Manuel Mexia da Silva
Manuel Mexia da Silva | |
---|---|
Nome completo | Manuel Mexia da Silva |
Outras Grafias | Manuel Mexias, Manoel Mexia da Sylva |
Pai | Francisco João da Silva |
Mãe | valor desconhecido |
Cônjuge | valor desconhecido |
Filho(s) | Francisco João da Silva |
Irmão(s) | João Mexia da Silva |
Nascimento | valor desconhecido |
Morte | valor desconhecido |
Sexo | Masculino |
Religião | Cristã |
Formação | |
Local de Formação | Lisboa, Lisboa, Portugal |
Postos | |
Posto | Ajudante |
Data | Início: 1681 |
Posto | Capitão |
Data | Fim: 29 de novembro de 1700 |
Posto | Sargento-mor |
Data | Início: 29 de novembro de 1700 |
Cargos | |
Cargo | Engenheiro |
Data | Início: 1681 |
Local Cargo | Setúbal, Portugal |
Cargo | Engenheiro |
Local Cargo | Algarve, Portugal |
Cargo | Engenheiro |
Local Cargo | {{#cargo_query:tables=technetempire_coor_dms|fields=_pageName|where=_pageName='Alentejo, Portugal' }} |
Actividade | |
Data | Início: 1681 |
Local de Actividade | Setúbal, Portugal |
Data | Início: 1681 |
Local de Actividade | Peniche, Leiria, Portugal |
Data | Início: 1683 |
Local de Actividade | Alentejo, Portugal |
Actividade | Desenho de fortificação |
Data | Início: 1683 Fim: 1693 |
Local de Actividade | Alentejo, Portugal |
Actividade | Vistoria |
Data | Início: 1700 Fim: 1700 |
Local de Actividade | Lisboa, Lisboa, Portugal |
Biografia
Dados biográficos
Manuel Mexia da Silva era filho do sargento-mor Francisco João da Silva, também engenheiro e examinado por Luís Serrão Pimentel[1][2]. Desconhecem-se outros dados biográficos. Poderá ter sido irmão mais velho de João Mexia da Silva, vínculo familiar que se tomou por referência. Teve um filho chamado Francisco João da Silva, que recebeu uma tenção de oito mil réis em 1716[3].
Carreira
Foi nomeado, por carta patente de 26 de setembro de 1681, ajudante engenheiro nas praças de Setúbal e Peniche, com obrigação de assistir às duas praças e fortificações dos respetivos distritos, com soldo de seis mil réis mensais, por haver dele boas informações e na condição de continuar o estudo de fortificações nestas praças: "por ser aplicado a continuar com diligência ao estudo delas [fortificações], desejando fazer-se prático e ciente, e esperar dele que neste exercício me servirá muito"[4][5]. Em 1683, foi mandado servir na província do Alentejo, ficando a ganhar os mesmos seis mil réis por mês, sendo ainda ajudante engenheiro[6][7].
Em 1687, o Conselho de Guerra decidiu que os ajudantes de engenheiro Manuel Mexia da Silva, Manuel Pinto de Vilalobos, Pedro Correia Rebelo, Manuel Gomes Ferreira e Manuel Borges da Fonseca, "que estudaram na aula" (Aula de Fortificação de Lisboa), fossem aumentados em dois mil réis mensais[8][9].
Serviu nas fortificações do Algarve em 1693 e, em 1696, na praça de Mazagão, onde acompanhou o tenente general António de Sá Almeida[1][2]. Entretanto já no posto de capitão engenheiro, a 29 de Novembro de 1700, foi nomeado sargento-mor das fortificações da província do Alentejo passando a ganhar doze mil réis de soldo mensal, "como o teve seu pai"[1][2].
Em 21 de Julho de 1701, D. Pedro II decretou a criação de aulas de fortificação nas províncias do reino, nomeando Manuel Mexia como engenheiro responsável pela aula de fortificação da província do Alentejo, juntamente com Jerónimo Velho de Azevedo e Manuel Pinto de Vilalobos para outras províncias, por serem considerados muito capazes de dar doutrina muito proveitosa a soldados ou outros que tenham capacidade para o estudo de fortificações[10]. Segundo Cristóvão Aires de Magalhães Sepúlveda, esta aula não chegou a ser fundada devido à guerra[11].
Outras informações
Foi acusado de crime por ter entregue a praça de Castelo de Vide e, em 11 de janeiro de 1707, foi ordenado que mudasse de prisão para a praça de Almeida, para que pudesse tratar de se justificar[12][13].
Obras
Enquanto ajudante engenheiro na província do Alentejo, emendou erros de fortificação e desenhou fortalezas para algumas das suas praças, tendo ainda assistido às obras que se fizeram em Olivença, Campo Maior, Arronches, Castelo de Vide, Évora, Mourão, Serpa e Mértola[1][5].
Em 1700, participou por ordem régia na vistoria à fortificação de Lisboa, conjuntamente com Francisco Pimentel, Manuel de Azevedo Fortes, António Velho de Azevedo, Manuel do Couto e Manuel Pinto de Vilalobos, de que se conserva a Planta da cidade de Lisboa no tocante à sua fortificação e emendas nela propostas e acentadas pelos engenheiros Francisco Pimentel, e Manuel Mexia da Silva, e Manuel de Azevedo Fortes, e António Velho de Azevedo, e Manuel do Couto, e Manuel Pinto de Vilalobos na última vistoria que por ordem de sua magestade deus guarde se fez no ano de 1700; sob o título foi acrescentado com outra letra: “A planta em ponto menor fez o capitão António Velho de Azevedo, a que vai em maior ponto dividida em partes para melhor percepção fez o sargento-mor Manuel Pinto de Vilalobos em Janeiro de 1701"[14].
João Baptista de Castro destaca que Manuel Mexia terá sido chamado a Lisboa para corrigir o plano desenhado por Charles Lassart, Jean Gilot e João Cosmander, que devido à sua enorme extensão não foi executado: "(...) sendo chamado a esta corte, intentou tirar para dentro aquela fortificação que vai de Nossa Senhora dos Prazeres até o arco do Carvalhão, achando a dificuldade de cavar os fossos, e enterrar os reparos, logo mudou de parecer, e aprovou o que estava executado"[12][15], repetindo ainda que “(...) se intentou remediar alguns defeitos da dita fortificação, mandando-se para esse fim chamar a esta Corte ao nosso Engenheiro Manuel Mexia, este achando as maiores dificuldades no remédio, não quis alterar a fortificação executada”[16][17].
Participou, em 1703, com Manuel de Azevedo Fortes no desenho de uma planta do Rio Mondego, desde Coimbra até ao mar, com o projeto de um álveo para o referido rio[18][19].
Notas
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho de Guerra. Registo da Secretaria da Guerra, 1699-1701, lv. 51, fl.192.
- ↑ 2,0 2,1 2,2 Sepúlveda, Historia organica e politica do Exercito Português, 8:570.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Registo Geral de Mercês. Mercês de D. João V, lv. 8, fl.149-149v.. Carta de padrão. 12 de Janeiro de 1716.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho de Guerra. Registo da Secretaria da Guerra, lv. 37, fl. 134v.. Carta patente de 26 de setembro de 1681.
- ↑ 5,0 5,1 Sepúlveda, Historia organica e politica do Exercito Português, 8:568-571.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho de Guerra. Registo da Secretaria da Guerra, lv. 40, fl. 257. Decreto de 29 de Março de 1683.
- ↑ Sepúlveda, Historia organica e politica do Exercito Português, 7:386.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho de Guerra. Decretos, mç. 46, nº 8. 24 de Maio de 1687.
- ↑ Viterbo, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, vol. 1.
- ↑ Arquivo Histórico Militar. Fundo 3, s. 5.3, cx. 6, pç. 12. Cópia do Decreto de 21 de Julho de 1701.
- ↑ Sepúlveda, Historia organica e politica do Exercito Português, 5:105-106.
- ↑ 12,0 12,1 Viterbo, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, 2:172.
- ↑ Sepúlveda, Historia organica e politica do Exercito Português, 8:196.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Casa de Cadaval, lv. 27. Planta da cidade de Lisboa no tocante à sua fortificação e emendas nela propostas e acentadas pelos engenheiros Francisco Pimentel, e Manuel Mexia da Silva, e Manuel de Azevedo Fortes, e António Velho de Azevedo, e Manuel do Couto, e Manuel Pinto de Vilalobos na última vistoria que por ordem de sua magestade deus guarde se fez no ano de 1700.
- ↑ Castro, Mappa de Portugal Antigo e Moderno, 2:380.
- ↑ Castro, Mappa de Portugal Antigo e Moderno, 3:82.
- ↑ Sepúlveda, Historia organica e politica do Exercito Português, 5:96.
- ↑ Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho da Guerra. Registo da Secretaria de Guerra, lv. 50, fl. 13.
- ↑ Sepúlveda, Historia organica e politica do Exercito Português, 7:110.
Fontes
Arquivo Histórico Militar. Fundo 3, s. 5.3, cx. 6, pç. 12. Cópia do Decreto de 21 de Julho de 1701.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Casa de Cadaval, lv. 27. Planta da cidade de Lisboa no tocante à sua fortificação e emendas nela propostas e acentadas pelos engenheiros Francisco Pimentel, e Manuel Mexia da Silva, e Manuel de Azevedo Fortes, e António Velho de Azevedo, e Manuel do Couto, e Manuel Pinto de Vilalobos na última vistoria que por ordem de sua magestade deus guarde se fez no ano de 1700.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho de Guerra. Decretos, mç. 46, nº 8. 24 de Maio de 1687.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho de Guerra. Registo da Secretaria da Guerra, lv. 37, fl. 134v.. Carta patente de 26 de setembro de 1681.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho de Guerra. Registo da Secretaria da Guerra, lv. 40, fl. 257. Decreto de 29 de Março de 1683.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho da Guerra. Registo da Secretaria de Guerra, lv. 50, fl. 13.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Conselho de Guerra. Registo da Secretaria da Guerra, 1699-1701, lv. 51, fl.192.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, Lv. 8, fl.149-149v.. Carta de padrão. 12 de Janeiro de 1716.
Bibliografia
Castro, João Baptista de. Mappa de Portugal Antigo e Moderno. Tomos II e III. Lisboa: Oficina Patriarcal de Luís Francisco Ameno, (1745-1758) 1762-1763.
Conceição, Margarida Tavares da. "A fortificação moderna e a linha da circunvalação (notas sobre os limites urbanos de Lisboa)". Rossio Estudos de Lisboa, no. 5 (2015): 179-199.
Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. Historia organica e politica do Exercito Português. Vol. 5. Lisboa: Imprensa Nacional, 1910.
Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. Historia organica e politica do Exercito Português. Vol. 7. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1913.
Sepúlveda, Cristóvão Aires de Magalhães. Historia organica e politica do Exercito Português. Vol. 8. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1919.
Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol. 1. Lisboa: Imprensa Nacional, 1899.
Viterbo, Francisco de Sousa. Diccionario Histórico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portugueses ou a serviço de Portugal. Vol. 2. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904.
Autor(es) do artigo
Vera da Cunha Serrão
Departamento de História da Arte, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa
https://orcid.org/0000-0002-6490-037X
Margarida Tavares da Conceição
IHA - Instituto de História da Arte, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa / IN2PAST — Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território
https://orcid.org/0000-0003-3041-9235
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
Instituto de História da Arte, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade NOVA de Lisboa, através do projeto estratégico financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., ref. UID/PAM/00417/2019
DOI
https://doi.org/10.34619/sqrg-iefq
Citar este artigo
Serrão, Vera da Cunha e Margarida Tavares da Conceição. "Manuel Mexia da Silva", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, {{{year}}} 2022. Consultado a 08 de dezembro de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Manuel_Mexia_da_Silva. DOI: https://doi.org/10.34619/sqrg-iefq