Academia Politécnica do Porto

Fonte: eViterbo
Revisão em 13h09min de 23 de agosto de 2023 por JAlmeida (discussão | contribs) (→‎Curricula)
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa


Academia Politécnica do Porto
(valor desconhecido)
Outras denominações Academia Politécnica da Cidade do Porto, Academia Polytechnica do Porto
Tipo de Instituição Ensino civil
Data de fundação 13 janeiro 1837
Data de extinção 19 abril 1911
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Colégio de Nossa Senhora da Graça dos Meninos Órfãos, Porto,-
Início: 13 de janeiro de 1837
Fim: 1911
Antecessora Academia Real de Marinha e Comércio do Porto

Sucessora Faculdade de Ciências da Universidade do Porto


História

A Academia Politécnica do Porto foi uma instituição de instrução técnica criada por decreto de 13 de Janeiro de 1837, sucedendo à extinta Academia Real de Marinha e Comércio da Cidade do Porto, criada por iniciativa privada e concretização régia. O propósito da nova Academia era o do "ensino das ciências industriais" ministrado aos engenheiros civis "de todas as classes, tais como os engenheiros de minas, os engenheiros construtores e os engenheiros de pontes e estradas"; bem como, a oficiais de marinha, pilotos, comerciantes, agricultores, diretores de fábricas e artistas[1]. Não obstante, sublinha-se a preponderância, no plano de estudos, "do ensino das 'engenharias' em detrimento da matriz naval e comercial que orientou a criação da antiga [Academia]"[2]. Nesse sentido, o ensino ministrado na Academia Politécnica surgiu como estímulo ao processo de industrialização do Porto, enquadrado na redefinição económica da cidade, necessária dada a independência do Brasil, em 1822, e a consequente diminuição do comércio realizado com aqueles portos[3].

Em 1839, regulava-se as faltas dos alunos e a forma pela qual o seu aproveitamento nas cadeiras era determinado, nomeadamente, por atos públicos, entre outros instrumentos de avaliação[4].

A organização e composição disciplinar do ensino ministrado na Academia Politécnica não deixavam de merecer críticas, nomeadamente, no discurso de abertura do ano letivo de 1847-1848 lido por um professor da instituição, que José Silvestre Ribeiro não identifica. Acusa-se a incapacidade da instituição em formar engenheiros uma vez "sem cadeira de construções, sem cadeira especial de mecânica aplicada, e [ensinando] os princípios de mecânica à segunda cadeira, mui sobrecarregada já", encontrando-se ainda a mecânica industrial a cargo do professor de física. Igualmente, a cadeira de desenho encontrava-se sobrecarregada devido à diversidade dos ramos de desenho que compunham o seu programa[5].

Afora as limitações nas distribuições das disciplinas, a que concerne um problema de quadros no corpo docente, criticava-se igualmente a extensa duração do curso de comércio e de piloto. Refere o discurso, citado por José Silvestre Ribeiro, que o conselho escolar procurou remediar essa situação no ensino transferindo a disciplina de Mecânica teórica e industrial para a cadeira de Geometria descritiva, e a nova disciplina de Construções para a sexta cadeira, estabelecendo para esta última um regime bienal[6]. Não obstante, a problemática ter-se-á mantido agravada pela "censura dos governos e dos parlamentos, pelos cortes que fazem nas somas aplicadas aos estabelecimentos científicos"[7]. Segundo este discurso crítico, a sexta cadeira, onde era leccionada a disciplina de Construções Públicas, havia sido suprimida pela "reforma de fazenda", o que de facto sucedeu em 1844, como desenvolvido abaixo. A questão não seria de somenos importância como colocava o referido professor sublinhando a sua indispensabilidade: "Pelo orçamento ficou suprimida a cadeira em que se ensinavam construções numa academia destinada a formar engenheiros civis de todas as classes!"[8].

Segundo escrito de autoria não identificada por José Silvestre Ribeiro, as condições que a Academia Politécnica dispunha para o ensino e a própria organização científica não lhe permitiam "ministrar uma instrução preparatória igual à que se professava nas faculdades de matemática e filosofia da Universidade de Coimbra, e na Escola Politécnica de Lisboa", pois o quadro de cadeiras da Academia não correspondia "ao ensino superior de engenharia civil nos seus principais ramos". Esta incapacidade derivava, segundo o autor, das decisões tomadas pelo conselho académico da Academia quanto aos programas ministrados que haviam redundado em sacrificado "a instrução em algumas doutrinas, das mais importantes numa escola desta ordem, cuja feição característica era o ensino da ciência industrial nas modestas proporções da arte e do ofício". A mais, outras dificuldades, como as necessidades materiais afetas aos estudos e à componente prática do ensino, viriam a constituir obstáculos à persecução do ensino e a marcar a vida da própria instituição sendo claro "com quantas dificuldades tiveram a lutar os lentes desta academia"[9][10].

Nesse sentido, observe-se a descrição que Silvestre Ribeiro redigiu sobre o ano letivo de 1850-1851 e as dificuldades verificadas então: "A academia necessitava de um jardim botânico e experimental; e sentia a falta de simplicidade no curso de pilotagem, de instrumentos de física, e de uma cadeira para o ensino do curso de construções"[11]. No ano lectivo seguinte, a corporação dos professores "pedia novo local para laboratório químico, e observatório astronómico"[12].

Em 1854, segundo o relatório do Conselho Superior de Instrução Pública, o conselho académico da Academia Politécnica apresentara um extenso programa de reivindicações: "1.º Concessão da igreja profanada, e do claustro a ela contíguo, do extinto convento das religiosas carmelitas do Porto, para o estabelecimento do laboratório químico. 2.º Reestabelecimento da 6.ª cadeira (...) sendo o restabelecimento da indicada cadeira para o ensino das construções públicas, e para aliviar a 3.ª cadeira. 3.º Estabelecimento de um observatório astronómico. 4.º Conveniência de se concederem licenças aos militares da guarnição do Porto e dos corpos das províncias do norte para frequentarem a Academia Politécnica do Porto, enquanto aos cursos preparatórios para admissão nas escolas do exército". A mais, solicitava o financiamento necessário ao recheio dos gabinetes, destinado ao ensino prático, e a criação de quatro novas cadeiras, a saber, "de economia política", "de construções navais", "de geologia, mineralogia, e artes de minas", e uma "cadeira de agricultura, economia rural e tecnologia". Segundo José Silvestre Ribeiro, a resposta do Conselho Superior às solicitações fora negativa[13]. Nesse ano, o director e o conselho da Academia eram instados a apresentar ao ministério do Reino um plano de "reforma dos programas"[14].

Afora as alterações a cadeiras isoladas decretadas nas décadas de 40 e 50, que abaixo se mencionam, o quadro disciplinar e os cursos ministrados seriam apenas revistos mais profundamente com as reformas aplicadas por decreto de lei de 31 de Dezembro de 1868[15] e por carta de lei de 21 de Julho de 1885[16], regulamentada em 1888[17]. Esta última viria igualmente a atender em certa medida às dificuldades financeiras vividas pela instituição, dotando-a de novas fontes de financiamento[18].

Outras informações

Aquando da sua fundação consideravam-se estabelecimentos anexos à Academia Politécnica do Porto os estabelecimentos existentes na Academia Real de Marinha e Comércio. A esses acresciam ainda: "1.º Um gabinete de historia natural industrial; 2.º um gabinete de máquinas; 3.º um laboratório químico, e oficina metalúrgica; 4.º um jardim botânico e experimental"[19]. O estabelecimento efetivo do jardim botânico e experimental, e do laboratório químico apenas se concretizaria em 1844[20]. A relação apresentada respeita, essencialmente, à letra da lei e como tal não deve ser considerada a sua concretização prática correspondente. Nesse sentido, leia-se a crítica exarada por um professor da Academia sobre a discrepância entre os estabelecimentos anexos determinado pela lei e as dificuldades suscitadas na sua concretização prática: "Todavia, o que é mais para estranhar é como se decreta entre nós estabelecimentos sem prover aos meios de os custear (...) A reforma literária de 1837, como outras provisões dessa administração, daria a um estrangeiro que confiasse na letra das nossas leis e decretos, a ideia mais avantajada de nós". No caso particular da Academia Politécnica do Porto, o professor registava o seguinte: "Para das demonstrações de física e química, pelo incansável zelo dos professores da Academia Politécnica improvisou-se um gabinete e um laboratório, e mendigaram-se, até por empréstimo de generosos particulares, exemplares para as demonstrações de história natural (...) O gabinete de máquinas, o jardim botânica e experimental, a oficina metalúrgica, nunca tiveram existência. E se o gabinete de física possui uma máquina elétrica de grande custo, fora ela comprada pela junta da companhia para a casa que ela fundara, hoje extinta, de sociedade de náufragos. E nem o observatório nem os estudos topográficos foram providos dos novos e melhorados instrumentos que a aplicação do princípio de repetição e o adiantamento das artes tem introduzido"[21].

O número de alunos matriculados na Academia Politécnica sofreu um acréscimo entre o ano letivo de 1847-1848, quando contava 179 alunos, e 1857-1858, registando-se a matrícula de 207 alunos, sendo oito militares[22][23]. No ano letivo de 1848-1849 contabilizavam-se 145 alunos, e, no seguinte, 103 alunos. Em 1850-1851, 92 alunos, e, em 1852-1853, registou um total de 219 alunos[24] e no seguinte 129 alunos[25]. No ano letivo de 1854-1855, mercê das licenças concedidas pelo Ministério do Reino para frequência das aulas da Academia Politécnica, o número de alunos matriculados ascenderia aos 243[26].

Uma vez que a Academia Politécnica substituiu a Academia Real de Marinha e Comércio do Porto, e, em 1838, a Câmara Municipal do Porto ter requerido que os alunos do Colégio de Meninos Órfãos frequentassem gratuitamente as aulas daquela Academia, à semelhança do que havia sido realizado na instituição antecessora, tudo leva a crer que a primeira tenha mantido a localização no edifício daquele Colégio[27]. Em 1845, por decreto de 8 de Outubro, os poderes públicos destinavam os antigos edifício e cerca do extinto Convento das Carmelitas, na cidade do Porto, para instalação futura da Academia Politécnica, a Escola Médico-Cirúrgica do Porto e a Guarda Municipal[28]. No entanto, apenas em 1852, por decreto de 20 de Outubro, os poderes públicos demarcariam os espaços do edifício destinados a cada instituição[29]. Seis anos depois as obras no, então, "edifício da Academia Politécnica do Porto" continuariam sem conclusão[30]. Era nomeada uma comissão para organizar "plano definitivo para as obras indispensáveis no edifício", em que se achava igualmente a "Escola Industrial Portuense"[31]. O plano seria apresentado em 26 de Janeiro de 1863, e propunha albergar também a Academia de Belas Artes e a Biblioteca Pública[32].

Professores

O número de professores proprietários que compunham o corpo docente não é apresentado por José Silvestre Ribeiro, deixando apenas a nota de existirem "tantos professores proprietários, quantos são os cursos". Estabeleciam-se seis lugares de professor substitutos na qualidade de "demonstradores natos", ou seja, eram responsáveis por executarem a componente prática das disciplinas. Um professor substituto encontrava-se afeto e especialmente dedicado aos trabalhos da cadeira de desenho[33].

Após a Revolução Setembrista de 1836, os professores da Academia de Marinha e Comércio do Porto foram reintegrados, ou viriam a sê-lo, na Academia Politécnica do Porto, nos lugares vagos existentes, ou naqueles que vagassem[34].

Curricula

A oferta curricular apresentada aquando da fundação da Academia Politécnica do Porto compunha-se de seis cursos, a saber, de engenheiro de marinha e de oficial de marinha, com a duração mínima de cinco anos; e de piloto, de comércio, de agricultura e de artes com a duração mínima de três anos[35]. Em razão das dificuldades suscitadas pelo número diminuto de cadeiras que a Academia dispunha, refere autor anónimo citado por Silvestre Ribeiro, o conselho académico da instituição decidiria pela especialização do curso de engenheiro, subdividindo-o em quatro cursos especiais, a saber, de engenheiro de minas, construtores de navios, geógrafos, e engenheiros de pontes e estradas, e assim, sacrificara "o ensino à multiplicidade dos cursos"[36].

As condições e privilégios resultantes da conclusão dos cursos, tanto para civis como para militares, parecem não ter tido aplicação prática, nomeadamente, quanto ao acesso a empregos públicos, sendo o curso da Academia Politécnica habilitação favorável; ou quanto à recusa de licenças de oficiais para frequentarem o curso preparatório para ingresso na Escola do Exército[37]. Apenas em 1844, a Academia começou a ministrar os cursos preparatórios requeridos na admissão à Escola do Exército, em semelhança da Escola Politécnica de Lisboa. Simultaneamente, permitia-se a nomeação para guardas marinhas, e consequente serviço na Armada Real, aos alunos que tivessem concluído o curso de oficiais de marinha[38]. Não obstante, as dificuldades na obtenção de licenças por parte dos oficiais ter-se-ão mantido[39].

Os cursos ministrados pela Academia foram objecto de reforma em 1868, tendo diminuído em número em consequência da supressão do curso de oficiais de marinha, de agricultores, de directores de fábrica, e de artistas. Como sublinha Hélder Pinto, a supressão destes cursos "mostra bem o carácter que se pretendia para esta instituição como Escola de Engenharia"[15]. Consentaneamente, a reforma de 1885 reorganizaria a oferta segundo apenas duas áreas disciplinares, engenharia e comércio, pelo que reduzia a sua oferta ao curso de engenheiros civis, compreendendo as obras públicas, as minas e as industriais; e ao curso de comércio[40]. Eram ainda ministrados três cursos preparatórios para as matrículas da Escola do Exército, da Escola Naval, das Escolas Médico-Cirúrgicas e da Escola de Farmácia[41].

O ensino de aparelho e manobra navais era assegurado por um mestre, subordinado ao professor de disciplina de navegação. O ensino da arquitetura civil e naval era ministrado na Academia Portuense de Belas Artes. A componente de instrução prática da Academia Politécnica era realizada através de "experiências, manipulações, e os mais exercícios práticos [realizados] nos gabinetes da academia, nas oficinas da Academia Portuense de Belas Artes, e nas salas do Conservatório das Artes e Ofícios, que serão para esse fim estabelecimentos comuns"[42].

Simultaneamente, era estabelecido que a Academia Politécnica albergasse aulas que correspondiam a aulas leccionadas no Liceu Nacional do Porto, e cujos alunos passariam a frequentar em substituição[42][43].

Relação das cadeiras

Em 1844, a sexta cadeira, em que se leccionavam a Artilharia e táctica naval, foi suprimida por decreto, com força de lei, de 20 de Setembro[44]. Segundo Hélder Pinto, essa supressão pode ser observada como "um dos passos oficiais no distanciamento gradual da APP em relação ao seu passado como Academia de Marinha [não sendo] essencial numa instituição que se pretendia vocacionada para o ensino das 'sciencias industriaes'"[45].

Em 1857, em resultado das queixas e propostas do conselho académico da Academia Politécnica o quadro de oferta disciplinar era alargado com a criação da 12.ª cadeira, por decreto de lei de 15 de Julho[46], "destinada para o ensino da economia política, e dos princípios de direito administrativo e comercial", com a opção de se tornar bienal[47]. No ano seguinte, era aprovada pelo Conselho Superior de Instrução Pública a criação de uma cadeira destinada à leccionação das disciplinas de "construções públicas, pontes, estradas e máquinas a vapor, a fim de ser completo o curso de engenheiros civis"[48]. A constituição destas matérias em cadeira própria, sucedeu à sua anterior inclusão na sexta cadeira entre 1838 e 1844, e na terceira cadeira a partir desse último ano[49].

O quadro de cadeiras foi objecto de reforma, em 1868, sendo decretada a criação de duas cadeiras, de Química Orgânica e Mecânica. Contudo, apenas a última foi efetivamente constituída como a 13.ª cadeira, "Mecânica aplicada ás construções civis". Com uma organização bienal, no primeiro ano leccionava-se a "Resistencia de materiais - Estabilidade de construções - Construções em geral - Vias de comunicação - Pontes de todas as espécies - Teoria das máquinas de vapor"; e, no segundo ano, leccionava-se a "Hidráulica - Construções hidráulicas - Caminhos de ferro - Teoria das sombras - Perspectiva linear e estereotomia das obras de madeira". Por sua vez, a disciplina de Química Orgânica terá sido, muito provavelmente, leccionada na nona cadeira[50].

Em 1883, por carta de lei de 14 de Junho, era reestabelecida a sexta cadeira, porém, "tendo por objetivo o ensino da mineralogia, geologia, metalúrgica e arte de minas"[51], tal como havia sido proposto em 1864[52].

Com a reforma de 1885, o quadro disciplinar da Academia foi reformulado e alargado, ainda que as principais alterações já tivessem sido postas em prática, resultando que aquela reforma veio principalmente confirmá-las. Ou seja, conquanto "as cadeiras da APP, mesmo antes desta reforma, já não seguiam à risca o estipulado pelos estatutos de 1837", "na prática, a reforma de 1885 veio por um lado formalizar o que já se praticava", oficializando essas alterações, e, por outro lado, proceder ao desdobramento de cadeiras, permitindo o "aprofundamento e ampliação das matérias ensinadas" em algumas cadeiras[53].

Com entrada em vigor em 10 de Setembro de 1885, o quadro disciplinar da Academia ficava composto de um total de 18 cadeiras. A saber: 1.ª Cadeira: Geometria analítica; álgebra superior; trigonometria esférica; 2.ª Cadeira: Cálculo diferencial e integral; calculo das diferenças e das variações; 3.ª Cadeira: Mecânica racional; cinemática; 4.ª Cadeira: Geometria descritiva; 5.ª Cadeira: Astronomia e geodesia; 6.ª Cadeira: Física; 7.ª Cadeira: Química inorgânica; 8.ª Cadeira: Química orgânica e analítica; 9.ª Cadeira: Mineralogia, paleontologia e geologia; 10.ª Cadeira: Botânica; 11.ª Cadeira: Zoologia; 12.ª Cadeira: Resistência dos materiais e estabilidade das construções; 13.ª Cadeira: Hidráulica e máquinas; 14.ª Cadeira: Construções e vias de comunicação; 15.ª Cadeira: Montanística e docimasia; 16.ª Cadeira: Economia politica. Estatística. Princípios de direito público, administrativo e comercial. Legislação; 17.ª Cadeira: Comércio; 18.ª Cadeira: Desenho[54]. As disciplinas foram distribuídas da seguinte forma: 1.ª cadeira, "Geometria analítica; álgebra superior; trigonometria esférica: três lições semanais"[55]; 2.ª cadeira, "Cálculo diferencial e integral; calculo das diferenças e das variações: três lições semanais"[55]; 3.ª cadeira, "Mecânica racional; cinemática: três lições semanais"[55]; 4.ª cadeira, "Geometria descritiva. 1.ª parte: Geometria descritiva e projetiva; grafo estática: três lições semanais"[55]; 5.ª cadeira, "Astronomia e geodésia. 1.ª parte: Astronomia e geodésia: três lições semanais. 2.ª parte: Topografia: uma lição semanal"[55]; 6.ª cadeira, "Física. 1.ª parte: Física geral: três lições semanais. 2.ª parte: Física industrial: uma lição semanal"[55]; 7.ª cadeira, "Química inorgânica. 1.ª parte: Química inorgânica geral: três lições semanais. 2.ª parte: Química inorgânica industrial: uma lição semanal"[56]; 8.ª cadeira, "Química orgânica e analítica.1.º parte: Química orgânica geral e biológica: duas lições semanais. 2.ª parte: Química analítica: uma lição semanal. 3.ª parte: Química orgânica industrial: uma lição semanal"[56]; 9.ª cadeira, "Mineralogia, paleontologia e geologia: três lições semanais"[56]; 10.ª cadeira, "Botânica. 1.ª parte: Botânica: três lições semanais. 2.ª parte: Botânica industrial. Matérias primas de origem vegetal: uma lição semanal"[56]; 11.ª cadeira, "Zoologia. 1.ª parte: Zoologia: três lições semanais. 2.ª parte: Zoologia industrial. Matérias primas de origem animal: uma lição semanal"[56]; 12.ª cadeira, "Resistência dos materiais e estabilidade das construções (Materiais de construção. Resistência dos materiais. Grafoestática aplicada. Processos geraes de construção): três lições semanais"[56]; 13.ª cadeira, "Hidráulica e máquinas: curso bienal. 1.º Ano: Hidráulica. Máquinas em geral. Máquinas hidráulicas: três lições semanais. 2.° Ano: Termodinâmica; máquinas térmicas. Motores eléctricos. Máquinas diversas. Construção de máquinas: três lições semanais"[56]; 14.ª cadeira, "Construções e vias de comunicação, curso bienal 1.º Ano: Edifícios. Abastecimento de agua e esgotos. Hidráulica agrícola. Rios e canais. Portos de mar e faróis: três lições semanais. 2.° Ano: Estradas. Caminhos de ferro. Pontes: três lições semanais"[56]; 15.ª cadeira, "Montanística [sobre extração e fusão de metais] e docimasia, curso bienal. 1.° Ano: 1.ª parte: Docimasia: uma lição semanal. 2.º parte: Metalurgia: duas lições semanais. 2.° Ano: Arte de minas: três lições semanais"[56]; 16.ª cadeira, "Economia política. Estatística. Princípios de direito público, administrativo e comercial. Legislação. 1.ª parte: Economia política. Estatística. Princípios de direito publico, direito administrativo e comercial: duas lições semanais. 2.ª parte: Economia e legislação de obras públicas, de minas e industrial: uma lição semanal"[56]; 17.ª cadeira, "Comercio, curso, bienal. 1.º Ano. 1.ª parte: Cálculo comercial. Escrituração em geral e especialmente dos bancos: duas lições semanais. 2.ª parte: Contabilidade industrial: uma lição semanal. 2.º ano: Economia comercial e geografia comercial: três lições por semana"[56]; 18.ª cadeira, "1.ª parte: Desenho de figura, paisagem e ornato: três lições semanais. 2.ª parte: Desenho de arquitetura e aguadas: três lições semanais. 3.ª parte: Desenho topográfico. Desenho de máquinas (esboços à vista acompanhados de cotas, para reduzir a desenho geométrico): três lições semanais"[57].

Plano de estudos de 1837
Ano Nome da Cadeira Matérias[58] Livros Professores
Primeiro grupo disciplinar "Aritmética, geometria elementar, trigonometria plana, álgebra até às equações do segundo grau" Para uma lista dos livros adoptados na APP nas cadeiras de matemática desde 1877, consultar o Anexo E.
Segundo grupo disciplinar

"Continuação da álgebra, sua aplicação à geometria, cálculo diferencial e integral, princípios de mecânica"

Terceiro grupo disciplinar "Geometria descritiva, e suas aplicações"
Quarto grupo disciplinar "Desenho relativo aos diferentes cursos"
Quinto grupo disciplinar "Trigonometria esférica, princípios de astronomia, de geodésia, navegação teórica e prática"
Sexto grupo disciplinar (1837-1844) "Artilharia e táctica naval"
Sétimo grupo disciplinar "História natural dos três reinos da natureza aplicada às artes e ofícios"
Oitavo grupo disciplinar "Física e mecânica industriais"
Nono grupo disciplinar "Química, artes químicas, e lavra de minas"
Décimo grupo disciplinar "Botânica, agricultura, economia rural, e veterinária"
Décimo primeiro grupo disciplinar "Comércio e economia industrial"
Décima segunda disciplina "economia política, e dos princípios de direito administrativo e comercial"[59]
Décima terceira disciplina Mecânica
Plano de estudos de 1885
Ano Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Primeira cadeira Geometria analítica; álgebra superior; trigonometria esférica.
Segunda cadeira

Cálculo diferencial e integral; calculo das diferenças e das variações.

Terceira cadeira Mecânica racional; cinemática.
Quarta cadeira Geometria descritiva. 1.ª parte: Geometria descritiva e projetiva; grafo estática.
Quinta cadeira Astronomia e geodésia; Topografia.
Sexta cadeira Física geral; Física industrial.
Sétima cadeira Química inorgânica geral; Química inorgânica industrial.
Oitava cadeira Química orgânica geral e biológica; Química analítica; Química orgânica industrial.
Nona cadeira Mineralogia; Paleontologia; Geologia.
Décima cadeira Botânica; Botânica industrial; Matérias primas de origem vegetal.
Décima primeira cadeira Zoologia; Zoologia industrial; Matérias primas de origem animal.
Décima segunda cadeira Resistência dos materiais e estabilidade das construções; Materiais de construção. Resistência dos materiais. Grafoestática aplicada. Processos geraes de construção.
Décima terceira cadeira Hidráulica; Máquinas em geral; Máquinas hidráulicas; Termodinâmica; Máquinas térmicas; Motores eléctricos; Máquinas diversas; Construção de máquinas.
Décima quarta cadeira Construções e vias de comunicação; Edifícios; Abastecimento de água e esgotos; Hidráulica agrícola; Rios e canais; Portos de mar e faróis; Estradas; Caminhos de ferro; Pontes.
Décima quinta cadeira Docimasia; Metalurgia; Arte de minas.
Décima sexta cadeira Economia política; Estatística; Princípios de direito público, administrativo e comercial; Legislação; Economia política; Princípios de direito publico, direito administrativo e comercial; Economia e legislação de obras públicas, de minas e industrial.
Décima sétima cadeira Comercio; Cálculo comercial; Escrituração em geral e especialmente dos bancos; Contabilidade industrial; Economia comercial e geografia comercial.
Desenho Desenho de figura, paisagem e ornato; Desenho de arquitetura e aguadas; Desenho topográfico; Desenho de máquinas.

Notas

  1. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:160.
  2. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 109.
  3. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 108.
  4. Ribeiro, 6:163-168.
  5. Ribeiro, 6:172.
  6. Ribeiro, 6:173.
  7. Ribeiro, 6:173.
  8. Ribeiro, 6:174.
  9. Ribeiro, 6:174.
  10. Hélder Pinto apresenta informação detalhada acerca destas dificuldades. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 123-124.
  11. Ribeiro, 6:177.
  12. Ribeiro, 6:178.
  13. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:31-32.
  14. Ribeiro, 10:36.
  15. 15,0 15,1 Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 121.
  16. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:261.
  17. Ribeiro, 17:519.
  18. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 135.
  19. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:162.
  20. Ribeiro, 6:170.
  21. Ribeiro, 6:174.
  22. Ribeiro, 10:35.
  23. José Silvestre Ribeiro apresenta outras estatísticas sobre as matrículas de alunos e respectivas aprovações, entre 1837 e 1877, consultável em Ribeiro, 10:40.
  24. Ribeiro, 6:176-178.
  25. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:31.
  26. Ribeiro, 10:32.
  27. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:163.
  28. Ribeiro, 6:171.
  29. Ribeiro, 6:178.
  30. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:34.
  31. A comissão era composta pelo governador civil do Porto, dos directores da Academia Politécnica do Porto e da Escola Industrial Portuense, bem como de um lente de cada instituição, e do director das obras públicas do districto. Cf. Ribeiro, 10:36.
  32. Ribeiro, 10:37.
  33. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:162.
  34. Ribeiro, 6:169.
  35. Ribeiro, 6:161.
  36. Ribeiro, 6:179.
  37. Ribeiro, 6:175.
  38. Ribeiro, 6:170.
  39. Ribeiro, 6:176.
  40. A distribuição das disciplinas pelos planos dos diversos cursos pode ser consultada em Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:264-267.
  41. Ribeiro, 17:264.
  42. 42,0 42,1 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:161.
  43. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 115.
  44. Ribeiro, 6:170.
  45. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 116.
  46. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 119.
  47. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:33
  48. Ribeiro, 10:37.
  49. Pinto, "A Matemática na Escola Politécnica", 116-117.
  50. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 121; 123.
  51. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:115.
  52. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 122.
  53. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 130.
  54. Pinto, "A Matemática na Academia Politécnica do Porto", 131.
  55. 55,0 55,1 55,2 55,3 55,4 55,5 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:262.
  56. 56,00 56,01 56,02 56,03 56,04 56,05 56,06 56,07 56,08 56,09 56,10 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:263.
  57. Ribeiro, 17:263-264.
  58. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:160-161.
  59. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:33.

Fontes

Bibliografia

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 6. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 10. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1882.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 17. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1892.

Ligações Internas

Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link: Categoria:Academia Politécnica do Porto

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

https://doi.org/10.34619/qgid-ut59

Citar este artigo

Barata, João de Almeida. "Academia Politécnica do Porto", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 23/08/2023). Consultado a 11 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Academia_Polit%C3%A9cnica_do_Porto. DOI: https://doi.org/10.34619/qgid-ut59