Escola do Exército: diferenças entre revisões

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==História==<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário-->
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A criação da Escola do Exército ocorreu por decreto de 12 de Janeiro de 1837 no seguimento da extinção da antiga [[Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho]], sua antecessora institucional. A reforma da instituição deveu-se à decadência da última e, por consequente, da necessidade que fazia de uma reforma profunda, também concretizada pela criação da [[Escola Politécnica de Lisboa]], enquanto estabelecimento de instrução para preparar cientificamente os futuros instruendos dos cursos militares.
O propósito da Escola do Exército foi semelhante ao da antiga Academia, ou seja, a instrução militar geral, e especializada segundo a arma do exército. No preâmbulo do referido decreto a nova instituição distinguia-se da antecessora pelo ensino "com método, e conveniente extensão, não só todas as disciplinas, que já se estudavam na Academia; mas também outros muitos ramos de conhecimentos, sem os quais a instrução militar comum, e a especial para algumas Armas, continuaria a ser deficiente"<ref>Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", ''Diário do Governo'', 15, 84.</ref>. De igual forma, o preâmbulo esclarece sobre o propósito a alcançar com os estudos ministrados na Escola do Exército, a saber "instruir os Oficiais do Exército Português de um modo completo [,assegurando que] adquiram conhecimentos capazes (...) de tal modo, que não somente possam corresponder aos deveres de cada posto, nas suas respectivas Armas, mas se habilitem dignamente para os principais comandos"<ref>Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", ''Diário do Governo'', 15, 85.</ref>.
===Outras informações===<!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores-->
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Anexos à Escola do Exército deveriam ser instituídos os seguintes estabelecimentos auxiliares: uma biblioteca militar pública; um gabinete de máquinas e modelos "quanto for possível de todo o material de guerra", contendo também obras de arte, uma colecção de amostras de materiais de construção e "uma colecção completa dosa insturmentos de que se faz uso no bofête, e no campo"; um laboratório para aplicações de química, metalúrgica e pirotecnia destinada ao uso militar; e um picadeiro<ref>Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", ''Diário do Governo'', 15, 85.</ref>.
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
==Professores== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
O corpo docente da Escola do Exército
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
==Curricula== <!--Apagar caso a instituição não seja de ensino-->
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->
<!--Nota: no caso de instituições que não sejam de ensino, a criação de novos campos tem que ser debatida previamente-->Aquando da sua criação, a oferta de instrução da Escola do Exército compreendia um curso geral e três cursos especiais, a saber<ref>Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", ''Diário do Governo'', 15, 85.</ref>: de Estado Maior, com a duração de dois anos; de Engenharia militar, e de Artilharia, com a duração de três anos; e de Cavalaria e de Infantaria, com a duração de um ano. Acrescia um quarto curso especial de Engenharia Civil a organizar com a duração de dois anos<ref>A distribuição das cadeiras pelos cursos disponíveis na Escola do Exército encontra-se disponível para consulta em, Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", ''Diário do Governo'', 15, 85.
 
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O plano de estudos compunha-se de sete cadeiras<ref>Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", ''Diário do Governo'', 15, 85.</ref>:
 
"''1.ª Cadeira. Arte militar, e Fortificação passageira, compreendendo: 1.º Ideias gerais sobre o objecto, e a importância das diferentes Armas do Exército, e sua Táctica elementar. 2.º Pequena Guerra. 3.º Castrametação. 4.º Fortificação passageira. 5.º Noções gerais sobre as estradas ordinárias, e caminhos de ferro, e sobre os rios, e canais considerados como meios de comunicação militar. Princípios gerais sobre as pontes militares. 7.º Ideias gerais de uma Praça de Guerra, e do seu ataque, e defesa. 8.º Noções do Direito das Nações em tempo de Guerra. 9.º Princípios gerais de Estratégia, e de grande Táctica.''
 
''2.ª Cadeira. Fortificação permanente, compreendendo: 1.º O ensino desta espécie de Fortificação considerada relativamente ao seu traçado, relevo, e desenfiamento. 2.º O ataque, e a defensa das Praças de Guerra. 3.º A aplicação da mesma espécie de Fortificação à defensa dos Estados. 4.º A teoria e a prática das Minas militares, e o seu emprego à referida Fortificação permanente. 5.º Conhecimento dos materiais que se empregam nas construções, e os diferentes modos de os combinar.''
 
''3.ª Cadeira. Artilharia, compreendendo: 1.º O Estudo do material desta Arma. 2.º A Balística aplicada. 3.º Os diferentes serviços especiais da Artilharia de Guerra.''
 
''4.ª Cadeira. Estabilidade de construções, e Mecânica aplicada às máquinas, e às obras hidráulicas.''
 
''5.ª Cadeira. Arquitectura civil, e suas aplicações; e Curso de construção, compreendendo os principais gerais de traçado, abertura e construção das estradas, caminhos de ferro, e canais, encanamentos de riso, abertura das barras, e construção de pontes eclusas, e mais obras de arte, que constituem os diferentes sistemas de comunicação".''
 
''6.ª Cadeira. Topografia, Desenho topográfico, militar, e de paisagem, e prática de levantar plantas de terrenos à vista, e com instrumentos.''
 
''7.ª Cadeira. Curso de Gramática e Língua Inglesa.''"
 
 
 
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação. Atenção: Chicago full note with bibliography-->
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Ribeiro, José Silvestre. <nowiki>''</nowiki>Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia<nowiki>''</nowiki>. Vol. 7. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1878, pp. 91-105.
Ribeiro, José Silvestre. <nowiki>''</nowiki>Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia<nowiki>''</nowiki>. Vol. 7. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1878, pp. 91-105.
Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", ''Diário do Governo'', 15, 84.


==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->
==Bibliografia == <!-- Ou seja, a bibliografia, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Atenção: Chicago bibliography-->

Revisão das 17h01min de 23 de agosto de 2022


Escola do Exército
(E.E.)
Outras denominações valor desconhecido
Tipo de Instituição Ensino militar
Data de fundação 12 janeiro 1837
Data de extinção 25 novembro 1911
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Colégio Real dos Nobres, Lisboa,-
Início: 1837
Fim: 22 de abril de 1843

Localização Pátio do Pimenta, Lisboa,-
Início: 1843

Localização Palácio dos Condes de Murça, Lisboa,-Fim: 1850

Localização Palácio da Bemposta, Lisboa,-
Início: 1850
Antecessora Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho

Sucessora Escola de Guerra


História

A criação da Escola do Exército ocorreu por decreto de 12 de Janeiro de 1837 no seguimento da extinção da antiga Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho, sua antecessora institucional. A reforma da instituição deveu-se à decadência da última e, por consequente, da necessidade que fazia de uma reforma profunda, também concretizada pela criação da Escola Politécnica de Lisboa, enquanto estabelecimento de instrução para preparar cientificamente os futuros instruendos dos cursos militares.

O propósito da Escola do Exército foi semelhante ao da antiga Academia, ou seja, a instrução militar geral, e especializada segundo a arma do exército. No preâmbulo do referido decreto a nova instituição distinguia-se da antecessora pelo ensino "com método, e conveniente extensão, não só todas as disciplinas, que já se estudavam na Academia; mas também outros muitos ramos de conhecimentos, sem os quais a instrução militar comum, e a especial para algumas Armas, continuaria a ser deficiente"[1]. De igual forma, o preâmbulo esclarece sobre o propósito a alcançar com os estudos ministrados na Escola do Exército, a saber "instruir os Oficiais do Exército Português de um modo completo [,assegurando que] adquiram conhecimentos capazes (...) de tal modo, que não somente possam corresponder aos deveres de cada posto, nas suas respectivas Armas, mas se habilitem dignamente para os principais comandos"[2].

Outras informações

Anexos à Escola do Exército deveriam ser instituídos os seguintes estabelecimentos auxiliares: uma biblioteca militar pública; um gabinete de máquinas e modelos "quanto for possível de todo o material de guerra", contendo também obras de arte, uma colecção de amostras de materiais de construção e "uma colecção completa dosa insturmentos de que se faz uso no bofête, e no campo"; um laboratório para aplicações de química, metalúrgica e pirotecnia destinada ao uso militar; e um picadeiro[3].

Professores

O corpo docente da Escola do Exército

Curricula

Aquando da sua criação, a oferta de instrução da Escola do Exército compreendia um curso geral e três cursos especiais, a saber[4]: de Estado Maior, com a duração de dois anos; de Engenharia militar, e de Artilharia, com a duração de três anos; e de Cavalaria e de Infantaria, com a duração de um ano. Acrescia um quarto curso especial de Engenharia Civil a organizar com a duração de dois anos[5].


O plano de estudos compunha-se de sete cadeiras[6]:

"1.ª Cadeira. Arte militar, e Fortificação passageira, compreendendo: 1.º Ideias gerais sobre o objecto, e a importância das diferentes Armas do Exército, e sua Táctica elementar. 2.º Pequena Guerra. 3.º Castrametação. 4.º Fortificação passageira. 5.º Noções gerais sobre as estradas ordinárias, e caminhos de ferro, e sobre os rios, e canais considerados como meios de comunicação militar. Princípios gerais sobre as pontes militares. 7.º Ideias gerais de uma Praça de Guerra, e do seu ataque, e defesa. 8.º Noções do Direito das Nações em tempo de Guerra. 9.º Princípios gerais de Estratégia, e de grande Táctica.

2.ª Cadeira. Fortificação permanente, compreendendo: 1.º O ensino desta espécie de Fortificação considerada relativamente ao seu traçado, relevo, e desenfiamento. 2.º O ataque, e a defensa das Praças de Guerra. 3.º A aplicação da mesma espécie de Fortificação à defensa dos Estados. 4.º A teoria e a prática das Minas militares, e o seu emprego à referida Fortificação permanente. 5.º Conhecimento dos materiais que se empregam nas construções, e os diferentes modos de os combinar.

3.ª Cadeira. Artilharia, compreendendo: 1.º O Estudo do material desta Arma. 2.º A Balística aplicada. 3.º Os diferentes serviços especiais da Artilharia de Guerra.

4.ª Cadeira. Estabilidade de construções, e Mecânica aplicada às máquinas, e às obras hidráulicas.

5.ª Cadeira. Arquitectura civil, e suas aplicações; e Curso de construção, compreendendo os principais gerais de traçado, abertura e construção das estradas, caminhos de ferro, e canais, encanamentos de riso, abertura das barras, e construção de pontes eclusas, e mais obras de arte, que constituem os diferentes sistemas de comunicação".

6.ª Cadeira. Topografia, Desenho topográfico, militar, e de paisagem, e prática de levantar plantas de terrenos à vista, e com instrumentos.

7.ª Cadeira. Curso de Gramática e Língua Inglesa."


Notas

  1. Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", Diário do Governo, 15, 84.
  2. Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", Diário do Governo, 15, 85.
  3. Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", Diário do Governo, 15, 85.
  4. Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", Diário do Governo, 15, 85.
  5. A distribuição das cadeiras pelos cursos disponíveis na Escola do Exército encontra-se disponível para consulta em, Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", Diário do Governo, 15, 85. Categorias
  6. Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", Diário do Governo, 15, 85.

Fontes

Ver: AHM_DIV3_SC5_caixa15_n22_Sa da Bandeira_1859_1875_Projecto de reorganizaçao da escola do exercito

https://digigov.cepese.pt/pt/pesquisa/listbyyearmonthday?ano=1837&mes=1&tipo=a-diario&pm=&res= D. do G. 15, 18 de Jan, 1837

Cordeiro, João Manuel, Apontamentos para a Historia da Artilheria Portugueza. Lisboa: Typographia do Commando Geral da Artilheria, 1895. Vide, Cordeiro, ; 374-376.


https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/8058/1/TIA%20Marmelo.pdf

Ribeiro, José Silvestre. ''Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia''. Vol. 7. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1878, pp. 91-105.


Governo Português (18 de Janeiro de 1837). "Decreto de 12 de Janeiro de 1837", Diário do Governo, 15, 84.

Bibliografia

Ligações Internas

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Categoria:Escola do Exército

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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