Escola Industrial do Porto

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Escola Industrial do Porto
(EIP, IIP, IICP)
Outras denominações Escola Industrial Portuense, Instituto Industrial do Porto, Instituto Industrial e Comercial do Porto
Tipo de Instituição Ensino civil
Data de fundação 30 dezembro 1852
Data de extinção 5 dezembro 1918
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Palácio da Bolsa, Porto,-
Início: 1852
Fim: 1861

Localização Colégio de Nossa Senhora da Graça dos Meninos Órfãos, Porto,-
Início: 1861
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Instituto Superior de Comércio do Porto


História

A primeira experiência de ensino industrial no Porto no século XIX surgiu com a criação da Escola Industrial Portuense por iniciativa da Associação Industrial Portuense, cujo objectivo se centrava no aperfeiçoamento do sector industrial português e da sua capacidade concorrencial através da difusão da instrução técnica. Este projecto escolar teve os estatutos aprovados em 31 de Outubro de 1852 e conheceu uma rápida adesão após a inauguração das aulas em 22 de Novembro de 1852[1][2]. A iniciativa privada antecedeu e antecipou, assim, a criação do ensino industrial de iniciativa pública, sendo integrada aquando da criação deste último por decreto de 30 de Dezembro de 1852[3].

A criação do ensino industrial público em Portugal enquadra-se no impulso dado à instrução técnica, nos domínios agrícola e industrial, durante o período da Regeneração (1851-1868). Na perspectiva de regeneradores e liberais, como António Fontes Pereira de Melo ou Rodrigo da Fonseca Magalhães, e de acordo com o modelo de desenvolvimento liberal, o processo de industrialização português seria concretizado com base em duas condições essenciais, o desenvolvimento das vias de comunicação e a implementação do ensino técnico, ou seja, a difusão do conhecimento técnico de base científica. Sendo este último "verdadeiramente experimental e adequado às necessidades fabris" configuraria "o pré-requisito da criação de riqueza"[4] uma vez que permitiria aperfeiçoar a produção e reduzir o seu custo, contribuindo para a capacidade concorrencial dos produtos industriais portugueses no mercado europeu. Apesar da importância dada à implementação do ensino técnico, tornava-se evidente que a sua constituição estava condicionada "às dificuldades financeiras" nacionais, as quais configuraram um "mecanismo desculpabilizador da estrutura pouco ambiciosa que se vier a implementar", nomeadamente a sua concentração inicial em Lisboa e no Porto e a incapacidade de o generalizar pelo restante território nacional até à década de 80 do século XIX[5]. Apenas nessa década se verificaria um primeiro desenvolvimento efectivo da rede de ensino industrial com a fundação de escolas industriais e de desenho industrial, sendo exemplo das últimas as Escolas criadas em Coimbra e em Braga.

Em 1852, a instrução industrial era organizada em três graus, elementar, secundário e complementar, baseados num plano de estudos com nove cadeiras[6]. O ensino dos três graus era ministrado no Porto e em Lisboa onde era criado um Instituto Industrial[7]. À criação do ensino industrial correspondeu uma tentativa de profissionalização do mercado de trabalho industrial, determinando que, passados três anos da criação, fosse exigido aos operários, em funções nas obras públicas, a apresentação de carta de curso, não podendo ser admitidos sem as mesmas[8][9]. Segundo Silvestre Ribeiro, esta disposição não terá sido totalmente cumprida nas primeiras décadas[10], o que se explica pela lenta implementação do ensino industrial resultante quer do limitado financiamento disponível, quer da dificuldade na contratação dos primeiros quadros docentes e auxiliares, por exemplo, no Instituto Industrial de Lisboa[11].

A inauguração da Escola Industrial do Porto realizou-se na "aula de física da Academia Politécnica" em 27 de Março de 1854[12]. Uma vez serem necessárias intervenções no edifício daquela Academia para aí se instalarem as aulas da Escola, foi contratada a instalação temporária das aulas na sede da Associação Industrial do Porto, no Palácio da Bolsa, "a fim de que nas suas aulas se pudessem professar os cursos livres da escola"[12]. A mesma circunstância, a par da dificuldade em contratar professores habilitados[13], ditou que apenas fosse aberto um curso livre no ano lectivo de 1854-1855, como alternativa temporária aos cursos regulares, sendo igualmente instituído no Instituto Industrial de Lisboa[14]. Na Escola Industrial do Porto, o curso livre funcionou entre Maio e Julho de 1854[13].

Uma vez instaladas as aulas da Escola no edifício da Academia Politécnica do Porto, em data não especificada por Silvestre Ribeiro, onde, igualmente, se encontrava o Colégio dos Meninos Órfãos, o diretor da Escola Industrial representou ao poder municipal no sentido de ser estabelecida a condição de internato para que aqueles jovens, frequentando as aulas da Escola, se habilitassem "para exercer profissões adequadas às suas peculiares circunstâncias". Em 1861, o Governador Civil do Porto era ordenado a reunir as condições para a concretização daquela proposta[15]. Adotamos esta data como certa para o estabelecimento da Escola Industrial no edifício da Academia Politécnica, apesar de José Silvestre Ribeiro mencionar a criação, em 1864, de uma comissão para um plano definitivo nas obras daquele edifício.

Conquanto, em 1855, a conclusão sobre o aproveitamento e utilidade da Escola fosse positiva, considerando que a instituição havia "produzido já mais vantagens do que poderia esperar-se em tão pouco tempo de existência", o diretor interino não deixava de instar junto dos poderes públicos sobre a necessidade de se reorganizar o seu ensino colocando fim ao "estado de organização incompleta". Em particular, mencionava-se um quadro de cadeiras incompleto e, por isso, incompatível com os cursos que legalmente a Escola podia ministrar, encontrando-se por instituir as aulas "de mecânica industrial, sem a qual um grande número de cursos industriais dos mais importantes ficavam incompletos"[16].

Uma primeira proposta para a reorganização do Instituto Industrial de Lisboa e da Escola Industrial do Porto foi apresentada em 1861, sem que tenha conhecido aplicação de facto[17]. A reforma do ensino técnico industrial foi implementada três anos depois, por decreto de 20 de Dezembro, tendo autoria de João Crisóstomo de Abreu e Sousa, em consequência da qual a Escola Industrial adotou a designação de Instituto Industrial do Porto[18]. A nova designação traduziu a reformulação das funções atribuídas aos Institutos que, com a criação teórica de escolas industriais fora do Porto e de Lisboa e em relação a estas, passaram a contemplar também a "formação complementar" para os alunos saídos daquelas escolas e a formação de professores para as mesmas[19]. O currículo apresentado, semelhante ao do Instituto Industrial de Lisboa, compreendia o "ensino técnico geral" no 1.º e 2.º graus e instruía para as "diversas profissões industriais, (...) habilitando também para diferentes empregos subalternos dos serviços públicos, de obras públicas, minas, telégrafos, faróis e outros"[20]. Um currículo disciplinar focado nas "profissões que exigiam uma atenção especial e os sectores de actividade que se encontravam em expansão"[21].

Pela reforma de 1869, datada de 30 de Dezembro, da autoria do Duque de Loulé, foi abandonada a designação de graus e instituída duas tipologias de ensino que se traduziram na oferta de cursos do Instituto, como indicado abaixo: a "instrução industrial comum a todas as artes, ofícios e profissões industriais" e o "ensino especial para determinadas artes e ofícios"[22]. Esta reforma não alterou significativamente a oferta disciplinar do Instituto Industrial do Porto face à apresentada em 1864.

As dificuldades com a concretização do ensino prático do Instituto originadas com a falta de estabelecimentos anexos criados, levaria a que o ensino ministrado fosse fortemente teórico. As semelhanças entre o ensino do Instituto e o ensino académico, a par de uma longa permanência em espaço exíguo junto da Academia Politécnica do Porto, motivou a apresentação de uma proposta, em 1881, para a criação de um Instituto Politécnico a partir da fusão entre aquela instituição e o Instituto, a qual não teve continuação[23].

A reforma de 30 de Dezembro de 1886, de Emídio Júlio Navarro, reorganizou o sistema de instrução industrial e comercial, sendo perceptível "a adequação da diversidade de conteúdos às diferentes instituições educativas, criando mesmo uma relação hierárquica de especialização entre elas"[24], ou seja, entre as escolas industriais, as escolas de desenho industrial e os institutos industriais e comerciais. A organização do ensino industrial, aplicável ao ensino comercial, dividia-se em três graus, a saber, elementar, preparatório e especial (ou superior no caso do curso comercial), sendo todos ministrados pelos Institutos Industriais e Comerciais[25]. Com a introdução dos cursos de Comércio no Instituto do Porto, a sua designação alterou-se para Instituto Industrial e Comercial do Porto, à semelhança da adotada pela instituição lisbonense[26]. Em 3 de Fevereiro de 1888, era publicado o Regulamento respeitante àquela nova orgânica institucional[27].

Entre esta última reforma e a primeira década do século XX, o ensino industrial português foi objecto de várias reformas, que traduziram nas instituições o impacto do difícil contexto financeiro vivido à época reduzindo a despesa realizada com o ensino. No geral, as reformas enfatizaram a necessidade de se rentabilizarem os investimentos concretizando o "sentido prático, útil e oficinal" que a instrução industrial devia adoptar e reorganizaram as escolas e institutos procurando implementar uma articulação mais aperfeiçoada entre as diversas instituições que compunham o sistema, assegurando a "complementariedade e especialização desejável nas funções a desempenhar por escolas e institutos, sem subalternidades desnecessárias"[28]. Essa duplicação curricular seria objecto de reforma no plano de 1891. Uma vez instituídas de facto as escolas industriais em 1884[29], os cursos elementares industriais e comerciais foram suprimidos dos planos de estudo dos institutos industriais e comerciais, juntamente com os respectivos lugares de professores. Foram igualmente suprimidos os cursos superiores industriais e comerciais, cabendo ao Instituto Industrial do Porto professar apenas o ensino médio industrial e comercial[30]. Esta reorganização motivaria a oposição do seu corpo docente não só pela redução a que o ensino era sujeito, mas igualmente por afastar a possibilidade do Instituto se vir a enquadrar no ensino superior[31]. A reforma de 1893, da autoria de Bernardino Machado, conservou a organização de 1891 instituindo algumas alterações, entre outras, quanto à organização das disciplinas e aos estabelecimentos auxiliares dos institutos[32].

Em 1905, foi aplicada à orgânica do Instituto do Porto uma reforma, da autoria de João Veslasques Osório, que a tornava consentânea com o que havia sido já disposto para a instituição congénere de Lisboa em 1898. Esta reforma, a última do período da Monarquia Constitucional, procedeu, entre outras, à alteração do quadro das disciplinas[33] e alargou a oferta formativa do Instituto ao nível superior com a criação de cursos superiores industriais e comerciais, ainda que mantendo a natureza complementar do Instituto face à rede de ensino industrial[31].

Esta organização foi mantida até à reformulação do Instituto Industrial e Comercial do Porto já no período da Primeira República, em 1918[34], pela qual a secção comercial foi autonomizada em instituição própria, o Instituto Superior de Comércio do Porto. Uma vez separadas as secções, a instituição adoptou a antiga designação de Instituto Industrial do Porto e passou a leccionar no âmbito estrito do ensino técnico médio dada a reorganização do ensino superior a que se procedeu com a criação da Universidade do Porto, em 1911, e da Faculdade Técnica do Porto em 1915, bem como do Instituto Superior Técnico, então, a única instituição superior de instrução industrial[35].

Outras informações

Em 1852, a gestão da Escola Industrial recaía sobre a Direção, composta de um diretor-lente, e do Conselho Escolar composto por três professores. A estes acresciam o Conselho Tecnológico e o Conselho Fiscal[36]. Aquando da criação do Instituto Industrial do Porto em 1864 a gestão escolar era assegurada pelos mesmos órgãos instituídos, coadjuvados pelo Conselho Administrativo, composto pelo director e dois professores, e o Conselho de Aperfeiçoamento de Ensino, composto pelo director, dois professores e vogais do Conselho Escolar e nomeados pelo governo. Durante a vigência do Instituto Industrial e Comercial do Porto mantiveram-se os órgãos de gestão referidos com exceção do Conselho de Aperfeiçoamento[37].

Entre 1867 a 1899, Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa ocupou o lugar de director do Instituto Industrial do Porto[38]. Foi sucedido por Paulo Marcelino Dias de Freitas em funções até 1919[37].

Curricula

O plano de estudos da Escola Industrial do Porto de 1852 compreendia os três níveis de instrução técnica industrial com a seguinte distribuição de cadeiras[6]: no ensino elementar, a primeira, "Aritmética elementar; primeiras noções de álgebra; geometria elementar", e a segunda, "Desenho linear e de ornatos industriais", cadeiras; no ensino secundário, a terceira, "Elementos de geometria descritiva aplicada às artes", a quarta, "Noções elementares de física e química", e a quinta, "Desenho de modelos e máquinas. Primeira parte", cadeiras; e no ensino complementar, a sétima, "Química aplicada às artes", cadeira. O ensino era ministrado em regime noturno[39]. Comparativamente ao Instituto Industrial de Lisboa este plano apresenta-se mais exímio com a omissão de três cadeiras do ensino complementar, a sexta, relativa à "Mecânica industrial", a oitava, relativa à "Economia e legislação industrial" e a nona cadeira de "Desenho de modelos e máquinas". Estas cadeiras eram conducentes aos cursos de diretor mecânico e diretor químico, cujas cartas de curso, em consequência, a Escola não podia passar, ao contrário do Instituto de Lisboa. Essa particularidade era demonstrativa do "carácter mais 'oficinal' de pequena indústria existente na região nortenha e, por outro lado, da timidez da aposta face às preocupações financeiras do investimento educativo"[13].

A Escola Industrial do Porto passava as seguintes cartas de curso, operário habilitado, oficial mecânico, oficial químico, oficial forjador, oficial fundidor, oficial serralheiro ajustador, oficial torneiro ajustador, mestre mecânico e mestre químico[40].

A partir de 1864, a oferta curricular do Instituto Industrial do Porto concentrou-se em apenas dois graus com a seguinte distribuição de disciplinas: no 1.º grau, a primeira, "Aritmética, álgebra e geometria elementar e desenho linear", a segunda, "Princípios de química e física e noções de mecânica", e a terceira, "Tecnologia elementar e desenho geométrico", cadeiras; no 2.º grau, a primeira cadeira descrita atrás, e a segunda, "Geometria descritiva aplicada à indústria, topografia e levantamento de plantas, e desenho de modelos e de máquinas", a terceira "Física e suas aplicações às artes, e à telegrafia e faróis", a quarta, "Química aplicada às artes, à tinturaria e estamparia", a quinta, "Mecânica industrial e sua aplicação à construção de máquinas, especialmente às de vapor, e mecânica aplicada às construções", a sexta, "Construções civis e tecnologia geral", a sétima, "Artes de minas, docimasia e metalurgia", a oitava, "Desenho arquitectónico e de ornatos", a nona, "Contabilidade, princípios de economia industrial, noções de direito comercial e administrativo e de estatística", e a décima, "Línguas francesa e inglesa", cadeiras[41]. Ao contrário da reforma de 1852, que determinava as disciplinas que constituíam cada curso, a reforma de 1864 deixava ao critério dos directores e dos conselhos escolares dos institutos essa determinação. A oferta de cursos apresentada pelo Instituto Industrial do Porto era a seguinte: "de directores de fábricas e oficinas industriais, mestres e contra-mestres", "de conductores de obras públicas", "de conductores de minas", "de conductores de máquinas e de fogueiros", "de telegrafistas", "de mestres de obras", "de faroleiros", "de mestres químicos e tintureiros", e "de constructores de instrumentos de precisão"[41].

Pela reforma de 1869, a oferta disciplinar manteve-se praticamente inalterada, correspondendo à oferta de 2.º grau estabelecida em 1864 com a alteração da designação de algumas cadeiras: "1.ª Aritmética, álgebra, geometria e trigonometria", "2.ª Geometria descritiva, aplicada à indústria, desenho de modelos e máquinas, estereotomia, topografia e levantamento de plantas", "3.ª Física e suas aplicações às artes, à telegrafia elétrica e aos faróis", "4.ª Química aplicada às artes e à indústria", "8.ª Desenho linear, arquitectónico, de ornatos e modelação" e "9.ª Princípios de economia política e industrial, noções de direito comercial e fiscal, estatística e história geral do comércio"[22]. Os cursos ministrados eram os mesmos que no Instituto de Lisboa, à excepção do curso especial de comércio, e dos cursos de condutor de minas e mestre mineiro, transitando estes últimos do plano curricular de Lisboa para o do Porto: "de instrução geral para operários", "de directores de fábricas, ou oficinas industriais, mestres e contra-mestres", "de conductores de obras públicas", "de conductores de máquinas e de fogueiros", "de telegrafistas", "de mestres de obras", "de faroleiros", "de mestres químicos e tintureiros", e "de construtores de instrumentos de precisão"[22]. À semelhança da reforma de 1864, a distribuição das disciplinas ficava a cargo dos órgãos de gestão escolar. Entre a reforma de 1864 e a de 1869, no que concerne à oferta de cursos observa-se que "a especificidade profissional vai aumentando de acordo com as novas profissões do capitalismo industrial e com o nível de atenção e autonomia dos profissionais dos diferentes institutos"[42].

Os cursos afetos à área do comércio apenas seriam integrados no plano de estudos do Instituto Industrial do Porto a partir da reforma de 1886, nomeadamente, o curso elementar ou preparatório, curso superior e cursos especiais de comércio[43]. Em função do acréscimo destes cursos, criam-se no Instituto duas secções, a industrial e a comercial. Sendo a oferta curricular do Porto equiparada à do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, o quadro de cadeiras passou a ser comum às duas instituições, com algumas excepções no caso da segunda, totalizando as 25 cadeiras no caso portuense: "1.ª "Rudimentos de matemática"; 2.ª Rudimentos de física, de química, e de eletrotecnia; 3.ª Rudimentos de mecânica; 4.ª Aritmética, álgebra e geometria sintética; 5.ª Geometria descritiva, estereotomia, e topografia; 6.ª Trigonometria plana, princípios de geometria analítica, de álgebra superior e de calculo infinitesimal; 7.ª Física geral e suas aplicações à indústria; 8.ª Eletrotecnia. Telegrafia e outras applicações da eletricidade; 9.ª Química mineral e orgânica; 10.ª Tecnologia química (cerâmica, tinturaria, estamparia e outras aplicações da química); matérias primas de origem mineral e suas transformações; caracteres físicos e químicos dessas mercadorias, seu valor comercial, suas falsificações e meios práticos de as reconhecer; 11.ª Zoologia e botânica elementares e higiene das industrias; 12.ª Mecânica geral e sua aplicação às máquinas; 13.ª Materiais de construção. Processos geraes de construção. Resistência de materiais e estabilidade de construções; 14.ª Estradas. Caminhos de ferro. Rios e canais. Portos; 15.ª Mineralogia e geologia; 16.ª Arte de minas e metalurgia; 17.ª Desenho linear, de figura, ornato, paisagem do natural e modelação; 18.ª Desenho de máquinas, construção de peças elementares e respectiva tecnologia; 19.ª Desenho arquitetónico e topográfico. Cortes e plantas de minas; 20.ª Geografia geral, historia elementar e geografia comercial; 21.ª Economia politica, princípios de direito administrativo e legislação industrial; 22.ª Contabilidade geral e operações comerciais; 23.ª Língua francesa; 24.ª Língua inglesa; 25.ª Língua alemã"[44].

A oferta de cursos apresentada em 1886 era idêntica a ambas as instituições, compondo-se de cursos industriais elementares, para operários de diferentes ofícios e artes; cursos preparatórios para acesso aos cursos industriais especiais ou ao curso superior de comércio; os cursos especiais de "condutores de obras públicas; condutores de minas; desenhadores; diretores de fábricas; construtores de máquinas e de instrumentos de precisão; correios e telégrafos; e quaisquer outros que o governo julgue conveniente criar". A estes acresciam ainda o curso superior de comércio, curso especial de verificadores de alfandega e o curso especial de cônsules[45][46], bem como o curso de Correios e Telégrafos sob a responsabilidade da Direcção Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis[47].

A reforma de 1891, da autoria de João Franco, reorganizou o ensino industrial professado no Instituto Industrial do Porto em dois ramos: ciência industrial com base em "três grupos: mecânico (...) físico [e] químico", e arte industrial com base na "tríplice divisão das artes plásticas: à pintura corresponde a pintura decorativa, à escultura a escultura decorativa e à arquitectura a construção do mobiliário"[30]. A oferta de cursos em cada ramo do ensino industrial dividia-se entre tipologia geral e especial: em ciência industrial, o curso geral de tecnologia geral e os cursos especiais de metalurgia e arte de minas, construções civis e obras públicas, construção e condução de máquinas, física industrial e construção de instrumentos de física, e química industrial e construção de aparelhos de química; em arte industrial, o curso geral de desenho industrial e os cursos especiais de pintura decorativa e escultura decorativa. A oferta do Instituto Industrial do Porto apenas contemplava o curso geral de ciência industrial e os especiais de construção e condução de máquinas, e química industrial, bem como todos os cursos do ramo de arte industrial, que não eram leccionados em Lisboa. A oferta de cursos comerciais, comum aos dois Institutos, compreendia quatro cursos: dois cursos completos, de primeiro grau "para negociantes de pequeno trato" e de segundo grau "ou superior para negociantes de grosso trato"; e dois cursos parciais, de escrituração e contabilidade para guarda livros, e de contabilidade financeira para empregados superiores de contabilidade[48].

Os cursos industriais constituíam-se com 22 disciplinas e os cursos de comércio com 14 disciplinas[49], distribuídas pelas secções industrial e comercial do Instituto Industrial. Entre as disciplinas criadas surgiam pela primeira vez matérias relativas ao espaço colonial, cuja introdução foi motivada pela pressão que o Ultimatum Inglês de 1890 exercera sobre a sociedade civil e as instituições públicas de ensino: na sexta, "parte c) Higiene geral e colonial" e vigésima segunda, "Geografia e história económica e comercial de Portugal e suas colónias (1.ª parte)" cadeiras da secção industrial; e na segunda, "Parte a) Geografia e história económica e comercial de Portugal e suas colónias (1.ª parte)", sexta, "Geografia e história económica e comercial geral, emigração e colonização", e 14.ª, "parte b) Higiene geral e colonial"[50] cadeiras da secção comercial. A sua criação respeitou à valorização dos alunos com destino às colónias, que se pretendeu generalizar em todos os graus do ensino industrial e comercial, e ao seu potêncial produtivo uma vez instruídos devidamente[51].

Devido à extensão das disciplinas estas apenas se indicam nos quadros-síntese abaixo. As disciplinas poderão ter sido organizadas em cadeiras, adoptando uma outra organização que não a constante no decreto de 8 de Outubro de 1891, sendo algumas divididas entre primeira e segunda parte para se proceder à distribuição das matérias pelos diferentes cursos[52]. Em 1893, procedeu-se à alteração da distribuição das matérias de algumas disciplinas e à criação das disciplinas de Hidráulica na secção industrial e de Cálculo comercial e financeiro na secção comercial, as quais vão assinaladas nos quadros-síntese relativos à organização de 1891[32].

Em 1905, o quadro disciplinar partilhado entre os cursos industriais e comerciais totalizou as 26 cadeiras, indicadas abaixo em quadro-síntese. A reforma instituiu novamente os cursos superiores, industrial e de comércio, juntamente com os cursos secundários industriais de artes químicas, eletrotecnia, máquinas, construções civis e obras públicas, minas, telégrafos e artes decorativas, e o curso secundário de comércio[53][54].

A vertente prática do ensino ministrado no Instituto Industrial era assegurada por oficinas anexas, nomeadamente, de forjar, de fundir e moldar, de serrilharia e ajustamento, de tornear e modelar, e de manipulações químicas[55]. Refere José Silvestre Ribeiro que estava proposto estabelecerem-se estas oficinas nos arsenais do estado[56]. Era também esperado que alguma dessa prática oficinal pudesse realizar-se nas fábricas da cidade mobilizando a colaboração paga dos industriais[42]. Não sendo certo o estabelecimento efetivo de todas as oficinas, algumas teriam sido já criadas em 1854. Ainda assim, no ano seguinte, a sua instalação seria objeto de reclamação argumentando-se com a existência de "alunos habilitados, segundo a lei, para nelas se empregarem e terem exercício"[57]. Independentemente das oficinas criadas até então, em 1860, o governo dava ordem de encerramento de todos esses estabelecimentos com excepção da oficina de instrumentos de precisão dado não haver estabelecimento semelhante no país[58]. Pela reforma de 1864, determina-se a criação, pautada pela condição financeira, da biblioteca, de um laboratório químico, de um gabinete de física e um museu tecnológico[59].

Segundo a reforma de 1886, deveriam ser estabelecidos nos Institutos Industriais e Comerciais uma biblioteca, um laboratório químico, um gabinete de física, um laboratório mecânico, um museu, e "uma escola prática de telegrafia e laboratório eletrotécnico"[60]. O plano de organização deixava também aberta a possibilidade de se constituírem "pequenas oficinas que a experiência demonstrar serem necessárias para o ensino prático dos alunos"[61]. Em 1891, a componente prática a observar tanto nos cursos industriais como nos comerciais era cumprida em "salas de estudo, laboratórios e oficinas de trabalho manual", sendo os exercícios profissionais executados "sob vigilância dos respectivos professores, em obras e estabelecimentos públicos ou particulares (...) salvo (...) no Porto, os trabalhos de reproduções de gesso, para os quais haverá oficina anexa em cada Instituto ou Museu"[62]. Ao contrário da reforma de 1891 que não apresenta os estabelecimentos anexos aos Institutos, em 1893 foi apresentada uma relação extensa e teórica de estabelecimentos anexos, entre os quais gabinetes, laboratórios e oficinas, cuja instalação, porém, "será feita sucessivamente, em harmonia com as forças do orçamento", ou seja, cuja existência estava dependente da condição financeira da nação e que, como tal, podem não ter sido efectivamente criados[32].

Plano de estudos de 1852
Graus de ensino Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Ensino

Elementar

Primeira cadeira Aritmética elementar; primeiras noções de álgebra; geometria elementar. Professor proprietário em 1853: João Vieira Pinto[19].
Segunda

cadeira

Desenho linear e de ornatos industriais. Professor proprietário em 1853: António José de Sousa e Azevedo[19].
Ensino

Secundário

Terceira cadeira Elementos de geometria descritiva aplicada às artes. Professor proprietário em 1853: Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa[19].
Quarta

cadeira

Noções elementares de física e química. Professor proprietário em 4 de Agosto de 1853: José de Parada e Silva Leitão[63].
Quinta

cadeira

Desenho de modelos e máquinas. Primeira parte. Professor proprietário em 1853: Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa[19].
Ensino Complementar Sexta

cadeira

Mecânica industrial.
Sétima

cadeira

Química aplicada ás artes. Professor proprietário em 10 de Maio de 1853: Sebastião Betâmio de Almeida[63].
Plano de estudos de 1864
Graus de ensino Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
1.º grau Primeira cadeira Aritmética, álgebra e geometria elementar e desenho linear.
Segunda

cadeira

Princípios de química e física e noções de mecânica.
Terceira cadeira Tecnologia elementar e desenho geométrico
2.º grau Primeira cadeira Aritmética, álgebra e geometria elementar e desenho linear.
Segunda

cadeira

Geometria descritiva aplicada à indústria, topografia e levantamento de plantas, e desenho de modelos e de máquinas.
Terceira

cadeira

Física e suas aplicações às artes, e à telegrafia e faróis.
Quarta cadeira Química aplicada às artes, à tinturaria e estamparia.
Quinta cadeira Mecânica industrial e sua aplicação à construção de máquinas, especialmente às de vapor, e mecânica aplicada às construções.
Sexta cadeira Construções civis e tecnologia geral.
Sétima cadeira Artes de minas, docimasia e metalurgia.
Oitava cadeira Desenho arquitectónico e de ornatos.
Nona cadeira Contabilidade, princípios de economia industrial, noções de direito comercial e administrativo e de estatística.
Décima cadeira Línguas francesa e inglesa.
Plano de estudos de 1886
Anos Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Primeira cadeira Rudimentos de matemática.
Segunda cadeira Rudimentos de física, de química, e de eletrotecnia.
Terceira cadeira Rudimentos de mecânica.
Quarta cadeira Aritmética, álgebra e geometria sintética.
Quinta cadeira Geometria descritiva, estereotomia, e topografia.
Sexta cadeira Trigonometria plana, princípios de geometria analítica, de álgebra superior e de calculo infinitesimal.
Sétima cadeira Física geral e suas aplicações à indústria.
Oitava cadeira Eletrotecnia. Telegrafia e outras applicações da eletricidade.
Nona cadeira Química mineral e orgânica.
Décima cadeira Tecnologia química (cerâmica, tinturaria, estamparia e outras aplicações da química); matérias primas de origem mineral e suas transformações; caracteres físicos e químicos dessas mercadorias, seu valor comercial, suas falsificações e meios práticos de as reconhecer.
Décima primeira cadeira Zoologia e botânica elementares e higiene das industrias.
Décima segunda cadeira Mecânica geral e sua aplicação às máquinas.
Décima terceira cadeira Materiais de construção. Processos gerais de construção. Resistência de materiais e estabilidade de construções.
Décima quarta cadeira Estradas. Caminhos de ferro. Rios e canais. Portos.
Décima quinta cadeira Mineralogia e geologia.
Décima sexta cadeira Arte de minas e metalurgia.
Décima sétima cadeira Desenho linear, de figura, ornato, paisagem do natural e modelação.
Décima oitava cadeira Desenho de máquinas, construção de peças elementares e respectiva tecnologia.
Décima nona cadeira Desenho arquitetónico e topográfico. Cortes de plantas de minas.
Vigésima cadeira Geografia geral, historia elementar e geografia comercial.
Vigésima primeira cadeira Economia politica, princípios de direito administrativo e legislação industrial.
Vigésima segunda cadeira Contabilidade geral e operações comerciais.
Vigésima terceira cadeira Língua francesa.
Vigésima quarta cadeira Língua inglesa.
Vigésima quinta cadeira Língua alemã.
Plano de disciplinas dos cursos industriais em 1891 e 1893
Nome da Disciplina Matérias Livros Professores
Primeira disciplina Aritmética e geometria plana (revisão), álgebra, geometria no espaço e trigonometria plana.

Alteração de 1893: parte a) Álgebra e geometria; parte b) Noções fundamentais de geometria analítica e cálculo infinitesimal.

Segunda disciplina Parte a) Elementos de cálculo infinitesimal e geometria analítica; parte b) Princípios de geometria descritiva e suas aplicações.

Alteração de 1893: Geometria descritiva e suas aplicações. Topografia (1.ª e 2.ª parte).

Terceira disciplina Parte a) Mecânica experimental; parte b) Mecânica industrial geral (estudo dos materiais de construção, resistências dos materiais, processos gerais de construção e grafoestática geral).

Alteração de 1893: parte b) Mecânica industrial geral (estudo dos materiais de construção; resistência de materiais e resistência aplicada).

Quarta disciplina Parte a) Física experimental; parte b) Física industrial geral (estudo dos instrumentos de física mais usuais nas industrias).
Quinta disciplina Parte a) Química experimental, mineral e orgânica; parte b) Química industrial geral (estudo das principais substâncias químicas empregadas nas indústrias).
Sexta disciplina Parte a) Tecnologia industrial geral; parte b) História, especialmente portuguesa, do progresso das indústrias; parte c) Higiene geral e colonial.
Sétima disciplina Parte a) Mineralogia e petrografia geral e industrial; parte b) Geologia geral e industrial.
Oitava disciplina Parte a) Desenho rigoroso e de ornato e modelação; parte b) Desenho aplicado às indústrias.
Nona disciplina Parte a) Desenho e modelação com aplicação à arte industrial (1.ª parte); parte b) idem (2.ª parte).
Décima disciplina Parte a) Desenho arquitectónico, topográfico e de minas.

Alteração de 1893: Desenho arquitectónico, topográfico e de minas e desenho de máquinas (1.ª e 2.ª parte).

Décima primeira disciplina Desenho de máquinas.

Alteração de 1893: Hidráulica e suas aplicações. Rios e canais. Portos de mar. (1.ª e 2.ª parte).

Décima segunda disciplina Parte a) Metalurgia e arte de minas (1.ª parte); parte b) Arte de minas (2.ª parte) e legislação mineira.
Décima terceira disciplina Parte a) Construções civis e obras públicas (1.ª parte); parte b) Obras públicas (2.ª parte) e a sua legislação.

Alteração de 1893: Processos gerais de construção. Construções civis. Estradas, caminhos de ferro e obras de arte. (1.ª e 2.ª parte).

Décima quarta disciplina Parte a) Construção de máquinas, especialmente de vapor; parte b) Condução de máquinas, idem.

Alteração de 1893: Construção e condução de máquinas, especialmente de vapor (1.ª e 2.ª parte).

Décima quinta disciplina Parte a) Industrias físicas e construção de instrumentos de física (1.ª parte); parte b) continuação (2.ª parte).
Décima sexta disciplina Parte a) Indústrias químicas derivadas do reino mineral, e construção de aparelhos de ensaios e demonstração de química (1.ª parte); parte b) Indústrias químicas derivadas dos reinos orgânicos, e construção de aparelhos de ensaios e demonstração de química (2.ª parte).
Décima sétima disciplina Parte a) Pintura decorativa (1.ª parte); parte b) idem (2.ª parte);
Décima oitava disciplina Parte a) Escultura decorativa (1.ª parte); parte b) idem (2.ª parte);
Décima nona disciplina Parte a) Língua inglesa (1.ª parte); parte b) idem (2.ª parte);
Vigésima disciplina Parte a) Língua alemã (1.ª parte); parte b) idem (2.ª parte);
Vigésima primeira disciplina Economia política, legislação industrial portuguesa, noções gerais de comércio.
Vigésima segunda disciplina Geografia e história económica e comercial de Portugal e suas colónias (1.ª parte)
Plano de disciplinas dos cursos comerciais em 1891 e 1893
Nome da Disciplina Matérias Livros Professores
Primeira disciplina Economia política, legislação industrial portuguesa, noções gerais de comércio.
Segunda disciplina Parte a) Geografia e história económica e comercial de Portugal e suas colónias (1.ª parte); parte b) Idem (2.ª parte).
Terceira disciplina Parte a) Escrituração e contabilidade comercial geral, lei do selo; parte b) Contabilidade financeira.

Alteração de 1893: Contabilidade geral. Instituições comerciais. Comercio interior e exterior. (1.ª e 2.ª parte).

Quarta disciplina Parte a) Organização e instituições comerciais, comércio interior; parte b) comércio exterior.

Alteração de 1893: Cálculo comercial e financeiro (1.ª e 2.ª parte).

Quinta disciplina Parte a) Direito comercial português; parte b) Direito comercial marítimo e internacional, legislação consular.
Sexta disciplina Geografia e história económica e comercial geral, emigração e colonização.
Sétima disciplina Parte a) Merceologia (estudo e verificação das mercadorias), legislação fiscal e aduaneira.
Oitava disciplina Parte a) Língua inglesa (1.ª parte); parte b) Idem (2.ª parte).
Nona disciplina Parte a) Língua alemã (1.ª parte); parte b) Idem (2.ª parte).
Décima disciplina Aritmética e geometria plana (revisão), álgebra.
Décima primeira disciplina Elementos de cálculo infinitesimal.
Décima segunda disciplina Física experimental.
Décima terceira disciplina Química experimental.
Décima quarta disciplina Parte a) Tecnologia industrial geral; parte b) Higiene geral e colonial.
Plano de estudos de 1905
Nome da Cadeira Matérias Livros Professores
Primeira cadeira Álgebra, Geometria no espaço, Trigonometria rectilinia.
Segunda cadeira Ágebra superior, Geometria analítica, Cálculo infinitesimal.
Terceira cadeira Geometria descritiva e suas aplicações, Topografia.
Quarta cadeira 1.ª parte Mecânica; 2.ª parte Materiais de construção, Resistência de materiais, Resistência aplicada.
Quinta cadeira 1.ª parte Física experimental; 2.ª parte Física industrial.
Sexta cadeira 1.ª parte Química geral e industrial; 2.ª parte Análise química.
Sétima cadeira 1.ª parte Botânica industrial; 2.ª parte Zoologia industrial; 3.ª parte Higiene geral e colonial, Profilaxia internacional.
Oitava cadeira 1.ª parte Mineralogia; 2.ª parte Geologia.
Nona cadeira 1.ª parte Processos gerais de construção, Construções civis; 2.ª parte Estradas, caminhos de ferro, obras de arte.
Décima cadeira 1.ª parte Hidráulica e suas aplicações; 2.ª parte Rios e canais, Portos de mar.
Décima primeira cadeira 1.ª parte Metalurgia, Legislação mineira; 2.ª parte Arte de minas, Topografia subterrânea.
Décima segunda cadeira 1.ª parte Máquinas (1.º ano); 2.ª parte Máquinas (2.º ano).
Décima terceira cadeira 1.ª parte Eletrotecnia (medidas elétricas, geradores e transformadores elétricos); 2.ª parte Eletrotecnia (telegrafia e telefonia); 3.ª parte Eletrotecnia (outras aplicações da eletricidade).
Décima quarta cadeira 1.ª parte Industrias químicas, Aparelhos e processos de ensaio (1.º ano); 2.ª parte Industrias químicas, Aparelhos e processos de ensaio (2.º ano).
Décima quinta cadeira 1.ª parte Geografia comercial e história do comércio universal; 2.ª parte Geografia comercial e história do comércio de Portugal e suas colónias, Emigração e colonização; 3.ª parte Armamentos marítimos, Indústrias do mar.
Décima sexta cadeira Economia política, Princípios de direito civil e administrativo, Legislação industrial.
Décima sétima cadeira 1.ª parte Contabilidade e operações comerciais (1.º ano); 2.ª parte Contabilidade e operações comerciais (2.º ano), Instituições comerciais.
Décima oitava cadeira 1.ª parte Cálculo de operações financeiras (1.º ano); 2.ª parte Cálculo de operações financeiras (2.º ano).
Décima nona cadeira 1.ª parte Direito comercial; 2.ª parte Direito marítimo e internacional, Legislação consular.
Vigésima cadeira 1.ª parte Mercadorias; 2.ª parte Direito fiscal.
Vigésima primeira cadeira 1.ª parte Desenho rigoroso; 2.ª parte Desenho de ornato - Modelação (1.º ano); 3.ª parte Desenho de ornato - Modelação (2.º ano).
Vigésima segunda cadeira 1.ª parte a) Desenho topográfico, b) Desenho arquitectónico (1.º ano); 2.ª parte a) Desenho arquitectónico (2.º ano), b) Desenho de máquinas (1.º ano); 3.ª parte a) Desenho de máquinas (2.º ano), b) Desenho de cortes e plantas de minas.
Vigésima terceira cadeira 1.ª parte Língua inglesa (1.º ano); 2.ª parte Língua inglesa (2.º ano).
Vigésima quarta cadeira 1.ª parte Língua alemã (1.º ano); 2.ª parte Língua alemã (2.º ano).
Vigésima quinta cadeira Pintura decorativa 1.ª parte (1.º ano); 2.ª parte (2.º ano); 3.ª parte (3.º ano).
Vigésima sexta cadeira Escultura decorativa 1.ª parte (1.º ano); 2.ª parte (2.º ano); 3.ª parte (3.º ano).

Notas

  1. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 239-240.
  2. Para uma síntese do currículo instituído na Escola Industrial Portuense da Associação Industrial Portuense e o número de alunos inscritos no ano lectivo de 1852-1853 vide Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 240 e Sousa, Fernando de, e Jorge Fernandes Alves. A Associação Industrial Portuense. Para a História do Associativismo Empresarial. Porto: A.I.P., 1996.
  3. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 88.
  4. Alves, 91.
  5. Alves, 92-93.
  6. 6,0 6,1 Decreto de 30 de Dezembro de 1852, Diário do Governo, no. 1, 1 de Janeiro de 1853, 5.
  7. Veja-se para a relação entre a Escola Industrial do Porto e o Instituto Industrial de Lisboa preconizada no Regulamento provisório de ambas as instituições, datado de 1853, Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:106.
  8. Ribeiro, 7:381.
  9. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 116.
  10. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:381.
  11. Ribeiro, 7:352.
  12. 12,0 12,1 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:168.
  13. 13,0 13,1 13,2 Alves, "ISEP: Identidade de uma Escola", 59.
  14. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:169.
  15. Ribeiro, 12:171.
  16. Ribeiro, 12:170.
  17. Uma descrição sumária de algumas alterações pensadas na proposta de reforma de 1861 pode ser consultada em Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 13:241-242.
  18. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:172.
  19. 19,0 19,1 19,2 19,3 19,4 Alves, "ISEP: Identidade de uma Escola", 60.
  20. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 13:244.
  21. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 101.
  22. 22,0 22,1 22,2 Decreto de 30 de Dezembro de 1869, Diário do Governo, no. 1, 3 de Janeiro de 1870, 9.
  23. Alves, "ISEP: Identidade de uma Escola", 60-61.
  24. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 137.
  25. Decreto de 30 de Dezembro de 1886, Diário do Governo, no. 34, 14 de Fevereiro de 1887, 361.
  26. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:332.
  27. Ribeiro, 17:514.
  28. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 163-166.
  29. Alves, 107.
  30. 30,0 30,1 Decreto de 8 de Outubro de 1891, Diário do Governo, no. 227, 9 de Outubro de 1891, 2407.
  31. 31,0 31,1 Alves, "ISEP: Identidade de uma Escola", 63.
  32. 32,0 32,1 32,2 Decreto de 5 de Outubro de 1893, Diário do Governo, no. 243, 26 de Outubro de 1893, 2741.
  33. Decreto de 3 de Novembro de 1905, Diário do Governo, no. 282, 13 de Dezembro de 1905, 4352.
  34. Decreto n.º 5029, 5 de dezembro de 1918, Diário do Governo, no. 263, Série I, 5 de Dezembro de 1918, 2067-2112.
  35. Alves, "ISEP: Identidade de uma Escola", 64-65.
  36. Almeida, "A Escola Industrial do Porto", 49-50.
  37. 37,0 37,1 Almeida, "A Escola Industrial do Porto", 54.
  38. Almeida, "A Escola Industrial do Porto", 54; 58.
  39. Ribeiro, 7:351.
  40. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:348.
  41. 41,0 41,1 Decreto de 20 de Dezembro de 1864, Diário do Governo, no. 1, 2 de Janeiro de 1865, 6.
  42. 42,0 42,1 Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 106.
  43. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:333.
  44. Decreto de 30 de Dezembro de 1886, Diário do Governo, no. 34, 14 de Fevereiro de 1887, 361-362.
  45. Decreto de 30 de Dezembro de 1886, Diário do Governo, no. 34, 14 de Fevereiro de 1887, 362.
  46. A distribuição das cadeiras pelos respectivos cursos a que estavam afetas pode ser consultada em Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:402-411.
  47. Alves, "ISEP: Identidade de uma Escola", 61.
  48. Decreto de 8 de Outubro de 1891, Diário do Governo, no. 227, 9 de Outubro de 1891, 2408.
  49. Pode ser consultada a equivalência entre as disciplinas instituídas em 1886 e em 1891, após as supressões referidas, em Art. 28.º. Decreto de 8 de Outubro de 1891, Diário do Governo, no. 227, 9 de Outubro de 1891, 2410.
  50. Decreto de 8 de Outubro de 1891, Diário do Governo, no. 227, 9 de Outubro de 1891, 2408-2409.
  51. Alves, "Contributos para o estudo do ensino industrial", 167.
  52. A distribuição das disciplinas pelos cursos industriais e comerciais pode ser consultada em Capítulo II, Decreto de 8 de Outubro de 1891, Diário do Governo, no. 227, 9 de Outubro de 1891, 2409-2410.
  53. Decreto de 3 de Novembro de 1905, Diário do Governo, no. 282, 13 de Dezembro de 1905, 4353.
  54. A distribuição das disciplinas pelos cursos industriais e comerciais pode ser consultada em Quadro n.º 1, Organização dos cursos, Decreto de 3 de Novembro de 1905, Diário do Governo, no. 282, 13 de Dezembro de 1905, 4355-4356.
  55. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:347.
  56. Ribeiro, 7:348-349.
  57. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:170.
  58. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 7:357.
  59. Alves, "ISEP: Identidade de uma Escola", 61.
  60. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:338.
  61. Ribeiro, 17:339.
  62. Decreto de 8 de Outubro de 1891, Diário do Governo, no. 227, 9 de Outubro de 1891, 2409.
  63. 63,0 63,1 Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 12:167.

Fontes

Decreto n.º 5029, 5 de dezembro de 1918, Diário do Governo, no. 263, Série I, 5 de Dezembro de 1918, 2067-2112.

Decreto de 5 de Outubro de 1893, Diário do Governo, no. 243, 26 de Outubro de 1893, 2741.

Decreto de 8 de Outubro de 1891, Diário do Governo, no. 227, 9 de Outubro de 1891, 2406-2416.

Decreto de 3 de Novembro de 1905, Diário do Governo, no. 282, 13 de Dezembro de 1905, 4352-4357.

Decreto de 20 de Dezembro de 1864, Diário do Governo, no. 1, 2 de Janeiro de 1865, 5-7.

Decreto de 30 de Dezembro de 1852, Diário do Governo, no. 1, 1 de Janeiro de 1853, 5.

Decreto de 30 de Dezembro de 1869, Diário do Governo, no. 1, 3 de Janeiro de 1870, 8-10.

Decreto de 30 de Dezembro de 1886, Diário do Governo, no. 34, 14 de Fevereiro de 1887, 361-365.

Bibliografia

Almeida, Raquel Maria Rodrigues de. "A Escola Industrial do Porto (1852-1864): Estudo Orgânico-Funcional e Tratamento Arquivístico da Informação". Dissertação de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2014.

Alves, Luís Alberto Marques. "Contributos para o estudo do ensino industrial em Portugal (1851-1910)". Tese de Doutoramento, Universidade do Porto, 1998.

Alves, Luís Alberto Marques. "ISEP: Identidade de uma Escola com Raízes Oitocentistas". Sísifo. Revista de Ciências da Educação, no. 1 (Setembro/Dezembro 2006): 57-69.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 7. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1878.

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Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 13. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1885.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 17. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1892.

Ligações Internas

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Ligações Externas

Alves, Luís Alberto Marques. "Os professores e o ensino industrial (último quartel do século XIX a meados do século XX)". Sísifo. Revista de Ciências da Educação, no. 11 (Janeiro/Abril 2010): 35-43.

Alves, Luís Alberto Marques. "Os Professores e o Ensino Industrial na Segunda Metade do Século XIX". Em Estudos em Homenagem a Luís António de Oliveira Ramos, 131-141. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2004.

Moreira, Alda Maria Alhais. "Josephina’s: as Alunas do Ensino Industrial no Porto – 2ª metade do séc. XIX". Relatório de Estágio, Instituto Politécnico do Porto, 2021.

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

Apoio especial “Verão com Ciência 2022” da UID 4666 – CHAM — Centro de Humanidades, financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES (PIDDAC)

DOI

https://doi.org/10.34619/5jaw-hxw0

Citar este artigo

Almeida Barata, João de. "Escola Industrial do Porto", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 01/02/2024). Consultado a 11 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Escola_Industrial_do_Porto. DOI: https://doi.org/10.34619/5jaw-hxw0