Domingos Tasso de Figueiredo: diferenças entre revisões

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Revisão das 13h33min de 24 de agosto de 2022


Domingos Tasso de Figueiredo
Nome completo Domingos Tasso de Figueiredo
Outras Grafias valor desconhecido
Pai Domingos José de Figueiredo
Mãe Josefina Tasso
Cônjuge Carolina Adelaide Pinto de Figueiredo
Filho(s) Carlos Pinto Tasso de Figueiredo, Judite Pinto Tasso de Figueiredo, Alberto Pinto de Figueiredo
Irmão(s) Emília da Glória Tasso de Figueiredo
Nascimento 13 janeiro 1852
Morte 4 março 1919
Sertã, Portugal
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Angola
Data Início: janeiro de 1877
Fim: junho de 1880
Residência Sertã, Portugal
Data Início: 13 de janeiro de 1852
Fim: 04 de março de 1919
Residência Lisboa, Portugal
Formação
Data Fim: 01 de outubro de 1870
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Formação Engenharia Militar
Data Início: agosto de 1874
Fim: 10 de janeiro de 1877
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Formação Engenharia Militar
Data Início: 1884
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Postos
Posto Tenente
Data Início: 25 de janeiro de 1879
Fim: 17 de janeiro de 1889
Arma Marinha
Posto Capitão
Data Início: 17 de janeiro de 1889
Arma Marinha
Data Início: março de 1895
Fim: agosto de 1901
Arma Marinha
Cargos
Cargo Engenheiro hidrógrafo
Data Início: 10 de janeiro de 1877
Cargo Engenheiro de 2ª Classe
Data Início: fevereiro de 1877
Fim: junho de 1880
Cargo Engenheiro
Data Fim: junho de 1880
Cargo Director
Data Fim: novembro de 1910
Cargo Presidente
Actividade
Actividade Campanha militar
Data Início: 1869
Fim: 1873
Actividade Desenho hidrográfico
Data Início: setembro de 1878

Biografia

Dados biográficos

Domingos Tasso de Figueiredo nasceu na Sertã, no dia 13 de Janeiro de 1853. Filho de Domingos José de Figueiredo e Josefina Tasso. Foi casado com Carolina Adelaide Pinto de Figueiredo e teve dois filhos, Carlos Pinto Tasso de Figueiredo e Judite Pinto Tasso de Figueiredo. [1]

Estudou Engenharia Hidrográfica na Escola do Exército. [2] Desempenhou um importante papel na Marinha, onde foi "um dos oficiais (...) que mais serviços prestou à coletividade que pertencia e que muito ilustrava". [3] Faleceu na sua cidade-natal, a Sertã, no dia 4 de Março de 1919. [1]

Carreira

Antes de partir para Angola, Domingos Tasso de Figueiredo era 2º tenente da armada e pertencia à Direção Geral dos Trabalhos Geodésicos, onde desempenhava o cargo de engenheiro hidrógrafo no Observatório Astronómico da Escola Politécnica. [4]

Foi requisitado à Direção Geral da Marinha, onde era engenheiro adido, em Dezembro de 1876. [4]

Em Janeiro de 1877, integrou, na qualidade de 2º engenheiro, a Direção das Obras Públicas de Angola. [4] Em Agosto do mesmo ano, na ausência de Henrique dos Santos Rosa, o agente ficou a cargo da Direção administrativa e técnica das Obras Públicas de Angola. [5] Por volta deste ano, terá sido promovido a 1º tenente, já que passou a ser referido desta forma na documentação a partir de 1879.

Em Setembro de 1878, levantou uma planta da praia de Mossamedes, com nivelamento e sondagens necessárias ao estabelecimento de uma ponte em frente à alfândega. [6] No mesmo mês, seguia para Lisboa, para gozar 6 meses de licença da Junta de Saúde. [7]

No âmbito da comissão de serviço, Tasso de Figueiredo desempenhou trabalhos hidrográficos em Luanda. Neste sentido, nos inícios do ano de 1879, o agente requereu que estes trabalhos fossem considerados tirocínio, necessário para ser admitido no corpo de engenheiros hidrográficos. Porém, o seu requerimento foi indeferido. Em Março de 1879, pediu para ser exonerado da comissão, visto que a sua carreira estava a ser prejudicada. [8]

A situação complicou-se pela existência de avultadas dívidas do agente para com a fazenda. Em Março de 1879, devia à fazenda 1:244$000 reis pelos adiantamentos que recebeu quando foi para Angola. Regra geral, quando existiam dívidas, a fazenda deduzia a sexta parte do soldo, que seriam 66 mil reis por ano. Para colmatar totalmente a dívida de Tasso de Figueiredo, seriam necessários 18 anos de trabalho. Não sendo esta solução razoável, todo o seu soldo (inclusive gratificação) foi deduzido para colmatar a dívida. Ora, desprovido do seu soldo e sem a sua exoneração aceite, o agente pediu uma indemnização à fazenda. Eventualmente, aceitou abdicar o seu soldo para a amortizar a dívida. [8]

Em Novembro de 1879, gozava da sua licença da Junta de Saúde em Lisboa. Tendo em conta o seu débil estado de saúde, pediu que lhe seja temporariamente restituído o soldo. [9] Não existem informações sobre a resposta da Direção das Obras Públicas a este pedido.

Até ser exonerado das Obras Públicas de Angola, em Junho de 1880, trabalhou como 2º engenheiro nos Caminhos de Ferro de Ambaca. [10]

Reformou-se em Maio de 1910.[3]

Outras informações

Domingos Tasso de Figueiredo foi uma importante personalidade do Portugal Contemporâneo. Para além da sua presença nas Obras Públicas do Ultramar, foi presidente da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha (1911-1916). [11] Foi presidente do Senado, pelos menos de 1912 a 1913. [12] Integrou inúmeros governos e ministérios, através da sua ávida participação política no Partido Centrista Republicano. [3] Em suma, esta ficha pretende realçar o papel de Tasso de Figueiredo nas Obras Públicas do Ultramar, uma faceta mais desconhecida da sua vida, sem, porém, desvalorizar o seu percurso de vida noutras áreas e contextos.

Obras

Ponte de Mossamedes.

Caminhos Ferro de Ambaca.

Notas

  1. ↑ 1,0 1,1 Segundo o site de genealogia: https://geneall.net/pt/nome/1214573/domingos-tasso-de-figueiredo/
  2. ↑ Arquivo Histórico Militar, “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar”. 1790-1940.
  3. ↑ 3,0 3,1 3,2 "Ilustração Portugueza". n.º 682 de 17 de Março de 1919. p. 218 http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1919/N682/N682_item1/P20.html
  4. ↑ 4,0 4,1 4,2 "Ficha sobre Domingos Tasso de Figueiredo" in ‘Obras Públicas  - Proco. Indiv- Letras: A-D. Angola. Caixa 2’. Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU),1877-1920. Angola.
  5. ↑ "Carta de Henrique dos Santos Rosa" in ‘Obras Públicas  - Proco. Indiv- Letras: A-D. Angola. Caixa 2’. Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU),1877-1920. Angola.
  6. ↑ "Ponte de Mossamedes" in ‘Obras Públicas. Angola.’. Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU). 1876-1881. Angola.
  7. ↑ "Guia, Setembro de 1878" in ‘Obras Públicas. Angola.’. Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU). 1876-1881. Angola.
  8. ↑ 8,0 8,1 "Correspondência sobre a dívida de Domingos Tasso de Figueiredo" in ‘Obras Públicas  - Proco. Indiv- Letras: A-D. Angola. Caixa 2’. Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU),1877-1920. Angola.
  9. ↑ "Correspondência entre Domingos Tasso de Figueiredo e a Junta de Saúde" in ‘Obras Públicas  - Proco. Indiv- Letras: A-D. Angola. Caixa 2’. Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU),1877-1920. Angola.
  10. ↑ "Mapas de Pessoal" in ‘Obras Públicas. Angola.’. Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU). 1877-1900. Angola.
  11. ↑ http://www.observatoire-humanitaire.org/en/index.php?page=fiche-ong.php&part=historique&chapitre=291&id=84
  12. ↑ https://debates.parlamento.pt/catalogo/r1/cs/01/01/03/101/1913-05-15?sft=true#p1

Fontes

Arquivo Histórico Militar, AHM/100/SIL, 1790-1940. “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar”, n.d.

Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU), 827,1 1L, 1876-1881. "Obras Públicas. Angola.", Angola.

Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU), 827,2 1L, 1876-1881. "Obras Públicas. Angola.", Angola.

Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU), 870 1L, 1877-1900. "Obras Públicas. Angola.", Angola.

Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU), 769/2 1D MU, 1877-1920. "Obras Públicas - Processos Individuais - letras: A-D. Caixa 2", Angola.

Bibliografia

"Diário do Senado, 101ª sessão ordinária do 3º período da 1ª legislatura". (Lisboa, 1913). https://debates.parlamento.pt/catalogo/r1/cs/01/01/03/101/1913-05-15?sft=true#p1

"Ilustração Portugueza". n.º 618 de 17 de Março de 1919. (Lisboa, 1919) http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1919/N682/N682_item1/P20.html

Comité International de la Croix Rouge, "History, 1880-1889". http://www.observatoire-humanitaire.org/en/index.php?page=fiche-ong.php&part=historique&chapitre=291&id=84

Ligações Externas

https://geneall.net/pt/forum/22012/viscondes-de-oleiros/

https://geneall.net/pt/nome/1214573/domingos-tasso-de-figueiredo/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Domingos_Tasso_de_Figueiredo

Autor(es) do artigo

Mariana Nicolau

https://orcid.org/0000-0002-1454-1794

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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