Real Colégio Militar

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Real Colégio Militar
(valor desconhecido)
Outras denominações Colégio Militar, Colégio Militar da Luz, Colégio Regimental da Artilharia da Corte, Colégio da Feitoria
Tipo de Instituição Ensino militar
Data de fundação 2 janeiro 1814
Data de extinção 8 outubro 1917
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Forte da Feitoria, Oeiras, Lisboa,-
Início: 1813
Fim: 07 de janeiro de 1814

Localização Hospital de Nossa Senhora dos Prazeres, Lisboa,-
Início: 07 de janeiro de 1814

Localização Convento de Mafra, Mafra,-
Início: 1848

Localização Hospital de Nossa Senhora dos Prazeres, Lisboa,-
Antecessora Colégio Regimental da Artilharia da Corte

Sucessora valor desconhecido


História

O Real Colégio Militar, ou apenas Colégio Militar, foi uma instituição de ensino militar criada em 1814. Sucedeu ao Colégio Regimental da Artilharia da Corte, ou Colégio da Feitoria, estabelecido em 2 de Março de 1803. Este antecedente institucional, "germen ou antes preparatório para o futuro Colégio Militar"[1], foi criado por António Teixeira Rebelo, comandante daquele regimento, no sítio da Feitoria, na Torre de São Julião da Barra, com o fim de "dar a instrução aos filhos dos oficiais do regimento de artilharia da corte"[2].

O Colégio Militar adoptava o mesmo propósito e habilitava os filhos dos oficiais do Exército e da Marinha para o estudo da carreira militar, em particular, os filhos daqueles "que não tivessem meio de os mandar educar, e que, por serviços militares houvessem merecido aprovação e louvor da parte de seus superiores"[3].

Os primeiros Estatutos do Colégio Militar datam de 7 de Janeiro de 1814, tendo sido prontamente reformulados dois anos depois[4]. Este último documento procurava "dar àquele estabelecimento maiores proporções, alargando a esfera de sua ação e benefícios - admitindo maior número de colegiais"[5], regulando também questões de natureza disciplinar e de administração económica.

A organização do plano de estudos do Colégio foi alterada entre 1826 e 1828, sendo desconhecida a data precisa. José Silvestre Ribeiro apenas indica ter sido seu autor Cândido José Xavier, que ocupava o cargo de diretor do Colégio à altura[6]. Em 1835, foi decretada nova organização do plano de estudos e do regulamento[7].

Entre 1836 e 1837 alteram-se algumas disposições da orgânica interna do Real Colégio Militar com o objetivo de reduzir a despesa pública, nomeadamente, através da supressão dos lugares de diretor e subdiretor, e da redução do quadro de cadeiras[8].

Em 1846, constituiu-se uma comissão "de inquérito e de reforma para o Colégio Militar" e alterou-se, de imediato, o quadro de cadeiras[9]. O respetivo plano de estudos apenas seria apresentado em 1849, e, ainda que asseverasse a utilidade da instituição, o plano reconhecia a sua decadência resultante da "deficiência dos regulamentos, pelo grande acréscimo de alunos, pela má distribuição de disciplinas, pelo ruim método de ensino, e talvez pela falta de escrúpulo no regimen"[10]. À semelhança das disposições de 1846, o intuito do novo plano era a integração do plano de estudos do Colégio Militar com as estruturas existentes de instrução técnica e científico militar[11]. Na qualidade de "liceu militar", o Colégio devia estabelecer "uma estreita correlação" com os estudos da Escola do Exército, ou a Escola Politécnica, para os quais preparava os seus alunos. Nesse sentido, o quadro de cadeiras foi reduzido, suprimindo-se as cadeiras consideras desnecessárias[12].

De igual forma, as disposições adotadas no plano de estudo de 1851 asseveravam o objetivo de dotar os alunos "de todos os preparatórios necessários para o curso das armas de cavalaria e infantaria, ou para os estudos nas escolas superiores, levando já um ensino e educação apropriados ao seu desenvolvimento". Compreenda-se, assim, que à supressão de cadeiras, a que se procedeu entre 1849 e 1851, deveria corresponder à diminuição do tempo necessário à conclusão dos estudos preparatórios[13]. O decreto regulamentar datado de 11 de Dezembro de 1851 resultou dos trabalhos de uma comissão nomeada em Junho desse ano e composta pelo "barão de Sarmento (...) visconde de Carreira, brigadeiro reformado (...) coronel de infantaria Augusto Xavier Palmeirim; do dr. Filipe Folque, coronel graduado de engenharia (...) e de José Tavares de Macedo, oficial ordinário da secretaria da marinha"[14].

Em 1854, por carta de lei de 20 de Julho, eram definidas disposições regulamentares relativas às "matérias e métodos em estudo", o acesso ao magistério e condições de matrículas, bem como disposições disciplinares[15]. Nesse ano procedeu-se à reformulação do plano de estudos relativamente à distribuição das disciplinas[16]. Em 1859, regulamentam-se disposições relativas à "frequência das aulas, exercícios literários, exames finais, e especialidades relativas a exames" e era requerido ao diretor a apresentação de "um projeto definitivo de reorganização do mencionado colégio, e regulamento respetivo"[17].

Atente-se que em 1861, se publicava um escrito, por autor não identificado por José Silvestre Ribeiro, em que se propunha a abolição do Colégio Militar "sem detença, por desnecessário e injustificável". O argumento apresentado sustentou-se na incompatibilidade entre a instituição, e o privilégio que representava para a classe militar portuguesa, com o regime liberal[18].

Em 1875, aprovava-se novo plano de estudos com nova distribuição disciplinar[19], e, em 1886, adotava-se novo regulamento para tornar o curso ministrado no Colégio Militar consentâneo com a reforma dos estudos secundários[20].

Outras informações

A admissão ao Colégio Militar era permitida, por conta do estado, a indivíduos com idades entre os nove e os 11 anos e na condição de filhos legítimos. Os matriculados porcionistas teriam de ter idade compreendida entre os sete e os 11 anos, serem de limpo nascimento e pagarem uma pensão mensal[21]. Em 1837, para efeitos de matrícula era requerido exame de ler, escrever e contar, sendo admitidos alunos entre os nove e 11 anos para o curso preparatório, e entre os 13 anos e 15 anos para o curso militar. A partir de 1837, estabelecia-se os 10 anos como idade mínima e os 12 anos de idade máxima para ambos os cursos[22].

Em 1816, verificou-se o aumento de 50 para 100 alunos pensionistas suportados pelo Estado, num total de 200, sendo os restantes suportados pelos pais ou tutores[3]. Em 1835, ainda no rescaldo da Guerra Civil (1832-1834) o número de alunos pensionistas foi aumentado para 150, "dos quais pertenceriam 134 lugares a filhos de oficiais do exército, e 16 aos filhos de oficiais da armada, e brigada de marinha"[23], atendendo-se, no parecer de José Silvestre Ribeiro, "mui particularmente aos filhos dos oficiais de voluntários, ou de milicias, que, ou serviram a causa da liberdade, ou por ela padeceram"[24]. Pela reforma de 1849, o número de matrículas admitidas era reduzido, uma vez que o número de alunos era considerado excessivo dificultando o cumprimento do regulamento disciplinar e não se coadunando, por excesso, com as necessidades do exército português à altura[25].

Por decreto de 1 de Setembro de 1824 os alunos do Colégio Militar poderiam matricular-se no segundo ano da Academia Real de Marinha de Lisboa, sob a condição de terem frequentado com aprovação o primeiro ano matemático do plano de estudos do Colégio. Essa faculdade foi estendida às matrículas na Academia de Marinha e Comércio do Porto sob as mesmas condições por decreto de 3 de Novembro de 1825[26].

A direção do Colégio Militar estava incumbida a um diretor[27]. António Teixeira Rebelo, marechal de campo, ocupou o lugar de primeiro diretor entre 1814 e 1825[28]. Entre 1826 e 1828, sucedeu-lhe no cargo o coronel Candido José Xavier[29]. Entre 1829 e 1833, ocupou o lugar o tenente coronel Pedro José de Santa Bárbara[30]. Em 1834, era nomeado o brigadeiro João José da Cunha Fidié, sucedido no ano seguinte por Agostinho José Freire, assassinado em 1836. Nesse ano o lugar de diretor foi extinto devido à necessidade de reduzir a despesa pública com o Colégio[31], mas foi restituído prontamente. Entre 1837 e 1848, foi nomeado, novamente, o brigadeiro João José da Cunha Fidié. Sucedeu-lhe o coronel Evaristo José Ferreira entre 1849 e 1851[32]. Foi sucedido no lugar de diretor pelo general Augusto Xavier Palmeirim[33].

Encontravam-se anexos ao Colégio Militar depósitos de "armas e armamentos; o de instrumentos geodésicos e matemáticos; a biblioteca e a secretaria da inspeção dos estudos"[34].

A primeira localização do Colégio Militar foi no Forte de São Julião, junto da Aula de Artilharia de São Julião da Barra, em Oeiras. Foi transferido para o edifício do Hospital Real de Nossa Senhora dos Prazeres na Luz em 7 de Janeiro de 1814[35], razão pela qual também é referido como Colégio Militar da Luz. Em 1848, encontrava-se instalado no "edifício da extinta Congregação dos Missionários, denominados de Rilhafoles", sendo nesse ano transferido para o "edifício real de Mafra"[36]. Não obstante, em 1853, era nomeada uma comissão para reavaliar o edifício militar da Luz e "propor um projeto do que conviria fazer no esmo edifício no intuito de o apropriar adequadamente à acomodação do Colégio Militar"[37].

Professores

Curricula

O plano de estudos do Colégio Militar, estabelecido pelos Estatutos de 1816, tinha a duração de seis anos e compunha-se por 14 aulas[38]. José Silvestre Ribeiro refere a supressão do segundo ano matemático em 1824, sendo substituído pelo ensino "de história militar, desenho topográfico, e reconhecimentos militares"[39].

O novo plano de estudos adotado entre 1826 e 1828 dividia os seis anos, de que se compunha o curso anterior, em dois cursos distintos. Os três primeiros anos respeitavam ao curso preparatório, compondo os remanescentes o curso militar em que se versavam as disciplinas de matemática, história, geografia e as propriamente militares[40]. A disciplina de desenho era tanto na sua parte teórica como prática distribuída por todos os anos de ambos os cursos[41].

A partir de 1834, o governo empregava ao serviço do Colégio um corpo auxiliar composto por um ajudante instrutor, "subalterno de bons costumes provados, e instrutor hábil" escolhido de entre os corpos de infantaria ou caçadores, e um diretor, sargento nas mesmas condições do corpo de artilharia. Este corpo era incumbido de ministrar aos alunos "o conhecimento e prática do manejo, e serviço de infantaria e artilharia" e assim desenvolver a instrução militar daqueles nas suas armas[42]. No mesmo ano, por decreto de 2 de Agosto, era estabelecida uma "aula de música, equitação e ginástica"[43].

A reforma do plano de estudos de 1835 manteve a estrutura anterior ampliando a duração de ambos os cursos em um ano, para quatro[44]. À designação de curso militar acrescia a de "matemático". O restante ensino, a saber, "escola prática de artilharia, e da ordenança de infantaria e caçadores, as escolas de ginástica, esgrima, dança, equitação, e música" alternaria em dias de feriado. O "ensino da doutrina cristã e moralidade" era ministrado em todos os feriados[45].

Já, em 1837, eram suprimidas as cadeiras de história natural, física e química[46]. Novamente, em 1846, procedeu-se à supressão de cadeiras por serem equivalentes às cadeiras leccionadas no primeiro ano da Escola Politécnica de Lisboa e a Escola do Exército. Nomeadamente, as cadeiras relativas ao quinto e sexto anos, que, no entanto, não constam do plano de estudos referido por Silvestre Ribeiro para 1837[47]. No mesmo sentido, em 1849, as cadeiras de matemática, arte militar, eloquência e literatura eram suprimidas[48].

Como referido, as supressões mencionadas deveriam reduzir o período de instrução preparatória para que os alunos pudessem seguir os cursos técnicos ou superiores. Em consequência, o plano de 1851 suprimiu os dois cursos existentes, que totalizavam oito anos de instrução preparatória. Para sua substituição estabeleceu-se um único curso com a duração de seis anos no qual se leccionariam as seguintes disciplinas, sem que Silvestre Ribeiro apresente a sua distribuição nas respectivas cadeiras: "Gramática portuguesa e latina. Francês e inglês. Latinidade. Eloquência e literatura. Filosofia racional e moral. Noções de cosmografia, de cronologia, história e matemática. Introdução às ciências naturais; física e química, elementos. Direito e administração militar. Desenho, equitação, dança, natação, exercícios ginásticos"[49]. Entre estas consideravam-se a língua portuguesa e latina, eloquência, literatura, filosofia, aritmética prática, o desenho linear e as disciplinas constantes do quinto e sexto ano "do curso geral" como "disciplinas de habilitação". Uma distinção que terminaria em 1854[50].

A par da redistribuição das disciplinas, o plano de estudo de 1854 estabelecia a frequência da cadeira de desenho em quatro secções distribuídas pelos seis anos do curso ministrado no Colégio[51]. Em 1875, adotou-se novo plano de estudos correspondendo a nova distribuição disciplinar, desenvolvida abaixo[52].

Plano de estudos de 1816
Ano Nome da Aula[53] Matérias Livros Professores
Primeiras letras "Alfabeto de Monteiro, e Arte de Ventura"[54]. Professor proprietário em 1820: Eustochio Leandro Xavier Pinto[55].

O lugar de professor substituto achava-se vago em 1820.

Desenho de figura "Princípios de Lairese"[56]. Professor proprietário em 1820: Carlos Raimundo Xavier Dinis Vilas Boas[57].

Professor substituto em 1820: Vicente Pires da Gama[57].

Gramática portuguesa "Arte de Lobato; Vida de D. João de Castro, por Jacinto Freire de Andrade; Arte da guerra, tradução de Pedegache"[54]. Professor proprietário em 1820: Padre Cristóvão Maria Lobo[57].

O lugar de professor substituto achava-se vago em 1820.

Gramática francesa "O Novo Mestre, 4.ª edição; Les Commentaires de César; Les Aventures de Télémaque"[54].
Gramática inglesa "Arte de Siret, The economy of human life; The history of the reign of the Emperor Charles 5.th"[54].
Gramática latina "Arte de Pereira; Eutropio; Phedro"[54]. Professor proprietário em 1820: Padre Cristóvão Maria Lobo[57].

O lugar de professor substituto achava-se vago em 1820.

Princípios de latinidade
Filosofia racional e moral "Lógica e Metafísica: Genuense, tradução de Cardoso. Ética: Genuense; Heinecio, tradução de Farinha"[54]. Professor proprietário em 1820: António Leite Ribeiro[57].

O lugar de professor substituto achava-se vago em 1820.

Língua portuguesa
Língua francesa Professor proprietário em 1820: Hugo de Fournier[57].

Professor interino em 1820: António Joaquim de Torres Mangas[57].

O lugar de professor substituto achava-se vago em 1820.

Língua inglesa Professor proprietário em 1820: Jorge Guilherme Brisac[57].

O lugar de professor substituto achava-se vago em 1820.

Aritmética "Matemática e Estudos Militares: Curso completo de Wolf, tradução em francês por um benedictino da congregação de S. Mauro; e Elementos d'Azedo; tratado composto por B. Vicente Ferraz, em quanto à Tática Elementar, Castrametação"[58].
Álgebra
Geometria
Trigonometria
Desenho de arquitetura "Regras de Moreira"[58].
Princípios e noções gerais de mecânica, hidrodinâmica, ótica e perspectiva.
Geografia e História "Geografia: Montelle. História universal: Millot. História de Portugal: Tradução do inglês por Moraes"[58]. Professor proprietário em 1820: António Leite Ribeiro[57].

O lugar de professor substituto achava-se vago em 1820.

Princípios e noções gerais de tática elementar, castrametação, fortificação de campanha, ataque e defesa de praças em geral, e de postos fortificados;
Professor proprietário do "1.º ano de Matemática" em 1820: Manuel Caetano Soares de Sousa Brissos[59].

Professor proprietário do "Dito do II" em 1820: José de Sousa Moreira[59].

Professor proprietário do "Dito do III" em 1820: João Crisóstomo do Couto e Melo[59].

Professor substituto dos anos de matemáticos: João de Lemos Caldeira[59].

Mestre de dança em 1820: Pedro António Cardoso[57].

Mestre de esgrima em 1820: Francisco José Tavares[57].

Plano de estudos de 1826
Ano Nome da Aula Matérias Livros Professores
Primeiras letras "Alfabeto de Monteiro, e Arte de Ventura"[54].
"Ler, escrever e contar"[60].
Desenho de figura "Princípios de Lairese"[58].
Gramática portuguesa "Arte de Lobato; Vida de D. João de Castro, por Jacinto Freire de Andrade; Arte da guerra, tradução de Pedegache"[54].
Gramática francesa "O Novo Mestre, 4.ª edição; Les Commentaires de César; Les Aventures de Télémaque"[54].
Gramática inglesa "Arte de Siret, The economy of human life; The history of the reign of the Emperor Charles 5.th"[54].
Gramática latina "Arte de Pereira; Eutropio; Phedro"[54].
Filosofia racional e moral "Lógica e Metafísica: Genuense, tradução de Cardoso. Ética: Genuense; Heinecio, tradução de Farinha"[54].
Aritmética "Matemática e Estudos Militares: Curso completo de Wolf, tradução em francês por um benedictino da congregação de S. Mauro; e Elementos d'Azedo; tratado composto por B. Vicente Ferraz, em quanto à Tática Elementar, Castrametação"[58].
"Álgebra até às equações do 2.º grau"[61].
Geometria
"Trigonometria plana, e seu uso prático"[61].
Desenho de arquitetura "Regras de Moreira"[58].
"Princípios e noções gerais de mecânica, hidrodinâmica, ótica e perspectiva"[61].
"Geografia, cronologia e história"[61]. "Geografia: Montelle. História universal: Millot. História de Portugal: Tradução do inglês por Moraes"[58].
"Princípios gerais de tática das diferentes armas, castrametação, serviço das tropas ligeiras, modo de fortificar, atacar e defender os postos"[61].
"Estratégia, serviço do estado maior, geodesia, história militar"[61].
Desenho Professor substituto em 1827: Vicente Pires da Gama (Segundo tenente adido ao Real Corpo de Engenheiros)[62].
"Música, equitação e ginástica" (1834)[63].
Plano de estudos em 1835: Curso preparatório
Ano Nome da Aula Matérias Livros Professores
1.º ano Primeira aula "Gramática portuguesa e latina, devendo observar-se desde logo as diferenças mais palpáveis que há entre elas, e o diferente génio de cada uma. Em todos os dias"[64]. Professor proprietário em 1840: João Lineu Jordão[65].
Segunda aula "Gramática, e língua francesa. Em todos os dias"[66]. Professor proprietário entre 1840 e 1846: Timóteo Álvares da Silva[67][68].

Professor substituto em 1846: Daniel da Cunha[69].

Terceira aula "Desenho linear, letra redonda, letra angulosa ou alemã, sem ornatos. Em todos os dias"[70]. Professor proprietário de desenho entre 1840 e 1846: Teodoro António de Lima[71][72].

Professor substituto de desenho entre 1840 e 1846: Joaquim da Costa Cascais[73][74].

2.º ano Primeira aula "Latinidade. Em todos os dias"[75]. Professor proprietário em 1840: Luís António Ribeiro de Mesquita[76].

Professor substituto em 1840: João Lourenço Ursulo Machado[77].

Segunda aula "Leitura e análise gramatical de alguns clássicos portugueses, tanto em prosa como em verso. Ortografia, e exercícios práticos por escrito. Em todos os dias"[78].
Terceira aula "Desenho linear, e língua francesa. Em dias alternados"[79]. Professor proprietário de desenho entre 1840 e 1846: Teodoro António de Lima[71][72].

Professor substituto de desenho entre 1840 e 1846: Joaquim da Costa Cascais[73][74].

Professor proprietário de língua francesa entre 1840 e 1846: Timóteo Álvares da Silva[67][68].

3.º ano Primeira aula "Continuação da latinidade, teoria do raciocínio e da linguagem, isto é, ideologia, gramática geral, lógica, e retórica. Em todos os dias"[79]. Professor proprietário em 1840: Luís António Ribeiro de Mesquita[76].

Professor substituto em 1840: João Lourenço Ursulo Machado[77].

Segunda aula "Desenho de figura, gramática, e língua inglesa. Em dias alternados"[79]. Professor proprietário de desenho entre 1840 e 1846: Teodoro António de Lima[71][72].

Professor substituto de desenho entre 1840 e 1846: Joaquim da Costa Cascais[73][74].

Professor proprietário de língua inglesa entre 1840 e 1846: Carlos Milton Graveley[80][81].

Professor substituto de língua inglesa em 1846: Daniel da Cunha[69].

Terceira aula "Princípios de aritmética, álgebra e geometria, limitando-se às partes destas ciências que são essenciais nos usos ordinários da vida. Elementos de geografia, e cronologia, e história de Portugal em compêndio. Em todos os dias"[79]. Professor proprietário geografia, cronologia, e história entre 1840 e 1846: António Eduardo Pacheco[82][83].

Professor substituto de filosofia, geografia, cronologia, e história em 1846: João Lourenço Ursulo Machado[84].

4.º ano Primeira aula "Teoria da eloquência, e da poética, análise de alguns lugares dos melhores clássicos portugueses e latinos, tanto em prosa como em verso, moral universal, e direito natural do homem e das nações. Em todos os dias"[79]. Professor proprietário de eloquência e direito natural em 1840: João Carlos da Silva[85].

Professor proprietário de eloquência e poética em 1846: João Carlos da Silva[86].

Segunda aula "Língua inglesa, desenho de figura. Em dias alternados"[79]. Professor proprietário de desenho entre 1840 e 1846: Teodoro António de Lima[71][72].

Professor substituto de desenho entre 1840 e 1846: Joaquim da Costa Cascais[73][74].

Terceira aula "Primeiros elmentos de história natural, física, química, e astronomia. Em todos os dias"[79].
Professor de matemática em 1840, adido à Escola Politécnica de Lisboa: João António Tibério Furtado Silva[87].

Encarregado de explicar os princípios matemáticos em 1840: Jacinto Carlos Mourão[88].

Professor de caligrafia entre 1840 e 1846: Joaquim Rogério[89][90].

Professor coadjuvante em 1840: Estevão José Corsino[91].

Professor de equitação em 1840: João Círiaco Coelho[92].

Professor de música em 1840: João Nepomuceno de Mendonça[93].

Mestre de esgrima entre 1840 e 1846: Francisco José Tavares[94][95].

Mestre de dança entre 1840 e 1846: José Ramos[96][97].

Professor por comissão temporária de filosofia racional e moral em 1861: Eugénio Avelino de Matos[98].

Plano de estudos em 1835: Curso Militar Matemático.
Ano Nome da Aula Matérias Livros Professores
1.º ano Primeira aula "1.º Ano de matemática, como na Academia de Marinha, e demais a geometria descritiva, e noções mais amplas de astronomia. Em todos os dias"[99]. Professor proprietário entre 1840 e 1846: Manuel Álvares da Silva[100][101].
Segunda aula "Desenho de figura. Em todos os dias"[102]. Professor proprietário entre 1840 e 1846: Teodoro António de Lima[71][72].

Professor substituto entre 1840 e 1846: Joaquim da Costa Cascais[73][74].

Terceira aula "História natural. Em todos os dias"[103]. (Suprimida em 1837[104].)
2.º ano Primeira aula "2.° Ano de matemática, como na dita academia. Em todos os dias"[103].
Segunda aula "Desenho de arquitetura civil. Em todos os dias"[103]. Professor proprietário entre 1840 e 1846: Teodoro António de Lima[71][72].

Professor substituto entre 1840 e 1846: Joaquim da Costa Cascais[73][74].

Terceira aula "Física. Em todos os dias"[103]. (Suprimida em 1837[104].)
3.º ano Primeira aula "1.º Ano militar, como na academia de fortificação artilheria e desenho, e demais a pequena guerra. Em todos os dias"[103]. Professor substituto das cadeiras militares em 1846: Jacinto Carlos Mourão[105].
Segunda aula "Desenho de paisagem plana, e de perspetiva. Em todos os dias"[103]. Professor proprietário entre 1840 e 1846: Teodoro António de Lima[71][72].

Professor substituto entre 1840 e 1846: Joaquim da Costa Cascais[73][74].

Terceira aula "Geografia, cronologia, e história universal. Em todos os dias"[106]. Professor proprietário entre 1840 e 1846: António Eduardo Pacheco[82][83].

Professor substituto em 1846: João Lourenço Ursulo Machado[84].

4.º ano Primeira aula "2.º Ano militar, como na dita academia, e demais princípios de geodésia, e suas aplicações. Em todos os dias"[107]. Professor substituto das cadeiras militares em 1846: Jacinto Carlos Mourão[105].
Segunda aula "Química. Em dias alternados"[108]. (Suprimida em 1837[104].)
Terceira aula "Desenho de fortificação, sinais de convenção e topografia. Em todos os dias"[109]. Professor proprietário entre 1840 e 1846: Teodoro António de Lima[71][72].

Professor substituto entre 1840 e 1846: Joaquim da Costa Cascais[73][74].

Professor de matemática em 1840, adido à Escola Politécnica de Lisboa: João António Tibério Furtado Silva[87].

Encarregado de explicar os princípios matemáticos em 1840: Jacinto Carlos Mourão[88].

Professor de fortificação em 1846: João António Tibério Furtado e Silva[110].

Plano de estudos em 1875
Ano Nome da Aula[111] Matérias Livros Professores
1.º ano Rudimentos de gramática portuguesa
Princípios de Geografia e História
Aritmética e sistema métrico
Desenho linear
2.º ano Português
Francês
"Cálculo mental e as quatro operações (1.ª parte de matemática)"
Caligrafia e desenho
3.º ano Português
Francês
"Latim (1.ª parte)"
"Aritmética prática (1.ª parte de matemática)"
"Desenho (1.ª parte)"
4.º ano "Português (oratória, poética e literatura)"
"Latim (1.ª parte)"
Inglês
"Matemática (1.ª parte)"
"Desenho (2.ª parte)"
5.º ano "Geografia, cronologia e história"
"Matemática (2.ª parte)"
Inglês
"Princípios de física e química"
"Desenho de figura, e paisagem"
6.º ano "Geografia, cronologia e história"
"Matemática (2.ª parte)"
"Elementos de história natural"
Filosofia
"Desenho de arquitetura, perspectiva e resolução de problemas elementares de geometria descritiva"

Notas

  1. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 3:115.
  2. Ribeiro, 3:113.
  3. 3,0 3,1 Ribeiro, 3:147.
  4. Ribeiro, 3:147.
  5. Ribeiro, 3:148.
  6. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 5:239.
  7. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:342.
  8. Ribeiro, 6:345.
  9. Ribeiro, 6:348.
  10. Ribeiro, 6:351.
  11. Ribeiro, 6:360.
  12. Ribeiro, 6:352.
  13. Ribeiro, 6:354.
  14. Ribeiro, 6:355.
  15. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 11:112.
  16. Ribeiro, 11:113.
  17. Ribeiro, 11:116.
  18. Ribeiro, 11:119-120.
  19. Ribeiro, 11:120.
  20. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 17:317.
  21. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 3:147.
  22. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:345.
  23. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 5:342.
  24. Ribeiro, 5:342.
  25. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:352.
  26. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 3:151-152.
  27. José Silvestre Ribeiro apresenta vários apontamentos biográficos relativos aos diretores do Colégio Militar, bem como indicações bibliográficas relativas à instituição. Vide, Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:358-367.
  28. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 3:114.
  29. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 5:238.
  30. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:363.
  31. Ribeiro, 6:345.
  32. Ribeiro, 6:365.
  33. Ribeiro, 6:367.
  34. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 3:154.
  35. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 3:147.
  36. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:350.
  37. Ribeiro, 6:357.
  38. A distribuição das cadeiras pelos respectivos anos pode ser consultada em Ribeiro, 3:150.
  39. Ribeiro, 3:151.
  40. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 5:239.
  41. A distribuição das cadeiras pelos respectivos anos do curso preparatório e do curso militar pode ser consultada em Ribeiro, 5:239.
  42. Ribeiro, 5:240.
  43. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:26.
  44. Ribeiro, 6:342.
  45. Ribeiro, 6:345.
  46. Ribeiro, 6:345.
  47. Ribeiro, 6:348.
  48. Ribeiro, 6:352.
  49. Ribeiro, 6:354.
  50. Ribeiro, 6:355.
  51. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 11:113-114.
  52. Ribeiro, 11:120.
  53. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 3:150.
  54. 54,00 54,01 54,02 54,03 54,04 54,05 54,06 54,07 54,08 54,09 54,10 54,11 Ribeiro, 3:150.
  55. Almanach para o anno de M.DCCC.XX., 809.
  56. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 3:151.
  57. 57,00 57,01 57,02 57,03 57,04 57,05 57,06 57,07 57,08 57,09 57,10 Almanach para o anno de M.DCCC.XX., 810.
  58. 58,0 58,1 58,2 58,3 58,4 58,5 58,6 Ribeiro, 3:151.
  59. 59,0 59,1 59,2 59,3 Almanach para o anno de M.DCCC.XX., 809.
  60. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 5:239.
  61. 61,0 61,1 61,2 61,3 61,4 61,5 Ribeiro, 5:239.
  62. Ribeiro, 5:241.
  63. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:26.
  64. Ribeiro, 6:343.
  65. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  66. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:343.
  67. 67,0 67,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  68. 68,0 68,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  69. 69,0 69,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  70. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:343.
  71. 71,0 71,1 71,2 71,3 71,4 71,5 71,6 71,7 Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  72. 72,0 72,1 72,2 72,3 72,4 72,5 72,6 72,7 Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  73. 73,0 73,1 73,2 73,3 73,4 73,5 73,6 73,7 Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  74. 74,0 74,1 74,2 74,3 74,4 74,5 74,6 74,7 Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 118.
  75. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:343.
  76. 76,0 76,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  77. 77,0 77,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  78. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:343-344.
  79. 79,0 79,1 79,2 79,3 79,4 79,5 79,6 Ribeiro, 6:344-345.
  80. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  81. Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  82. 82,0 82,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  83. 83,0 83,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  84. 84,0 84,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  85. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  86. Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  87. 87,0 87,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  88. 88,0 88,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  89. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 229.
  90. Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 118.
  91. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 229.
  92. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 229.
  93. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 229.
  94. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 229.
  95. Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  96. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 229.
  97. Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  98. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 11:118.
  99. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:344.
  100. Almanak Estatistico de Lisboa em 1840, 228.
  101. Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  102. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:344.
  103. 103,0 103,1 103,2 103,3 103,4 103,5 Ribeiro, 6:344.
  104. 104,0 104,1 104,2 Ribeiro, 6:345.
  105. 105,0 105,1 Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  106. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:345.
  107. Ribeiro, 6:345.
  108. Ribeiro, 6:345.
  109. Ribeiro, 6:345.
  110. Almanak Estatistico de Lisboa em 1846, 117.
  111. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 11:120-121.

Fontes

Almanach para o anno de M.DCCC.XX.. Lisboa: Officina de J. F. M. de Campos, 1820.

Almanak Estatistico de Lisboa em 1840. Lisboa: Impressão Morandiana, 1839.

Almanak Estatistico de Lisboa em 1846. Lisboa: Typographia do Gratis, [s.d.].

Bibliografia

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da monarquia. Vol. 3. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1873.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 5. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 6. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 11. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1883.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 17. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1892.

Ligações Internas

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Categoria: Real Colégio Militar

Ligações Externas

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Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

DOI

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