Manuel de Azevedo Fortes: diferenças entre revisões
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=== Dados biográficos === | === Dados biográficos === | ||
Manuel de Azevedo Fortes nasceu em Lisboa em 1660 e foi exposto no Hospital Real de Todos os Santos. Seria filho natural de "''Monsieur Lembrancourt, Francez nobre, erudito'' [...], ''Intendente, ou pagador geral das Tropas Francesas''", que se encontrava em Portugal desde 1659, e de uma "''mulher Portuguesa bem reputada''". Estas informações são veiculadas a partir do seu ''Elogio Fúnebre'' publicado em 1754 por José Gomes da Cruz, membro da Real Academia de História, concluindo que "''nunca assentou em Pátria certa, nem em paternidade com certeza''" <ref name=":0">Cruz, ''Elogio Funebre de Manoel de Azevedo Fortes'', 2.</ref> <ref name=":1">Garcia, "Manuel de Azevedo Fortes e os mapas da Academia", 141-143.</ref>. | |||
João Carlos Garcia avançou uma identificação verosímil do seu pai como sendo Jean Frémont d'Ablancourt (1625-1693), que permaneceu em Portugal entre 1659 e 1664 sob as ordens do marechal Turenne; depois de regressar a França e sendo protestante, foi forçado ao exílio a partir da promulgação do Édito de Nantes (1685), tendo falecido em Haia em 1693 <ref name=":1" /> <ref>Sepúlveda (''História Orgânica e Política ,'' vol. V: 92) refere D'Ablancourt como ministro da França em Portugal.</ref>. | |||
O próprio Manuel de Azevedo Fortes afirmou que fora exposto, mas ocultou sempre o nome do progenitor (ANTT, Ordem de Cristo, Lv. 97, fl.s 118-118v.; ANTT, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de Cristo, Letra M, mç. 39, n.º 60) | |||
Apesentava-se como tendo nascido na corte e referiu como pai (adoptivo) Estevão de Azevedo, que lhe deu o nome de família <ref name=":0" />. Garcia aponta três candidatos à identificação desta figura<ref name=":1" />, avançando como hipótese mais provável a coincidência com Estevão da Gama de Azevedo e Vasconcelos, cabeça de família nobre de Elvas, com ligações à corte e cargos militares na província do Alentejo, nomeadamente na praça de Campo Maior, mencionando ainda a hipótese de Manuel de Azevedo Fortes ter casado nessa família, já que sua mulher era D. Maria Henriques Azevedo <ref>Viterbo, ''Diccionario Histórico e Documental dos Architectos'', vol.I: 82.</ref> <ref name=":1" />. | |||
===Carreira=== | ===Carreira=== | ||
Em Sena foi “oppositor a uma cadeira de pholosophia e ganhou a palma sobre os seus rivaes”. Deixa legado à Misericórdia de Lisboa para na véspera da Anunciação de Nossa Senhora se distribuir roupa branca pelas enfemarias do Hospital de Todos os Santos. Recebe hábito da Ordem de Cristo a 20 de Novembro de 1705 e é armado cavaleiro. Soldo a dobrar após 1728. Autorizado a “usar de chancela”<ref>Viterbo, <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos,</i> vol. I: 79-85.</ref>. | |||
Em Sena foi “oppositor a uma cadeira de pholosophia e ganhou a palma sobre os seus rivaes”. Deixa legado à Misericórdia de Lisboa para na véspera da Anunciação de Nossa Senhora se distribuir roupa branca pelas enfemarias do Hospital de Todos os Santos. Recebe hábito da Ordem de Cristo a 20 de Novembro de 1705 e é armado cavaleiro. Soldo a dobrar após 1728. Autorizado a “usar de chancela”<ref>Viterbo, <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, | |||
===Outras informações=== | ===Outras informações=== | ||
==Obras== | ==Obras== | ||
*''[https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=3908669 Planta da cidade de Lisboa no tocante à sua fortificação e emendas nela propostas e acentadas pelos engenheiros Francisco Pimentel, e Manuel Mexia da Silva, e Manuel de Azevedo Fortes, e António Velho de Azevedo, e Manuel do Couto, e Manuel Pinto de Vilalobos na última vistoria que por ordem de sua magestade deus guarde se fez no ano de 1700]'' <ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, Lv. 27.</ref> | *''[https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=3908669 Planta da cidade de Lisboa no tocante à sua fortificação e emendas nela propostas e acentadas pelos engenheiros Francisco Pimentel, e Manuel Mexia da Silva, e Manuel de Azevedo Fortes, e António Velho de Azevedo, e Manuel do Couto, e Manuel Pinto de Vilalobos na última vistoria que por ordem de sua magestade deus guarde se fez no ano de 1700]'' <ref>Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, Lv. 27.</ref> | ||
*[http://purl.pt/14547 <i>O Engenheiro Portuguez: Dividido Em Dous Tratados Obra Moderna, E De Grande Utilidade Para Os Engenheiros, E Mais Officiaes Militares Composta Por Manoel De Azevedo Fortes</i>.] | *[http://purl.pt/14547 <i>O Engenheiro Portuguez: Dividido Em Dous Tratados Obra Moderna, E De Grande Utilidade Para Os Engenheiros, E Mais Officiaes Militares Composta Por Manoel De Azevedo Fortes</i>.] | ||
*[http://digitarq.arquivos.pt/details?id=3908669 Plantas de Manuel Azevedo Fortes] | *[http://digitarq.arquivos.pt/details?id=3908669 Plantas de Manuel Azevedo Fortes] | ||
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==Fontes== | ==Fontes== | ||
Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Escrituras, Maço 4º, nº 68. | |||
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro II, Doações, Lv. 56, fl. 174 v., carta padrão, 20 de Agosto de 1705. | |||
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João V, Ofícios e Mercês, Lv. 44, fl. 77, carta padrão, 28 de Janeiro de 1716. | |||
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João V, Ofícios e Mercês, Lv. 87, fl. 23 v., decreto, 10 de Novembro de 1734. | |||
ANTT, Registo da Secretaria da Guerra, 1698-1699, Lv.50, fl. 13, carta patente nomeação de capitão engenheiro, '''4 Setembro''' de 1698 | |||
ANTT, Conselho de Guerra, Registo, Lv. 69, fls. 200-200 v. - nomeação engenheiro -mor, fl. 261v., substituto no governo de C. Vide | |||
ANTT, Conselho de Guerra, '''Decretos''', Maço 62, nº 69, 10 Outubro 1703 | |||
ANTT, Conselho de Guerra, Decretos, Maço 63, Nº 76, 18 de setembro de 1704 refere lente | |||
ANTT, Conselho de Guerra, Decretos, Maço 64, nº 29, despacho de 19 Fevereiro de 1705. | |||
ANTT, Conselho de Guerra, Decretos, Maço 87, nº 13, despacho régio de 16 Setembro 1728 | |||
ANTT, Conselho da Guerra, Decretos, maço 97, nº10, 17 Março 1738 (coelhos) | |||
ANTT, Conselho de Guerra, '''Consultas''', Maço 62, 5 de fevereiro de 1703 | |||
ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 64 A, 4 de Maio de 1706, petição de MAF | |||
ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 69 A, 23 de agosto de 1710. | |||
ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 70, 7 de janeiro de 1711 | |||
ANTT, Conselho de Guerra, '''Consultas''', Maço 93, 9 de junho de 1734 (aqueduto) | |||
ANTT, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de Cristo, Letra M, mç. 39, n.º 60, Diligência de Habilitação para a Ordem de Cristo de Manoel de Azevedo Fortes, <nowiki>https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7637678</nowiki> | |||
ANTT, Chancelaria da Ordem de Cristo, Lv. 97, fl.s 118-118v. confirmar: não está dig | |||
Carta de Diogo Mendonça Corte-Real para o Marquês de Fronteira, comunicando-lhe a ordem do Rei para que visse as duas consultas inclusas da Junta dos Três Estados e Conselho de Guerra, relativas ao papel feito pelo Engenheiro-Mor Manuel de Azevedo Fortes sobre as Academias Militares e seus estudantes, 30 Julho de 1721 | |||
Arquivo Nacional Torre do Tombo, Casa Fronteira e Alorna, n.º 271, doc. 54, PT/TT/CFTR-MAS/006/6.12.114/271.54 (portal.arquivos) | |||
BNP: Secção de Reservados Fundo Geral, Memórias Históricas Relativas ao Magnífico Aqueduto das Agoas Livres de Lisboa, Caixa 189, Doc. 13) | |||
Collecçam dos Documentos, e Memorias da Academia Real da Historia Portgueza. Lisboa Ocidental: Oficina de Pasqual da Silva e José António da Silva, 1721-1736, vol II, V, IX | |||
[http://digitarq.arquivos.pt/details?id=3908669 Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, n.º 27]. | [http://digitarq.arquivos.pt/details?id=3908669 Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, n.º 27]. | ||
==Bibliografia == | ==Bibliografia == | ||
Andrade, António Alberto Banha. "Manuel de Azevedo Fortes, primeiro sequaz, por escrito, das teses fundamentais cartesianas em Portugal." In <i>Contributos para a história da mentalidade pedagógica portuguesa</i>, 119-126. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1982. | Albuquerque, Luís de. “Manuel de Azevedo Fortes“, ''Dicionário de História de Portugal'', dir. Joel Serrão, vol.I, 61. Porto: Livraria Figueirinhas, (1968) 1984. | ||
'''Andrade''', António Alberto Banha. "Manuel de Azevedo Fortes, primeiro sequaz, por escrito, das teses fundamentais cartesianas em Portugal." In <i>Contributos para a história da mentalidade pedagógica portuguesa</i>, 119-126. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, (1950) 1982. | |||
Araújo, Renata. "Manoel de Azevedo Fortes e o estatuto dos Engenheiros Portugueses", ''Manoel de Azevedo Fortes (1660-1749). Cartografia, cultura e urbanismo'', coord. Mário Gonçalves Fernandes. Porto: GEDES-Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2006, 15-34 | |||
Azevedo, Estevão da Gama e Moura e. ''Notícias da antiguidade, aumento e estado presente da Vila de Campo Maior'', org. Rui Rosado Vieira. Campo Maior: Câmara Municipal de Campo Maior, 1993. | |||
Bernardo, Luís Manuel A. V. ''O projecto cultural de Manuel de Azevedo Fortes: um caso de recepção do cartesianismo na ilustração portuguesa''. Lisboa: INCM, 2005. | |||
Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. ''Desígnio e desenho: o Brasil dos engenheiros militares (1500-1582)''. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2011. | |||
Bucho, Domingos. ''Fortificações de Castelo de Vide: história, arquitectura e restauro''. Portalegre: Região de Turismo de São Mamede, 2004 (ver BN) | |||
Calafate, Pedro. "Descartes na filosofia portuguesa do século XVIII", ''Metamorfoses da Palavra - estudos sobre o pensamento português e brasileiro''. Lisboa: 1988, 206-216. | |||
Calafate, Pedro. "Apresentação" de Manuel de Azevedo Fortes, Lógica Racional. Lisboa. INCM, 2002 | |||
Calafate, Pedro. “O conceito de método”, ''História do Pensamento Filosófico Português''. As Luzes. Lisboa: Círculo de Leitores, 2002, 211-212. | |||
Carita, Rui et al. ''Conhecimento e Definição do Território. Os Engenheiros Militares (Séculos XVII-XIX)''. Cat. Lisboa: Direcção dos Serviços de Engenharia - AHM - IAN/TT, 2003 | |||
Conceição, Margarida Tavares da. "A teoria nos textos portugueses sobre engenharia militar: o ''Engenheiro Portuguez'' e os tratados de fortificação", ''Manoel de Azevedo Fortes (1660-1749). Cartografia, cultura e urbanismo'', coord. Mário Gonçalves Fernandes. Porto: GEDES-Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2006, 15-55. | |||
Coxito, Armando A. "O Compêndio de lógica de M. de Azevedo Fortes e as suas fontes | |||
doutrinais". Sep. ''Revista de História das Ideias''. Coimbra: Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra. 1981 (Já está inserido) | |||
'''Cruz,''' José Gomes da. ''Elogio Funebre de Manoel de Azevedo Fortes, engenheiro mor do Reino''. Lisboa: Oficina de José da Silva Natividade, 1754. | |||
Dias, Pedro. “O Engenheiro-mor Manuel de Azevedo Fortes e os projectos de fortificação no Brasil“, ''Anais do VI Colóquio Luso-Brasileiro de História da Arte''. Rio de Janeiro: CBHA / PUC- Rio / UERJ / UFRJ, 2004, II. | |||
Fernandes, Mário Gonçalves, coord. ''Manoel de Azevedo Fortes (1660-1749). Cartografia, cultura e urbanismo'', Porto: GEDES-Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2006. | |||
'''Garcia''', João Carlos. "Manuel de Azevedo Fortes e os mapas da Academia Real da História Portuguesa, 1720-1736", ''Manoel de Azevedo Fortes (1660-1749). Cartografia, cultura e urbanismo'', coord. Mário Gonçalves Fernandes. Porto: GEDES-Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2006, 141-173. | |||
Machado, Diogo Barbosa. ''Biblioteca Lusitana, Histórica, Crítica e Cronológic''a, Lisboa: Oficina de Ignacio Rodrigues, 1752, vol. III: 186-188. | |||
<nowiki>https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=ien.35556000607606&view=1up&seq=11&skin=2021</nowiki> | |||
Lisboa, João Luís, Tiago Miranda e Maria Fernanda Olival. ''Gazetas Manuscritas da Biblioteca Pública de Évora'', vol. II. Lisboa: Colibri, 2005. | |||
Fortes, Manuel de Azevedo, ed. Décio Ruivo Martins. «O engenheiro português », Primeiro Tratado de Engenharia, Col. Obras pioneiras da cultura portuguesa, dir. José Eduardo Franco, Carlos Fiolhais. Lisboa: Círculo de Leitores, 2017. | |||
Manso Porto, Carmen. ''Cartografía histórica portuguesa. Catálogo de manuscritos: siglos XVII-XVIII''. Madrid: Real Academia de la Historia, 1999. | |||
Mendes, M. T. P. Manuel de Azevedo Fortes e a sua “lógica racional, geométrica e | |||
analítica". Tese de licenciatura, Universidade de Coimbra 1955. | |||
Moreira, Rafael. "Do Rigor Teórico à Urgência Prática: A Arquitectura Militar", História da Arte em Portugal, O Limiar do Barroco, dir. Carlos Moura. Lisboa: Publicações Alfa, 1986, 67-86. | |||
Moreira, Rafael e Araújo, Renata. “A Engenharia Militar do séc. XVIII e a ocupação da Amazónia“, ''Amazonia Felsínea. António José Landi: itinerário artístico e científico de um arquitecto bolonhês na Amazónia do século XVIII'', ed. Ana Maria Rodrigues, Lisboa, CNCDP, 1999, 173-195. | |||
Pereira, José Fernandes. “Manuel de Azevedo Fortes“, ''Dicionário da Arte Barroca em Portugal''. Lisboa: Editorial Presença, 1989, 195-197; | |||
'''Ribeiro''', Dulcyene Maria. "A formação dos engenheiros militares: Azevedo Fortes, Matemática e ensino da engenharia militar no século XVIII em Portugal e no Brasil". Tese Doutoramento, Universidade de São Paulo, 2009. | |||
'''Sepúlveda''', Cristovão Aires de Magalhães. ''História Orgânica e Política do Exército Portuguez, Provas'', vol. V. Lisboa: Imprensa Nacional, 1910. | |||
'''Sepúlveda''', Cristovão Aires de Magalhães. ''História Orgânica e Política do Exército Portuguez''. Lisboa, Imprensa Nacional, 1911, vol. VII, 106-111; | |||
Coimbra: Imprensa da Universidade, 1919, vol. VIII: 734-739; e Coimbra: Imprensa da Universidade, 1928, vol. XV, 17-36, 195-197. | |||
'''Viterbo''', Francisco de Sousa. ''Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal'', Lisboa: Imprensa Nacional, 1899, vol. I | |||
Aguilar, Francisco Maria. "Alguns apontamentos para o estudo da vida e da obra de Manuel de Azevedo Fortes" (Dissertação). | '''Aguilar,''' Francisco Maria. "Alguns apontamentos para o estudo da vida e da obra de Manuel de Azevedo Fortes" (Dissertação). | ||
Barata, Maria do Rosário Themudo. "The Lisbon Earthquake of November 1st, 1755: na Historical overview of its approach." In <i>The Lisbon Earthquake: Revisited</i>, edição de Mendes-Victor, L., Oliveira, C.S., Azevedo, J., Ribeiro, A., 25-43. Springer, 2009. | Barata, Maria do Rosário Themudo. "The Lisbon Earthquake of November 1st, 1755: na Historical overview of its approach." In <i>The Lisbon Earthquake: Revisited</i>, edição de Mendes-Victor, L., Oliveira, C.S., Azevedo, J., Ribeiro, A., 25-43. Springer, 2009. | ||
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[http://hdl.handle.net/1822/37251 Domingos, João Caramalho. "O Tractado da Grandeza em Geral de B. Lamy: uma introdução cartesiana à matemática no ensino militar português." Suplemento do <i>Boletim da SPM</i> 71 (Dezembro 2014,): 37-39]. | [http://hdl.handle.net/1822/37251 Domingos, João Caramalho. "O Tractado da Grandeza em Geral de B. Lamy: uma introdução cartesiana à matemática no ensino militar português." Suplemento do <i>Boletim da SPM</i> 71 (Dezembro 2014,): 37-39]. | ||
GEDES (coord.) <i>Manoel de Azevedo Fortes (1660-1749): Cartografia, Cultura e Urbanismo </i>. Porto: Departamento de Geografia e GEDES, 2006. | GEDES (coord.) <i>Manoel de Azevedo Fortes (1660-1749): Cartografia, Cultura e Urbanismo </i>. Porto: Departamento de Geografia e GEDES, 2006. | ||
Mendes, Maria Teresa Pinto. "Manuel de Azevedo Fortes e a sua "lógica racional, geométrica e analítica." Tese de licenciatura, Universidade de Coimbra, 1955. | Mendes, Maria Teresa Pinto. "Manuel de Azevedo Fortes e a sua "lógica racional, geométrica e analítica." Tese de licenciatura, Universidade de Coimbra, 1955. |
Revisão das 23h37min de 15 de dezembro de 2022
Manuel de Azevedo Fortes | |
---|---|
Nome completo | Manuel de Azevedo Fortes |
Outras Grafias | Manoel de Azeuedo Fortes |
Pai | Estevão de Azevedo |
Mãe | valor desconhecido |
Cônjuge | Maria Henriques Azevedo |
Filho(s) | Sem descendência |
Irmão(s) | valor desconhecido |
Nascimento | 1660 Lisboa, Lisboa, Portugal |
Morte | 28 março 1749 Lisboa, Portugal |
Sexo | Masculino |
Religião | valor desconhecido |
Residência | |
Residência | Lisboa, Lisboa, Portugal |
Data | Início: 1695 Fim: 1708 |
Residência | Castelo de Vide, Portalegre, Portugal |
Data | Início: 1709 Fim: 1720 |
Residência | Lisboa, Lisboa, Portugal |
Data | Início: 1720 Fim: 1749 |
Formação | |
Formação | Filosofia |
Local de Formação | Espanha |
Formação | Filosofia |
Local de Formação | Paris, Paris, França |
Formação | Matemática |
Local de Formação | Paris, Paris, França |
Postos | |
Data | Início: 04 de setembro de 1698 |
Data | Início: 03 de novembro de 1703 |
Data | Início: 19 de fevereiro de 1705 |
Posto | Coronel |
Data | Início: 1708 |
Arma | Infantaria |
Posto | Brigadeiro |
Data | Início: 1734 |
Cargos | |
Cargo | Aprendiz |
Data | Início: 16 de abril de 1695 |
Cargo | Engenheiro |
Data | Início: 1698 |
Cargo | Professor |
Data | Início: 09 de agosto de 1696 Fim: 1710 |
Cargo | Professor |
Data | Início: 1710 Fim: 1749 |
Cargo | Governador |
Data | Início: 1706 Fim: 1719 |
Cargo | Engenheiro-mor |
Data | Início: 18 de outubro de 1719 Fim: 1749 |
Actividade | |
Actividade | Vistoria |
Data | Início: 1700 |
Local de Actividade | Lisboa, Lisboa, Portugal |
Actividade | Reparação |
Data | Início: 1703 |
Local de Actividade | Estremoz, Évora, Portugal |
Actividade | Reparação |
Data | Início: 1708 Fim: 1719 |
Local de Actividade | Castelo de Vide, Portalegre, Portugal |
Actividade | Desenho cartográfico |
Actividade | Campanha militar |
Data | Início: maio de 1705 |
Local de Actividade | Espanha |
Biografia
Dados biográficos
Manuel de Azevedo Fortes nasceu em Lisboa em 1660 e foi exposto no Hospital Real de Todos os Santos. Seria filho natural de "Monsieur Lembrancourt, Francez nobre, erudito [...], Intendente, ou pagador geral das Tropas Francesas", que se encontrava em Portugal desde 1659, e de uma "mulher Portuguesa bem reputada". Estas informações são veiculadas a partir do seu Elogio Fúnebre publicado em 1754 por José Gomes da Cruz, membro da Real Academia de História, concluindo que "nunca assentou em Pátria certa, nem em paternidade com certeza" [1] [2].
João Carlos Garcia avançou uma identificação verosímil do seu pai como sendo Jean Frémont d'Ablancourt (1625-1693), que permaneceu em Portugal entre 1659 e 1664 sob as ordens do marechal Turenne; depois de regressar a França e sendo protestante, foi forçado ao exílio a partir da promulgação do Édito de Nantes (1685), tendo falecido em Haia em 1693 [2] [3].
O próprio Manuel de Azevedo Fortes afirmou que fora exposto, mas ocultou sempre o nome do progenitor (ANTT, Ordem de Cristo, Lv. 97, fl.s 118-118v.; ANTT, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de Cristo, Letra M, mç. 39, n.º 60)
Apesentava-se como tendo nascido na corte e referiu como pai (adoptivo) Estevão de Azevedo, que lhe deu o nome de família [1]. Garcia aponta três candidatos à identificação desta figura[2], avançando como hipótese mais provável a coincidência com Estevão da Gama de Azevedo e Vasconcelos, cabeça de família nobre de Elvas, com ligações à corte e cargos militares na província do Alentejo, nomeadamente na praça de Campo Maior, mencionando ainda a hipótese de Manuel de Azevedo Fortes ter casado nessa família, já que sua mulher era D. Maria Henriques Azevedo [4] [2].
Carreira
Em Sena foi “oppositor a uma cadeira de pholosophia e ganhou a palma sobre os seus rivaes”. Deixa legado à Misericórdia de Lisboa para na véspera da Anunciação de Nossa Senhora se distribuir roupa branca pelas enfemarias do Hospital de Todos os Santos. Recebe hábito da Ordem de Cristo a 20 de Novembro de 1705 e é armado cavaleiro. Soldo a dobrar após 1728. Autorizado a “usar de chancela”[5].
Outras informações
Obras
- Planta da cidade de Lisboa no tocante à sua fortificação e emendas nela propostas e acentadas pelos engenheiros Francisco Pimentel, e Manuel Mexia da Silva, e Manuel de Azevedo Fortes, e António Velho de Azevedo, e Manuel do Couto, e Manuel Pinto de Vilalobos na última vistoria que por ordem de sua magestade deus guarde se fez no ano de 1700 [6]
- O Engenheiro Portuguez: Dividido Em Dous Tratados Obra Moderna, E De Grande Utilidade Para Os Engenheiros, E Mais Officiaes Militares Composta Por Manoel De Azevedo Fortes.
- Plantas de Manuel Azevedo Fortes
- Retrato de Manuel Azevedo Fortes.
- Oração proferida por Manuel Azevedo Fortes
- Fortes, Manuel de Azevedo, Representação Feita a Sua Majestade que deus Guarda (...) (Lisboa Ocidental. Na Oficina de Matias Pereira da Silva e João Antunes Pedroso, 1720).
Notas
- ↑ 1,0 1,1 Cruz, Elogio Funebre de Manoel de Azevedo Fortes, 2.
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 Garcia, "Manuel de Azevedo Fortes e os mapas da Academia", 141-143.
- ↑ Sepúlveda (História Orgânica e Política , vol. V: 92) refere D'Ablancourt como ministro da França em Portugal.
- ↑ Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, vol.I: 82.
- ↑ Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, vol. I: 79-85.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, Lv. 27.
Fontes
Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Escrituras, Maço 4º, nº 68.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. Pedro II, Doações, Lv. 56, fl. 174 v., carta padrão, 20 de Agosto de 1705.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João V, Ofícios e Mercês, Lv. 44, fl. 77, carta padrão, 28 de Janeiro de 1716.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João V, Ofícios e Mercês, Lv. 87, fl. 23 v., decreto, 10 de Novembro de 1734.
ANTT, Registo da Secretaria da Guerra, 1698-1699, Lv.50, fl. 13, carta patente nomeação de capitão engenheiro, 4 Setembro de 1698
ANTT, Conselho de Guerra, Registo, Lv. 69, fls. 200-200 v. - nomeação engenheiro -mor, fl. 261v., substituto no governo de C. Vide
ANTT, Conselho de Guerra, Decretos, Maço 62, nº 69, 10 Outubro 1703
ANTT, Conselho de Guerra, Decretos, Maço 63, Nº 76, 18 de setembro de 1704 refere lente
ANTT, Conselho de Guerra, Decretos, Maço 64, nº 29, despacho de 19 Fevereiro de 1705.
ANTT, Conselho de Guerra, Decretos, Maço 87, nº 13, despacho régio de 16 Setembro 1728
ANTT, Conselho da Guerra, Decretos, maço 97, nº10, 17 Março 1738 (coelhos)
ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 62, 5 de fevereiro de 1703
ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 64 A, 4 de Maio de 1706, petição de MAF
ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 69 A, 23 de agosto de 1710.
ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 70, 7 de janeiro de 1711
ANTT, Conselho de Guerra, Consultas, Maço 93, 9 de junho de 1734 (aqueduto)
ANTT, Mesa da Consciência e Ordens, Habilitações para a Ordem de Cristo, Letra M, mç. 39, n.º 60, Diligência de Habilitação para a Ordem de Cristo de Manoel de Azevedo Fortes, https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7637678
ANTT, Chancelaria da Ordem de Cristo, Lv. 97, fl.s 118-118v. confirmar: não está dig
Carta de Diogo Mendonça Corte-Real para o Marquês de Fronteira, comunicando-lhe a ordem do Rei para que visse as duas consultas inclusas da Junta dos Três Estados e Conselho de Guerra, relativas ao papel feito pelo Engenheiro-Mor Manuel de Azevedo Fortes sobre as Academias Militares e seus estudantes, 30 Julho de 1721
Arquivo Nacional Torre do Tombo, Casa Fronteira e Alorna, n.º 271, doc. 54, PT/TT/CFTR-MAS/006/6.12.114/271.54 (portal.arquivos)
BNP: Secção de Reservados Fundo Geral, Memórias Históricas Relativas ao Magnífico Aqueduto das Agoas Livres de Lisboa, Caixa 189, Doc. 13)
Collecçam dos Documentos, e Memorias da Academia Real da Historia Portgueza. Lisboa Ocidental: Oficina de Pasqual da Silva e José António da Silva, 1721-1736, vol II, V, IX
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, n.º 27.
Bibliografia
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Ligações Externas
Manuel Azevedo Fortes In Instituto Camões
Manuel Azevedo Fortes In Wikipédia
Manuel Azevedo Fortes In Fortalezas.org
Quadro de Manuel Azevedo Fortes
Manuela Azevedo de Fortes na toponímia
Autor(es) do artigo
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- Manuel de Azevedo Fortes (última modificação: 15/12/2022). eViterbo. Visitado em 12 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Manuel_de_Azevedo_Fortes