João Maria Barreiros Arrobas

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João Maria Barreiros Arrobas
Nome completo João Maria Barreiros Arrobas
Outras Grafias valor desconhecido
Pai Francisco Maria Barreiros Arrobas
Mãe Rita Joaquina de Vera-Cruz
Cônjuge Helena Augusta de Azevedo e Vasconcelos
Filho(s) sem valor
Irmão(s) Carlota Emília Barreiros Arrobas
Nascimento 5 julho 1843
Ilha Brava, Cabo Verde
Morte 29 novembro 1898
Lisboa, Portugal
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Ilha Brava, Cabo Verde
Data Início: 1826

Residência Lisboa, Lisboa, Portugal
Data Início: 1861
Fim: 1898

Residência Luanda, Luanda, Angola
Data Início: 1876
Fim: 1885
Formação
Formação Instrução técnico-profissional
Data Início: 1853
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal

Data Início: 1861
Fim: 1864
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Postos
Posto Sargento
Data Início: setembro de 1861
Fim: 1862
Arma Infantaria

Posto 2º Tenente
Data Início: 08 de setembro de 1862
Fim: setembro de 1874
Arma Infantaria

Posto Capitão
Data Início: setembro de 1874
Fim: março de 1881
Arma Infantaria
Cargos
Cargo Condutor de 2ª classe
Data Início: 22 de maio de 1868

Cargo Director

Cargo Director
Actividade
Actividade Levantamento do território
Data Início: 1876
Fim: 1878
Local de Actividade Angola


Biografia

Dados biográficos

João Maria Barreiros Arrobas nasceu a 5 de Julho de 1843 em São João Baptista, na Ilha Brava de Cabo Verde, e faleceu em Lisboa em data desconhecida. Seu pai, Francisco Maria Barreiros Arrobas, nasceu a 7 de Maio de 1826 em Campo Maior, Portalegre, e faleceu a 28 de Outubro de 1878 em São João, local onde casou a 16 de Outubro de 1842 com Dona Rita Joaquina da Vera-Cruz, sua mãe[1]. A 1 de Maio de 1846 nasceu, igualmente em São João Baptista, a sua irmã Dona Carlota Emília Barreiros Arrobas[1].

Barreiros Arrobas casou na freguesia da Pena, Lisboa, a 30 de Julho de 1884 com Dona Helena Augusta de Azevedo e Vasconcelos[2], nascida a 12 de Março de 1843 em São Romão de Aregos, Resende, filha de José Augusto de Azevedo e Vasconcelos e de Dona Guilhermina Augusta Guedes de Menezes Pinto. Barreiros Arrobas e sua mulher deixaram descendentes[1].

João Maria Barreiros Arrobas foi Tenente-coronel do Exército de África Ocidental e cavaleiro da Ordem de Avis, por decreto de 8 de Julho de 1880[3].

Seu pai, Francisco Maria Barreiros Arrobas, foi tenente-coronel do Exército da Província de Moçambique, Chefe do Estado Maior da Província de Cabo Verde, Administrador do Concelho de Santa Catarina, Santiago, por carta de 18 de Setembro de 1861[4]. Foi, ainda, comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, por carta de 6 de Outubro de 1852[5]. Já seu tio paterno, António Maria Barreiros Arrobas, nascido em 1824, havia sido Governador Geral da Província de Cabo Verde[6].

João Arrobas fez o Curso de arma de Infantaria e Cavalaria na Escola de Portugal, concluído em 1864[7].

Arrobas falava inglês e francês[8].

Carreira

João Maria Barreiros Arrobas ingressou na Escola do Exército como 1º Sargento Graduado Aspirante em 1851. Concluiu o curso de Infantaria em 1864[9]. Por volta de 1853 iniciou os estudos preparatórios no Colégio Militar[10][11]. Eram lentes nessa altura: o tenente coronel de engenharia, secretário da Escola do Exército Sá da Bandeira; João de Vilanova Correia de Barros, major de engenharia, lente da Escola do Exército; João Maria Feijão, major de engenharia, lente da quinta cadeira da Escola do Exército; e Guilherme António da Silva Couvreur, tenente-coronel, engenheiro, secretário da Escola do Exército[12].

Arrobas era 2º tenente do Batalhão de Artilharia de Cabo Verde quando, a 22 de Maio de 1868, foi nomeado condutor de obras públicas para servir em Angola[13].

Em Dezembro de 1868 era condutor de 2ª classe quando solicitou um aumento de vencimento equiparado ao de 3ª classe, alegando desempenhar eficientemente as suas funções. Em resposta foi-lhe dito "(...) mas é verdade também que não obstante o que pensa, a vaidade o cega um pouco, quando se compara com os outros empregados das obras publicas. O condutor Arrobas não tem os conhecimentos especiais valiosos do condutor de 3ª classe Sarmento, nem a pratica de condutor de 3ª classe Carvalho, em construções civis, nem agilidade e aptidão para o trabalha do condutor de 3ª classe Camara Leme..."[14].

Em [1876] trabalhou no reconhecimento do terreno, e estudos definitivos, para a construção do Caminho de Ferro de Luanda a Ambaca, e participou no estudo para a canalização das águas do rio Bengo como imediato do director[15], não estando, nessa altura, no quadro da Direcção das Obras Públicas de Angola. Em Junho desse mesmo ano pediu sua colocação no quadro e o vencimento de acordo com a sua patente[16]. Pedido, esse, que foi aprovado em portaria de 30 Dezembro de 1876[17]. Em 1877 era capitão e condutor de 2ª classe do referido quadro[18]. Esteve em diversas comissões como Director Interino da Direcção das Obras Públicas de Cabo Verde e da Direcção das Obras Públicas de Angola[19]. Em Junho de 1878 encontrava-se a desempenhar funções em Moçâmedes[20] quando solicitou um vencimento equiparado aos condutores de 1ª classe[21]. A sua integração no serviço foi de acordo com os vencimentos decretados na Lei de 12 de Abril de 1876[22]. A 23 de Outubro de 1878[23] apresentou uma exposição referindo que recebia o vencimento equivalente ao de condutor de 1ª classe - capitão - de quinze mil reis (15$000), gratificação de cento e cinquenta e seis mil reis (156$000) e a ajuda de custo mensal de vinte e dois mil reis (22$500), sendo que, segundo o decreto Lei de 3 de Dezembro de 1869, deveria receber trinta mil reis (30$000) de gratificação e vinte e quatro mil reis (24$000) de ajudas de custo mensal[24].

A 10 de Outubro de 1882 Arrobas foi considerado um profissional inteligente e diligente no desempenho das suas funções enquanto condutor das obras públicas em Angola[25]. A 28 do mesmo mês os serviços constataram que, efectivamente, existiam "injustiças" relativamente aos vencimentos, gratificações, e ajudas de custo dos condutores. Alguns destes, de iguais patentes e a desempenhar iguais funções, auferiam de valores diferentes[26].

Em 21 de Novembro de 1882, era, então, Major de Africa Ocidental, condutor de 2ª classe, e com mais de 20 anos de serviço. Factos que alega para solicitar promoção a condutor de 1ª classe[27]. A 23 do mesmo mês obteve a resposta com a informação de que não havia lugar no quadro[28].

Foi chefe da circunscrição de Ambriz em 1887[29]. Neste mesmo ano a sua nota informativa de desempenho profissional na Direcção das Obras Públicas de Angola apresentou o seguinte comentário: "É inteligente e tem aptidão. Cumpre bem o seu serviço, e forma delle bom conceito"[30]. Acrescia a informação de não tinha executado trabalhos extraordinários até esse ano, e que tinha usufruído de várias licenças, algumas remuneradas e outras não, mas nenhuma por doença[30].

João Maria Barreiros Arrobas recebeu uma medalha de prata por comportamento exemplar e o hábito de Pobre[31].

Outras informações

Processo existente no Arquivo Histórico e Militar do Exército.

Para complementar a sua biografia, com informações de familiares, sugere-se a consulta do Registo Geral de Mercês, D. Pedro V, liv.4, fl.88v.

Para complementar a sua biografia, com informações de familiares, sugere-se a consulta do processo no existente no Arquivo Histórico e Militar do Exército.

Poderão ser obtidas mais informações sobre seu tio António Maria Barreiros Arrobas no Arquivo Histórico Ultramarino.

Outras informações sobre o seu tio António Maria Barreiros Arrobas podem ser obtidas na Hemeroteca Digital.

Obras


Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 Jorge Forjaz, Genealogias das Ilhas do Fogo e Brava e de Bissau - Subsídios - Vol. I. Ponta Delgada: Letras Lavadas, 2019, 76-77.
  2. Arquino Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia de Pena, Casamentos 1884, Lv. 33, fl. 28-28v.
  3. Diário do Governo, n.º 174 (04/08/1880), 8.
  4. Arquivo Nacional Torre do Tombo, Mercês de D. Pedro V, L 22, fl. 69v.
  5. Arquivo Nacional Torre do Tombo, Mercês de D. Maria II, L 39, fl. 212v.
  6. Informação coligida da base de dados Geneall.
  7. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Notas".
  8. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Informação referida ao anno de 188[7]" (19.03.1887).
  9. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Declaração de frequência" (12/07/1864).
  10. Arquivo Histórico Militar, Lista dos Alunos das Escolas Militares - Academia de Fortificação, Escola do Exército, Escola de Guerra e Escola Militar (1790 a 1940), João Maria Barreiros Arrobas, registo livro nº5, folha nº444, processo mç. nº17, processo nº1613.
  11. Diário do Governo, n.º 213 (10/09/1853), 1.
  12. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Oficio conclusão de fim de curso de Estudos Militares".
  13. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Portaria régia nº 136 de 22.05.1868" e "Ofício nº 425 de 15.12.1881".
  14. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Ofício nº 20, confidencial, de 23.12.1868".
  15. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas.
  16. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas.
  17. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Requerimento de Barreiros para integra o quadro das Obras Públicas de 22.02.1877".
  18. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas.
  19. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Descrição de funções".
  20. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Requerimento de aumento de vencimento por equivalências de habilitações e graduação".
  21. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Requerimento de ..." e "Caminho de Ferro de Ambaca".
  22. Diário do Governo, n.º 94 (28/04/1876), 2.
  23. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Pedido pedido de 23.10.1878".
  24. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Pedido de actualização de vencimento".
  25. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Declaração de desempenho profissional de 10.10.1882".
  26. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas.
  27. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Requerimento de promoção a condutor de 1ª classe de 21.11.1882".
  28. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Resposta ao requerimento de promoção a condutor de 1ª classe de 23.11.1882".
  29. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Informação referida ao anno de 188[7] de 19.03.1887.
  30. 30,0 30,1 Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas, "Informação referida ao anno de 188[7], datada de " 19.03.1887".
  31. Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas.

Fontes

Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia de Pena, Casamentos 1884.

Arquivo Histórico Militar, Lista dos Alunos das Escolas Militares - Academia de Fortificação, Escola do Exército, Escola de Guerra e Escola Militar (1790 a 1940), João Maria Barreiros Arrobas, registo livro nº 5, folha nº444, processo mç. nº17, processo nº1613.

Arquivo Histórico Ultramarino. Angola, 1D. Obras Públicas - Processos Individuais - letras: G-J, João Maria Barreiros Arrobas, Caixa 1, 1879-1929.

? OU ??

Arquivo Histórico Ultramarino, Angola 768_1_J, Processos Individuais, João Maria Barreiros Arrobas.

Diário do Governo, n.º 213, de 10/09/1853, visualizado 10.06.2022: https://digigov.cepese.pt/pt/pesquisa/listbyyearmonthday?ano=1853&mes=9&tipo=a-diario&filename=1853/09/10/D_0213_1853-09-10&pag=1&txt=barreiros%20arrobas

Diário do Governo, n.º 94, de 28/04/1876, visualizado 10.06.2022: https://digigov.cepese.pt/pt/pesquisa/listbyyearmonthday?ano=1876&mes=4&tipo=a-diario&filename=1876/04/28/D_0094_1876-04-28&pag=2&txt=Diário do Governo, n.º 174, de 04/08/1880, visualizado 08.05.2022: https://digigov.cepese.pt/pt/pesquisa/listbyyearmonthday?ano=1880&mes=8&tipo=a-diario&filename=1880/08/04/D_0174_1880-08-04&pag=8&txt=arrobas

Diário do Governo, n.º 174, (04/08/1880), 8.

Bibliografia

Forjaz, Jorge. Genealogias das Ilhas do Fogo e Brava e de Bissau - Subsídios - Vol. I. Ponta Delgada: Letras Lavadas, 2019.

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Ligações Externas

Francisco Maria Barreiros Arrobas.

Autor(es) do artigo

Sandra Osório da Silva

Departamento de História, NOVA-FSCH, Universidade Nova de Lisboa

https://orcid.org/0000-0001-7529-5008

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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