Francisco Silva e Castro
Francisco Silva e Castro | |
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Nome completo | Francisco Leonil da Silva e Castro |
Outras Grafias | Francisco Leomil da Silva Castro |
Pai | Jacinto Feleciano da Silva e Castro |
Mãe | Merceana de Assunção Teixeira Leonil |
Cônjuge | valor desconhecido |
Filho(s) | Elvira de Castro |
Irmão(s) | valor desconhecido |
Nascimento | 29 maio 1856 Viseu, Viseu, Portugal |
Morte | 2 maio 1885 Moçambique |
Sexo | Masculino |
Religião | Cristã |
Residência | |
Residência | Inhambane, Moçambique |
Data | Início: 06 de abril de 1880 |
Residência | Dande, Bengo, Angola |
Data | Início: junho de 1881 Fim: fevereiro de 1882 |
Residência | Moçambique |
Data | Início: fevereiro de 1882 Fim: 02 de maio de 1885 |
Postos | |
Data | Início: 05 de dezembro de 1873 Fim: 27 de maio de 1879 |
Arma | Infantaria |
Posto | 1º Sargento |
Data | Início: 28 de maio de 1879 Fim: 23 de junho de 1880 |
Arma | Infantaria |
Posto | Tenente |
Data | Início: 23 de junho de 1880 Fim: dezembro de 1884 |
Arma | Infantaria |
Cargos | |
Cargo | Condutor auxiliar |
Data | Início: 04 de junho de 1881 Fim: 05 de fevereiro de 1882 |
Cargo | Chefe de secção |
Data | Início: 04 de junho de 1881 Fim: maio de 1882 |
Actividade | |
Actividade | Fiscalização |
Data | Início: 04 de junho de 1881 Fim: maio de 1882 |
Local de Actividade | Dande, Bengo, Angola |
Biografia
Dados biográficos
Francisco Leonil da Silva e Castro - ou Francisco Leomil da Silva e Castro[1] - nasceu a 29 de Maio de 1856 na freguesia ocidental da cidade de Viseu[2], na Calçada de São Mateus, e foi baptizado a 28 de Junho do mesmo ano, na freguesia Oriental da referida cidade[3]. Era filho legítimo do Dr. Jacinto Feliciano da Silva Castro - bacharel em Direito[4] -, natural da cidade de Lamego, e de D. Merceana da Assunção Leomil[3] - também conhecida por Mariana Teixeira da Assunção Leonil[2] -, natural da povoação de Portelo, freguesia de Cambres, concelho de Lamego, ambos casados na igreja paroquial do Recolhimento de Nossa Senhora do Carmo da cidade de Lamego. D. Merceana, era viúva quando faleceu aproximadamente em Julho de 1883[5]. Francisco Silva e Castro era neto paterno do Dr. Jacinto Feliciano da Silva Castro[3] - também bacharel em Direito[6] - e de D. Maximina do Carmo Lobo - ambos da cidade de Lamego -, e neto materno do Dr. Manuel Teixeira Leomil, do lugar de Portelo, e de D. Leonor Preciosa, de Coimbra[3].
Teve pelo menos uma filha, Elvira de Castro. Em 1892, quando esta era ainda uma criança, a sua ama de leite recusou-se a tomar conta de si pela mensalidade de 3$000. Nessa altura, o Colégio de S. José, em S. Domingos de Benfica - da responsabilidade da Marquesa de Rio Maior - albergava, na sua maioria, órfãos vindos do Ultramar, mas também filhos e mulheres de militares aí destacados. Assim, mediante o exposto Elvira foi aceite na instituição, tendo sido fixada uma pensão de 4$000 reis e um enxoval[7]. Em 1884 e 1895, o seu nome figurou na lista dos "Menores a educar"[8][9].
Francisco Leonil da Silva e Castro faleceu a 2 de Maio de 1885 em Lourenço Marques, Moçambique[10].
Carreira
No que concerne à sua educação, afirmava ter obtido aprovação no 1º, 2º e 3º ano de Português e Francês, e na 1ª parte de desenho[2]. Certo é que o seu processo militar de 1873 refere que, sendo cabo, era também estudante[11]. Segundo as notas biográficas no Livro de Matrículas do Exército, a sua promoção a cabo ocorreu a 9 de Abril de 1874, que passou a vigorar a partir de 25 de Outubro de 1875, sendo colocado na 5ª Companhia com o número de ordem 80[11].
No dia 5 de Dezembro de 1873, assentou praça voluntário no Regimento de Infantaria nº 9, em Lamego[12]. Serviu nesse posto o total de 5 anos, 7 meses e 10 dias até ser promovido, por decreto de 28 de Maio de 1879, a alferes. Nessa data, passou a 1º sargento do Batalhão de Caçadores nº 4 de África Ocidental[2][13].
Foi promovido, por portaria nº 21 de 26 de Janeiro de 1880, a ajudante de campo do governador geral da província de Moçambique. A 6 de Abril do mesmo ano, passou a servir junto do governador do distrito de Inhambane, em Moçambique. Por decreto de 23 de Junho de 1880, foi promovido a tenente[2], tendo-se apresentado a 26 do mesmo mês na guarnição da Província de Moçambique[14].
A 4 de Junho de 1881, foi nomeado condutor auxiliar das Obras Públicas de Angola[15], onde desempenhou as funções de chefe da Circunscrição de Dande, trabalhando também na fiscalização das construções das estradas da referida circunscrição. Esteve cerca de 8 meses nessa circunscrição, durante os quais foi diretor das Obras Públicas de Angola o major de Engenharia, João António Ferreira da Maia[16]. Em Maio de 1882, foi exonerado, a seu pedido, do lugar de condutor auxiliar das obras públicas de Angola[17].
A 5 de Fevereiro de 1882, foi colocado no Batalhão de Caçadores nº 2 e regressou a Moçambique. Foi tenente da guarnição de Moçambique a 5 de abril de 1883.
Na ficha da Repartição Militar do Governo do Geral da Província de Moçambique, datada de 22 de Fevereiro de 1883, estão registados 120 dias de licença, aos quais acrescem 86 dias de licença por motivos de doença[2]. O Diário do Governo anunciou várias licenças, a saber: 30 dias usufruídos no início de 1881[18], seguidos de outros 40 para convalescença[19], e 2 meses para serem usufruídos a partir de 31 de Março de 1881[20].
Foi promovido a capitão em Dezembro de 1884[21], e nesse posto permaneceu até falecer a 2 de Maio de 1885 em Lourenço Marques, em Moçambique[10].
Outras informações
Obras
Estradas da Circunscrição de Dande (Angola), 1881-1882.
Notas
- ↑ O seu apelido aparece escrito tanto Leonil como Leomil em diversos documentos. Por exemplo, em ofícios do processo do Arquivo Histórico Ultramarino e nos Diários do Governo de 1883, 1885 e 1904.
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 Arquivo Histórico Ultramarino. 771/2. 1D. MU. Cx. 1879-1929. Processos Individuais. ANG. “Francisco Leonil da Silva e Castro - Repartição Militar do Governo Geral da Província de Moçambique”.
- ↑ 3,0 3,1 3,2 3,3 Arquivo Distrital de Viseu. Paróquia Oriental [Viseu], (30-01-1541/31-03-1911). Registo de Baptismos (30-01-1541/31-03-1911). Batismos, 04-11-1850/13-05-1858, fl. 224v..
- ↑ Arquivo da Universidade de Coimbra. Universidade de Coimbra, (1290/2012). Letra C, (1537/14-11-1919). Índice de alunos da Universidade de Coimbra, (1537/14-11-1919). "Jacinto Feliciano da Silva e Castro, 21-10-1844/03-07-1850".
- ↑ Editos de trinta dias, Diário do Governo, no. 191, 25 de Agosto de 1883, 2046.
- ↑ Arquivo da Universidade de Coimbra. Universidade de Coimbra, (1290/2012). Letra C, (1537/14-11-1919). Índice de alunos da Universidade de Coimbra, (1537/14-11-1919). "Jacinto Feliciano da Silva Castro, 06-10-1813/20-05-1817".
- ↑ "Instituto Ultramarino. Relatorio referente ao anno economico de 1891-1892", Diário do Governo, no. 249, 3 de novembro de 1892, 2470-2471.
- ↑ "Mappa geral das pensionistas socorridas pelo instituto ultramarino até á presente data (7 de dezembro de 1893). Menores a educar", Diário do Governo, Apêndice, no. 2, 28 de Fevereiro de 1894, 36-38.
- ↑ "Relatorio da administração do instituto de protecção ás familias dos funccionarios fallecidos no ultramar, referido ao anno de 1894", Diário do Governo, no. 113, 21 de Maio de 1895, 1389.
- ↑ 10,0 10,1 "Declara-se para os devidos effeitos", Diário do Governo, no. 195, 2 de setembro de 1885, 2410.
- ↑ 11,0 11,1 Arquivo Histórico Militar. Livros Mestres. Livro nº 37 - Livro de Matrícula do Pessoal do Regimento de Infantaria nº16. Registo das Praças de Pret, de 1873, n.º 810, "Francisco Leonil da Silva Castro".
- ↑ O Regimento de Infantaria nº 9 surge como Regimento de Infantaria de Viana, adotando a nomenclatura "Regimento de Infantaria nº 9" com a reorganização do Exército Português de maio de 1806. Tem um papel de destaque nas Guerras Peninsulares e nas disputas liberais ao longo do século XIX. Esteve, a partir de 1839, estacionado em Lamego, no Convento dos Frades Crúzios. Magno, Resumo Histórico do Regimento de Infantaria no 9.
- ↑ "Por determinação de Sua Magestade El-Rei", Diário do Governo, no. 125, 4 de junho de 1879, 1274.
- ↑ "Declara-se para os devidos effeitos", Diário do Governo, no. 280, 7 de dezembro de 1880, 3203.
- ↑ Portaria de 1 de Junho de 1881, Diário do Governo, no. 146, 5 de Julho de 1881, 1612.
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino. 771/2. 1D. MU. Cx. 1879-1929. Processos Individuais. ANG. “Francisco Leonil da Silva e Castro - Ofício de 14/02/1883”.
- ↑ Portaria de 24 de Maio de 1881, Diário do Governo, no. 127, 6 de junho de 1882, 1391-1392.
- ↑ "Licenças concedidas por motivo de molestia aos officiaes abaixo mencionados, que se acham addidos ao regimento de infanteria do ultramar", Diário do Governo, no. 3, 5 de Janeiro de 1881, 34.
- ↑ "Licenças concedidas por motivo de molestia aos officiaes abaixo mencionados", Diário do Governo, no. 49, 4 de Março de 1881, 555.
- ↑ "Licença registada concedida ao official abaixo mencionado", Diário do Governo, no. 74, 4 de Abril de 1881, 840.
- ↑ Decreto de 18 de Dezembro de 1884, Diário do Governo, no. 4, 7 de Janeiro de 1885, 44.
Fontes
Arquivo Distrital de Viseu. Paróquia Oriental [Viseu], (30-01-1541/31-03-1911). Registo de Baptismos (30-01-1541/31-03-1911). Batismos, 04-11-1850/13-05-1858, fl. 224v..
Arquivo Histórico Militar. Livros Mestres. Livro nº 37 - Livro de Matrícula do Pessoal do Regimento de Infantaria nº16. Registo das Praças de Pret, de 1873, n.º 810, "Francisco Leonil da Silva Castro".
Arquivo Histórico Ultramarino. 771/2. 1D. MU. Cx. 1879-1929. Processos Individuais. ANG. “Francisco Leonil da Silva e Castro - Ofício de 14/02/1883”.
Arquivo Histórico Ultramarino. 771/2. 1D. MU. Cx. 1879-1929. Processos Individuais. ANG. “Francisco Leonil da Silva e Castro - Repartição Militar do Governo Geral da Província de Moçambique”.
Arquivo da Universidade de Coimbra. Universidade de Coimbra, (1290/2012). Letra C, (1537/14-11-1919). Índice de alunos da Universidade de Coimbra, (1537/14-11-1919). "Jacinto Feliciano da Silva e Castro, 21-10-1844/03-07-1850".
Arquivo da Universidade de Coimbra. Universidade de Coimbra, (1290/2012). Letra C, (1537/14-11-1919). Índice de alunos da Universidade de Coimbra, (1537/14-11-1919). "Jacinto Feliciano da Silva Castro, 06-10-1813/20-05-1817".
"Declara-se para os devidos effeitos", Diário do Governo, no. 195, 2 de setembro de 1885, 2410.
"Declara-se para os devidos effeitos", Diário do Governo, no. 280, 7 de dezembro de 1880, 3203.
Decreto de 18 de Dezembro de 1884, Diário do Governo, no. 4, 7 de Janeiro de 1885, 44.
Editos de trinta dias, Diário do Governo, no. 191, 25 de Agosto de 1883, 2046.
"Licenças concedidas por motivo de molestia aos officiaes abaixo mencionados", Diário do Governo, no. 49, 4 de Março de 1881, 555.
"Licenças concedidas por motivo de molestia aos officiaes abaixo mencionados, que se acham addidos ao regimento de infanteria do ultramar", Diário do Governo, no. 3, 5 de Janeiro de 1881, 34.
"Licença registada concedida ao official abaixo mencionado", Diário do Governo, no. 74, 4 de Abril de 1881, 840.
"Instituto Ultramarino. Relatorio referente ao anno economico de 1891-1892", Diário do Governo, no. 249, 3 de novembro de 1892, 2470-2471.
"Mappa geral das pensionistas socorridas pelo instituto ultramarino até á presente data (7 de dezembro de 1893). Menores a educar", Diário do Governo, Apêndice, no. 2, 28 de Fevereiro de 1894, 36-38.
"Por determinação de Sua Magestade El-Rei", Diário do Governo, no. 125, 4 de junho de 1879, 1274.
Portaria de 1 de Junho de 1881, Diário do Governo, no. 146, 5 de Julho de 1881, 1612.
Portaria de 24 de Maio de 1881, Diário do Governo, no. 127, 6 de junho de 1882, 1391-1392.
"Relatorio da administração do instituto de protecção ás familias dos funccionarios fallecidos no ultramar, referido ao anno de 1894", Diário do Governo, no. 113, 21 de Maio de 1895, 1389.
Bibliografia
Magno, David. Resumo Histórico do Regimento de Infantaria no 9. Lamego: Minerva da Loja Vermelha, 1930.
Autor(es) do artigo
Gonçalo Margato
Departamento de Estudos Políticos, FCSH, Universidade Nova de Lisboa
https://orcid.org/0000-0002-6248-3947
Sandra Osório da Silva
Departamento de História, FCSH, Universidade Nova de Lisboa
https://orcid.org/0000-0001-7529-5008
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
Margato, Gonçalo e Sandra Osório da Silva. "Francisco Silva e Castro", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, {{{year}}} 2022. Consultado a 12 de outubro de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Francisco_Silva_e_Castro. DOI: []