Tomé Pinheiro de Miranda: diferenças entre revisões

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==Biografia==
==Biografia==
===Dados biográficos===<!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->


===Dados biográficos=== <!--Nome pelo qual é conhecido. Local de nascimento. Data. Filiação (pai/mãe). Casamento(s). Filhos(s). Formação escolar e académica. Sítios onde estudou. Outros dados biográficos que sejam interessantes/relevantes-->
Tomé Pinheiro de Miranda era natural de Valença do Minho.  Não se sabe a data do seu nascimento. Fez a sua formação na [[Aula de Fortificação de Lisboa]] com [[Luís Serrão Pimentel]], sendo aluno partidista provavelmente entre 1663 e 1666. Sabe-se que esteve servindo no Minho, sob as ordens de [[Miguel Lescol]], desde 1666 até data incerta e depois a partir de princípios do ano de 1669 até ao seu embarque definitivo para o Estado do Maranhão e Grão Pará, em 1671<ref name=":04">Soromenho, Miguel. ''Manuel Pinto de Vilalobos: Da Engenharia Militar à Aquitectura.'' Dissertação de Mestrado. Universidade Nova de Lisboa, 1991, pp. 22, 41-42.</ref>. Morreu no Estado do Maranhão em 1681.
===Carreira===<!--Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->


Henrique João Wilkens nasceu em 1736 e morreu em 2 de outubro de 1802. As indicações bibliográficas divergem quanto à sua nacionalidade, que poderia ser inglesa ou portuguesa. Viterbo supôs que fosse inglês, pois, seguramente, ''"falava, lia e escrevia neste idioma"''<ref name=":0" />. Mas Francisco Xavier de Mendonça Furtado diz em uma carta que ele era "''nascido e criado em Portugal''"<ref name=":1" />.
Em 1666, quando Tomé Pinheiro de Miranda pede o posto de engenheiro das fortificações, diz que ele tinha ''“aprendido mais de dois anos a arte das fortificações na aula de matemática e algumas obras em Vila Viçosa, no Castelo de Montemor, em Estremoz e no desenho que o dito engenheiro-mor fez em Évora e no verão passado em Setúbal, Sesimbra e Alcacer, viu e ajudou nos desenhos, e tirou por sua ordem a planta de Setúbal, que é mais exata que se tirou e já de antes tinha assistido em outras partes”''<ref name=":23">Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. ''Historia organica e politica do exercito portuguez: provas''. Vol.VIII. Lisboa Coimbra: Imprensa Nacional ; Imprensa da Universidade, 1919, pp. 198-203.</ref>.


Em 1753, integrou a comitiva que foi para o Grão Pará, acompanhando o Governador e Plenipotenciário das Demarcações, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão de Sebastião de Carvalho e Melo, então Conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal. Em 9 de março de 1754, numa carta endereçada ao irmão, Mendonça Furtado refere a um rapaz, enteado do boticário da rainha-mãe que o governador tinha feito assentar praça como soldado e, como tinha noções de geometria, foi entregue ao matemático e astrónomo Pe. Inácio  Smartoni para ser educado na engenharia e este agora pedia o posto de ajudante engenheiro, pelo que encaminhava ao rei este pedido<ref name=":1">Mendonça, Marcos Carneiro de. ''A Amazonia Na Era Pombalina''. 3 vols. Rio de Janeiro: IHGB, 1963, pp. 535, 712, 745. </ref>. Em 7 de setembro de 1755, refere, novamente, na correspondência com o irmão, a uma carta datada de 15 de março do mesmo ano em que se lhe ordena passar patente de ajudante engenheiro a Wilkens, que é identificado como o protegido da rainha-mãe<ref name=":1" />.
Com efeito a informação de Luís Serrão Pimentel confirma que ''“o suplicante é muito bom sujeito e que sabe bem debuxar e teve tanta curiosidade de aprender que foi as férias passadasa Setúbal com ele engenheiro-mor, ao desenho das obras daquela praça e tirou uma planta de toda a fortificação muito exatamente, e já nas férias de 1664 tinha ido a Montemor assistir nas obras o Castelo, que se fez e assim o julga o engenheiro mor por muito merecedor de que V. Majestade o despache como aos mais condiscípulos seus, pois virá a ser muito bom engenheiro com o exercício”''<ref name=":23" />.


Desde 1753 até 1802, Henrique Wilkens residiu na Amazónia realizando vários trabalhos relativos às demarcações de limites e outros. Casou-se com Inês Aranha, natural do Pará. Em 1779, faz um pedido para ir à corte<ref>Arquivo Histórico Ultramarino_ACL_CU_013_Cx.84, D.6885. 1779, Dezembro,14. Consulta do Conselho Ultramarino sobre o requerimento do capitão de Infantaria com exercício de engenheiro Henrique João Wilkens solicitando licença para ir a corte. </ref>. Refere nesta circunstância um acidente que lhe tinha deixado cego do olho esquerdo e os problemas de saúde da sua mulher, que o deveria acompanhar na viagem. A autorização é concedida, mas a viagem provavelmente não se realizou, pois em documento datado de 10 de Agosto de 1800, volta a pedir para ir a corte acompanhado de algum filho ou neto. Refere nesta circunstância a sua numerosa família. Contudo, o seu único filho conhecido é [[José Joaquim Wilkens]], que também seguiu carreira como militar no Pará. Sabe-se ainda que uma filha de Wilkens, chamada Joana, casou-se com Severino Eusébio de Matos, que foi diretor da Vila de Barcelos e que ambos são os pais de [[João Henrique de Matos]], nascido em 1784, que vira a ser coronel e  importante político do século XIX no Estado do Amazonas. Henrique João Wilkens morreu a 2 de outubro de 1802, na cachoeira do Salto, no rio Madeira, para onde tinha sido enviado para o estabelecimento de uma nova povoação. 
Tendo sido pensado para servir inicialmente no Alentejo é por pedido seu que é nomeado ajudante engenheiro para servir na Província do Entre Douro e Minho de que recebe patente em 30 de agosto de 1666.
===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
Começou por servir no estado do Grão-Pará como soldado em 1753. Completou a sua formação em Belém, no colégio jesuíta de Santo Alexandre, sob a tutela do Padre Inácio Smartoni. Ainda em 1753, Wilkens refere ter sido ''"empregado no conhecimento de toda a costa do Marajó, com os mais engenheiros, nas observações astronómicas com o Pe. Smartoni, nesta cidade e em Colares, nas mesmas observações em Macapá, na configuração do mapa do Amazonas, em primeiro uso que se fez do outante Hadleiano, para o dito fim"''<ref name=":2">Amoroso e Farage, ''Relatos Da Fronteira Amazônica No Século XVIII'', 65.</ref>. Em 1754, vai para o arraial de Mariuá e é enviado em missão ao Rio Negro juntamente com [[António José Landi]]. Nesta ocasião diz que construiu e formalizou o primeiro mapa desde o arraial (futura vila de Barcelos) até as cachoeiras, até então desconhecidas. Afirma ainda que participou nas observações astronómicas feitas no rio Madeira e no rio Solimões, com o astrónomo [[João Angelo Brunelli]] <ref name=":2" />.  


Em 1755, recebe a patente de ajudante de infantaria com exercício de engenheiro. Mendonça Furtado cogita integrá-lo na equipe de demarcação do Mato Grosso, juntamente o Pe. Smartoni, com quem Wilkens reside até as vésperas da expulsão dos jesuítas do Grão Pará em 1759. Em 1756, foi enviado por Mendonça Furtado à aldeia dos Abacaxis (futura vila de Borba), no rio Madeira, onde terá realizado as observações astronómicas que refere. A partir de 1762, está envolvido na fortificação de Macapá, tendo participado na primeira fortificação de campanha e depois na construção da praça e fortificação regular segundo o projeto do Sargento Mor [[Henrique António Galluzzi]].
Em carta de 27 de Dezembro de 1668 dirigida ao  Conselho  de  Guerra,  Miguel  Lescol  solicitava que  lhe  concedessem  três auxiliares  mencionando  expressamente o nome de Tomé Pinheiro de Miranda, correspondendo ao período intermédio de ausência deste. O Conselho, em resposta, realçava o mérito de Lescole que a tudo acudia “sem ter os officiaes que havia no Exército do Alentejo<ref name=":04" />. O pedido seria atendido em resolução do mesmo Conselho de 7 de Fevereiro de 1669<ref name=":04" />.


Em 14 de agosto de 1764, foi promovido a capitão de infantaria com exercício de engenheiro, com soldo dobrado<ref name=":0" /> e, em 1769, depois da morte de Galluzzi, Wilkens assume a direção da obra da fortaleza de Macapá. Há uma série de relatórios seus sobre esta fortaleza no Arquivo Histórico Ultramarino.
Em petição apresentada ao Conselho Ultramarino, em 1670, refere que, tendo sido avisado pelo engenheiro-mor [[Luís Serrão Pimentel]], que deveria ir para o Maranhão  ''"para lá desenhar, por em execução e construir as fortificações necessárias naquele Estado e que o dito engenheiro mor mandará outro discípulo da Aula para assistir às fortificações do Minho que basta ainda que de novo seja dos da Aula por haver de assistir a prática com o Mestre de Campo Miguel de Lescol até ter tomado bastante da prática".'' Inferindo que assim tenha ocorrido, terá terminado a sua formação antes de 1666, ano em que seguramente já está no Minho sob as ordens de Lescole, adquirindo com este a prática da sua profissão. Com efeito, no mesmo documento o próprio confirma que serviu ''"muitos anos de engenheiro da província do Minho, desenhando e obrando nas fortificações onde lhe ordenava o Marechal de Campo  [[Miguel Lescol]]"'', afirmando ainda que ''"fez obras em terras da Galiza em tempo de guerra"''<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ACL_CU_009, Cx. 5, D. 556. 1671, Janeiro, 21. Consulta do Conselho Ultramarino para o Príncipe regente D. Pedro, sobre o pedido do engenheiro Tomé Pinheiro de Miranda, que vai para o Maranhão e deseja uma ajuda de custo.</ref>.


Em 11 de agosto de 1780, foi nomeado segundo comissário para as demarcações do Rio Negro e recebe a patente de sargento-mor de artilharia com exercício de engenheiro<ref name=":0" />. De 23 de fevereiro a 19 de junho de 1781, comanda a Viagem ao rio Japurá, escrevendo o seu diário<ref name=":2" />. Em 1785, Wilkens estava em Ega (hoje Tefé), ponto de encontro das comitivas portuguesa e espanhola. É o ano da conversão dos índios Mura, no lago Amaná, no rio Japurá. Wilkens escreve, neste ano, o poema ''Muhuraida, ou o Triunfo da Fé''<ref>Wilkens, ''Muhuraida ou o Triunfo da Fé.'' </ref>''.'' É encarregado pelo Governador João Pereira Caldas de cuidar da fortificação do Rio Negro e escreve, a pedido do Primeiro Comissário das Demarcações João Batista Mardel, um plano de defesa para aquela região que consiste na manutenção de um exército armado na linha da fronteira.
Como a viagem ao Maranhão era “''dilatada e de grandes custos”'' Tomé Pinheiro de Miranda pediu ajuda de custo, dizendo que esta tinha sido dada a [[António Correia Pinto]], que foi enviado para Pernambuco. Dizia que Correia Pinto foi  ''“discípulo da mesma Aula do Engenheiro-Mor",'' mas que embora tenha ''"praticado nas fortificações"'', ''"era mais moderno que o suplicante”'' (ou seja,mais novo). Na petição reclamava para si além da ajuda de custo, o posto  de capitão de infantaria com o respectivo soldo e o hábito de Cristo. Os conselheiros do  Conselho Ultramarino  concordavam que se devia dar o posto e o soldo de capitão de infantaria, que o governador o deveria prover em chegando ao Maranhão, assim como deveria também ''“lhe repartir terra como lhe parecer para a beneficiar”''. Acatavam também o pedido de ajuda de custo para ele pudesse viajar com o governador Pedro César de Meneses, tendo em conta a necessidade de acodir urgentemente às fortificações daquele Estado. Nada se diz acerca do hábito de Cristo. A carta patente está datada de 19 de Janeiro de 1671 quando é nomeado engenheiro do Estado do Maranhão, com posto de capitão de infantaria, partindo com o governador Pedro César de Meneses.


Em 1786, Wilkens chega ao quartel espanhol de Mainas e, em 1787, é encarregado de organizar a expedição de reconhecimento dos rios Javari e Juruá<ref>Arquivo Histórico Ultramarino_ACL_CU_020, cx.13, D.477. 1787, Abril, 30. </ref>.
Pinheiro de Miranda permaneceu no Estado do Maranhão até a sua morte, que terá ocorrido em 1681, pois uma consulta do Conselho Ultramarino deste ano refere a necessidade de o susbtituir <ref>Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ Consultas Mistas. Códice 17.  335v-336. Nomeação de pessoas para o posto de capitão engenheiro que estava vago no Maranhão por morte de Tomé Pinheiro de Miranda. 27 de Agosto de 1681. </ref>. Em 1685 foi nomeado [[Pedro de Azevedo Carneiro]] para a sua vaga<ref>Viterbo, <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>, [https://archive.org/details/diccionariohisto02vite Vol II], 277.</ref>.  
 
Em 1788, sob encargo de Pereira Caldas, organiza o recenseamento dos estabelecimentos dos índios Mura e recepciona, em Ega, o Bispo do Pará Frei D. Caetano Brandão, em visita pastoral. Começa a ter problemas com o governador Gama Lobo de Almada, por discordar da sua política relativamente aos espanhóis<ref>Reis, ''Lobo d’Almada Um Estadista Colonial'', 138-141.</ref>.  
 
A 26 de setembro de 1794 foi feito tenente-coronel com exercício de engenheiro no Real Corpo de Engenheiros<ref name=":0">Viterbo. <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos</i>, 3:196-197.</ref>.
 
Em 1799, é candidato à sucessão de Lobo de Almada para o governo da capitania do Rio Negro, mas é preterido pelo Tenente José António Salgado. Em 1800, escreve uma longa carta em tom auto biográfico pedindo para ir à corte, acompanhado de algum filho ou neto, ''"para representar a sua justiça e razão aos pés de Sua Alteza Real"''<ref name=":2" />. Elabora neste ano um parecer sobre as comunicações entre as povoações do rio Negro e do Solimões. 
===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
Como vários outros governadores do Estado do Maranhão e Grão Pará, Pedro César de Meneses residiu boa parte do seu tempo de governo em Belém. É provável que o engenheiro do Estado tenha feito várias diligências do seu serviço no Grão Pará. Entre estas, poderá ter dirigido a instação dos colonos açorianos que chegaram em Belém em 1676, o que exigiu a abertura de uma nova rua na cidade, que tomou o nome de rua de São Vicente. A rua foi aberta no lado oriental da travessa da Misericórdia constituindo o terceiro eixo do bairro da Campina<ref name=":13">Araujo, Renata. ''As Cidades da Amazónia no século XVIII: Belém, Macapá e Mazagão''. Porto: Faup, 1998.</ref>.


==Obras== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->
O ano de 1676 marca também a decisão camarária de finalmente construir uma casa para abrigar os governadores em Belém, resolvendo assim o incómodo de desalojar os moradores das melhores casas e tendo sobretudo em conta a decisão tomada por Pedro Césr de Meneses de se instalar na cidade. A Casa da Residência ficou concluída em 1680 e é também possível que possa ter tido a interferência do engenheiro<ref name=":13" />.
No Arquivo Histórico do Exército, no Rio de Janeiro consta um álbum que contém cópias de plantas de sua autoria.  
 
''Coleção Relativa à Fortaleza de Macapá'' – Doze mapas coloridos, cópias de outros desenhos de diversos autores e datas (incluindo Henrique João Wilkens e Francisco José da Costa Roxa e Mendonça), em papel canson, em bom estado, medindo 56cm x 33,5cm. Alguns desenhos executados  pelo cadete João Henrique de Matos e outros por Ignácio António da Silva, 2º Tenente de Artilharia. (c. 1805)<ref>Arquivo Histórico do Exército - Brasil (AHEx). Cota: AHE 06.30.2627.</ref>.
 
O poema escrito em 1785 foi publicado em foRma de livro em 1993.
 
Wilkens, Henrique João. ''Muhuraida ou o Triunfo da Fé.'' Rio de Janeiro e Manaus: Biblioteca Nacional / UFAM / Governo do Estado do Amazonas, 1993.
 
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
<references />
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==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Arquivo Histórico do Exército - Brasil (AHEx). Cota: AHE 06.30.2627.
Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ACL_CU_009, Cx. 5, D. 556. 1671, Janeiro, 21. Consulta do Conselho Ultramarino para o Príncipe regente D. Pedro, sobre o pedido do engenheiro Tomé Pinheiro de Miranda, que vai para o Maranhão e deseja uma ajuda de custo.
 
Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ Consultas Mistas. Códice 17.  335v-336. Nomeação de pessoas para o posto de capitão engenheiro que estava vago no Maranhão por morte de Tomé Pinheiro de Miranda. 27 de Agosto de 1681.  
Arquivo Histórico Ultramarino_ACL_CU_013_Cx.84, D.6885. 1779, Dezembro,14. Consulta do Conselho Ultramarino sobre o requerimento do capitão de Infantaria com exercício de engenheiro Henrique João Wilkens solicitando licença para ir a corte.
 
Arquivo Histórico Ultramarino_ACL_CU_020, Cx.13, D.477. 1787, Abril, 30.
 
Arquivo Nacional Torre do Tombo, CHR D. Maria I, l. 6, fl. 75v (nomeação como segundo comissário das Demarcações no Rio Negro e patente de Sargento Mor de Artilharia com exercício de Engenheiro).
 
Arquivo Nacional Torre do Tombo, Decretos remetidos ao Conselho de Guerra, m. 152, doc. 127 (patente de Tenente Coronel com exercício no Real Corpo de Engenheiros).
 
Arquivo do Conselho Ultramarino, Ofícios e Mercês, l. 38, fl. 101 (Carta patente de Capitão de Infantaria com exercício de Engenheiro).
 
==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia== <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Amoroso, Marta Rosa, e Farage, Nádia. ''Relatos Da Fronteira Amazônica No Século XVIII. Documentos de Henrique João Wilkens e Alexandre Rodrigues Ferreira''. São Paulo: NHII-USP, 1994.
Araujo, Renata. ''As Cidades da Amazónia no século XVIII: Belém, Macapá e Mazagão''. Porto: Faup, 1998.
 
Mendonça, Marcos Carneiro de. ''A Amazonia Na Era Pombalina''. 3 vols. Rio de Janeiro: IHGB, 1963.
 
Moreira Neto, Carlos de Araújo. ''Henrique João Wilkens e os índios Mura.'' Rio de Janeiro: Anais da Biblioteca Nacional, 1989.
 
Reis, Artur César Ferreira. ''Lobo d’Almada Um Estadista Colonial''. Manaus: [s ed.], 1940.
 
Viterbo, Francisco de Sousa. <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>. Vol. 3. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1922[https://archive.org/details/diccionariohisto03vite .]
 
Wilkens, Henrique João. ''Muhuraida ou o Triunfo da Fé.'' Rio de Janeiro e Manaus: Biblioteca Nacional / UFAM / Governo do Estado do Amazonas, 1993.
==Ligações Externas== <!--Ligações externas a sítios de internet, etc. que não foram utilizadas concretamente na construção da biografia -->
Yurgel Pantoja Caldas. "O Triunfo da Fé no Poema <i>Muhuraida</i> de Henrique João Wilkens." <i>Anais do SETA</i>, no. 1 (2007)[http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/seta/article/view/281 .]
 
Yurgel Caldas. "Eles são muitos e incontáveis: estratégias coloniais e migratórias dos índios Mura contra o processo pombalino para o domínio amazônico, a partir de Muhuraida, de Henrique João Wilkens." ''Novos Cadernos NAEA'' 13, no. 1 (2010)[https://periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/issue/view/32/showToc .]
 
Costa, Verónica Prudente. "Muraida. A tradição literária de viagens em questão." Tese de Doutoramento, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013[http://www.letras.ufrj.br/posverna/doutorado/CostaVP.pdf .]


Faria, M. F. "Ingegneria militare nel Brasile settecentesco: cartografia, urbanismo e fortificazione." Em Del Brenna, G. R. (ed.), ''La costruzione di uno nuovo mondo: territorio, cità, architectura tra Europa e America Latina dal XVI al XVIII secolo'', 201-226. Genova: Sagep Editrice, 1994[http://repositorio.ual.pt/handle/11144/2568 .]
Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. ''Historia organica e politica do exercito portuguez: provas''. Vol.VIII. Lisboa Coimbra: Imprensa Nacional ; Imprensa da Universidade, 1919. <nowiki>http://purl.pt/24869</nowiki>.


Góis, Sales Marciel. "Henrique João Wilkens: um poeta pioneiro no Amazonas." <i>Mundo Amazonico</i> 4, (2013): 183-197[https://revistas.unal.edu.co/index.php/imanimundo/article/view/43097 .]
Soromenho, Miguel. ''Manuel Pinto de Vilalobos: Da Engenharia Militar à Aquitectura.'' Dissertação de Mestrado. Universidade Nova de Lisboa, 1991.
<!-- Comentários vossos e bibliografia citada pelas fontes -->


Viterbo, Francisco de Sousa. <i>Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal</i>. [https://archive.org/details/diccionariohisto02vite Vol II]. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.
==Autor(es) do artigo==
==Autor(es) do artigo==
Renata Araújo  
Renata Araújo  
Linha 304: Linha 265:
==DOI==
==DOI==
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https://doi.org/10.34619/ezqf-tsym
https://doi.org/10.34619/ljm1-irqv


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Revisão das 12h42min de 22 de maio de 2023


Tomé Pinheiro de Miranda
Nome completo Tomé Pinheiro de Miranda
Outras Grafias valor desconhecido
Pai valor desconhecido
Mãe valor desconhecido
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) valor desconhecido
Irmão(s) valor desconhecido
Nascimento valor desconhecido
Valença do Minho, Viana do Castelo, Portugal
Morte 1681
São Luís, Maranhão, Brasil
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Lisboa, Lisboa, Portugal
Data Início: 1663
Fim: 1666

Residência Valença do Minho, Viana do Castelo, Portugal
Data Início: 1666
Fim: 1671

Residência São Luís, Maranhão, Brasil
Data Início: 1671
Fim: 1681
Formação
Formação Engenharia Militar
Data Início: 1663
Fim: 1665
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Postos
Posto Ajudante
Data Início: 1666
Fim: 1671
Arma Infantaria

Posto Capitão
Data Início: 1671
Fim: 1681
Arma Infantaria
Cargos
Cargo Engenheiro
Data Início: 1671
Fim: 1681
Actividade
Actividade Desenho de fortificação
Data Início: 1665
Fim: 1665
Local de Actividade Setúbal, Setúbal, Portugal

Actividade Desenho de fortificação
Data Início: 1671
Fim: 1681
Local de Actividade São Luís, Maranhão, Brasil


Biografia

Dados biográficos

Tomé Pinheiro de Miranda era natural de Valença do Minho. Não se sabe a data do seu nascimento. Fez a sua formação na Aula de Fortificação de Lisboa com Luís Serrão Pimentel, sendo aluno partidista provavelmente entre 1663 e 1666. Sabe-se que esteve servindo no Minho, sob as ordens de Miguel Lescol, desde 1666 até data incerta e depois a partir de princípios do ano de 1669 até ao seu embarque definitivo para o Estado do Maranhão e Grão Pará, em 1671[1]. Morreu no Estado do Maranhão em 1681.

Carreira

Em 1666, quando Tomé Pinheiro de Miranda pede o posto de engenheiro das fortificações, diz que ele tinha “aprendido mais de dois anos a arte das fortificações na aula de matemática e algumas obras em Vila Viçosa, no Castelo de Montemor, em Estremoz e no desenho que o dito engenheiro-mor fez em Évora e no verão passado em Setúbal, Sesimbra e Alcacer, viu e ajudou nos desenhos, e tirou por sua ordem a planta de Setúbal, que é mais exata que se tirou e já de antes tinha assistido em outras partes”[2].

Com efeito a informação de Luís Serrão Pimentel confirma que “o suplicante é muito bom sujeito e que sabe bem debuxar e teve tanta curiosidade de aprender que foi as férias passadasa Setúbal com ele engenheiro-mor, ao desenho das obras daquela praça e tirou uma planta de toda a fortificação muito exatamente, e já nas férias de 1664 tinha ido a Montemor assistir nas obras o Castelo, que se fez e assim o julga o engenheiro mor por muito merecedor de que V. Majestade o despache como aos mais condiscípulos seus, pois virá a ser muito bom engenheiro com o exercício”[2].

Tendo sido pensado para servir inicialmente no Alentejo é por pedido seu que é nomeado ajudante engenheiro para servir na Província do Entre Douro e Minho de que recebe patente em 30 de agosto de 1666.

Em carta de 27 de Dezembro de 1668 dirigida ao  Conselho  de  Guerra,  Miguel  Lescol  solicitava que  lhe  concedessem  três auxiliares  mencionando  expressamente o nome de Tomé Pinheiro de Miranda, correspondendo ao período intermédio de ausência deste. O Conselho, em resposta, realçava o mérito de Lescole que a tudo acudia “sem ter os officiaes que havia no Exército do Alentejo[1]. O pedido seria atendido em resolução do mesmo Conselho de 7 de Fevereiro de 1669[1].

Em petição apresentada ao Conselho Ultramarino, em 1670, refere que, tendo sido avisado pelo engenheiro-mor Luís Serrão Pimentel, que deveria ir para o Maranhão "para lá desenhar, por em execução e construir as fortificações necessárias naquele Estado e que o dito engenheiro mor mandará outro discípulo da Aula para assistir às fortificações do Minho que basta ainda que de novo seja dos da Aula por haver de assistir a prática com o Mestre de Campo Miguel de Lescol até ter tomado bastante da prática". Inferindo que assim tenha ocorrido, terá terminado a sua formação antes de 1666, ano em que seguramente já está no Minho sob as ordens de Lescole, adquirindo com este a prática da sua profissão. Com efeito, no mesmo documento o próprio confirma que serviu "muitos anos de engenheiro da província do Minho, desenhando e obrando nas fortificações onde lhe ordenava o Marechal de Campo Miguel Lescol", afirmando ainda que "fez obras em terras da Galiza em tempo de guerra"[3].

Como a viagem ao Maranhão era “dilatada e de grandes custos” Tomé Pinheiro de Miranda pediu ajuda de custo, dizendo que esta tinha sido dada a António Correia Pinto, que foi enviado para Pernambuco. Dizia que Correia Pinto foi “discípulo da mesma Aula do Engenheiro-Mor", mas que embora tenha "praticado nas fortificações", "era mais moderno que o suplicante” (ou seja,mais novo). Na petição reclamava para si além da ajuda de custo, o posto de capitão de infantaria com o respectivo soldo e o hábito de Cristo. Os conselheiros do Conselho Ultramarino concordavam que se devia dar o posto e o soldo de capitão de infantaria, que o governador o deveria prover em chegando ao Maranhão, assim como deveria também “lhe repartir terra como lhe parecer para a beneficiar”. Acatavam também o pedido de ajuda de custo para ele pudesse viajar com o governador Pedro César de Meneses, tendo em conta a necessidade de acodir urgentemente às fortificações daquele Estado. Nada se diz acerca do hábito de Cristo. A carta patente está datada de 19 de Janeiro de 1671 quando é nomeado engenheiro do Estado do Maranhão, com posto de capitão de infantaria, partindo com o governador Pedro César de Meneses.

Pinheiro de Miranda permaneceu no Estado do Maranhão até a sua morte, que terá ocorrido em 1681, pois uma consulta do Conselho Ultramarino deste ano refere a necessidade de o susbtituir [4]. Em 1685 foi nomeado Pedro de Azevedo Carneiro para a sua vaga[5].  

Outras informações

Como vários outros governadores do Estado do Maranhão e Grão Pará, Pedro César de Meneses residiu boa parte do seu tempo de governo em Belém. É provável que o engenheiro do Estado tenha feito várias diligências do seu serviço no Grão Pará. Entre estas, poderá ter dirigido a instação dos colonos açorianos que chegaram em Belém em 1676, o que exigiu a abertura de uma nova rua na cidade, que tomou o nome de rua de São Vicente. A rua foi aberta no lado oriental da travessa da Misericórdia constituindo o terceiro eixo do bairro da Campina[6].

O ano de 1676 marca também a decisão camarária de finalmente construir uma casa para abrigar os governadores em Belém, resolvendo assim o incómodo de desalojar os moradores das melhores casas e tendo sobretudo em conta a decisão tomada por Pedro Césr de Meneses de se instalar na cidade. A Casa da Residência ficou concluída em 1680 e é também possível que possa ter tido a interferência do engenheiro[6].

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 Soromenho, Miguel. Manuel Pinto de Vilalobos: Da Engenharia Militar à Aquitectura. Dissertação de Mestrado. Universidade Nova de Lisboa, 1991, pp. 22, 41-42.
  2. 2,0 2,1 Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. Historia organica e politica do exercito portuguez: provas. Vol.VIII. Lisboa Coimbra: Imprensa Nacional ; Imprensa da Universidade, 1919, pp. 198-203.
  3. Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ACL_CU_009, Cx. 5, D. 556. 1671, Janeiro, 21. Consulta do Conselho Ultramarino para o Príncipe regente D. Pedro, sobre o pedido do engenheiro Tomé Pinheiro de Miranda, que vai para o Maranhão e deseja uma ajuda de custo.
  4. Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ Consultas Mistas. Códice 17.  335v-336. Nomeação de pessoas para o posto de capitão engenheiro que estava vago no Maranhão por morte de Tomé Pinheiro de Miranda. 27 de Agosto de 1681.
  5. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, Vol II, 277.
  6. 6,0 6,1 Araujo, Renata. As Cidades da Amazónia no século XVIII: Belém, Macapá e Mazagão. Porto: Faup, 1998.

Fontes

Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ACL_CU_009, Cx. 5, D. 556. 1671, Janeiro, 21. Consulta do Conselho Ultramarino para o Príncipe regente D. Pedro, sobre o pedido do engenheiro Tomé Pinheiro de Miranda, que vai para o Maranhão e deseja uma ajuda de custo. Arquivo Histórico Ultramarino. AHU_ Consultas Mistas. Códice 17.  335v-336. Nomeação de pessoas para o posto de capitão engenheiro que estava vago no Maranhão por morte de Tomé Pinheiro de Miranda. 27 de Agosto de 1681.  

Bibliografia

Araujo, Renata. As Cidades da Amazónia no século XVIII: Belém, Macapá e Mazagão. Porto: Faup, 1998.

Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. Historia organica e politica do exercito portuguez: provas. Vol.VIII. Lisboa Coimbra: Imprensa Nacional ; Imprensa da Universidade, 1919. http://purl.pt/24869.

Soromenho, Miguel. Manuel Pinto de Vilalobos: Da Engenharia Militar à Aquitectura. Dissertação de Mestrado. Universidade Nova de Lisboa, 1991.

Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol II. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.

Autor(es) do artigo

Renata Araújo

CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Algarve

https://orcid.org/0000-0002-7249-1078

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/ljm1-irqv

Citar este artigo

Araujo, Renata. "Tomé Pinheiro de Miranda", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 22/05/2023). Consultado a 20 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Tom%C3%A9_Pinheiro_de_Miranda. DOI: https://doi.org/10.34619/ezqf-tsym