16" /><ref name=":17" />.
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|O lugar de mestre encontrava-se vago em 1805<ref>''Almanach do anno de 1805.'', 558.</ref>.
|O lugar de mestre encontrava-se vago em 1805<ref name=":15" />.
Mestre entre Janeiro de 1806 e Julho de 1808: José Dias da Silva<ref name=":3">Araújo, ''250 anos da criação'', 22.</ref>.
Mestre entre Janeiro de 1806 e Julho de 1808: José Dias da Silva<ref name=":3">Araújo, ''250 anos da criação'', 22.</ref>.


Mestre entre 1808 e 1820: Pedro Gonçalves Salazar<ref name=":3" /><ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
Mestre entre 1808 e 1820: Pedro Gonçalves Salazar<ref name=":3" /><ref name=":4" />.


Mestre em 1832: José António da Natividade<ref name=":3" />.
Mestre em 1832: José António da Natividade<ref name=":3" />.
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|Primeiras letras (pelo menos, a partir de 1820)<ref name=":4" />
|Primeiras letras (pelo menos, a partir de 1820)
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|Professor proprietário em 1820: João Gonçalves das Neves<ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
|Professor proprietário em 1820: João Gonçalves das Neves<ref name=":4" />.
Professor substituto em 1820: José Luís Coelho Monteiro<ref>''Almanach para o anno de M.DCCC.XX.'', 802.</ref>.
Professor substituto em 1820: José Luís Coelho Monteiro<ref name=":4" />.
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<references />
<references />
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
''Almanach do anno de 1805..'' Lisboa: Impressão Regia, 1807.
''Almanach do anno de 1805..'' Lisboa: Impressão Regia, 1805.
 
''Almanach do anno de 1807''. Lisboa: Impressão Regia, 1807.
''Almanach do anno de 1807''. Lisboa: Impressão Regia, 1807.


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==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Araújo, José Moreira de, Bernardo, Luís Miguel, Monteiro, Marisa. ''250 anos da criação da Aula Náutica do Porto''. Porto: Universidade do Porto, 2012[https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/64528/2/16124.pdf .]
Araújo, José Moreira de, Bernardo, Luís Miguel, Monteiro, Marisa. ''250 anos da criação da Aula Náutica do Porto''. Porto: Universidade do Porto, 2012[https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/64528/2/16124.pdf .]
Pinto, Hélder. "A Matemática na Academia Politécnica do Porto". Dissertação de Doutoramento, Universidade de Lisboa, 2012[http://hdl.handle.net/10451/8653 .]


Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia''. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872[https://permalinkbnd.bnportugal.gov.pt/records/item/70034-redirection .]
Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia''. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872[https://permalinkbnd.bnportugal.gov.pt/records/item/70034-redirection .]
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==Citar este artigo==
==Citar este artigo==
{{Citar este artigo|autor=Barata, João de Almeida|DOI=[https://doi.org/10.34619/kupl-zvul https://doi.org/10.34619/kupl-zvul]}}
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Edição atual desde as 17h18min de 25 de agosto de 2023


Academia Real de Marinha e Comércio do Porto
(ARMCCP)
Outras denominações Academia Real de Marinha e Comércio, Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto
Tipo de Instituição Ensino civil
Data de fundação 9 fevereiro 1803
Data de extinção 13 janeiro 1837
Paralisação
Início: 1832
Fim: 1834
Localização
Localização Colégio de Nossa Senhora da Graça dos Meninos Órfãos, Porto,-
Início: 09 de fevereiro de 1803
Fim: 13 de janeiro de 1837
Antecessora Aula de Náutica do Porto

Sucessora Academia Politécnica do Porto


História

A Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foi uma instituição de instrução naval e comercial criada em 9 de Fevereiro de 1803[1] no rescaldo da extinção da Aula de Náutica do Porto, tendo sido ambas criadas por iniciativa da Junta da Administração da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, bem como a Aula de Desenho e Debuxo do Porto. A Academia surgiu em consequência das petições que, desde 1785, aquela Junta remetia aos poderes públicos com fim de dotar a cidade do Porto de aulas de comércio, matemática, inglês e francês[2][3], nomeadamente em 1799 e 1803[4]. A estas acresciam as reivindicações de comerciantes e outros para que fosse criada uma aula de comércio e uma academia de Marinha, à semelhança da Academia Real de Marinha existente em Lisboa[5]. A Junta arguia pela necessidade de educação em consequência do acrescido volume comercial, uma vez que sem aquela não podia "aquela profissão [de comerciante] vir a ser exercida com o primor e perfeição que os interesses do estado demandam"[2]. A mais, os proveitos resultantes do estabelecimento da Aula Náutica do Porto para o reforço do comércio com os portos do Báltico, haviam tornado necessário o "conhecimento das línguas vivas (...) não havendo até então na referida cidade do Porto estabelecimento algum, no qual fosse ensinados aqueles idiomas"[6].

A instituição foi dotada de Estatutos em 29 de Julho de 1803, os quais demonstram a influência direta e indireta da organização da Academia Real de Marinha de Lisboa e da Universidade de Coimbra, em particular, esta última no concerne aos estudos matemáticos[7]. As aulas foram inauguradas em 4 de Novembro de 1803[8].

O financiamento da Academia, assegurado pela Companhia de Agricultura, teve algum impacto nos quadros humanos da instituição, o que é demonstrado pela resolução régia de 26 de Abril de 1824 que requisitava um plano de reforma que no essencial atendesse ao necessário "saneamento financeiro da ARMCCP"[9]. No final de 1824, o intuito da reforma conhecia aplicação prática com a extinção, por decreto de 13 de Outubro, do lugar de vice-inspector, criado em 1803 como responsável da Academia junto dos poderes régios, dada a despesa gerada e por ter sido considerado sem proveito[10]. A primeira nomeação para este lugar recaiu em Manuel José Sarmento[8], interveniente na fundação da Academia, desconhecendo-se os nomes dos seus sucessores. Por razões idênticas, o mesmo decreto declarou extinto o lugar de diretor da aula de desenho[11]. Da "inteira responsabilidade" do Director Literário, Joaquim Navarro de Andrade[12], o plano de reforma[13] foi apresentado em 21 de Maio de 1825 e legislado por alvará régio de 16 de Agosto de 1825[14]. Em função, era decretado o aumento do imposto sobre o quartilho de vinho, "devendo o seu producto ser aplicado às despesas ordinárias da academia, à continuação do seu edifício, e ao desempenho da considerável dívida, com que se acha onerada"[15]; a redução do número de lentes substitutos de matemática de três para dois, e a consequente criação dos lugares, sem pagamento, de opositores de matemática; bem como, a redução nos prémios atribuídos aos alunos[16].

Com o desenrolar da guerra civil (1832-1834), os estudos da Academia foram suspensos logo no primeiro ano do conflito. Em função do conflito, a administração da Academia saiu da alçada da Companhia de Agricultura, uma vez extintos os "todos os seus privilégios e prerrogativas de regulação (...) e consequentemente, deixando de tutelar a ARMCCP". Dois anos depois, as consequências políticas do conflito seriam ainda sentidas no seio da instituição com a demissão da grande maioria dos seus professores em 19 de Outubro de 1836 dada a sua recusa em jurar a Constituição de 1822[17].

Em 13 de Janeiro de 1837, era decretada a extinção da Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto, sendo sucedida pela Academia Politécnica do Porto[18].

Outras informações

As aulas da Academia Real de Marinha e Comércio do Porto foram estabelecidas provisoriamente no edifício do Colégio dos Meninos Órfãos, aquando da sua criação. Em consequência, por alvará de 1803, o poder régio recomendava ao Senado da cidade do Porto que atendesse às vantagens de os órfãos do Colégio frequentarem as aulas da Academia Real e, assim, não se "distraírem com a assistência aos enterros, e muito menos a pedir esmolas"[19]. Simultaneamente, determinava-se a edificação de uma casa naqueles terrenos para instalação das aulas da Academia, a ser financiada pelo "produto da contribuição de um real em cada quartilho de vinho, que se vendesse na cidade do Porto, e districto do privilégio exclusivo da companhia, nos meses de julho a novembro; contribuição - explicava José Silvestre Ribeiro, esta (...) que duraria por tempo de dez anos"[20]. A referida contribuição seria estendida por mais dez anos, em 1813, e novamente em 1825[21].

Em 1817, por resolução régia de 27 de Agosto, era criado o lugar de diretor literário da Academia Real de Marinha e Comércio que, enquanto representante da Companhia Geral da Agricultura, asseguraria a inspeção dos estudos[22][23]. No lugar foi provido Joaquim Navarro de Andrade, decano da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em 9 de Setembro daquele ano[12]. Ocupou o cargo até ao seu falecimento em 1831, sendo sucedido por Sebastião Corvo de Andrade, doutor e lente de Matemática pela Universidade de Coimbra. Finda a guerra civil (1832-1834), o cargo foi ocupado, até 1836, por Agostinho Albano da Silveira Pinto, lente da cadeira de agricultura; e por João Baptista Ribeiro, lente da cadeira de desenho, até à extinção da instituição no ano seguinte[24].

Segundo o edital de 22 de Outubro de 1803, uma vez aprovados nas patentes de Sota-pilotos ou Pilotos, os alunos deveriam "requerer à sobredita Junta Inspetora a sua admissão a ouvir as lições do 3.º ano de Matemática e Náutica da mesa Academia, até o último dia do presente mês; na certeza de que todos aqueles que não frequentarem este ano a sobredita Aula, não serão reconhecidos Aulistas de Náutica, nem nomeados para embarque, sem que tenham feito o curso completo de todos os estudos determinados nos referidos estatutos"[25]. Finda a assistência da parte teórica, o acesso à Carta de Piloto ou Sota-Piloto ficava condicionado à realização de viagens marítimas aos portos brasileiros ou do mar Báltico na razão de três viagens para Sota-Piloto, e cinco para Piloto. Os discípulos deveriam proceder ao levantamento das suas observações, constituindo a aprovação neste exercício e nas viagens anteriores "de algum modo, a profissionalização dos alunos da ARMCCP"[26].

A partir de 1825, por decreto de 3 de Novembro, os alunos eram dotados com a mesma faculdade dos alunos do Colégio Militar em prosseguirem os estudos no segundo ano da Academia Real de Marinha de Lisboa, uma vez concluído o primeiro ano de matemática, desta feita, na Academia Real de Marinha e Comércio[27].

No ano letivo de 1834-1835, encontravam-se matriculados os seguintes alunos[28]: no primeiro ano matemático 15 alunos e 14 alunos voluntários; no segundo ano matemático dois alunos; no terceiro ano matemático dois alunos; em Filosofia racional e moral 28 alunos; em Desenho cinco alunos e 52 alunos voluntários; em Inglês 22 alunos; em Francês: 84 alunos; e, em Manobra e aparelho naval, dois alunos.

Professores

O corpo docente da Academia Real detinha, obrigatoriamente, o curso de licenciados pela Universidade de Coimbra, aprovação na Aula do Comércio de Lisboa[29], ou aprovação pela própria Academia[26]. Compunha-se de oito professores proprietários, distribuindo-se da seguinte forma, a saber, três afetos à aula de matemática, dois para cada uma das línguas, um para a aula de comércio e um para ensinar desenho. Acresciam ainda professores substitutos, em igual número, e um mestre de aparelho e manobra naval[30]. Os lugares de professores substitutos apenas foram preenchidos a partir de 1811[31].

Conforme o plano de reforma de 1825, foi suprimido um lugar de professor substituto na aula de matemática, e reduzidos os ordenados dos restantes professores[32]. Nas transição para a década de 30, e ao longo desta, os acontecimentos político e bélicos tiveram uma forte influência na composição do corpo docente, sendo disso exemplares as demissões e nomeações efectuadas por D. Miguel em 1829, e as demissões consequentes da recusa de alguns lentes em jurarem, em 1836, a Constituição de 1822[33].

Curricula

Aquando da sua criação, ministravam-se quatro aulas na Academia Real de Marinha do Porto, a saber, de matemática, de comércio, de inglês e de francês[34]. O curso de matemática apresentava-se "muito semelhante ao da Academia Real de Marinha de Lisboa"[35], com uma duração de três anos e a seguinte distribuição de matérias: "No primeiro ano: aritmética, geometria, trigonometria plana, seu uso prático, e princípios elementares de álgebra, até às equações do segundo grau inclusivamente, sendo precedidas as respectivas lições de uma introdução, destinada a mostrar o objecto e as divisões da matemática, com referência a cada uma das aulas"; "No segundo ano: continuação da álgebra, sua aplicação à geometria, cálculo diferencial e integral, e explicação dos princípios fundamentais de estática, dinâmica, hidrostática, hidráulica e óptica"; e, "No terceiro ano: trigonometria esférica, e arte de navegação teórica e prática, seguida das noções de manobra, e do conhecimento e uso prático dos instrumentos astronómicos e marítimos"[36].

Era determinada a realização de exercícios práticos, nomeadamente ao professor de desenho, e aos professores do primeiro e terceiro ano de matemática, sendo o último coadjuvado por um mestre de manobra para os exercícios práticos de navegação[37].

Logo em 29 de Julho de 1803, por alvará, o programa era alargado com o acréscimo das aulas de filosofia racional e moral, e de agricultura[38]. Contudo, segundo memória do primeiro mestre botânico português contemporâneo, Félix de Avelar Brotero, citado por José Silvestre Ribeiro, a constituição prática da cadeira de agricultura não se verificaria no imediato. Não obstante a disponibilidade da Junta de Administração em "fazer todos os gastos necessários com o ordenado do Professor, com os instrumentos e máquinas novas, e mesmo comprar um terreno para experiências; (...) o não ter nesse tempo aparecido um Professor com as circunstâncias que ela exigia, fez demorar este desígnio, até ficar sufocado com os contratempos da guerra". O lugar de professor só veio a ser ocupado em 1818[39]. Relativamente à cadeira de filosofia, determinava-se que fosse o seu ensino "regulado em tudo pelo que estivesse em uso na Universidade de Coimbra a tal respeito"[40]. O curso completo de desenho deveria ser "compreensivo dos diferentes ramos (...) explicando distintamente os princípios da perspectiva, o modo de preparar as tintas e de dar as aguadas. Devia ensinar mui positiva e eficazmente o desenho de marinha, fazendo copiar e reduzir as plantas de costas, baías, enseadas e portos, e representar as vistas de ilhas, cabos e promontórios, e também os navios considerados em diferentes posições e manobras, e, ultimamente, habilitando os seus discípulos na praxe do risco das cartas geográficas e topográficas"[36].

Em 1820, segundo o Almanach para o anno de M.DCCC.XX., existia uma cadeira dedicada ao ensino das primeiras letras[41]. Na primeira metade do século XIX,era proposta a criação de uma aula de economia política, que não conheceu concretização efetiva, considerando alguns que poderia suceder "à cadeira de economia política na academia do Porto o mesmo que à de agricultura, ali estabelecida, a qual servia quase de benefício simples a quem a regia, porque não tinha discípulos"[42]. Em 31 de Julho de 1829, a cadeira de agricultura era definitivamente suprimida[43]. Em 1835, determinava-se a leccionação do Código Comercial Português na aula do terceiro ano do curso de matemática[44].

Plano de estudos de 1803
Ano Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Matemática (primeiro ano) Aritmética, geometria, trigonometria plana e álgebra. Professor proprietário entre 1803 e 1810: Manuel José da Cunha e Sousa Alcaforado[45].

Professor proprietário entre 1810 e 1811: João Baptista Fetal da Silva Lisboa[45].

Professor proprietário entre 1811 e 1829: Joaquim António de Oliveira[46].

Professor proprietário entre 1829 e 1830: João Vieira Pinto[47].

Professor proprietário entre 1830 e 1832: António Lebre de Sousa Vasconcelos[48].

Professor proprietário entre 1834 e 1836: Joaquim Torquato Alvares Ribeiro[49].

Professor proprietário entre 1836 e 1837: António Luiz Soares[49].

Professor substituto entre 1811 e 1819: João Carlos de Miranda[31].

Professor substituto entre 1819 e 1829: José Carneiro da Silva[46].

Professor substituto entre 1825 e 1829: António José da Costa Lobo[50].

Professor substituto entre 1829 e 1830: António Lebre de Sousa Vasconcelos[47].

Professor substituto entre 1831 e 1832: Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto[47].

Professor substituto entre 1834 e 1836: Francisco Adão Soares[49].

Professor substituto entre 1834 e 1836: António Fortunato Martins da Cruz[49].

Matemática (segundo ano) Continuação de álgebra com aplicação a geometria, cálculo diferencial e integral, e, estática, dinâmica, hidrostática, hidráulica e óptica. Professor proprietário entre 1803 e 1819: João Calheiros de Magalhães e Andrade[51].

Professor proprietário entre 1819 e 1831: João Carlos de Miranda[46].

Professor proprietário entre 1834 e 1836: José Carneiro da Silva[49].

Professor proprietário entre 1836 e 1837: João Ricardo Costa[49].

Professor substituto entre 1814 e 1825: José Avelino de Castro[46].

Professor substituto entre 1825 e 1829: José Carneiro da Silva[47].

Professor substituto entre 1825 e 1829: António José da Costa Lobo[47].

Professor substituto entre 1829 e 1830: António Lebre de Sousa Vasconcelos[47].

Professor substituto entre 1831 e 1832: Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto[47].

Professor substituto entre 1834 e 1836: Francisco Adão Soares[49].

Professor substituto entre 1834 e 1836: António Fortunato Martins da Cruz[49].

Matemática (terceiro ano) Trigonometria esférica, a teoria e prática da navegação, manobras, e instrumentos astronómicos e marítimos. Professor proprietário entre 1803 e 1825: João Batista Fétal da Silva Lisboa[52].

Professor proprietário entre 1825 e 1829: José Avelino de Castro[47]. Professor proprietário entre 1829 e 1830: Frei Caetano das Dores[47].

Professor proprietário entre 1830 e 1832: João Vieira Pinto[47].

Professor proprietário entre 1831 e 1832: José Avelino de Castro[47].

Professor proprietário entre 1834 e 1836: António José da Costa Lobo[49]. Professor proprietário entre 1836 e 1837: Diogo Kopke[49].

Professor substituto entre 1814 e 1829: António José da Costa Lobo[46]. Professor substituto entre 1825 e 1829: José Carneiro da Silva[47].

Professor substituto entre 1829 e 1830: António Lebre de Sousa Vasconcelos[47].

Professor substituto entre 1831 e 1832: Rodrigo Ribeiro de Sousa Pinto[47].

Professor substituto entre 1834 e 1836: Francisco Adão Soares[49].

Professor substituto entre 1834 e 1836: António Fortunato Martins da Cruz[49].

Comércio Professor proprietário em 1805: José Honório Guerner[53].

Professor proprietário entre 1807 e 1817: José Porfírio da Silva e Lima[54][55].

Professor proprietário em 1820: António Pedro Gonçalves[56].

Professor substituto em 1805: José Porfírio da Silva e Lima[53].

Professor substituto entre 1807 e 1817: António Pedro Gonçalves[54][55].

Professor substituto em 1820: Francisco Joaquim Maia[41].

Inglês Professor proprietário entre 1805 e 1820: Miguel Sheil[53][41].

Professor substituto entre 1805 e 1807: Tomás Danaguen[53][54].

O lugar de professor substituto esteve vago entre 1812 e 1814.

Professor substituto entre 1817 e 1820: António Dias de Faria[55][41].

Professor substituto em 1828: Luís José Monteiro[57].

Francês Professor proprietário entre 1805 e 1807: Dupy Michel[53][54].

Professor proprietário entre 1812 e 1814: Hugo Lacroix[58][59].

Professor proprietário em 1817: Agostinho Albano da Silva[53].

Professor proprietário em 1820: Francisco Soares Ferreira[41].

Professor substituto entre 1805 e 1812: Pedro la Croix[53][60].

Professor substituto entre 1812 e 1814: Inácio Xavier Gaioso[61][59].

Professor substituto entre 1817 e 1820: António Teixeira de Magalhães[53][41].

Agricultura O lugar de professor proprietário encontrava-se vago entre 1805 e 1807[53][62].

Professor proprietário em 1820: Agostinho Albano da Silveira Pinto[56].

Filosofia racional e moral De acordo com os estudos na Universidade de Coimbra. Professor proprietário entre 1805 e 1817: Manuel Joaquim de Faria Lobo[63][55].

Professor proprietário entre 1820: José Francisco Gonçalves[56].

Professor substituto entre 1805 e 1817: José Francisco Gonçalves[63][55].

Professor substituto entre 1817 e 1820: José Duarte Salustiano Arnaud[55][41].

Desenho Perspectiva, preparação de tintas e aguadas, desenho de marinha, cópia e redução de plantas, representação topográfica e de navios, e risco de cartas geográficas e topográficas. Professor proprietário entre 1805 e 1812: José Teixeira Barreto[53][61].

Professor proprietário entre 1812 e 1820: Raimundo Joaquim da Costa[58][56].

Professor proprietário, em 1834: João Batista Ribeiro[64].

Professor substituto entre 1805 e 1812: Raimundo Joaquim da Costa[53][61].

Professor substituto entre 1812 e 1817: João Batista Ribeiro[58][55].

Diretor da aula de desenho em 1805: Francisco Vieira[53].

Diretor da aula de desenho entre 1807 e 1817: Domingos António de Sequeira[54][55].

Aparelho e manobra naval O lugar de mestre encontrava-se vago em 1805[53].

Mestre entre Janeiro de 1806 e Julho de 1808: José Dias da Silva[65].

Mestre entre 1808 e 1820: Pedro Gonçalves Salazar[65][41].

Mestre em 1832: José António da Natividade[65].

Primeiras letras (pelo menos, a partir de 1820) Professor proprietário em 1820: João Gonçalves das Neves[41].

Professor substituto em 1820: José Luís Coelho Monteiro[41].

Notas

  1. Araújo, 250 anos da criação, 20-21.
  2. 2,0 2,1 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:387.
  3. Araújo, 250 anos da criação, 21.
  4. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 31-32.
  5. Pinto, 31.
  6. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:388.
  7. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 35-42.
  8. 8,0 8,1 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:393.
  9. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 46.
  10. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:397.
  11. Ribeiro, 2:398.
  12. 12,0 12,1 Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 44.
  13. O plano proposto pela Junta de Administração encontra-se disponível para consulta em Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:403-427.
  14. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 47.
  15. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:399.
  16. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 46-47.
  17. Pinto, 25-26; 44.
  18. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:154.
  19. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:390.
  20. Ribeiro, 2:389.
  21. Ribeiro, 2:390.
  22. Ribeiro, 2:395.
  23. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 43-44.
  24. Pinto, 44-45.
  25. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:393.
  26. 26,0 26,1 Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 38.
  27. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:400.
  28. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:151.
  29. Ribeiro, 2:392.
  30. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:391.
  31. 31,0 31,1 Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 92.
  32. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:399.
  33. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 48.
  34. Ribeiro, 2:389.
  35. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 33.
  36. 36,0 36,1 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:391.
  37. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 40.
  38. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:390.
  39. Ribeiro, 2:398.
  40. Ribeiro, 2:392.
  41. 41,0 41,1 41,2 41,3 41,4 41,5 41,6 41,7 41,8 41,9 Almanach para o anno de M.DCCC.XX., 802.
  42. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 5:222.
  43. Ribeiro, 5:347.
  44. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:151.
  45. 45,0 45,1 Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 91.
  46. 46,0 46,1 46,2 46,3 46,4 Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 92-93.
  47. 47,00 47,01 47,02 47,03 47,04 47,05 47,06 47,07 47,08 47,09 47,10 47,11 47,12 47,13 Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 93.
  48. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 93-94.
  49. 49,00 49,01 49,02 49,03 49,04 49,05 49,06 49,07 49,08 49,09 49,10 49,11 Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 94.
  50. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 5:221.
  51. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 91-92.
  52. Pinto, 91-93.
  53. 53,00 53,01 53,02 53,03 53,04 53,05 53,06 53,07 53,08 53,09 53,10 53,11 53,12 Almanach do anno de 1805., 558.
  54. 54,0 54,1 54,2 54,3 54,4 Almanach do anno de 1807, 606.
  55. 55,0 55,1 55,2 55,3 55,4 55,5 55,6 55,7 Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII., 195.
  56. 56,0 56,1 56,2 56,3 Almanach para o anno de M.DCCC.XX., 801.
  57. Ribeiro, 5:346.
  58. 58,0 58,1 58,2 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:395.
  59. 59,0 59,1 Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXIV., 28.
  60. Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII, 515.
  61. 61,0 61,1 61,2 Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII, 514.
  62. Almanach do anno de 1807, 605.
  63. 63,0 63,1 Almanach do anno de 1805., 557.
  64. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:150.
  65. 65,0 65,1 65,2 Araújo, 250 anos da criação, 22.

Fontes

Almanach do anno de 1805.. Lisboa: Impressão Regia, 1805.

Almanach do anno de 1807. Lisboa: Impressão Regia, 1807.

Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXII.. Lisboa: [s.ed.], 1812.

Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXIV.. Lisboa: Typographia da Academia Real das Sciencias, 1814.

Almanach de Lisboa para o anno de MDCCCXVII.. Lisboa: Typographia da Academia Real das Sciencias, 1817.

Almanach para o anno de M.DCCC.XX.. Lisboa: Oficina de J. F. M. de Campos, 1820.

Bibliografia

Araújo, José Moreira de, Bernardo, Luís Miguel, Monteiro, Marisa. 250 anos da criação da Aula Náutica do Porto. Porto: Universidade do Porto, 2012.

Pinto, Hélder. "A Matemática na Academia Politécnica do Porto". Dissertação de Doutoramento, Universidade de Lisboa, 2012.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 5. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 6. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876.

Ligações Internas

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Categoria:Academia Real de Marinha e Comércio do Porto

Ligações Externas

Anacleto, Regina. "O edifício da Academia Real da Marinha e Comércio do Porto. Nótulas de investigação" [disponível online].

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

Apoio especial “Verão com Ciência 2022” da UID 4666 – CHAM — Centro de Humanidades, financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES (PIDDAC)

DOI

https://doi.org/10.34619/kupl-zvul

Citar este artigo

Almeida Barata, João de. "Academia Real de Marinha e Comércio do Porto", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 25/08/2023). Consultado a 13 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Academia_Real_de_Marinha_e_Com%C3%A9rcio_do_Porto. DOI: https://doi.org/10.34619/kupl-zvul