Associação dos Engenheiros Civis Portugueses: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 44: Linha 44:


==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário-->
==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário-->
A Associação dos Engenheiros Civis Portugueses recebeu aprovação dos seus Estatutos em 12 de Abril de 1869, após reuniões preparatórias realizadas nos finais da década de 50<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 10:186.</ref>. Com sede em Lisboa, a criação da Associação deu-se num contexto favorável ao desenvolvimento industrial português, decorrido na segunda metade do século XIX, e à ampla participação dos engenheiros civis nas obras públicas. Nesse contexto foram criadas organizações estatais encarregues de dirigirem o impulso à criação de infraestruturas, sendo disso representativas a criação do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria (MOPCI) e do Corpo de Engenharia, ambos em 1852. Nesta última instituição participaram tanto engenheiros civis, como engenheiros militares, sendo os últimos predominantes devido à facilidade na fixação nos quadros da instituição<ref name=":0" />.  
A Associação dos Engenheiros Civis Portugueses recebeu aprovação dos seus Estatutos em 12 de Abril de 1869, após reuniões preparatórias realizadas nos finais da década de 50<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 10:186.</ref>. Com sede em Lisboa, a criação da Associação deu-se num ambiente favorável ao desenvolvimento industrial português, decorrido na segunda metade do século XIX, e à ampla participação dos engenheiros civis nas obras públicas. Nesse contexto foram criadas organizações estatais encarregues de dirigirem o impulso à criação de infraestruturas, sendo disso representativas a criação do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria (MOPCI) e do Corpo de Engenharia, ambos em 1852. Nesta última instituição participaram tanto engenheiros civis, como engenheiros militares, sendo os últimos predominantes devido à facilidade na fixação nos quadros da instituição<ref name=":0" />.  


O avolumar da actividade profissional alavancou a necessidade da definição de uma identidade profissional e espaço de intervenção próprios na sociedade portuguesa, e, consequentemente, a "''consagração do estatuto social dos engenheiros como profissionais altamente qualificados''"<ref>Rollo, "Há 140 anos", 90.</ref>. Parte desse processo de definição concretizar-se-ia através da autonomização da engenharia civil do âmbito da tradicional engenharia militar, entendida como civil em tempo de paz. A distinção entre a prática civil e militar da engenharia aconteceu através da prática profissional, em particular no âmbito da construção da ferrovia nas décadas de 50 e 60 do século XIX<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 68.</ref>, e não pela autonomização dos estudos de engenharia civil, uma vez que o ensino de engenharia manteve-se na esfera da instrução militar até à primeira década do século XX: "''In technological terms, this focus on railways fostered the development of a specialised profissional community engaged in technical activities. The role of engineers changed as a result of their involvement'' (...) Contact with foreign technological communities and, above all, the opportunity to establish the importance of their specific skills (...) made it possible for Portuguese engineers to see themselves as professionals (...) ''The fact that public works, such as the railway line, were the main hope for Portuguese modernization and that they embodied the welfare of the general public, significantly raised the status of engineers as a professional group''"<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 74-75.</ref>.  
O avolumar da actividade profissional alavancou a necessidade da definição de uma identidade profissional e espaço de intervenção próprios na sociedade portuguesa, e, consequentemente, a "''consagração do estatuto social dos engenheiros como profissionais altamente qualificados''"<ref name=":0" />. Parte desse processo de definição concretizar-se-ia através da autonomização da engenharia civil do âmbito da tradicional engenharia militar, entendida como civil em tempo de paz. A distinção entre a prática civil e militar da engenharia aconteceu através da prática profissional, em particular no âmbito da construção da ferrovia nas décadas de 50 e 60 do século XIX<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 68.</ref>, e não pela autonomização dos estudos de engenharia civil, uma vez que o ensino de engenharia manteve-se na esfera da instrução militar até à primeira década do século XX: " ''The role of engineers changed as a result of their involvement'' nos caminhos de ferro (...) Contact with foreign technological communities and, above all, the opportunity to establish the importance of their specific skills (...) made it possible for Portuguese engineers to see themselves as professionals (...) ''The fact that public works, such as the railway line, were the main hope for Portuguese modernization and that they embodied the welfare of the general public, significantly raised the status of engineers as a professional group''"<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 74-75; acrescentar Marta Macedo, Projectar...</ref>.  


Em 1864, foi criado o Corpo de Engenharia Civil e dos seus Auxiliares, que reconhecia a importância dos engenheiros civis e procurava autonomizar o ramo civil da engenharia militar. Contudo, conheceu uma curta duração, sendo extinto em 1868 e as suas funções transferidas para o Corpo de Engenharia. Este contexto impulsionou a fundação da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, um ano mais tarde<ref name=":0">Rollo, "Há 140 anos", 90.</ref>.
Em 1864, foi criado o Corpo de Engenharia Civil e dos seus Auxiliares, que reconhecia a importância dos engenheiros civis e procurava autonomizar o ramo civil da engenharia militar. Contudo, conheceu uma curta duração, sendo extinto em 1868 e as suas funções transferidas para o Corpo de Engenharia. Este contexto impulsionou a fundação da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, um ano mais tarde<ref name=":0">Rollo, "Há 140 anos", 90.</ref>.
Linha 52: Linha 52:
Nos primeiros Estatutos, aprovados em 1869, a Associação estabeleceu como seu propósito o esclarecimento sobre "''as questões de ciência e arte relativas à engenharia civil''", ou seja, a delimitação da sua área profissional, o desenvolvimento dessas ciências, a promoção do ensino profissional junto de operários e chefes de oficina, o "''estudo das questões de economia política e industrial, de administração e utilidade pública''" com fim de desenvolver a riqueza nacional, a partilha de posições e empregos vagos entre os associados, e o estabelecimento de contatos com "''sociedades análogas existentes em países estrangeiros''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 11:328-329.</ref>. O primeiro presidente da Associação foi João Crisóstomo de Abreu e Sousa, cuja escolha traduzia a ligação entre a engenharia civil, os caminhos-de-ferro, nos quais teve ampla participação, e a modernidade que se almejava para o país<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 77.</ref>.  
Nos primeiros Estatutos, aprovados em 1869, a Associação estabeleceu como seu propósito o esclarecimento sobre "''as questões de ciência e arte relativas à engenharia civil''", ou seja, a delimitação da sua área profissional, o desenvolvimento dessas ciências, a promoção do ensino profissional junto de operários e chefes de oficina, o "''estudo das questões de economia política e industrial, de administração e utilidade pública''" com fim de desenvolver a riqueza nacional, a partilha de posições e empregos vagos entre os associados, e o estabelecimento de contatos com "''sociedades análogas existentes em países estrangeiros''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 11:328-329.</ref>. O primeiro presidente da Associação foi João Crisóstomo de Abreu e Sousa, cuja escolha traduzia a ligação entre a engenharia civil, os caminhos-de-ferro, nos quais teve ampla participação, e a modernidade que se almejava para o país<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 77.</ref>.  


Até ao século XX a actividade dos engenheiros civis permaneceu intimamente ligada às obras públicas, quer em Portugal, quer no espaço colonial português<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 80-81.</ref>, ainda que a Associação tenha procurado estabelecer a relação causal entre a acção do engenheiro civil e o desenvolvimento da indústria moderna no país. Em 1898, as propostas apresentadas pela Associação traduziam justamente essa relação de dependência, a par da necessidade de reformular a formação técnica no campo da engenharia<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 79.</ref>, ainda assegurada pelas escolas militares, como a [[Escola do Exército]] ou a [[Escola Politécnica de Lisboa]].
Até ao século XX a actividade dos engenheiros civis permaneceu intimamente ligada às obras públicas<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 80-81.</ref>, ainda que a Associação tenha procurado estabelecer a relação causal entre a acção do engenheiro civil e o desenvolvimento da indústria moderna no país. Em 1898, as propostas apresentadas pela Associação traduziam justamente essa relação de dependência, a par da necessidade de reformular a formação técnica no campo da engenharia<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 79.</ref>, ainda assegurada pelas escolas militares, como a [[Escola do Exército]] ou a [[Escola Politécnica de Lisboa]].


A actividade da Associação foi igualmente direccionada para o contexto internacional enquanto estratégia de legitimação e pertença a uma cultura de engenharia civil autonomizada do ramo militar, desenvolvida no espaço europeu. Assim, observa-se a participação dos seus membros nas exposições mundiais e em encontros e revistas estrangeiras de especialidade, bem como pela formação técnica em escolas estrangeiras<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 81-82.</ref>.
A actividade da Associação foi igualmente direccionada para o contexto internacional enquanto estratégia de legitimação e pertença a uma cultura de engenharia civil autonomizada do ramo militar, desenvolvida no espaço europeu. Assim, observa-se a participação dos seus membros nas exposições mundiais e em encontros e revistas estrangeiras de especialidade, bem como pela formação técnica em escolas estrangeiras<ref>Diogo, "Portuguese engineers", 81-82.</ref>.

Revisão das 18h42min de 12 de fevereiro de 2024


Associação dos Engenheiros Civis Portugueses
(valor desconhecido)
Outras denominações valor desconhecido
Tipo de Instituição Profissional
Data de fundação 12 abril 1869
Data de extinção 1956
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Lisboa, Portugal
Início: 1869
Fim: 1956
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Ordem dos Engenheiros


História

A Associação dos Engenheiros Civis Portugueses recebeu aprovação dos seus Estatutos em 12 de Abril de 1869, após reuniões preparatórias realizadas nos finais da década de 50[1]. Com sede em Lisboa, a criação da Associação deu-se num ambiente favorável ao desenvolvimento industrial português, decorrido na segunda metade do século XIX, e à ampla participação dos engenheiros civis nas obras públicas. Nesse contexto foram criadas organizações estatais encarregues de dirigirem o impulso à criação de infraestruturas, sendo disso representativas a criação do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria (MOPCI) e do Corpo de Engenharia, ambos em 1852. Nesta última instituição participaram tanto engenheiros civis, como engenheiros militares, sendo os últimos predominantes devido à facilidade na fixação nos quadros da instituição[2].

O avolumar da actividade profissional alavancou a necessidade da definição de uma identidade profissional e espaço de intervenção próprios na sociedade portuguesa, e, consequentemente, a "consagração do estatuto social dos engenheiros como profissionais altamente qualificados"[2]. Parte desse processo de definição concretizar-se-ia através da autonomização da engenharia civil do âmbito da tradicional engenharia militar, entendida como civil em tempo de paz. A distinção entre a prática civil e militar da engenharia aconteceu através da prática profissional, em particular no âmbito da construção da ferrovia nas décadas de 50 e 60 do século XIX[3], e não pela autonomização dos estudos de engenharia civil, uma vez que o ensino de engenharia manteve-se na esfera da instrução militar até à primeira década do século XX: " The role of engineers changed as a result of their involvement nos caminhos de ferro (...) Contact with foreign technological communities and, above all, the opportunity to establish the importance of their specific skills (...) made it possible for Portuguese engineers to see themselves as professionals (...) The fact that public works, such as the railway line, were the main hope for Portuguese modernization and that they embodied the welfare of the general public, significantly raised the status of engineers as a professional group"[4].

Em 1864, foi criado o Corpo de Engenharia Civil e dos seus Auxiliares, que reconhecia a importância dos engenheiros civis e procurava autonomizar o ramo civil da engenharia militar. Contudo, conheceu uma curta duração, sendo extinto em 1868 e as suas funções transferidas para o Corpo de Engenharia. Este contexto impulsionou a fundação da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, um ano mais tarde[2].

Nos primeiros Estatutos, aprovados em 1869, a Associação estabeleceu como seu propósito o esclarecimento sobre "as questões de ciência e arte relativas à engenharia civil", ou seja, a delimitação da sua área profissional, o desenvolvimento dessas ciências, a promoção do ensino profissional junto de operários e chefes de oficina, o "estudo das questões de economia política e industrial, de administração e utilidade pública" com fim de desenvolver a riqueza nacional, a partilha de posições e empregos vagos entre os associados, e o estabelecimento de contatos com "sociedades análogas existentes em países estrangeiros"[5]. O primeiro presidente da Associação foi João Crisóstomo de Abreu e Sousa, cuja escolha traduzia a ligação entre a engenharia civil, os caminhos-de-ferro, nos quais teve ampla participação, e a modernidade que se almejava para o país[6].

Até ao século XX a actividade dos engenheiros civis permaneceu intimamente ligada às obras públicas[7], ainda que a Associação tenha procurado estabelecer a relação causal entre a acção do engenheiro civil e o desenvolvimento da indústria moderna no país. Em 1898, as propostas apresentadas pela Associação traduziam justamente essa relação de dependência, a par da necessidade de reformular a formação técnica no campo da engenharia[8], ainda assegurada pelas escolas militares, como a Escola do Exército ou a Escola Politécnica de Lisboa.

A actividade da Associação foi igualmente direccionada para o contexto internacional enquanto estratégia de legitimação e pertença a uma cultura de engenharia civil autonomizada do ramo militar, desenvolvida no espaço europeu. Assim, observa-se a participação dos seus membros nas exposições mundiais e em encontros e revistas estrangeiras de especialidade, bem como pela formação técnica em escolas estrangeiras[9].

No cômputo geral, a atividade e iniciativa dos engenheiros civis portugueses permaneceu intimamente ligada à concretização de obras públicas face ao lento e diminuto desenvolvimento das indústrias nacionais. Nesse contexto, a actividade associativa foi por diversas vezes gorada por uma realidade política e financeira turbulenta que impediu a concretização de estratégias de desenvolvimento nacional quer durante o regime monárquico constitucional português, quer durante a Primeira República[10].

Em 24 de Novembro de 1936, a organização das profissões foi revista pelo regime do Estado Novo, sendo criada a Ordem dos Engenheiros. A Associação dos Engenheiros Civis Portugueses manteve atividade até à sua extinção oficial em 1956[10].

Outras informações

O número de sócios que, à data da fundação, em 1869, totalizava os 102, conheceu um aumento exponencial atingindo os 1097 sócios em 1936, tendo posteriormente transitado para a Ordem dos Engenheiros[11].

No que concerne à difusão de informação entre associados e à visibilidade pública da Associação achavam-se assegurados pela publicação de órgão periódico próprio sob o título Revista de Obras Públicas e Minas, publicado entre 1870 e 1926, e que foi sucedido pela Revista da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, publicada entre 1927 e 1936.

Notas

  1. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:186.
  2. 2,0 2,1 2,2 Rollo, "Há 140 anos", 90.
  3. Diogo, "Portuguese engineers", 68.
  4. Diogo, "Portuguese engineers", 74-75; acrescentar Marta Macedo, Projectar...
  5. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 11:328-329.
  6. Diogo, "Portuguese engineers", 77.
  7. Diogo, "Portuguese engineers", 80-81.
  8. Diogo, "Portuguese engineers", 79.
  9. Diogo, "Portuguese engineers", 81-82.
  10. 10,0 10,1 Rollo, "Da Associação dos Engenheiros", 108.
  11. A evolução anual do número de sócios entre 1869 e 1936 está disponível em Rollo, "Da Associação dos Engenheiros", 108.

Bibliografia

Diogo, Maria Paula. "Portuguese engineers, public works, and professional identity. The Portuguese Association of Civil Engineers (1869-1937)". Journal of History of Science and Technology 7, (Primavera 2013): 67-84.

Maria Fernanda Rollo, "Há 140 anos: a criação da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses". Ingenium, no. 114 (Novembro/Dezembro 2009): 90-92.

Maria Fernanda Rollo, "Da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses à Ordem dos Engenheiros". Ingenium, no. 116 (Março/Abril 2010): 106-108.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da monarquia. Vol. 10. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1882.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da monarquia. Vol. 11. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1883.

Ligações Internas

Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição siga o link:

Categoria: Associação dos Engenheiros Civis Portugueses

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

Apoio especial “Verão com Ciência 2022” da UID 4666 – CHAM — Centro de Humanidades, financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES (PIDDAC)

DOI

https://doi.org/10.34619/tmig-hfa4

Citar este artigo

Almeida Barata, João de. "Associação dos Engenheiros Civis Portugueses", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 12/02/2024). Consultado a 13 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_dos_Engenheiros_Civis_Portugueses. DOI: https://doi.org/10.34619/tmig-hfa4