Passavante

Fonte: eViterbo
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa

O último dos três oficiais de armaria. Rei de armas, arauto e passavante, assim chamado porque pode passar a arauto e subir a rei de armas. Assim como os reis de armas tomam o nome do reino, v.g. Rei de Armas Portugal, Rei de Armas Algarve e Rei de Armas Índia, e os arautos são denominados da principal cidade, v.g. aurauto Lisboa, arauto Silves e arauto Goa, assim tomam os passavantes o nome da principal villa, passavante Santarém, passavante Lagos e passavante Cochim. Segundo o regimento dos oficiais da armaria que el-rei D. Manuel mandou fazer, o rei de armas apresenta o novo passavante sem cota nem brazão a el-rei, sentado debaixo do dossel em fala pública, e posto o passavante de joelhos jura aos Santos Evangelhos que aprenderá tudo o que for necessário ao nobre ofício das armas, etc. Leva o passavante o brazão no peito à parte esquerda, ao contrário do arauto que o leva à mão direita e veste cota de armas atravessada, etc. Como o principal ofício dos passavantes é publicar pazes, declarar guerras e assistir nos exércitos, quando os príncipes se acham neles, parece que se pode apropriar a um e outro nos nomes fecialis e caduceator. Vid. o que tenho dito na explicação da palavra Arauto. Estes ofícios de rei de armas, arautos e passavantes eram antigamente muito mais estimados do que hoje, porque tirada a assistência que fazem aos príncipes nos actos públicos e o passar as cartas ordinárias de armas, no apontar as gerações não têm quase nenhum exercício e já estariam extintos se não interessara à nobreza na sua conservação a sua memória[1].

Notas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo VI: P), 306.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo VI: Letra O-P. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1716.