Academia Militar de Goa: diferenças entre revisões
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Criada pelo Vice-rei Conde do Rio Pardo | Criada pelo Vice-rei Conde do Rio Pardo, a Academia Militar organizava as aulas já existentes em Goa, instituindo três cursos: Artilharia, Marinha e Engenharia. A sua criação e os seus estatutos foram publicados por portaria de 26 de Julho de 1817, que previa o início das aulas para 1 de Setembro de 1817. Porém, estas só iniciaram o seu funcionamento em Janeiro de 1818 e só foram aprovadas regiamente a 1 de Junho de 1818<ref>Abreu, ''O Governo Do Vice-Rei Conde Do Rio Pardo No Estado Da Índia Portugueza Desde 1816 a 1821,'' 129</ref>. | ||
O primeiro director da Academia foi [[Francisco Monteiro Cabral|Francisco Augusto Monteiro Cabral de Barbuda]], que já dirigia as Aulas de Fortificação juntamente com [[João Alves Porto|João Baptista Alves Porto]]. Oficiais de engenharia do reino, ambos tinham ido para Goa em 1807 com o objectivo especifico de montar a Aula de Fortificação, idêntica à que funcionava em Lisboa. A Academia tinha um total de 8 professores, 6 efectivos e 2 substitutos. Para além dos já referidos, Francisco Barbuda e João Alves Porto, também [[Joaquim Pereira Marinho]] tinha ido para Goa com a tarefa especifica de ensinar na Academia. As aulas apoiavam-se em oficiais militares que se encontravam ao serviço na Índia como [[Julião da Silva Vieira|Julião José da Silva Vieira]] e [[Lourenço Caetano Pinto]], assim como em alguns luso-descendentes, antigos alunos das Aulas que a antecederam, como D. [[Lourenço de Noronha]] e [[Maurício Costa Campos]]. | O primeiro director da Academia foi [[Francisco Monteiro Cabral|Francisco Augusto Monteiro Cabral de Barbuda]], que já dirigia as Aulas de Fortificação juntamente com [[João Alves Porto|João Baptista Alves Porto]]. Oficiais de engenharia do reino, ambos tinham ido para Goa em 1807 com o objectivo especifico de montar a [[Aula de Fortificação (Goa)|Aula de Fortificação]], idêntica à que funcionava em Lisboa. A Academia tinha um total de 8 professores, 6 efectivos e 2 substitutos. Para além dos já referidos, Francisco Barbuda e João Alves Porto, também [[Joaquim Pereira Marinho]] tinha ido para Goa com a tarefa especifica de ensinar na Academia. As aulas apoiavam-se em oficiais militares que se encontravam ao serviço na Índia como [[Julião da Silva Vieira|Julião José da Silva Vieira]] e [[Lourenço Caetano Pinto]], assim como em alguns luso-descendentes, antigos alunos das Aulas que a antecederam, como D. [[Lourenço de Noronha]] e [[Maurício Costa Campos]]. | ||
A organização da Academia manteve-se até D. Manuel de Portugal e Castro (1826-1835) ter introduzido algumas alterações, entre elas a autonomia e obrigatoriedade da Aula de Desenho que era da responsabilidade de [[Cândido Garcez Palha|Cândido José Mourão Garcez Palha]]. | A organização da Academia manteve-se até D. Manuel de Portugal e Castro (1826-1835) ter introduzido algumas alterações, entre elas a autonomia e obrigatoriedade da Aula de Desenho que era da responsabilidade de [[Cândido Garcez Palha|Cândido José Mourão Garcez Palha]]. | ||
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Em 1838, o governador Barão do Sabroso (1837-1838), reorganizou o corpo docente uma vez que a maioria dos professores inicialmente designados já não estava a exercer funções e as cadeiras eram leccionadas por lentes interinos. Os professores nomeados eram oito, na sua maioria luso-descendentes e todos já formados na Academia Militar de Goa. Eles eram José António de Lemos, Diogo de Mello Sampaio, José Joaquim Soares da Veiga, José António Paulo Gomes, José da Costa Campos, Cândido Garcez Palha, José de Sousa Sepúlveda e Manuel Godinho Fernandes. | Em 1838, o governador Barão do Sabroso (1837-1838), reorganizou o corpo docente uma vez que a maioria dos professores inicialmente designados já não estava a exercer funções e as cadeiras eram leccionadas por lentes interinos. Os professores nomeados eram oito, na sua maioria luso-descendentes e todos já formados na Academia Militar de Goa. Eles eram José António de Lemos, Diogo de Mello Sampaio, José Joaquim Soares da Veiga, José António Paulo Gomes, José da Costa Campos, Cândido Garcez Palha, José de Sousa Sepúlveda e Manuel Godinho Fernandes. | ||
Pouco tempo depois | Pouco tempo depois, no governo do Barão do Candal (1839-1840), grandes alterações começaram a ser introduzidas mas acabaram por ser implementadas durante o governo interino de Joaquim Lopes de Lima (1840-1842). As modificações abrangiam não só a Academia Militar mas também a organização da administração incluindo o Exército e as Obras Publicas. O texto legislativo que reformou o exército considerou urgente fazer também uma reforma na Academia Militar. Assim em Agosto de 1841 foi aprovada a sua extinção, sendo criada no seu lugar a [[Escola Matemática e Militar (Goa)|Escola Matemática e Militar]]. | ||
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Revisão das 10h43min de 26 de abril de 2019
História
Criada pelo Vice-rei Conde do Rio Pardo, a Academia Militar organizava as aulas já existentes em Goa, instituindo três cursos: Artilharia, Marinha e Engenharia. A sua criação e os seus estatutos foram publicados por portaria de 26 de Julho de 1817, que previa o início das aulas para 1 de Setembro de 1817. Porém, estas só iniciaram o seu funcionamento em Janeiro de 1818 e só foram aprovadas regiamente a 1 de Junho de 1818[1].
O primeiro director da Academia foi Francisco Augusto Monteiro Cabral de Barbuda, que já dirigia as Aulas de Fortificação juntamente com João Baptista Alves Porto. Oficiais de engenharia do reino, ambos tinham ido para Goa em 1807 com o objectivo especifico de montar a Aula de Fortificação, idêntica à que funcionava em Lisboa. A Academia tinha um total de 8 professores, 6 efectivos e 2 substitutos. Para além dos já referidos, Francisco Barbuda e João Alves Porto, também Joaquim Pereira Marinho tinha ido para Goa com a tarefa especifica de ensinar na Academia. As aulas apoiavam-se em oficiais militares que se encontravam ao serviço na Índia como Julião José da Silva Vieira e Lourenço Caetano Pinto, assim como em alguns luso-descendentes, antigos alunos das Aulas que a antecederam, como D. Lourenço de Noronha e Maurício Costa Campos.
A organização da Academia manteve-se até D. Manuel de Portugal e Castro (1826-1835) ter introduzido algumas alterações, entre elas a autonomia e obrigatoriedade da Aula de Desenho que era da responsabilidade de Cândido José Mourão Garcez Palha.
Em 1838, o governador Barão do Sabroso (1837-1838), reorganizou o corpo docente uma vez que a maioria dos professores inicialmente designados já não estava a exercer funções e as cadeiras eram leccionadas por lentes interinos. Os professores nomeados eram oito, na sua maioria luso-descendentes e todos já formados na Academia Militar de Goa. Eles eram José António de Lemos, Diogo de Mello Sampaio, José Joaquim Soares da Veiga, José António Paulo Gomes, José da Costa Campos, Cândido Garcez Palha, José de Sousa Sepúlveda e Manuel Godinho Fernandes.
Pouco tempo depois, no governo do Barão do Candal (1839-1840), grandes alterações começaram a ser introduzidas mas acabaram por ser implementadas durante o governo interino de Joaquim Lopes de Lima (1840-1842). As modificações abrangiam não só a Academia Militar mas também a organização da administração incluindo o Exército e as Obras Publicas. O texto legislativo que reformou o exército considerou urgente fazer também uma reforma na Academia Militar. Assim em Agosto de 1841 foi aprovada a sua extinção, sendo criada no seu lugar a Escola Matemática e Militar.
Outras informações
Professores
Curricula
1817-18 | ||
1º Ano | "Curso de Besout"
Aritmética, geometria, trigonometria rectilínea, e esférica, etc... trabalho prático no campo |
D. Lourenço de Noronha
Lente efectivo. |
2º Ano | Algebra | Julião José da Silva Vieira
Lente efectivo. |
3º Ano | Mecânica.
Hidrostática e hidráulica de Besout |
Lourenço Caetano Pinto
Lente efectivo. |
4º Ano | Aula de Artilharia
Tratado de João Muller, Minas pelo compêndio do General José António da Roza. Trabalho de campo |
Joaquim Pereira Marinho |
4º Ano | Aula de Marinha
Trigonometria esférica; navegação; desenhos ou riscos das naus, fragatas, ...etc. |
Maurício Costa Campos
Lente substituto |
5º ano | Arquitectura militar pelo comendador D. António, tanto regular como irregular. Parte prática. | Francisco Augusto Monteiro Cabral de Barbuda |
João Baptista Alves Porto
Lente extranumerário. |
1838
(Reorganização do corpo docente (BGEI, nº44, 1 de set 1838) pp. 241-242) | ||
1º Ano | Obrigações titulo 1 art. 7 dos estatutos | José António de Lemos
Lente proprietário |
2º Ano | Diogo de Mello Sampaio
Lente proprietário | |
3º Ano | José Joaquim Soares da Veiga
Lente proprietário | |
4º Ano | Marinha | José António Paulo Gomes
Lente proprietário |
4º Ano | Artilharia | (sem lente proprietário a ser leccionada por um extranumerário) |
5º Ano | Fortificação | José da Costa Campos
Lente proprietário |
Aulas de Desenho | Cândido José Mourão Garcez Palha
Lente proprietário | |
José de Souza Sepúlveda
Lente Extranumerário | ||
Manuel Godinho Fernandes
Lente Extranumerário |
Referências bibliográficas
- ↑ Abreu, O Governo Do Vice-Rei Conde Do Rio Pardo No Estado Da Índia Portugueza Desde 1816 a 1821, 129
Fontes
Bibliografia
Miguel Vicente de Abreu, O Governo Do Vice-Rei Conde Do Rio Pardo No Estado Da Índia Portugueza Desde 1816 a 1821. Nova Goa: Imprensa Nacional, 1869, 129-134.
Ligações Externas
Autor(es) do artigo
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- Academia Militar de Goa (última modificação: 26/04/2019). eViterbo. Visitado em 21 de setembro de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Academia_Militar_de_Goa