José Sanches: diferenças entre revisões

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa
m (Substituição de texto - "técnico-cientificas" por "técnico-científicas")
Linha 258: Linha 258:


==Financiamento==
==Financiamento==
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
<!--Acrescentar as referências requeridas pelos vossos contratos, bolsas, etc. -->
<!--Acrescentar as referências requeridas pelos vossos contratos, bolsas, etc. -->



Revisão das 18h10min de 12 de agosto de 2022


José Sanches
Nome completo José Sanches da Silva
Outras Grafias EQUAL
Nascimento 1688
Sexo masculino
Formação
Formação [[Academia Militar da Corte]]
Data Início: 1706

Formação [[Colégio de Santo Antão]]
Data Fim: 1716
Postos
Posto Capitão de Infantaria
Data Início: 1729

Posto Sargento-mor de Infantaria
Data Início: 1733
Cargos
Cargo Lente em Artilharia
Data Início: 1728
Instituição Academia Militar

Cargo Aprendiz de Arquitectura do Paço
Data Início: 1729
Instituição Paço Real de Lisboa
Actividade
Actividade Parecer sobre Aqueducto das Águas Livres
Local de Actividade [[Lisboa, Lisboa, Portugal]]


Biografia

Dados biográficos

José Sanches (Lisboa 1688 - s.d), ou José Sanches da Silva, como Volkmar Machado lhe chamava, foi sargento-mor de infantaria e matemático, com exercício de Engenheiro na Corte de Lisboa.

Aluno da Academia Militar desde 1706 e, simultaneamente, da Aula de Matemática do Colégio de Santo Antão de Lisboa (Casa de Jesus) presta aí exame com o trabalho Perspectiva Matemática Assombrada Aos Rayos Do Mais Brilhante Astro (1716). Um trabalho cuja abordagem da óptica e fundamentos da perspectiva se vincula nitidamente aos conteúdos da Lição de Inácio Vieira no mesmo colégio.

Carreira

José Sanches da Silva é examinado para tomar o lugar de Domingos Vieira, desconhecendo-se a data exacta de tal substituição, para “ensinar em Aula Pública os fogos artificiais, assim militares, para mar e terra, como festivos, a Arte de deitar bombas, Artilharia e outras matérias anexas a matemática.”[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftn1 [1]]

Em 1724 o seu nome surge na listagem de discípulos da academia Militar, sendo ao mesmo tempo associado à docência de Artilharia e Pirotecnia.[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftn2 [2]]

A partir de 1728 exerce a função de lente em Artilharia e segundo informação de Carta Patente de 1729 José Sanches da Silva é nomeado ao posto de Capitão de Infantaria. É também em 1729 que D. João V o nomeia para a praça de aprendiz de arquitectura dos Paços Reais de Lisboa, sucedendo a José Pinheiro. Foi sucedido nesse cargo a 23 de Outubro de 1749 por Elias Sebastião Pope. Recebia nessa função 20000 réis de ordenado pagos do almoxarifado da imposição dos vinhos.[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftn3 [3]]

Em 1733 é promovido a sargento-mor de infantaria «com exercício de engenheiro e do fogo».

Outras informações

A obra Perspectiva Matemática (1716), correspondente a prova prestada por Sanches na Aula de Santo Antão, organiza uma seriação de problemas e conceitos na linha ideológica da Casa Professa. Logo de início é vinculado o valor epistemológico da matemática, “(…) he entre todas as sciencias a mais universal, necessária, & útil,”[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftn1 [4]] desenvolvendo-se porém sob o dogma da concepção geral do cosmos de acordo com a teoria geocêntrica.

A sua autonomia e domínio da matemática é expressa no Tratado matemático de trigonometria (c.1719), ou no seu Curso matemático (s.d.), que incluiria entre os seus 14 tomos matérias como os elementos, geometria prática, arquitectura militar, óptica debruçando-se no último tomo na perspectiva e arquitectura civil, e nelles varias curiozid(ad)es, ou ainda nos Elementos de Euclides (1739) explorando os seis primeiros livros correspondentes à geometria plana. Os mesmos conteúdos são vertidos à prática da Artilharia em Artiheiro Portugues de ensinar a artelharia, bombas, fogos artificiais, petardos, Minas, Contraminas: dividido em dois tomos (s.d.), e ainda na Obra Pyrothecnica ou Arte que se occupa em fabricas de fogos arteficiaes de mar e terra e festivos, deitar bombas, e da Artelharia (1734).

Embora o Tratado matemático de trigonometria (c.1719) não exponha novidades, revela um grande aprofundamento da matéria. O manuscrito contém o Tractado da trigonometria esférica, Tractado mathematico dos probl. Geométricos, e Parte Única dos probl geométricos a [?] das L(inh)as, ang(ul)os e figuras, sendo particularmente relevante o Tractado da geometria prática. Aí Sanches da Silva expõe explora o campo operativo da geometria prática,[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftn2 [5]] com base na etimologia do termo, partindo daí para patentear a organização do trabalho em 5 partes. Na 1ª parte relativa a dos instrumentos úteis p(ar)a a geometria pratica (f.411-531), expõe o domínio instrumental acumulado nas Aulas da Sphera e da Academia Militar explorando o pantometra em problemas de delineação de polígonos e levantamento militar, ao mesmo tempo que os cruza com conteúdos da trigonometria. Um dos pontos mais interessantes desta parte é o capítulo 3º, Da construção e uso da regra proporsional (f.422) em que “Por regra proporcional entendemos hu instrom(en)to em forma de rectang(ul)o, em q se tem a escala, ou petipè dizimal, e as l(inh)as do pantometra. Asim he útil; porq se pode ter mais facilm(ent)e do q este, e também serem as opperaçoens feitas por ella mais ajustadas, do q pelo panthometra porq o exo deste com o uso se pode alargar, não sahimdo por estas couza m(uit)o sertã a opperação, o q na regra proporcional se não pode achar.”[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftn3 [6]]

Obras

Sanches Silva, José. Elementos de Euclides ou Tractado de Geometria Elementar Ditado por Jose Sanches da S[ilv]a Sarg[en]to Mor de Infantaria e Lente na Aula Regia Das Fortificaçoens Desta Cid[ad]e de L[i]x[bo]a 1739. 1739. Manuscrito. COD 5194//2. Biblioteca Nacional de Portugal

Sanches Silva, José. Perspectiva matemática assombrada aos raios do mais brilhante astro. Évora: officina da Universidade, 1716.

Sanches Silva, José. Tratado matemático de trigonometria. c. 1719. Manuscrito. PT/TT/MSLIV/2016. Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Sanches Silva, José. Curso matemático. Manuscrito. PT/TT/MSLIV/2188. Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Sanches Silva, José. Artilheiro Portugues. De Ensinar a Artelharia, Bombas, Fogos Artificiais Petardos, Minas e Contraminas: Deuedido em Dois Tomos. Manuscrito. COD. 4074-4075. Biblioteca Nacional de Portugal.

Sanches Silva, José. Obra Pyrothecnica ou Arte que se occupa em fabricas de fogos arteficiaes de mar e terra e festivos, deitar bombas, e da Artelharia / Que ditou o sargento mor Joze Sanches da Silva, sargento mor Enginheiro Lente da Academia Melitar da Corte no anno de 1734. Manuscrito. COD. 5185. Biblioteca Nacional de Portugal

Abreu, José Rodrigues de, Brito, João Machado de, Campos, Manuel, Gião, Jorge da Mata, Mardel, Carlos and Sanches Silva, José. Pareceres Sobre a Materia de Que se Devem Fazer os Canos do Aqueducto Das Aguas Livres Desde o Rato Até S. Pedro De Alcantara. Lisboa: (s.n), 1747.

Notas

[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftnref1 [1]] ANTT, Registo do Conselho de 1728-1731, Livro 74, f.54. A situação explorada por Ribeiro, Dulcyene Maria. “A formação dos engenheiros militares: Azevedo Fortes, Matemática e ensino da Engenharia Militar no século XVIII em Portugal e no Brasil.” PhD thesis,. Faculdade de educação da Universidade de São Paulo, 2009. a partir do documento Consulta do Conselho de Guerra, de 23 de dezembro de 1732 Maço 91B também do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftnref2 [2]] Ribeiro, “A formação dos engenheiros militares: Azevedo Fortes, Matemática e ensino da Engenharia Militar no século XVIII em Portugal e no Brasil.” (PhD thesis,. Faculdade de educação da Universidade de São Paulo, 2009.), 71.

[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftnref3 [3]]  Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III. (Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922.), 9.

[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftnref1 [4]] Sanches Silva, José. Perspectiva matemática assombrada aos raios do mais brilhante astro.  (Évora: officina da Universidade, 1716.), 1.

[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftnref2 [5]] “He a geometria pratica conforme a etimologia do nome hua sciencia, q trata da medida da terra; porq este nome geometria he grego, q se compõem de duas lições a saber geo, q significa a terra, e metria, q qr dizer medida.” Sanches Silva, José. Tratado matemático de trigonometria. c. 1719. Manuscrito. PT/TT/MSLIV/2016. f.410. Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

[:Ficheiro:///C:/CABELEIRA/PROJECTOS/2019 TechNetEmpire/2019 Outubro/Ficha José Sanches da Silva II.docx# ftnref3 [6]] SANCHES SILVA, f.422.

Fontes

ANTT, Chancelaria D. João V, liv. 75, fol. 334v

Barbosa Machado, Diogo. Bibliotheca Lusitana Historica, Critica, e ChronoIogica, Na qual se Comprehende a noticia dos Authores Portuguezes, e das Obras, que compozeraõ desde o tempo da promulgação da Ley da Graça até o tempo presente.Tomo II. Lisboa: Ignacio Rodrigues, 1747.

Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol III. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922.

Volkmar Machado, Cirilo. Collecção de Memorias Relativas às Vidas dos Pintores, e Escultores, Architetos, e Gravadores Portugueses, e dos Estrangeiros, Que Estiverão em Portugal. Lisboa: Victorino Rodrigues da Silva, 1823.

Sepúlveda. Cristóvão Aires. Historia Organica e Politica do Exercito Português: Provas. T. VIII. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1919. 

Bibliografia

Ribeiro, Dulcyene Maria. “A formação dos engenheiros militares: Azevedo Fortes, Matemática e ensino da Engenharia Militar no século XVIII em Portugal e no Brasil.” PhD thesis,. Faculdade de educação da Universidade de São Paulo, 2009. 

Cabeleira, João. “Arquitecturas Imaginárias. Espaço real e ilusório no Barroco português.” PhD thesis., Universidade do Minho, 2015.

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

João Cabeleira

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo