Domingos Tasso de Figueiredo: diferenças entre revisões

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A 3 de Outubro de 1874 casou, em São Jorge de Arroios, com Dona Carolina Adelaide Pinto, solteira, de 20 anos, filha legítima de José Antunes Pinto e de Dona Margarida Adelaide Pinto, natural e baptizada em Santa Maria Maior, e residente na rua Direita de Arroios da freguesia de São Jorge de Arroios, concelho de Lisboa. Domingos, então de 22 anos, era solteiro, 2º tenente da Armada, residente na freguesia de São José do referido concelho<ref>Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia de São Jorge de Arroios, Casamentos 1864-7880, fl. 97v-98, nº 16.</ref>.
A 3 de Outubro de 1874 casou, em São Jorge de Arroios, com Dona Carolina Adelaide Pinto, solteira, de 20 anos, filha legítima de José Antunes Pinto e de Dona Margarida Adelaide Pinto, natural e baptizada em Santa Maria Maior, e residente na rua Direita de Arroios da freguesia de São Jorge de Arroios, concelho de Lisboa. Domingos, então de 22 anos, era solteiro, 2º tenente da Armada, residente na freguesia de São José do referido concelho<ref>Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia de São Jorge de Arroios, Casamentos 1864-7880, fl. 97v-98, nº 16.</ref>.


Teve pelo menos três filhos, Alberto Pinto de Figueiredo<ref>Arquivo Histórico Militar. Livro de Mestres, Unidade de Caçadores, Livro nº 2 - Batalhão de Caçadores nº 1 de 14 de Abril de 1825 a 1829 e Regimento de Caçadores do Alentejo 1829, 1º Livro de matrícula, 2ª série, das praças de pré do 1º Batalhão do Regimento de Caçadores da Rainha do 1º Batalhão do Regimento nº 1 de Caçadores da Rainha.</ref><ref>"Relação dos alumnos que no presente anno lectivo foram admittidos no real collegio militar (...) - Classe de Marinha", ''Diário do Governo'' nº 286, de 16 de Dezembro de 1890, 2894.</ref>, Carlos Pinto Tasso de Figueiredo e Judite Pinto Tasso de Figueiredo, que casou com António Gorjão Couceiro de Albuquerque<ref name=":0">Segundo o site Geneall. </ref>.
Teve pelo menos três filhos, Alberto Pinto de Figueiredo<ref>Arquivo Histórico Militar. Livro de Mestres, Unidade de Caçadores, Livro nº 2 - Batalhão de Caçadores nº 1 de 14 de Abril de 1825 a 1829 e Regimento de Caçadores do Alentejo 1829, 1º Livro de matrícula, 2ª série, das praças de pré do 1º Batalhão do Regimento de Caçadores da Rainha do 1º Batalhão do Regimento nº 1 de Caçadores da Rainha.</ref> - que frequentou o Real Colégio Militar<ref>"Ministerio dos Negocios da Guerra. Direcção Geral. 3ª Repartição - Relação dos candidatos a alumnos pensionistas do estado a que se refer este annuncio", ''Diário do Governo'' nº 200, de 4 de Setembro de 1890, 2065-2066.</ref><ref>"Relação dos candidatos a alumnos pensionistas do estado a que se refere este annuncio - Classe de marinha", ''Diário do Governo'' nº 214, de 20 de Setembro de 1890, 2200.</ref><ref>"Relação dos alumnos que no presente anno lectivo foram admittidos no real collegio militar (...) - Classe de Marinha", ''Diário do Governo'' nº 286, de 16 de Dezembro de 1890, 2894.</ref> e foi oficial da Marinha<ref>Arquivo Histórico da Marinha. Fotografias de Militares da Armada. Álbuns de Fotografias. Álbum nº 3 de Fotografias de Oficiais, 61, nº 306. </ref> -, Carlos Pinto Tasso de Figueiredo - que foi oficial da Marinha<ref>Arquivo Histórico da Marinha. Fotografias de militares da Armada. Álbuns de Fotografias. Álbum nº 3A de Fotografias de Oficiais, 20, nº 447.</ref> - e Judite Pinto Tasso de Figueiredo, que casou com António Gorjão Couceiro de Albuquerque<ref name=":0">Segundo o site Geneall. </ref>.


Estudou Engenharia Hidrográfica na [[Escola do Exército]]<ref>Arquivo Histórico Militar, “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar”. 1790-1940.</ref>. Desempenhou um importante papel na Marinha, onde foi "''um dos oficiais (...) que mais serviços prestou à coletividade que pertencia e que muito ilustrava''"<ref name=":3">''Ilustração Portugueza'', 2ª Série'','' n.º 682, de 17 de Março de 1919, 218. </ref>.  
Estudou Engenharia Hidrográfica na [[Escola do Exército]]<ref>Arquivo Histórico Militar, “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar”. 1790-1940.</ref>. Desempenhou um importante papel na Marinha, onde foi "''um dos oficiais (...) que mais serviços prestou à coletividade que pertencia e que muito ilustrava''"<ref name=":3">''Ilustração Portugueza'', 2ª Série'','' n.º 682, de 17 de Março de 1919, 218. </ref>.  
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===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
===Carreira===<!-- Fazer copy/paste do que escreveram em Excel (caixas de notas). Incluí prémios e condecorações/homenagens/ títulos honoríficos. Este é o local para colocar toda a informação que não cabe nas info-box, como por exemplo, as justificações das informações que estão na info-box. subdividida em períodos se necessário-->
Antes de partir para Angola Domingos Tasso de Figueiredo era 2º tenente da Armada e pertencia à [[Direcção dos Trabalhos Geodésicos|Direção Geral dos Trabalhos Geodésicos]], onde desempenhava o cargo de engenheiro hidrógrafo no Observatório Astronómico da [[Escola Politécnica de Lisboa|Escola Politécnica]]<ref name=":1">Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Ficha sobre Domingos Tasso de Figueiredo" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>.
Foi a 31 de Agosto de 1868 que Domingos Tasso de Figueiredo, então aspirante extraordinário da Companhia de Guardas Marinhas, integrou o quadro de funcionários<ref>Portaria de 4 de Setembro de 1868, "Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar". Ordem da Armada. ''Diário do Governo'' nº 209, de 16 de Setembro de 1868, 2288.</ref>.  


Foi requisitado à Direção Geral da Marinha, onde era engenheiro adido, em Dezembro de 1876<ref name=":1" />.  
Em Junho de 1890 recebeu da Escola Naval um pagamento de 6$600<ref>"Escola Naval. Relação das guias passadas para pagamento de emolumentos (...)", ''Diário do Governo'' nº 131, de 14 de Junho de 1870, 815.</ref>.


Em Janeiro de 1877, integrou, na qualidade de 2º engenheiro, a [[Direcção das Obras Públicas de Angola|Direção das Obras Públicas de Angola]] <ref name=":1" />. Em Agosto do mesmo ano, na ausência de Henrique dos Santos Rosa, o agente ficou a cargo da Direção administrativa e técnica das Obras Públicas de Angola<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Carta de Henrique dos Santos Rosa" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>. Por volta desse mesmo ano foi promovido a 1º tenente, uma vez que, a partir de 1879, a documentação passou a referir-se a si dessa forma.
A 1 de Agosto de 1869 embarcou na corveta ''Estephania''<ref>"Secretaria d'estado dos negocios da marinha e ultramar - Em 1", ''Diário do Governo'' nº 199, de 3 de Setembro de 1869, [1067].</ref>, a 19 de Agosto de 1870 na fragata ''D. Fernando''<ref>"Ordens gerais - Em 19", ''Diário do Governo'' nº 190, de 26 de Agosto de 1870, 1164.</ref> e a 27 de Setembro de 1870 passou a integrar a corveta ''Duque de Palmela''<ref>"Officios", ''Diário do Governo'' nº 249, de 4 de Novembro de 1870, 1467.</ref>. A 31 de Março de 1872 foi destacado para a canhoeira ''Camões''<ref>"1ª Repartição", ''Diário do Governo'' nº 159, de 19 de Julho de 1872, 1082.</ref>, a 13 de Abril de 1873 para a escuna ''Príncipe D. Carlos''<ref>"Declara-se o seguinte:", ''Diário do Governo'' nº 214, de 22 de Setembro de 1873, 1464.</ref>.
 
Com a conclusão do Curso da Marinha, em Outubro de 1870, foi promovido a guarda-marinha<ref>Artigo nº 39, Decreto-Lei de 26 de Dezembro de 1868, "Portarias", ''Diário do Governo'' nº 249, de 4 de Novembro de 1870, 1466.</ref>.
 
Em Agosto de 1874, Domingos Tasso de Figueiredo, tenente da Armada, obteve licença para se matricular na Escola Politécnica e fazer o curso de Engenharia Hidrográfica<ref>Ministerio da marinha e ultramar - Direcção geral da marinha - 1ª Repartição", ''Diário do Governo'' nº 204, de 12 de Setembro de 1874, 1461.</ref>. Em Setembro obteve autorização par afazer o tirocínio prático para engenheiro hidrográfico<ref>"Ministerio da marinha e ultramar - Direcção geral da marinha - 1ª Repartição", ''Diário do Governo'' nº 251, de 7 de Novembro de 1876, 2084-</ref>.
 
Antes de partir para Angola Domingos pertencia à [[Direcção dos Trabalhos Geodésicos|Direção Geral dos Trabalhos Geodésicos]], onde desempenhava o cargo de engenheiro hidrógrafo no Observatório Astronómico da [[Escola Politécnica de Lisboa|Escola Politécnica]]<ref name=":1">Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Ficha sobre Domingos Tasso de Figueiredo" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>.
 
Foi requisitado à Direção Geral da Marinha, onde era engenheiro adido, em Dezembro de 1876<ref name=":1" /> com o intuito de integrar uma comissão na [[Direcção das Obras Públicas de Angola|Direção das Obras Públicas de Angola]], facto datado de 9 de Janeiro de 1877 e anunciado no ''Diário do Governo''<ref name=":1" /><ref>"2ª Repartição", Decreto de 8 de janeiro de 1877, ''Diário do Governo'' nº 16, de 20 de Janeiro de 1877, 124.</ref>. A 9 de Fevereiro do referido ano foi promovido - pela primeira vez - a 1ª tenente, sob pena de perder a promoção caso não concluísse a referida comissão <ref>"Ministério dos negocios da marinha e ultramar - Direcção geral da marinha - 1ª Repartição", ''Diário do Governo'' nº 36, de 16 de Fevereiro de 1877, 289.</ref>. Em Julho de 1878 passou a fazer parte do quadro das Obras Públicas de Angola<ref>"Relação nominal do pessoal nomeado para o quadro da obras publicas da provincia de Angola", ''Diário do Governo'' nº 151, de 10 de Julho de 1878, 1644.</ref>. Em Agosto do mesmo ano, na ausência de Henrique dos Santos Rosa, o agente ficou a cargo da Direção administrativa e técnica das Obras Públicas de Angola<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Carta de Henrique dos Santos Rosa" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>.


Em Setembro de 1878 levantou uma planta da praia de Moçâmedes, com nivelamento e sondagens necessárias ao estabelecimento de uma ponte em frente à alfândega<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Ponte de Mossamedes" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>. No mesmo mês seguiu para Lisboa, para gozar 6 meses de licença da Junta de Saúde<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Guia, Setembro de 1878" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>.  
Em Setembro de 1878 levantou uma planta da praia de Moçâmedes, com nivelamento e sondagens necessárias ao estabelecimento de uma ponte em frente à alfândega<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Ponte de Mossamedes" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>. No mesmo mês seguiu para Lisboa, para gozar 6 meses de licença da Junta de Saúde<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Guia, Setembro de 1878" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>.  


No âmbito da comissão de serviço, Tasso de Figueiredo desempenhou trabalhos hidrográficos em Luanda. Neste sentido, nos inícios do ano de 1879, o agente requereu que esses trabalhos fossem considerados tirocínio, necessário para ser admitido no corpo de engenheiros hidrográficos. Porém, o seu requerimento foi indeferido. Em Março de 1879 pediu para ser exonerado da comissão, por considerar que a sua carreira estava a ser prejudicada<ref name=":2">Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Correspondência sobre a dívida de Domingos Tasso de Figueiredo" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D. </ref>. A sua situação complicou-se devido às suas avultadas dívidas à Fazenda. Em Março de 187, devia 1.244$000 reis pelos adiantamentos que recebeu quando foi para Angola. Regra geral, quando existiam dívidas, a Fazenda deduzia a sexta parte do soldo, que seriam, neste caso, 66 mil reis por ano (66.000$000). Para colmatar totalmente a dívida de Tasso de Figueiredo, seriam necessários 18 anos de trabalho. Não sendo essa solução razoável, todo o seu soldo (inclusivamente a gratificação) foi deduzido para colmatar a dívida. Ora, desprovido do seu soldo e sem a sua exoneração aceite, o agente pediu uma indemnização à Fazenda. Eventualmente, aceitou abdicar o seu soldo para a amortizar a dívida<ref name=":2" />.
No âmbito da missão de serviço, Tasso de Figueiredo desempenhou trabalhos hidrográficos em Luanda. Neste sentido, nos inícios do ano de 1879, o agente requereu que esses trabalhos fossem considerados tirocínio, necessário para ser admitido no corpo de engenheiros hidrográficos. Porém, o seu requerimento foi indeferido. Em Março de 1879 pediu para ser exonerado da comissão, por considerar que a sua carreira estava a ser prejudicada<ref name=":2">Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Correspondência sobre a dívida de Domingos Tasso de Figueiredo" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D. </ref>. A sua situação complicou-se devido às suas avultadas dívidas à Fazenda. Em Março de 1879, devia 1.244$000 reis pelos adiantamentos que recebeu quando foi para Angola. Regra geral, quando existiam dívidas, a Fazenda deduzia a sexta parte do soldo, que seriam, neste caso, 66 mil reis por ano (66.000$000). Para colmatar totalmente a dívida de Tasso de Figueiredo, seriam necessários 18 anos de trabalho. Não sendo essa solução razoável, todo o seu soldo (inclusivamente a gratificação) foi deduzido para colmatar a dívida. Ora, desprovido do seu soldo e sem a sua exoneração aceite, o agente pediu uma indemnização à Fazenda. Eventualmente, aceitou abdicar o seu soldo para a amortizar a dívida<ref name=":2" />.
 
Exonerado da sua missão em Angola, regressando ao posto de 2º tenente, apresentou-se a 4 de Maio de 1879 na Direcção Geral dos Trabalhos Hidrográficos<ref>"Em 4", ''Diário do Governo'' nº 100, de 5 de Maio de 1879, 995.</ref>. Trabalhou como 2º engenheiro nos Caminhos-de-Ferro de Ambaca<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Mapas de Pessoal" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>. Em virtude de ter concluído o tirocínio prático, obteve uma guia para se apresentar na Direcção Geral dos Trabalhos Geodésicos, Topográficos, Hidrográficos e Geológicos, datada de 23 de Novembro de 1880<ref>"Em 23", ''Diário do Governo'' nº 276, de 2 de Dezembro de 1880, 2172.</ref>.  A 22 de Agosto de 1881 foi promovido - pela segunda vez - a 1º tenente<ref>"Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Direcção geral da marinha. 1ª Repartição", ''Diário do Governo'' nº 192, de 29 de Agosto de 1881, 2076.</ref> e 17 de Janeiro de 1889 a capitão<ref>"Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Direcção geral da Marinha. 1ª Repartição", ''Diário do Governo'' nº 19, de 24 de Janeiro de 1889, 199.</ref>.
 
Em Fevereiro de 1890 integrou a 4ª Brigada que fez o reconhecimento militar do litoral da Madeira e dos Açores e à elaboração dos planos gerais de defesa das respectivas costas e portos de mar<ref>"Secretaria d'estado dos negocios da guerra - Repartição do gabinete", Decreto de 5 de Fevereiro de 1890. ''Diário do Governo'' nº 57, de 7 de Março de 1890, 486-487.</ref>.


Até ser exonerado das Obras Públicas de Angola, em Junho de 1880, trabalhou como 2º engenheiro nos Caminhos-de-Ferro de Ambaca<ref>Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Mapas de Pessoal" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.</ref>. 
 


Em Setembro de 1892, então capitão-tenente, foi nomeado chefe da 3ª secção<ref>"Ministerio dos negocios da marinha e ultramar - Secretaria do conselho do almirantado. 3ª Repartição - Em 2", ''Diário de Governo nº 212'', de 20 de Setembro de 1892, 2199.</ref>. No dia 1 de Janeiro de 1893 o Diário do Governo anunciou a sua promoção a engenheiro hidrográfico chefe (nº 3)<ref>"Relatório Alphabetico de todos os assumptos contidos no Diario do Governo. Primeiro semestre de 1895 - Promoções", ''Índice. Diário do Governo'' nº [ ], de 1 de Janeiro de 1893, XI.</ref>.  
Em Setembro de 1892, então capitão-tenente, foi nomeado chefe da 3ª secção<ref>"Ministerio dos negocios da marinha e ultramar - Secretaria do conselho do almirantado. 3ª Repartição - Em 2", ''Diário de Governo nº 212'', de 20 de Setembro de 1892, 2199.</ref>. No dia 1 de Janeiro de 1893 o Diário do Governo anunciou a sua promoção a engenheiro hidrográfico chefe (nº 3)<ref>"Relatório Alphabetico de todos os assumptos contidos no Diario do Governo. Primeiro semestre de 1895 - Promoções", ''Índice. Diário do Governo'' nº [ ], de 1 de Janeiro de 1893, XI.</ref>.  
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===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
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Domingos Tasso de Figueiredo foi uma importante personalidade do Portugal Contemporâneo. Para além da sua presença nas Obras Públicas do Ultramar, foi presidente da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha (1911-1916)<ref>"Comitê Internacional da la Croix Rouge - História: 1880-1889", Observatoire de l'Action Humanitaire, [s.d].</ref><ref>Arquivo Municipal de Ponte de Lima. General Norton de Matos, Ministério da Guerra, "Ofício do Presidente da Cruz Vermelha ao Ministro da Guerra", 8 de Abril de 1904.</ref>. Foi presidente do Senado, pelos menos de 1912 a 1913<ref>"101ª Sessão Ordinária do 3º Período da 1ª Legislatura: 1912-1913", ''Diário do Senado, de'' 15 de Maio de 1913.</ref>. Integrou inúmeros governos e ministérios, através da sua ávida participação política no Partido Centrista Republicano<ref name=":3" />. Colaborou na revista quinzenal ''O Tiro Civil: Órgão da Associação de Atiradores Civis Portugueses'' (editada entre 1895-1903)<ref>Rita Correia, "O Tiro Civil: Órgão da Associação de Atiradores Civis Portugueses" (Hemeroteca Municipal de Lisboa, 2014).</ref>. Em suma, esta ficha pretende realçar o papel de Tasso de Figueiredo nas Obras Públicas do Ultramar, uma faceta mais desconhecida da sua vida, sem, porém, desvalorizar o seu percurso de vida noutras áreas e contextos.
Domingos Tasso de Figueiredo foi uma importante personalidade do Portugal Contemporâneo. Para além da sua presença nas Obras Públicas do Ultramar, foi presidente da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha (1911-1916)<ref>"Comitê Internacional da la Croix Rouge - História: 1880-1889", Observatoire de l'Action Humanitaire, [s.d].</ref><ref>Arquivo Municipal de Ponte de Lima. General Norton de Matos, Ministério da Guerra, "Ofício do Presidente da Cruz Vermelha ao Ministro da Guerra", 8 de Abril de 1904.</ref> e membro da direcção da Sociedade de Geografia de Lisboa<ref>" Senhora. Á imensa dor de Vossa Magestade (...)", ''Diário do Governo'' nº 264, de 21 de Novembro de 1889, 2680.</ref>. Foi presidente do Senado, pelos menos de 1912 a 1913<ref>"101ª Sessão Ordinária do 3º Período da 1ª Legislatura: 1912-1913", ''Diário do Senado, de'' 15 de Maio de 1913.</ref>. Integrou inúmeros governos e ministérios, através da sua ávida participação política no Partido Centrista Republicano<ref name=":3" />. Colaborou na revista quinzenal ''O Tiro Civil: Órgão da Associação de Atiradores Civis Portugueses'' (editada entre 1895-1903)<ref>Rita Correia, "O Tiro Civil: Órgão da Associação de Atiradores Civis Portugueses" (Hemeroteca Municipal de Lisboa, 2014).</ref>. Em suma, esta ficha pretende realçar o papel de Tasso de Figueiredo nas Obras Públicas do Ultramar, uma faceta mais desconhecida da sua vida, sem, porém, desvalorizar o seu percurso de vida noutras áreas e contextos.
 


Em Janeiro de 1895, enquanto engenheiro hidrográfico chefe, foi condecorado com a Ordem Militar de São Bento de Avis<ref>Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar - Secretaria do conselho do almirantado", ''Diário do Governo'' nº 25, de 31 de Janeiro de 1895, 296.</ref>.
A 9 de Dezembro de 1887, enquanto 1º tenente da armada, engenheiro hidrógrafo, foi agraciado com grau de Cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Avis<ref>Ministerio dos Negocios do Reino. Direcção geral da administração politica e civil", ''Diário do Governo'' nº 281, de 14 de Dezembro de 1887, 2775.</ref>, e em Janeiro de 1895, enquanto engenheiro hidrografo chefe, foi nomeado dignitário da real Ordem Militar de São Bento de Avis<ref>Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar - Secretaria do conselho do almirantado", ''Diário do Governo'' nº 25, de 31 de Janeiro de 1895, 296.</ref>.


==Obras== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->
==Obras== <!-- Incluí projectos não realizados mas sobre os quais tenhamos informação. Pode incluir informação que não sendo segura, pode ser atribuída; por exemplo: uma determinada obra sobre a qual haja informação de que deve ser atribuída a x pessoa, não deve ser acrescentada na info-box, mas deve constar aqui-->
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Caminhos Ferro de Ambaca.
Caminhos Ferro de Ambaca.
'''melhoria das costas e defesas da Madeira e Açores'''


==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
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==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Fontes==<!-- Ou seja, as fontes, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
Arquivo Histórico da Marinha, Fotografias de Militares da Armada, Álbuns de Fotografias, Álbum nº 3 de Fotografias de Oficiais.
Arquivo Histórico da Marinha, Fotografias de Militares da Armada, Álbuns de Fotografias, Álbum nº 3A de Fotografias de Oficiais.
Arquivo Histórico Militar, Livro de Mestres, Unidade de Caçadores, Livro nº 2 - Batalhão de Caçadores nº 1 de 14 de Abril de 1825 a 1829 e Regimento de Caçadores do Alentejo 1829, 1º Livro de matrícula, 2ª série, das praças de pré do 1º Batalhão do Regimento de Caçadores da Rainha do 1º Batalhão do Regimento nº 1 de Caçadores da Rainha.
Arquivo Histórico Militar, Livro de Mestres, Unidade de Caçadores, Livro nº 2 - Batalhão de Caçadores nº 1 de 14 de Abril de 1825 a 1829 e Regimento de Caçadores do Alentejo 1829, 1º Livro de matrícula, 2ª série, das praças de pré do 1º Batalhão do Regimento de Caçadores da Rainha do 1º Batalhão do Regimento nº 1 de Caçadores da Rainha.


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"101ª Sessão Ordinária do 3º Período da 1ª Legislatura: 1912-1913". ''Diário do Senado, de'' 15 de Maio de 1913.
"101ª Sessão Ordinária do 3º Período da 1ª Legislatura: 1912-1913". ''Diário do Senado, de'' 15 de Maio de 1913.
''Diário do Governo'' nº 209, de 16 de Setembro de 1868.
''Diário do Governo'' nº 199, de 3 de Setembro de 1869.
''Diário do Governo'' nº 131, de 14 de Junho de 1870.
''Diário do Governo'' nº 190, de 26 de Agosto de 1870.
''Diário do Governo'' nº 249, de 4 de Novembro de 1870.
''Diário do Governo'' nº 159, de 19 de Julho de 1872.
''Diário do Governo'' nº 214, de 22 de Setembro de 1873.
''Diário do Governo'' nº 204, de 12 de Setembro de 1874.
''Diário do Governo'' nº 251, de 7 de Novembro de 1876.
''Diário do Governo'' nº 16, de 20 de Janeiro de 1877.
''Diário do Governo'' nº 36, de 16 de Fevereiro de 1877.
''Diário do Governo'' nº 151, de 10 de Julho de 1878.
''Diário do Governo'' nº 100, de 5 de Maio de 1879.
''Diário do Governo'' nº 276, de 2 de Dezembro de 1880.
''Diário do Governo'' nº 192, de 29 de Agosto de 1881.
''Diário do Governo'' nº 281, de 14 de Dezembro de 1887.
''Diário do Governo'' nº 19, de 24 de Janeiro de 1889.
''Diário do Governo'' nº 264, de 21 de Novembro de 1889.
''Diário do Governo'' nº 57, de 7 de Março de 1890.
''Diário do Governo'' nº 214, de 20 de Setembro de 1890.


''Diário do Governo'' nº 286, de 16 de Dezembro de 1890.
''Diário do Governo'' nº 286, de 16 de Dezembro de 1890.


''Diário de Governo nº 212'', de 20 de Setembro de 1892.
''Diário de Governo'' nº 212, de 20 de Setembro de 1892.


''Diário do Governo'' nº 216, de 24 de Setembro de 1894.
''Diário do Governo'' nº 216, de 24 de Setembro de 1894.

Revisão das 00h24min de 22 de dezembro de 2022


Domingos Tasso de Figueiredo
Nome completo Domingos Tasso de Figueiredo
Outras Grafias valor desconhecido
Pai Domingos José de Figueiredo
Mãe Josefina Tasso
Cônjuge Carolina Adelaide Pinto de Figueiredo
Filho(s) Carlos Pinto Tasso de Figueiredo, Judite Pinto Tasso de Figueiredo, Alberto Pinto de Figueiredo
Irmão(s) Emília da Glória Tasso de Figueiredo
Nascimento 13 janeiro 1852
Morte 4 março 1919
Sertã, Portugal
Sexo Masculino
Religião Cristã
Residência
Residência Angola
Data Início: janeiro de 1877
Fim: junho de 1880

Residência Sertã, Portugal
Data Início: 13 de janeiro de 1852
Fim: 04 de março de 1919

Residência Lisboa, Portugal
Formação
Data Fim: 01 de outubro de 1870
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal

Formação Engenharia Militar
Data Início: agosto de 1874
Fim: 10 de janeiro de 1877
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal

Formação Engenharia Militar
Data Início: 1884
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Postos
Posto Tenente
Data Início: 25 de janeiro de 1879
Fim: 17 de janeiro de 1889
Arma Marinha

Posto Capitão
Data Início: 17 de janeiro de 1889
Arma Marinha

Data Início: março de 1895
Fim: agosto de 1901
Arma Marinha
Cargos
Cargo Engenheiro hidrógrafo
Data Início: 10 de janeiro de 1877

Cargo Engenheiro de 2ª Classe
Data Início: fevereiro de 1877
Fim: junho de 1880

Cargo Engenheiro
Data Fim: junho de 1880

Cargo Director
Data Fim: novembro de 1910

Cargo Presidente
Actividade
Actividade Campanha militar
Data Início: 1869
Fim: 1873

Actividade Desenho hidrográfico
Data Início: setembro de 1878

Biografia

Dados biográficos

Domingos Tasso de Figueiredo nasceu na freguesia e concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco, no dia 13 de Janeiro de 1852. Era filho legítimo de Domingos José de Figueiredo, natural de São Pedro do Sul, e de Josefina Tasso, natural de Lisboa. Era neto paterno de José Manuel Tasso de Figueiredo e de Dona Maria Josefa, de São Pedro do Sul, e materno de João Tasso, natural de Itália, e de Dona Maria do Carmo, natural de Lisboa[1].

Teve pelo menos uma irmã Emília da Glória Tasso de Figueiredo[2].

A 3 de Outubro de 1874 casou, em São Jorge de Arroios, com Dona Carolina Adelaide Pinto, solteira, de 20 anos, filha legítima de José Antunes Pinto e de Dona Margarida Adelaide Pinto, natural e baptizada em Santa Maria Maior, e residente na rua Direita de Arroios da freguesia de São Jorge de Arroios, concelho de Lisboa. Domingos, então de 22 anos, era solteiro, 2º tenente da Armada, residente na freguesia de São José do referido concelho[3].

Teve pelo menos três filhos, Alberto Pinto de Figueiredo[4] - que frequentou o Real Colégio Militar[5][6][7] e foi oficial da Marinha[8] -, Carlos Pinto Tasso de Figueiredo - que foi oficial da Marinha[9] - e Judite Pinto Tasso de Figueiredo, que casou com António Gorjão Couceiro de Albuquerque[10].

Estudou Engenharia Hidrográfica na Escola do Exército[11]. Desempenhou um importante papel na Marinha, onde foi "um dos oficiais (...) que mais serviços prestou à coletividade que pertencia e que muito ilustrava"[12].

Faleceu a 4 de Março de 1919[10].

Carreira

Foi a 31 de Agosto de 1868 que Domingos Tasso de Figueiredo, então aspirante extraordinário da Companhia de Guardas Marinhas, integrou o quadro de funcionários[13].

Em Junho de 1890 recebeu da Escola Naval um pagamento de 6$600[14].

A 1 de Agosto de 1869 embarcou na corveta Estephania[15], a 19 de Agosto de 1870 na fragata D. Fernando[16] e a 27 de Setembro de 1870 passou a integrar a corveta Duque de Palmela[17]. A 31 de Março de 1872 foi destacado para a canhoeira Camões[18], a 13 de Abril de 1873 para a escuna Príncipe D. Carlos[19].

Com a conclusão do Curso da Marinha, em Outubro de 1870, foi promovido a guarda-marinha[20].

Em Agosto de 1874, Domingos Tasso de Figueiredo, 2º tenente da Armada, obteve licença para se matricular na Escola Politécnica e fazer o curso de Engenharia Hidrográfica[21]. Em Setembro obteve autorização par afazer o tirocínio prático para engenheiro hidrográfico[22].

Antes de partir para Angola Domingos pertencia à Direção Geral dos Trabalhos Geodésicos, onde desempenhava o cargo de engenheiro hidrógrafo no Observatório Astronómico da Escola Politécnica[23].

Foi requisitado à Direção Geral da Marinha, onde era engenheiro adido, em Dezembro de 1876[23] com o intuito de integrar uma comissão na Direção das Obras Públicas de Angola, facto datado de 9 de Janeiro de 1877 e anunciado no Diário do Governo[23][24]. A 9 de Fevereiro do referido ano foi promovido - pela primeira vez - a 1ª tenente, sob pena de perder a promoção caso não concluísse a referida comissão [25]. Em Julho de 1878 passou a fazer parte do quadro das Obras Públicas de Angola[26]. Em Agosto do mesmo ano, na ausência de Henrique dos Santos Rosa, o agente ficou a cargo da Direção administrativa e técnica das Obras Públicas de Angola[27].

Em Setembro de 1878 levantou uma planta da praia de Moçâmedes, com nivelamento e sondagens necessárias ao estabelecimento de uma ponte em frente à alfândega[28]. No mesmo mês seguiu para Lisboa, para gozar 6 meses de licença da Junta de Saúde[29].

No âmbito da missão de serviço, Tasso de Figueiredo desempenhou trabalhos hidrográficos em Luanda. Neste sentido, nos inícios do ano de 1879, o agente requereu que esses trabalhos fossem considerados tirocínio, necessário para ser admitido no corpo de engenheiros hidrográficos. Porém, o seu requerimento foi indeferido. Em Março de 1879 pediu para ser exonerado da comissão, por considerar que a sua carreira estava a ser prejudicada[30]. A sua situação complicou-se devido às suas avultadas dívidas à Fazenda. Em Março de 1879, devia 1.244$000 reis pelos adiantamentos que recebeu quando foi para Angola. Regra geral, quando existiam dívidas, a Fazenda deduzia a sexta parte do soldo, que seriam, neste caso, 66 mil reis por ano (66.000$000). Para colmatar totalmente a dívida de Tasso de Figueiredo, seriam necessários 18 anos de trabalho. Não sendo essa solução razoável, todo o seu soldo (inclusivamente a gratificação) foi deduzido para colmatar a dívida. Ora, desprovido do seu soldo e sem a sua exoneração aceite, o agente pediu uma indemnização à Fazenda. Eventualmente, aceitou abdicar o seu soldo para a amortizar a dívida[30].

Exonerado da sua missão em Angola, regressando ao posto de 2º tenente, apresentou-se a 4 de Maio de 1879 na Direcção Geral dos Trabalhos Hidrográficos[31]. Trabalhou como 2º engenheiro nos Caminhos-de-Ferro de Ambaca[32]. Em virtude de ter concluído o tirocínio prático, obteve uma guia para se apresentar na Direcção Geral dos Trabalhos Geodésicos, Topográficos, Hidrográficos e Geológicos, datada de 23 de Novembro de 1880[33]. A 22 de Agosto de 1881 foi promovido - pela segunda vez - a 1º tenente[34] e 17 de Janeiro de 1889 a capitão[35].

Em Fevereiro de 1890 integrou a 4ª Brigada que fez o reconhecimento militar do litoral da Madeira e dos Açores e à elaboração dos planos gerais de defesa das respectivas costas e portos de mar[36].


Em Setembro de 1892, então capitão-tenente, foi nomeado chefe da 3ª secção[37]. No dia 1 de Janeiro de 1893 o Diário do Governo anunciou a sua promoção a engenheiro hidrográfico chefe (nº 3)[38].

Em Março de 1895 foi promovido a capitão de fragata do quadro efectivo do corpo de oficiais da Marinha militar[39].

Em abril de 1895 "o capitão de fragata hydrogapho" José Joaquim Xavier de Brito foi exonerado "do cargo de chefe da 6ª repartição da secretaria do conselho do almirantado" e substituído por Domingos Tasso de Figueiredo[40], que acabou igualmente exonerado em Maio do mesmo mês, "para ser empregado noutra comissão de serviço"[41].

Reformou-se em Maio de 1910[12].


LICENÇAS

Em Novembro de 1879 gozou da sua licença da Junta de Saúde em Lisboa. Pediu, então, que lhe fosse temporariamente restituído o soldo, alegando o seu débil estado de saúde[42]. Por falta de informação, desconhece-se a decisão da Direção das Obras Públicas. A 14 de Agosto de 1894 foi-lhe concedida de uma licença de 30 dias[43].

Outras informações

Domingos Tasso de Figueiredo foi uma importante personalidade do Portugal Contemporâneo. Para além da sua presença nas Obras Públicas do Ultramar, foi presidente da Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha (1911-1916)[44][45] e membro da direcção da Sociedade de Geografia de Lisboa[46]. Foi presidente do Senado, pelos menos de 1912 a 1913[47]. Integrou inúmeros governos e ministérios, através da sua ávida participação política no Partido Centrista Republicano[12]. Colaborou na revista quinzenal O Tiro Civil: Órgão da Associação de Atiradores Civis Portugueses (editada entre 1895-1903)[48]. Em suma, esta ficha pretende realçar o papel de Tasso de Figueiredo nas Obras Públicas do Ultramar, uma faceta mais desconhecida da sua vida, sem, porém, desvalorizar o seu percurso de vida noutras áreas e contextos.

A 9 de Dezembro de 1887, enquanto 1º tenente da armada, engenheiro hidrógrafo, foi agraciado com grau de Cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Avis[49], e em Janeiro de 1895, enquanto engenheiro hidrografo chefe, foi nomeado dignitário da real Ordem Militar de São Bento de Avis[50].

Obras

Ponte de Moçâmedes.

Caminhos Ferro de Ambaca.

melhoria das costas e defesas da Madeira e Açores

Notas

  1. Arquivo Nacional Torre do Tombo, Sertã, Paróquia da Sertã, Baptismos 1851-1857, fl. 11v-12.
  2. Segundo o site Geneall.
  3. Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia de São Jorge de Arroios, Casamentos 1864-7880, fl. 97v-98, nº 16.
  4. Arquivo Histórico Militar. Livro de Mestres, Unidade de Caçadores, Livro nº 2 - Batalhão de Caçadores nº 1 de 14 de Abril de 1825 a 1829 e Regimento de Caçadores do Alentejo 1829, 1º Livro de matrícula, 2ª série, das praças de pré do 1º Batalhão do Regimento de Caçadores da Rainha do 1º Batalhão do Regimento nº 1 de Caçadores da Rainha.
  5. "Ministerio dos Negocios da Guerra. Direcção Geral. 3ª Repartição - Relação dos candidatos a alumnos pensionistas do estado a que se refer este annuncio", Diário do Governo nº 200, de 4 de Setembro de 1890, 2065-2066.
  6. "Relação dos candidatos a alumnos pensionistas do estado a que se refere este annuncio - Classe de marinha", Diário do Governo nº 214, de 20 de Setembro de 1890, 2200.
  7. "Relação dos alumnos que no presente anno lectivo foram admittidos no real collegio militar (...) - Classe de Marinha", Diário do Governo nº 286, de 16 de Dezembro de 1890, 2894.
  8. Arquivo Histórico da Marinha. Fotografias de Militares da Armada. Álbuns de Fotografias. Álbum nº 3 de Fotografias de Oficiais, 61, nº 306.
  9. Arquivo Histórico da Marinha. Fotografias de militares da Armada. Álbuns de Fotografias. Álbum nº 3A de Fotografias de Oficiais, 20, nº 447.
  10. 10,0 10,1 Segundo o site Geneall.
  11. Arquivo Histórico Militar, “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar”. 1790-1940.
  12. 12,0 12,1 12,2 Ilustração Portugueza, 2ª Série, n.º 682, de 17 de Março de 1919, 218.
  13. Portaria de 4 de Setembro de 1868, "Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar". Ordem da Armada. Diário do Governo nº 209, de 16 de Setembro de 1868, 2288.
  14. "Escola Naval. Relação das guias passadas para pagamento de emolumentos (...)", Diário do Governo nº 131, de 14 de Junho de 1870, 815.
  15. "Secretaria d'estado dos negocios da marinha e ultramar - Em 1", Diário do Governo nº 199, de 3 de Setembro de 1869, [1067].
  16. "Ordens gerais - Em 19", Diário do Governo nº 190, de 26 de Agosto de 1870, 1164.
  17. "Officios", Diário do Governo nº 249, de 4 de Novembro de 1870, 1467.
  18. "1ª Repartição", Diário do Governo nº 159, de 19 de Julho de 1872, 1082.
  19. "Declara-se o seguinte:", Diário do Governo nº 214, de 22 de Setembro de 1873, 1464.
  20. Artigo nº 39, Decreto-Lei de 26 de Dezembro de 1868, "Portarias", Diário do Governo nº 249, de 4 de Novembro de 1870, 1466.
  21. Ministerio da marinha e ultramar - Direcção geral da marinha - 1ª Repartição", Diário do Governo nº 204, de 12 de Setembro de 1874, 1461.
  22. "Ministerio da marinha e ultramar - Direcção geral da marinha - 1ª Repartição", Diário do Governo nº 251, de 7 de Novembro de 1876, 2084-
  23. 23,0 23,1 23,2 Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Ficha sobre Domingos Tasso de Figueiredo" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.
  24. "2ª Repartição", Decreto de 8 de janeiro de 1877, Diário do Governo nº 16, de 20 de Janeiro de 1877, 124.
  25. "Ministério dos negocios da marinha e ultramar - Direcção geral da marinha - 1ª Repartição", Diário do Governo nº 36, de 16 de Fevereiro de 1877, 289.
  26. "Relação nominal do pessoal nomeado para o quadro da obras publicas da provincia de Angola", Diário do Governo nº 151, de 10 de Julho de 1878, 1644.
  27. Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Carta de Henrique dos Santos Rosa" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.
  28. Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Ponte de Mossamedes" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.
  29. Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Guia, Setembro de 1878" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.
  30. 30,0 30,1 Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Correspondência sobre a dívida de Domingos Tasso de Figueiredo" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.
  31. "Em 4", Diário do Governo nº 100, de 5 de Maio de 1879, 995.
  32. Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Mapas de Pessoal" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.
  33. "Em 23", Diário do Governo nº 276, de 2 de Dezembro de 1880, 2172.
  34. "Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Direcção geral da marinha. 1ª Repartição", Diário do Governo nº 192, de 29 de Agosto de 1881, 2076.
  35. "Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar. Direcção geral da Marinha. 1ª Repartição", Diário do Governo nº 19, de 24 de Janeiro de 1889, 199.
  36. "Secretaria d'estado dos negocios da guerra - Repartição do gabinete", Decreto de 5 de Fevereiro de 1890. Diário do Governo nº 57, de 7 de Março de 1890, 486-487.
  37. "Ministerio dos negocios da marinha e ultramar - Secretaria do conselho do almirantado. 3ª Repartição - Em 2", Diário de Governo nº 212, de 20 de Setembro de 1892, 2199.
  38. "Relatório Alphabetico de todos os assumptos contidos no Diario do Governo. Primeiro semestre de 1895 - Promoções", Índice. Diário do Governo nº [ ], de 1 de Janeiro de 1893, XI.
  39. "Conselho do Almirantado", Decreto de 14 de Fevereiro de 1895, Diário do Governo nº 69, de 28 de Maio de 1895, 823.
  40. "Ministerio dos negocios da marinha e ultramar - Secretaria do concelho do almirantado - 1ª Repartição", Diário do Governo nº 99, de 4 de Maio de 1895, 1230.
  41. "Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar", Diário do Governo nº 111, de 18 de Maio de 1895, 1368.
  42. Arquivo Histórico Ultramarino. "Domingos Tasso de Figueiredo - Correspondência entre Domingos Tasso de Figueiredo e a Junta de Saúde" in Angola. Obras Públicas. Processos Individuais, Caixa 769/2, A-D.
  43. "Ministerio dos negocios da marinha e ultramar. Secretaria do conselho do almirantado. 3ª Repartição - Em 14", Diário do Governo nº 216, de 24 de Setembro de 1894, 2256-2557.
  44. "Comitê Internacional da la Croix Rouge - História: 1880-1889", Observatoire de l'Action Humanitaire, [s.d].
  45. Arquivo Municipal de Ponte de Lima. General Norton de Matos, Ministério da Guerra, "Ofício do Presidente da Cruz Vermelha ao Ministro da Guerra", 8 de Abril de 1904.
  46. " Senhora. Á imensa dor de Vossa Magestade (...)", Diário do Governo nº 264, de 21 de Novembro de 1889, 2680.
  47. "101ª Sessão Ordinária do 3º Período da 1ª Legislatura: 1912-1913", Diário do Senado, de 15 de Maio de 1913.
  48. Rita Correia, "O Tiro Civil: Órgão da Associação de Atiradores Civis Portugueses" (Hemeroteca Municipal de Lisboa, 2014).
  49. Ministerio dos Negocios do Reino. Direcção geral da administração politica e civil", Diário do Governo nº 281, de 14 de Dezembro de 1887, 2775.
  50. Ministerio dos Negocios da Marinha e Ultramar - Secretaria do conselho do almirantado", Diário do Governo nº 25, de 31 de Janeiro de 1895, 296.

Fontes

Arquivo Histórico da Marinha, Fotografias de Militares da Armada, Álbuns de Fotografias, Álbum nº 3 de Fotografias de Oficiais.

Arquivo Histórico da Marinha, Fotografias de Militares da Armada, Álbuns de Fotografias, Álbum nº 3A de Fotografias de Oficiais.

Arquivo Histórico Militar, Livro de Mestres, Unidade de Caçadores, Livro nº 2 - Batalhão de Caçadores nº 1 de 14 de Abril de 1825 a 1829 e Regimento de Caçadores do Alentejo 1829, 1º Livro de matrícula, 2ª série, das praças de pré do 1º Batalhão do Regimento de Caçadores da Rainha do 1º Batalhão do Regimento nº 1 de Caçadores da Rainha.

Arquivo Histórico Militar, “Lista de Alunos das Escolas Militares - Academia de Fortificação, Escola do Exército, Escola de Guerra e Escola Militar (1790 a 1940)”, Processo nº 2468, Maço 33, L 14, fl. 10, ID nº 71.31.

Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos Individuais, Caixa 769/2, F-G.

Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU), 827,1 1L, 1876-1881. "Obras Públicas. Angola.", Angola.

Arquivo Histórico Ultramarino, Secretaria de Estado da Marinha e Ultramar-Direção-Geral do Ultramar (SEMU-DGU), 870 1L, 1877-1900. "Obras Públicas. Angola.", Angola.

Arquivo Municipal de Ponte de Lima, General Norton de Matos, Ministério da Guerra, "Ofício do Presidente da Cruz Vermelha ao Ministro da Guerra".

Arquivo Nacional Torre do Tombo, Lisboa, Paróquia de São Jorge de Arroios, Casamentos 1864-7880.

Arquivo Nacional Torre do Tombo, Sertã, Paróquia da Sertã, Baptismos 1851-1857.

"101ª Sessão Ordinária do 3º Período da 1ª Legislatura: 1912-1913". Diário do Senado, de 15 de Maio de 1913.

Diário do Governo nº 209, de 16 de Setembro de 1868.

Diário do Governo nº 199, de 3 de Setembro de 1869.

Diário do Governo nº 131, de 14 de Junho de 1870.

Diário do Governo nº 190, de 26 de Agosto de 1870.

Diário do Governo nº 249, de 4 de Novembro de 1870.

Diário do Governo nº 159, de 19 de Julho de 1872.

Diário do Governo nº 214, de 22 de Setembro de 1873.

Diário do Governo nº 204, de 12 de Setembro de 1874.

Diário do Governo nº 251, de 7 de Novembro de 1876.

Diário do Governo nº 16, de 20 de Janeiro de 1877.

Diário do Governo nº 36, de 16 de Fevereiro de 1877.

Diário do Governo nº 151, de 10 de Julho de 1878.

Diário do Governo nº 100, de 5 de Maio de 1879.

Diário do Governo nº 276, de 2 de Dezembro de 1880.

Diário do Governo nº 192, de 29 de Agosto de 1881.

Diário do Governo nº 281, de 14 de Dezembro de 1887.

Diário do Governo nº 19, de 24 de Janeiro de 1889.

Diário do Governo nº 264, de 21 de Novembro de 1889.

Diário do Governo nº 57, de 7 de Março de 1890.


Diário do Governo nº 214, de 20 de Setembro de 1890.

Diário do Governo nº 286, de 16 de Dezembro de 1890.

Diário de Governo nº 212, de 20 de Setembro de 1892.

Diário do Governo nº 216, de 24 de Setembro de 1894.

Diário do Governo nº 25, de 31 de Janeiro de 1895.

Diário do Governo nº 69, de 28 de Maio de 1895.

Diário do Governo nº 99, de 4 de Maio de 1895.

Diário do Governo nº 111, de 18 de Maio de 1895.

Ilustração Portugueza. 2ª Série, n.º 618, de 17 de Março de 1919.

Índice. Diário do Governo nº [ ], de 1 de Janeiro de 1893.

Bibliografia

Correia, Rita. "O Tiro Civil: Órgão da Associação de Atiradores Civis Portugueses." Hemeroteca Municipal de Lisboa, 2014.

Ligações Externas

"101ª Sessão Ordinária do 3º Período da 1ª Legislatura: 1912-1913". Diário do Senado, de 15 de Maio de 1913.

"Comitê Internacional da la Croix Rouge - História: 1880-1889". Observatoire de l'Action Humanitaire, [s.d].

"Domingos Tasso de Figueiredo" in Geneall.

"Domingos Tasso de Figueiredo" in Wikipédia.

Ilustração Portugueza. 2ª Série, n.º 618, de 17 de Março de 1919.

"Viscondes de Oleiros" in Geneall.

Autor(es) do artigo

Mariana Nicolau

https://orcid.org/0000-0002-1454-1794


Sandra Osório da Silva

Departamento de História, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa

https://orcid.org/0000-0001-7529-5008

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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