Manuel Mexia da Silva

Fonte: eViterbo
Revisão em 20h19min de 14 de outubro de 2022 por Margaridatavares (discussão | contribs) (algumas coisas)
Saltar para a navegação Saltar para a pesquisa


Manuel Mexia da Silva
Nome completo Manuel Mexia da Silva
Outras Grafias Manuel Mexias, Manoel Mexia da Sylva
Pai Francisco João da Silva
Mãe valor desconhecido
Cônjuge valor desconhecido
Filho(s) Francisco João da Silva
Irmão(s) João Mexia da Silva
Nascimento valor desconhecido
Morte valor desconhecido
Sexo Masculino
Religião Cristã
Formação
Local de Formação Lisboa, Lisboa, Portugal
Postos
Posto Ajudante
Data Início: 1681

Posto Capitão
Data Fim: 29 de novembro de 1700

Posto Sargento-mor
Data Início: 29 de novembro de 1700
Cargos
Cargo Engenheiro
Data Início: 1681
Actividade
Data Início: 1681
Local de Actividade Setúbal, Portugal

Data Início: 1681
Local de Actividade Peniche, Leiria, Portugal

Data Início: 1683
Local de Actividade Alentejo, Portugal

Actividade Desenho de fortificação
Data Início: 1683
Fim: 1693
Local de Actividade Alentejo, Portugal

Actividade Vistoria
Data Início: 1700
Fim: 1700
Local de Actividade Lisboa, Lisboa, Portugal


Biografia

Dados biográficos

Manuel Mexia da Silva era filho do sargento-mor Francisco João da Silva, também engenheiro e examinado por Luís Serrão Pimentel [1] [2]. Poderá ter sido irmão mais velho de João Mexia da Silva, vínculo familiar que se tomou por referência.

Carreira

Foi nomeado, por carta patente de 26 de setembro de 1681, ajudante engenheiro nas praças de Setúbal e Peniche, com obrigação de assistir às duas praças e fortificações dos respetivos distritos, com soldo de seis mil réis mensais, por haver dele boas informações e na condição de continuar o estudo de fortificações nestas praças: "por ser aplicado a continuar com diligência ao estudo delas [fortificações], desejando fazer-se prático e ciente, e esperar dele que neste exercício me servirá muito" [3] [4]. Em 1683 foi mandado servir na província do Alentejo, ficando a ganhar os mesmos seis mil réis por mês, sendo ainda ajudante engenheiro[5] [6].

Em 1687, o Conselho de Guerra decidiu que os ajudantes de engenheiro Manuel Mexia da Silva, Manuel Pinto de Vilalobos, Pedro Correia Rebelo, Manuel Gomes Ferreira e Manuel Borges da Fonseca, "que estudaram na aula" (Aula de Fortificação de Lisboa), fossem aumentados em dois mil réis mensais [7] [8].

Em 1693 serviu nas fortificações do Algarve e em 1696 na praça de Mazagão, onde acompanhou o tenente general António de Sá Almeida[1] [2]. Entretanto já capitão engenheiro, a 29 de Novembro de 1700 foi nomeado sargento-mor das fortificações da província do Alentejo passando a ganhar doze mil réis de soldo mensal, "como o teve seu pai" [1] [2].

Outras informações

Preso pela entrega de Castelo de Vide, mudado para a praça de Almeida a 11 de janeiro de 1707.

Obras

Enquanto ajudante engenheiro na província do Alentejo, emendou erros de fortificação e desenhou fortalezas para algumas das suas praças e assistiu às obras que se fizeram em Olivença, Campo Maior, Arronches, Castelo de Vide, Évora, Mourão, Serpa e Mértola[1] [4].

Em 1700 participou por ordem régia na vistoria à fortificação de Lisboa, conjuntamente com Francisco Pimentel, Manuel de Azevedo Fortes, António Velho de Azevedo, Manuel do Couto e Manuel Pinto de Vilalobos, de que se conserva a Planta da cidade de Lisboa no tocante à sua fortificação e emendas nela propostas e acentadas pelos engenheiros Francisco Pimentel, e Manuel Mexia da Silva, e Manuel de Azevedo Fortes, e António Velho de Azevedo, e Manuel do Couto, e Manuel Pinto de Vilalobos na última vistoria que por ordem de sua magestade deus guarde se fez no ano de 1700; sob o título foi acrescentado com outra letra: “A planta em ponto menor fez o capitão António Velho de Azevedo, a que vai em maior ponto dividida em partes para melhor percepção fez o sargento-mor Manuel Pinto de Vilalobos em Janeiro de 1701" [9].

João Baptista de Castro destaca que Manuel Mexia terá sido chamado a Lisboa para corrigir o plano desenhado por Charles Lassart, Jean Gilot e João Cosmander, que devido à sua enorme extensão não foi executado: "[...] sendo chamado a esta corte, intentou tirar para dentro aquela fortificação que vai de Nossa Senhora dos Prazeres até o arco do Carvalhão, achando a dificuldade de cavar os fossos, e enterrar os reparos, logo mudou de parecer, e aprovou o que estava executado" [10][11], repetindo ainda que “[...] se intentou remediar alguns defeitos da dita fortificação, mandando-se para esse fim chamar a esta Corte ao nosso Engenheiro Manuel Mexia, este achando as maiores dificuldades no remédio, não quis alterar a fortificação executada.” [12] [13].

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Registo da Secretaria da Guerra, 1699-1701, L. 51, fl.192.
  2. 2,0 2,1 2,2 Sepúlveda, História Orgânica e Política..., vol. VIII, 570.
  3. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Registo da Secretaria da Guerra, Lv. 37, fl. 134 v.
  4. 4,0 4,1 Sepúlveda, História Orgânica e Política..., vol. VIII, 568-571.
  5. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Registo da Secretaria da Guerra, Lv. 40, fl. 257.
  6. Sepúlveda, História Orgânica e Política..., vol. VII, 386.
  7. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Decretos, maço 46, nº 8, 24 de Maio de 1687.
  8. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, vol. I, .
  9. Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, Lv. 27.
  10. Castro, Mappa de Portugal Antigo e Moderno, vol. II, 380.
  11. Viterbo, Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, vol II, 172.
  12. Castro, Mappa de Portugal Antigo e Moderno, vol. III, 82.
  13. Sepúlveda, História Orgânica e Política..., vol. V, 96.

Fontes

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, n.º 27, Planta da cidade de Lisboa no tocante à sua fortificação e emendas nela propostas e acentadas pelos engenheiros Francisco Pimentel, e Manuel Mexia da Silva, e Manuel de Azevedo Fortes, e António Velho de Azevedo, e Manuel do Couto, e Manuel Pinto de Vilalobos na última vistoria que por ordem de sua magestade deus guarde se fez no ano de 1700

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Decretos, maço 46, nº 8, 24 de Maio de 1687.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Registo da Secretaria da Guerra, Lv. 51, fl.192.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Registo da Secretaria da Guerra, Lv. 37, fl. 134 v., carta patente de 26 de setembro de 1681.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Conselho de Guerra, Registo da Secretaria da Guerra, Lv. 40, fl. 257, decreto de 29 de Março de 1683.

Bibliografia

Castro, João Baptista de. Mappa de Portugal Antigo e Moderno, tomos II e III. Lisboa: Oficina Patriarcal de Luís Francisco Ameno, (1745-1758) 1762-1763.

Sepúlveda, Cristovão Aires de Magalhães. História Orgânica e Política do Exército Portuguez, Provas, vol. V. Lisboa: Imprensa Nacional, 1910.

Sepúlveda, Cristovão Aires de Magalhães. História Orgânica e Política do Exército Portuguez, Provas, vol. VII. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1913.

Sepúlveda, Cristovão Aires de Magalhães. História Orgânica e Política do Exército Portuguez, Provas, vol. VIII. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1919.

Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, vol. I. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1899.

Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal, vol II. Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1904.

Ligações Externas

Autor(es) do artigo

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

Citar este artigo