Academia Real das Ciências de Lisboa: diferenças entre revisões

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<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário--><br />A Academia das Ciências de Lisboa<ref>Alertando para a lacuna existente no campo historiográfico português quanto às instituições científicas, nomeadamente as academias de ciências, o Jorge Silve apresenta uma descritiva crítica sobre a produção historiográfica relativa à Academia das Ciências entre o século XIX e XX: vide, Silva, "A Academia Real das Ciências", 11-30.</ref> foi criada por aviso régio de 24 de Dezembro de 1779, "''à imitação de todas as Nações cultas''" para consagração da "''glória e felicidade pública, para adiantamento da Instrução Nacional, perfeição das Ciências e das Artes e aumento da indústria popular''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:37.</ref>. A criação da Academia surgiu no rescaldo de um período marcado pelo "''modelo das academias literárias, de inspiração barroca''"<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 31-32.</ref>, como a Academia Real de História<ref>Ribeiro, 2:267.</ref>, operando uma ruptura com o mesmo. Por outro lado, se a sua criação foi uma novidade no plano científico português e do império, esta surgiu já tardiamente face ao contexto europeu<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 12.</ref>. Neste espaço a fundação de Academias e Sociedades científicas ocorrera a partir do século XVII como resposta institucional à incapacidade das estruturas universitárias, de tradição medieva, em acompanhar os novos paradigmas resultantes da Revolução Científica. As novas instituições reivindicaram-se como novas "''instâncias de institucionalização, comunicação/circulação e profissionalização da ciência''”<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 1-2.</ref>. Resultante do contexto específico em que foi fundada, a Academia das Ciências de Lisboa apresentou um programa de trabalhos - diversificado entre as ciências naturais, a economia, a literatura, as artes, entre outras áreas de conhecimento -, caracterizado por um "''hibridrismo''" assente numa visão "''polissémica do entendimento daquilo que são as 'Ciências''<nowiki/>'"<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 4; 55.</ref>.
<!--História geral da instituição. Este é o local para colocar toda a informação que justifica o que está na infobox e outra complementar, subdividida em períodos, se necessário--><br />A Academia das Ciências de Lisboa<ref>Alertando para a lacuna existente no campo historiográfico português quanto às instituições científicas, nomeadamente as academias de ciências, o Jorge Silve apresenta uma descritiva crítica sobre a produção historiográfica relativa à Academia das Ciências entre o século XIX e XX: vide, Silva, "A Academia Real das Ciências", 11-30.</ref> foi criada por aviso régio de 24 de Dezembro de 1779, "''à imitação de todas as Nações cultas''" para consagração da "''glória e felicidade pública, para adiantamento da Instrução Nacional, perfeição das Ciências e das Artes e aumento da indústria popular''"<ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:37.</ref>. A criação da Academia surgiu no rescaldo de um período marcado pelo "''modelo das academias literárias, de inspiração barroca''"<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 31-32.</ref>, como a Academia Real de História<ref>Ribeiro, 2:267.</ref>, operando uma ruptura com o mesmo. Por outro lado, se a sua criação foi uma novidade no plano científico português e do império, esta surgiu já tardiamente face ao contexto europeu<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 12.</ref>. Neste espaço a fundação de Academias e Sociedades científicas ocorrera a partir do século XVII como resposta institucional à incapacidade das estruturas universitárias, de tradição medieva, em acompanhar os novos paradigmas resultantes da Revolução Científica. As novas instituições reivindicaram-se como novas "''instâncias de institucionalização, comunicação/circulação e profissionalização da ciência''”<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 1-2.</ref>. Resultante do contexto específico em que foi fundada, a Academia das Ciências de Lisboa apresentou um programa de trabalhos - diversificado entre as ciências naturais, a economia, a literatura, as artes, entre outras áreas de conhecimento -, caracterizado por um "''hibridrismo''" assente numa visão "''polissémica do entendimento daquilo que são as 'Ciências''<nowiki/>'"<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 4; 55.</ref>.


A primeira sessão da Academia das Ciências ocorreu em 16 de Janeiro de 1780, na qual adoptou o lema ''Nisi utile est quod facimus stulta est gloria'', com a tradução, "''Se não for útil aquilo que fazemos, a glória é vã''"<ref>Academia das Ciências de Lisboa, "História da Academia". Visualizado em 30 Setembro, 2022[http://www.acad-ciencias.pt/academia/historia-da-academia-das-ciencias-de-lisboa .]</ref>. A instituição foi apresentada publicamente em 4 de Julho de 1780<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 31.</ref>. No processo da fundação destaca-se a intervenção de D. João de Bragança, Duque de Lafões, enquanto promotor da instituição junto do poder régio, arregimentando o seu apoio<ref name=":0" /><ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 10:38.</ref>. Em 13 de Maio de 1783, a instituição recebeu a proteção da rainha D. Maria I, adotando no título a designação "''Real''"<ref>Por ocasião é emitida uma medalha comemorativa com a inscrição: ''"Marie. Augustae. Lusitanorum. Reginae. Fautrici. Et Ornatrici Suae Academia Scient. Olisip. Regio Aucta Aere Et Nomine''".José Silvestre Ribeiro apresenta uma descrição da medalha por Manuel Bernardo Lopes Fernandes consultável em Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:58.</ref>.
A primeira sessão da Academia das Ciências ocorreu em 16 de Janeiro de 1780, na qual adoptou o lema ''Nisi utile est quod facimus stulta est gloria'', com a tradução, "''Se não for útil aquilo que fazemos, a glória é vã''"<ref>Academia das Ciências de Lisboa, "História da Academia". Visualizado em 30 Setembro, 2022[http://www.acad-ciencias.pt/academia/historia-da-academia-das-ciencias-de-lisboa .]</ref>. A instituição foi apresentada publicamente em 4 de Julho de 1780<ref>Silva, "A Academia Real das Ciências", 31.</ref>. No processo da fundação destaca-se a intervenção de D. João de Bragança, Duque de Lafões, enquanto promotor da instituição junto do poder régio, arregimentando o seu apoio<ref name=":0" /><ref>Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 10:38.</ref>. Em 13 de Maio de 1783, a instituição recebeu a proteção da rainha D. Maria I, adotando no título a designação "''Real''"<ref>Por ocasião é emitida uma medalha comemorativa com a inscrição: ''"Marie. Augustae. Lusitanorum. Reginae. Fautrici. Et Ornatrici Suae Academia Scient. Olisip. Regio Aucta Aere Et Nomine''". José Silvestre Ribeiro apresenta uma descrição da medalha por Manuel Bernardo Lopes Fernandes consultável em Ribeiro, ''Historia dos estabelecimentos scientificos'', 2:58.</ref>.


Na constituição da Academia e no período inicial do seu funcionamento teve destaque o trabalho do abade José Correia da Serra, secretário da instituição e "''homem de vasta erudição, eminente em história natural''". Nomeadamente, quanto à "''divisão das três classes académicas; o projeto dos estatutos da academia; a ordem para o seu Museu; os seus primeiros actos públicos; os programas que imprimiu no começo dos seus trabalhos,'' [que] ''se não foram, na maior parte, obra de José Correia da Serra, dimanaram em todo o caso do seu conselho''"<ref>Ribeiro, 2:38.</ref>.
Na constituição da Academia e no período inicial do seu funcionamento teve destaque o trabalho do abade José Correia da Serra, secretário da instituição e "''homem de vasta erudição, eminente em história natural''". Nomeadamente, quanto à "''divisão das três classes académicas; o projeto dos estatutos da academia; a ordem para o seu Museu; os seus primeiros actos públicos; os programas que imprimiu no começo dos seus trabalhos,'' [que] ''se não foram, na maior parte, obra de José Correia da Serra, dimanaram em todo o caso do seu conselho''"<ref>Ribeiro, 2:38.</ref>.

Revisão das 18h18min de 12 de fevereiro de 2024


Academia Real das Ciências de Lisboa
(valor desconhecido)
Outras denominações Academia Real das Sciencias de Lisboa‎, Academia das Ciências de Lisboa, Academia das Sciências de Lisboa
Tipo de Instituição Cultural
Data de fundação 24 dezembro 1779
Data de extinção 27 junho 1918
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Palácio das Necessidades, Lisboa,-
Início: 24 de dezembro de 1779
Fim: 1834
Antecessora valor desconhecido

Sucessora Academia das Ciências de Lisboa


História


A Academia das Ciências de Lisboa[1] foi criada por aviso régio de 24 de Dezembro de 1779, "à imitação de todas as Nações cultas" para consagração da "glória e felicidade pública, para adiantamento da Instrução Nacional, perfeição das Ciências e das Artes e aumento da indústria popular"[2]. A criação da Academia surgiu no rescaldo de um período marcado pelo "modelo das academias literárias, de inspiração barroca"[3], como a Academia Real de História[4], operando uma ruptura com o mesmo. Por outro lado, se a sua criação foi uma novidade no plano científico português e do império, esta surgiu já tardiamente face ao contexto europeu[5]. Neste espaço a fundação de Academias e Sociedades científicas ocorrera a partir do século XVII como resposta institucional à incapacidade das estruturas universitárias, de tradição medieva, em acompanhar os novos paradigmas resultantes da Revolução Científica. As novas instituições reivindicaram-se como novas "instâncias de institucionalização, comunicação/circulação e profissionalização da ciência[6]. Resultante do contexto específico em que foi fundada, a Academia das Ciências de Lisboa apresentou um programa de trabalhos - diversificado entre as ciências naturais, a economia, a literatura, as artes, entre outras áreas de conhecimento -, caracterizado por um "hibridrismo" assente numa visão "polissémica do entendimento daquilo que são as 'Ciências'"[7].

A primeira sessão da Academia das Ciências ocorreu em 16 de Janeiro de 1780, na qual adoptou o lema Nisi utile est quod facimus stulta est gloria, com a tradução, "Se não for útil aquilo que fazemos, a glória é vã"[8]. A instituição foi apresentada publicamente em 4 de Julho de 1780[9]. No processo da fundação destaca-se a intervenção de D. João de Bragança, Duque de Lafões, enquanto promotor da instituição junto do poder régio, arregimentando o seu apoio[10][11]. Em 13 de Maio de 1783, a instituição recebeu a proteção da rainha D. Maria I, adotando no título a designação "Real"[12].

Na constituição da Academia e no período inicial do seu funcionamento teve destaque o trabalho do abade José Correia da Serra, secretário da instituição e "homem de vasta erudição, eminente em história natural". Nomeadamente, quanto à "divisão das três classes académicas; o projeto dos estatutos da academia; a ordem para o seu Museu; os seus primeiros actos públicos; os programas que imprimiu no começo dos seus trabalhos, [que] se não foram, na maior parte, obra de José Correia da Serra, dimanaram em todo o caso do seu conselho"[13].

No contexto político, a fundação da Academia ocorreu no período após a queda do Marquês de Pombal, pelo que alguns dos opositores políticos desta vieram a contribuir para a instituição, que funcionou como "o veículo ideal de afirmação e validação cultural das suas propostas"[14]. Assim, no mesmo espaço reuniu-se "uma certa aristocracia letrada, anteriormente apeada por Pombal, e que agora (...) vai recuperando o seu lugar, com outra aristocracia, também letrada mas que, por tática ou convicção, esteve ao lado de Pombal"[10]. Do núcleo de fundadores da Academia faziam parte "D. João de Bragança (1719 – 1806), 2º duque de Lafões, o abade Correia da Serra (1751 – 1823), Domingos Vandelli, professor da Universidade de Coimbra e o seu discípulo, o visconde de Barbacena, 3 oratorianos - Teodoro de Almeida, Joaquim de Fóios (1733 – 1811) e João Faustino (1736 – 1820) - Gonçalo Xavier de Alcáçova Carneiro (1712 – 1785), secretário da Academia Real de História, Bartolomeu da Costa (1732 – 1801), o 7º conde de Tarouca, Fernando Teles da Silva Caminha e Menezes (1754 – 1818), D. Miguel Lúcio de Portugal e Castro (1722 – 1785), Pedro José da Fonseca (1727 – 1816), professor de retórica, poética e história no Colégio dos Nobres, Fr. Vicente Ferrer da Rocha (1727 – 1814), dominicano e professor de filosofia e [D. Domingos José de Assis Mascarenhas] o principal Mascarenhas (1752 – 1791), principal da Igreja Patriarcal"[15].

Desde a fundação da Academia pertenciam a cada classe oito sócios efetivos, "assistentes ao menos uma boa parte do ano em Lisboa". Exceptuavam-se dois lugares em cada classe destinados a sócios que não pudessem permanecer na capital, vindos da Universidade de Coimbra ou do corpo "dos Professores Públicos", "os quais ainda que quase sempre ausentes, poderão acreditar muito a Academia com as suas obras, e serem consultados utilmente e todos os casos que lhes pertencerem"[16].

De acordo com o Plano de Estatutos de 1780 a composição dos académicos distinguia-se entre quatro classes[17]: os sócios efetivos, em número de 24, aos quais caberia o governo económico da Academia; os sócios supranumerários, que para tal eram obrigados à apresentação de uma memória por ano, ou "algum testemunho da sua aplicação"; os sócios honorários, em número de 12, escolhidos por entre "as Pessoas condecoradas com as maiores Dignidades e Empregos do Estado"; e os sócios estrangeiros "insignes pelas suas letras e famosos pelas suas obras", igualmente em número de 12[18]. Acresciam ainda os sócios correspondentes em número máximo de 100 cuja dispensabilidade de habitarem em Lisboa permitiu a sua difusão geográfica, nomeadamente na Europa e no império português com destaque para o Brasil[19]. Em 1789, foi decidida a criação de dois lugares de sócios veteranos nas classes de sócios efectivos e supranumerários. Igualmente se decidia pela inclusão dos ministros de estado entre os sócios honorários, o que poderá ter configurado uma estratégia por parte da Academia para a sua integração "nos circuitos de decisão política governamental, à custa de uma diminuição da sua autonomia, e também como uma valorização simbólica do seu papel de aconselhamento técnico-científico"[20]. A proximidade da Academia à aristocracia portuguesa permitiu a participação indirecta de outros agentes culturais, nomeadamente do género feminino como Teresa de Mello Breyner, condesa do Vimieiro, cujo marido Sancho de Faro e Sousa era sim, sócio supranumerário da Academia. Encontrando-se próxima do círculo do duque de Lafões, pode assistir às sessões da Academia e teve participação na escola de desenho, de pintura e de escultura[21].

A composição profissional do conjunto dos 23 sócios efectivos existentes em 1780 apresentava uma maioria de 13 sócios ligados à docência de âmbito universitário, clerical ou régio. Os sócios remanescentes distribuíam-se por actividades relacionadas com os ofícios de administração pública, as belas artes, o ramo militar, em que se destaca também a engenharia militar, a filosofia natural, a matemática ou a medicina[22]. Entre a 1790 e 1838, a composição profissional dos sócios efectivos sofreu alterações significativas com destaque para o peso adquirido pelas actividades ligadas à burocracia administrativa (magistrados, diplomatas, deputados, etc.). A docência manteve-se como a profissão com mais representatividade entre os sócios efectivos. Entre estes observa-se a presença crescente de "professores engenheiros militares - de matemática, astronomia ou teórica de navegação [que se tornaram] maioritários a partir da década de 1820, ultrapassando mesmo o, até aí, habitual domínio dos professores da UC [Universidade de Coimbra] cujo peso nas duas classes de ciências (...) começou a diminuir a partir do início do século"[23]. A maioria dos professores militares pertencentes à secção de ciências exactas seriam engenheiros militares, com excepção de José Maria Dantas Pereira, Francisco Borja Garção Stockler, Filipe Folque ou José Cordeiro Feio. Alguns daqueles professores tinham igualmente participação na Sociedade Real Marítima, Militar e Geográfica[24]. A presença destes profissionais na Academia pode ser entendida como sintomática quer da reorganização do ensino superior em finais do século XVIII e na década de 30 da centúria seguinte, que retirou protagonismo à Universidade de Coimbra com a fundação das Academias Reais (de Marinha, de Fortificação, Artilharia e Desenho, e dos Guardas-Marinhas) e de instituições de ensino militar como a Escola Politécnica de Lisboa ou a Escola do Exército; quer da "legitimação dum saber técnico-científico de novo tipo protagonizado por esses professores e engenheiros militares", nomeadamente a cartografia, a geografia e a topografia, que sustentaram o reconhecimento e apropriação do território, principlamente colonial, e a "reconfiguração do Estado moderno"[25] entre finais do século XVIII e as primeiras décadas do século seguinte.

No que concerne à distribuição geográfica dos sócios correspondentes, livres e supranumerários, no período entre 1780 e 1838, verificou-se um aumento do número de sócios de origem luso-brasileira[26] face ao número, inicialmente elevado, de sócios com origem europeia, o que se explica pela "reconfiguração nos objectivos iniciais do recrutamento dos sócios da ACL, sintonizando-a mais com os 'sentidos do império' e conferindo-lhe uma especificidade que a distinguia das suas congéneres europeias"[27]. Em particular, a orientação para com as necessidades imperiais pode explicar que na origem da presença crescente de académicos brasileiros estejam os esforços da coroa portuguesa em mobilizar os novos saberes técnico-científicos, atrás referidos, em viagens de demarcação de fronteiras e reconhecimento naturalista, que assegurassem o domínio daqueles territórios face ao avanços das demais potências coloniais europeias[28].

No ano de 1823, aquando da discussão do orçamento do estado, a utilidade das funções exercidas pela Academia Real foi considerada em confronto com a despesa gerada. A apreciação resultava negativa para o deputado Manuel Borges Carneiro face ao que considerava ser o "luxo" científico dos sócios da instituição, sendo contraposto pelos argumentos de José Correia da Serra e outros deputados[29]. Esta discussão seria inconsequente, como conclui José Silvestre Ribeiro, uma vez que dela não "resultou reforma alguma na constituição da academia", apesar de nos anos seguintes o seu orçamento ter sido reduzido[30].

No ano seguinte era prorrogado o diploma de 1795, que dotava a Academia da "faculdade de exportar livremente os seus livros, não só para os domínios ultramarinos portugueses, senão também para os países estrangeiros"[31].

Finda a Guerra Civil de 1832-1834, a regência de D. Pedro I, através do seu ministro do reino, Bento Pereira do Carmo, atendeu à necessidade de reorganizar a Academia Real das Ciências, uma vez evidente "o estado de desorganização a que chegou". Providenciou-se à formação de uma comissão interna, de que fez parte o secretário Sebastião Mendo Trigoso, para a redação dos novos estatutos com o objetivo de dar à Academia "nova forma compatível com o atual sistema de governo que tanto tem feito para o progresso e cultura das ciências (...) em harmonia com o que se pratica nos países ais cultos da Europa"[32].

A transição da Academia Real das Ciências para a nova ordenação política, social e económica, resultante da vitória do partido liberal, encontra-se expressa nos Estatutos de 15 de Outubro de 1834, tal como descreveu em 1856, José Maria Grande, presidente da 1.ª classe, agrónomo e diretor do Instituto Agrícola e Escola Regional de Lisboa: "Sobrevivendo, mas quase moribunda, à ruina das antigas instituições, enfraquecida pelos abalos que estremeceram nos fundamentos a velha sociedade portuguesa, a academia (...) precisava de retemperar-se nas inspirações da nossa época, e receber, como todas as instituições de Portugal, o batismo das ideias deste século"[33].

Em 1840, a pedido da Academia, esta era dotada de novo plano de organização ainda que caracterizado por "transformações tão pouco importantes, ou antes tão superficiais". Os novos Estatutos, decretados em 15 de Abril, providenciavam tão somente sobre as categorias de sócios, mantendo as classes existentes[34].

Novamente, em 1851, por decreto de 13 de Dezembro, os Estatutos da Academia eram reformulados segundo os trabalhos da comissão nomeada pelo governo, em meados desse ano. O principal objetivo dos novos Estatutos foi compatibilizar a instituição e os progressos científicos realizados desde 1840, reforçando como missão da instituição a "cultura, propagação e adiantamento das ciências"[35]. Esta missiva deveria ser alcançada através de diversos canais e instrumentos, a saber: investigações, a análise a memórias e estudos científicos, a exposição da instituição e dos seus membros aos progressos científicos estrangeiros, a publicação de memórias, estudos e jornais, a ampliação das suas colecções, a abertura de cursos, o "estudo especial do solo português", entre outras[36]. A mobilidade dos sócios entre categorias era também regulamentada, à semelhança dos anteriores documentos orgânicos que regeram a instituição[37]. O regulamento da Academia relativo aos Estatutos de 1851 data de 22 de Outubro de 1852[38].

Outras informações

A gestão da Academia Real das Ciências foi cometida aos lugares de presidente, de tesoureiro, do orador, responsável por falar ou responder em nome da instituição, encontrando-se subordinado ao presidente, do secretário, do vice-secretário e dos diretores de cada uma das classes, sendo mais tarde acrescentado um lugar de vice-presidente[39]. A partir de 1810, D. João de Bragança foi incumbido do lugar de presidente, cargo de nomeação perpétua. Este seria sucedido por "um príncipe de sangue da casa real portuguesa"[40], recaindo a presidência na pessoa do infante D. Pedro Carlos em 1810[41]. A partir de 1821, o infante D. Miguel, futuro rei D. Miguel I, ocupou o lugar de presidente da Academia[42]. A presidência recaiu nos chefes de estado portugueses até 1910.

Em Assembleia de 10 de Novembro de 1786, foi criado o Conselho da Academia para atender ao governo da instituição, procurando assegurar uma "mais pronta expedição dos negócios". Compunham-no o presidente, o secretário, o tesoureiro, os diretores de classes e um deputado eleito anualmente numa das últimas[43]: "Pertencia-lhe, além do expediente das censuras, todo o poder executivo, na forma dos estatutos e assentos, ou deliberações particulares (...) a administração ordinária e regular de suas rendas; e a autoridade de informar e preparar todos os negócios que devessem ser apresentados ou consultados". Este órgão foi extinto em 30 de Julho de 1810[44]. Novamente, com os Estatutos de 1834 se instituiu um órgão responsável pelo governação económica e literária, ou científica, sendo composto pelo vice-presidente, o secretário e vice-secretário, o tesoureiro, os diretores das classes, o guarda-mor, e os decanos das classes[45].

Segundo o Plano de Estatutos de 1780, as matérias científicas eram divididas em três classes de acordo com os seguintes quesitos: na primeira, a "Classe das Ciências de Observação"[46], "indagarão a qualidade, leis e propriedades dos corpos por meio da observação e da análise, os efeitos e novas propriedades que resultarão da combinação de uns com outros, e o como e porque dos fenómenos naturais"; na segunda, a "Classe das Ciências de Cálculo"[47], indagarão "o quanto deles, e as relações e propriedades da grandeza, tanto em geral como em particular". À primeira classe ficavam adstritas as ciências de Meteorologia, Química, a Anatomia, a Botânica e a História Natural de todos os corpos, e à segunda classe as ciências de Aritmética, a Geometria, a Mecânica, a Astronomia, entre outras[48]. Na terceira classe, "das Belas Artes"[49], incluíam-se os "vários ramos da Literatura Portuguesa"[50][19].

A organização científica foi conservada pelos Estatutos de 1834[51], e apenas veio a ser reorganizada pelos Estatutos de 1851 dos quais apenas constavam duas classes: a 1.ª classe, relativa às ciências matemáticas, físicas e naturais, compunha-se das secções de ciências matemáticas; ciências físicas; ciências histórico naturais; e ciências médicas; a 2.ª classe, relativa às "ciências morais e políticas e belas artes", compunha-se das secções de literatura; ciências morais e jurisprudência; ciências económicas e administrativas; e história e arqueologia[52].

Dando cumprimento à disposição dos Estatutos de 1851, que permitia à Academia aumentar o número de secções e sócios em qualquer uma das classes, em 1853, na primeira classe foi criada a secção de "ciências aplicadas", acrescendo um lugar de sócio efetivo nas secções em número de cinco, que passavam a contar com seis sócios efetivos cada. Na segunda classe, estabeleceram-se os sócios efetivos em número de 30, distribuídos da seguinte forma: nove na secção de literatura; seis na secção de ciências morais, políticas e jurisprudência; seis na secção de ciências económicas e administrativas; nove na secção de história e arqueologia[53].

A partir de 1834, os sócios da Academia distinguiam-se entre efetivos, oito em cada classe, livres ou honorários. Mantiveram-se os lugares de correspondentes[54]. Em 1840, a Academia passava a integrar membros na qualidade de sócios veteranos e estrangeiros[55]. O número de sócios em cada classe, com a correspondente distribuição pelas secções de cada uma, aumentou para 20 em 1851[56]. Segundo os Estatutos aprovados nesse ano, a distribuição dos sócios pelas respectivas secções das classes foi determinada por comissão nomeada pelo governo[57]. A mais, segundo o Regulamento de 1852, acima citado, a Academia passou a convidar sócios externos para comporem as secções das suas classes, que o referido documento enquadrava na qualidade de sócios efetivos supranumerários[58]. Não obstante, verificaram-se dificuldades no preenchimento dos lugares de sócios efetivos nas secções, deixando-as "impossibilitadas de funcionar devidamente"[59]. Em 1856, foi regulamentado o uniforme a utilizar pelos sócios efetivos[60]. Em 1868, foi novamente regulamentada a admissão dos sócios efetivos, correspondentes e associados provinciais[61].

Os trabalhos da Academia Real das Ciências iniciavam-se com a realização da abertura solene em Outubro, e encerravam com a entrega de prémios em assembleia reunida em Julho. A Academia reunia-se duas vezes em cada mês, uma sessão de carácter semipúblico, em que se liam as Memórias escritas pelos sócios, e uma segunda sessão de economia particular unicamente composta pelo corpo efetivo da Academia[62].

A produção científica dos sócios da Academia Real das Ciências foi publicada na forma de Memórias, as quais eram propriedade da instituição. Estas versavam sobre "senão coisas novas, ou aperfeiçoadas de maneira que interessem ao público"[63]. Para proteção desse património os poderes régios consignaram à Academia o exclusivo da sua publicação durante 10 anos, com excepção das "obras particulares de cada um dos sócios; pois que estas somente poderiam ser privilegiadas (...) quando fossem impressas à custa da academia, ou quando os seus próprios autores pedissem o privilégio para eles"[64]. A partir de 1799, as Memórias publicadas foram organizadas em três colecções distintas, a saber, Memórias de literatura portuguesa, "contendo pela maior parte dissertações sobre a história e jurisprudência de Portugal"[65], Memórias económicas e Memórias de matemática e física[66]. Entre Março de 1857 e Novembro de 1858, a Academia publicou um jornal sob o título "Annaes das Sciencias e das Lettras publicados debaixo dos auspicios da Academia Real das Sciencias"[67]. A primeira classe publicou também um periódico sobre o título "Jornal de sciencias mathematicas, physicas e naturaes, publicado sob os auspícios da Academia Real das Sciencias de Lisboa"[68].

No plano provisório de estatutos da Academia Real estava previsto que acolhesse uma classe de estudos composta por "vinte e quatro alunos, moços nobres, de doze anos para cima, cuja direção nos estudos haja de tomar com grande empenho à sua conta, fazendo-os assistir para este fim às sessões que lhe parecer, e excitando entre eles a emulação e gosto para as Ciências e para o Estudo"[69]. Ainda assim, os atributos da Academia Real no campo da instrução foram discutidos, sendo objecto de oposição, considerando alguns sócios ser esse ensino "impraticável nas [academias] de invenção", uma vez que a frequência nas sessões apenas podia ser aproveitada com "bons estudos elementares", próprios de "Academias de ensino"[70][71]. No campo da instrução, verifica-se a partir de 1792 a "realização intermitente, no Gabinete de História Natural e Física da Academia e no Museu Maynense, de demonstrações públicas de história natural e de física experimental". A sua realização foi possibilitada pela doação do Museu pelo padre franciscano José Mayne, geral da Congregação da Ordem Terceira de S. Francisco[72].

Desde a sua fundação, a Academia Real adoptou uma intervenção de carácter técnico junto dos poderes públicos, aconselhando-os na concepção de políticas públicas "em troca de autonomia, apoio financeiro e legitimação políticai". Em consequência, observa-se a criação de várias comissões técnico-científicas com esse propósito, nomeadamente, "a comissão [ou Junta] de indústria, a comissão para a análise das quinas, a comissão para a uniformidade dos pesos e medidas e a comissão para a vacina antivariólica", entre outras que surgiram por iniciativa governamental[73]. Constituiram-se igualmente comissões por iniciativa da Academia Real como a comissão para a composição de um Dicionário de Língua Portuguesa e de História[74]. Entre as iniciativas da Academia conta-se a fundação da Instituição Vacínica, que conheceu funcionamento entre 1812 e 1821 com o objectivo de difundir a vacinação contra a varíola e o estudo sobre a vacina[75].

Fruto da indefinição sobre a sua localização constante do aviso régio fundador, até 1834 a Academia Real esteve instalada em várias localizações, nomeadamente o Palácio das Necessidades[76]. Em 1834, após extinção das ordens religiosas, a Academia Real das Ciências foi instalada, em regime de doação, no extinto Convento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco[77]. Em 1854, as instalações da Academia acolheram as aulas da Escola Politécnica de Lisboa, após a destruição nas antigas instalações do Colégio dos Nobres, dispondo as suas colecções ao ensino daquela instituição[78].

Consideravam-se estabelecimentos anexos à Academia Real das Ciências a "Livraria, Museu, Gabinete de Física, Laboratório Químico, e Oficina"[79][80]. A oficina tipográfica[81] foi criada em 1782[82] e reorganizada em 1852 com um aumento do número de quadros profissionais[83]. A biblioteca da Academia Real foi criada em 1779, sendo reunida, em 1834, à "livraria do extinto convento da Terceira Ordem da Penitência", altura em que se abre ao público. No ano de 1834, a Academia recebia à sua guarda e administração o património científico do Padre José Mayne, nomeadamente a "um Museu e Gabinete de Medalhas e Pinturas [e] uma Cadeira de História Natural"[84]. Em 1849, a Biblioteca da Academia contava com 50 000 volumes impressos e cerca de 2000 manuscritos[85]. José Silvestre Ribeiro narrou pequenos apontamentos acerca da evolução da biblioteca e do museu, sublinhando o seu enriquecimento por contributos nacionais e estrangeiros. Em 1854, os instrumentos do Gabinete de Física foram renovados e concertados, sendo "compradas colecções na Alemanha"[86]. Em 1860, as duas bibliotecas da Academia totalizavam 70 000 volumes[87].

Em 1858, por carta de lei de 9 de Março, o Museu de História Natural era transferido para a gestão da Escola Politécnica de Lisboa, sendo os instrumentos incorporados nos gabinetes de zoologia e mineralogia daquela Escola.

Para a sustentação financeira da Academia Real parte dos montantes alcançados com a lotaria, emitida pela Santa Casa da Misericórdia, eram aplicados às duas despesas, à semelhança do Hospital Real de S. José ou a Real Casa dos Expostos[88].

Notas

  1. Alertando para a lacuna existente no campo historiográfico português quanto às instituições científicas, nomeadamente as academias de ciências, o Jorge Silve apresenta uma descritiva crítica sobre a produção historiográfica relativa à Academia das Ciências entre o século XIX e XX: vide, Silva, "A Academia Real das Ciências", 11-30.
  2. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:37.
  3. Silva, "A Academia Real das Ciências", 31-32.
  4. Ribeiro, 2:267.
  5. Silva, "A Academia Real das Ciências", 12.
  6. Silva, "A Academia Real das Ciências", 1-2.
  7. Silva, "A Academia Real das Ciências", 4; 55.
  8. Academia das Ciências de Lisboa, "História da Academia". Visualizado em 30 Setembro, 2022.
  9. Silva, "A Academia Real das Ciências", 31.
  10. 10,0 10,1 Silva, "A Academia Real das Ciências", 41.
  11. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:38.
  12. Por ocasião é emitida uma medalha comemorativa com a inscrição: "Marie. Augustae. Lusitanorum. Reginae. Fautrici. Et Ornatrici Suae Academia Scient. Olisip. Regio Aucta Aere Et Nomine". José Silvestre Ribeiro apresenta uma descrição da medalha por Manuel Bernardo Lopes Fernandes consultável em Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:58.
  13. Ribeiro, 2:38.
  14. Silva, "A Academia Real das Ciências", 39.
  15. Silva, "A Academia Real das Ciências", 52-53.
  16. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:40.
  17. Pode ser consultada a caracterização socioprofissional dos sócios de cada classe para o período entre 1780 e 1834 em Silva, "A Academia Real das Ciências", 67-135.
  18. Silva, "A Academia Real das Ciências", 48-49.
  19. 19,0 19,1 Silva, "A Academia Real das Ciências", 51.
  20. Silva, "A Academia Real das Ciências", 49-50.
  21. Vide, Vazquez, Raquel Bello. "Uma certa ambiçaõ de gloria - Trajectória, redes e estratégias de Teresa de Mello Breyner nos campos intelectual e do poder em Portugal (1770-1798)". Tese de Doutoramento, Universidade de Santiago de Compostela, 2005, citado em Silva, "A Academia Real das Ciências", 42.
  22. Silva, "A Academia Real das Ciências", 89-90. Para a composição social dos sócios efectivos de 1780 vide as páginas 88-89.
  23. Silva, "A Academia Real das Ciências", 96-98.
  24. Silva, "A Academia Real das Ciências", 100.
  25. Silva, "A Academia Real das Ciências", 101-102.
  26. Para o recenseamento dos sócios de origem luso brasileira até 1822 vide Lima, Péricles Pedrosa. "Homens de ciência a serviço da Coroa. Os intelectuais do Brasil na Academia Real das Ciências de Lisboa, 1779-1822". Tese de Mestrado, Universidade de Lisboa, 2009, citado em Silva, "A Academia Real das Ciências", 139.
  27. Silva, "A Academia Real das Ciências", 139-141.
  28. Silva, "A Academia Real das Ciências", 142-143.
  29. Ribeiro, 2:351-359.
  30. Ribeiro, 2:360; 364.
  31. Ribeiro, 2:367.
  32. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:13.
  33. Ribeiro, 6:115.
  34. Ribeiro, 6:127-128.
  35. Ribeiro, 6:139.
  36. Ribeiro, 6:140.
  37. Ribeiro, 6:141.
  38. Ribeiro, 6:142.
  39. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:43.
  40. Ribeiro, 2:49.
  41. Ribeiro, 2:301.
  42. Ribeiro, 2:350.
  43. Ribeiro, 2:53.
  44. Ribeiro, 2:54.
  45. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:118.
  46. Pertenceram a esta classe Domingos Vandelli, José Correia da Serra, João Faustino, Bartolomeu da Costa, Fr. Vicente Ferrer da Rocha, Luiz António Furtado de Mendonça (Visconde de Barbacena), António José Pereira e António Soares Barbosa. Silva, "A Academia Real das Ciências", 51.
  47. Pertenceram a esta classe Teodoro de Almeida, Marquês de Alorna, conde de Azambuja, José Joaquim de Barros, José Monteiro da Rocha, Miguel Franzini e João António Dalla Bella. Silva, "A Academia Real das Ciências", 51.
  48. Ribeiro, 2:39.
  49. Pertenceram a esta classe o duque de Lafões, Joaquim de Foios, conde de Tarouca, Pedro José da Fonseca, o Principal Mascarenhas, D. Miguel de Portugal e Castro, Gonçalo Xavier de Alcáçova Carneiro, e António Pereira de Figueiredo. Silva, "A Academia Real das Ciências", 51.
  50. Ribeiro, 2:39-40.
  51. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:116.
  52. Ribeiro, 6:140.
  53. Ribeiro, 6:143.
  54. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:116-117.
  55. Ribeiro, 6:128.
  56. Ribeiro, 6:140.
  57. Ribeiro, 6:142.
  58. Ribeiro, 6:143.
  59. Ribeiro, 6:143.
  60. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:49-50.
  61. Ribeiro, 10:84.
  62. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:42.
  63. Ribeiro, 2:54.
  64. Ribeiro, 2:56.
  65. Ribeiro, 2:283.
  66. Ribeiro, 2:282.
  67. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:63.
  68. Ribeiro, 10:76.
  69. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:41.
  70. Ribeiro, 2:41.
  71. Silva, "A Academia Real das Ciências", 44-45.
  72. Silva, "A Academia Real das Ciências", 45.
  73. Silva, "A Academia Real das Ciências", 241-242.
  74. Silva, "A Academia Real das Ciências", 242.
  75. Silva, "A Academia Real das Ciências", 276-277; 291.
  76. Silva, "A Academia Real das Ciências", 47.
  77. Direcção-Geral do Património Cultural, "Convento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco / Academia das Ciências de Lisboa / Museu de Geologia. Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia." Visualizado em 1 Outubro, 2022.
  78. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:46-47.
  79. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:59.
  80. José Silvestre Ribeiro detalhou as competências que recaíam no indivíduo que tinha por responsabilidade a direcção destes estabelecimentos. Vide, Ribeiro, 2:59-60.
  81. Vide, Machado, "A Academia Real das Ciências".
  82. Silva, "A Academia Real das Ciências", 149.
  83. Ribeiro, 2:60-61.
  84. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:119.
  85. Ribeiro, 6:136.
  86. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 6:46.
  87. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 10:77.
  88. Ribeiro, Historia dos estabelecimentos scientificos, 2:57.

Bibliografia

Machado, Maria Rosa Pacheco. "A Academia Real das Ciências de Lisboa e sua tipografia, 1780-1910". Dissertação de Mestrado, Universidade Autónoma de Lisboa, 2007.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artisticos de Portugal nos Sucessivos Reinados da Monarquia. Vol. 2. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1872.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 5. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1876.

Ribeiro, José Silvestre. Historia dos estabelecimentos scientificos litterarios e artisticos de Portugal nos sucessivos reinados da Monarquia. Vol. 10. Lisboa: Typografia Real da Academia de Sciencias, 1882.

Silva, José Alberto Teixeira Rebelo da. "A Academia Real das Ciências de Lisboa (1779-1834): ciências e hibridismo numa periferia europeia". Tese de doutoramento, Universidade de Lisboa, 2015.

Ligações Internas

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Categoria:Academia Real das Ciências de Lisboa

Ligações Externas

Academia das Ciências de Lisboa. "História da Academia". Visualizado em 30 Setembro, 2022.

Academia Real das Ciências de Lisboa. Jornal de sciencias mathematicas, physicas e naturaes, publicado sob os auspícios da Academia Real das Sciencias de Lisboa. 1866-1927.

Direcção-Geral do Património Cultural. "Convento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco / Academia das Ciências de Lisboa / Museu de Geologia. Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia". Visualizado em 1 Outubro, 2022.

Autor(es) do artigo

João de Almeida Barata

https://orcid.org/0000-0001-9048-0447

Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017


Apoio especial “Verão com Ciência 2022” da UID 4666 – CHAM — Centro de Humanidades, financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES (PIDDAC)

DOI

Citar este artigo

Almeida Barata, João de. "Academia Real das Ciências de Lisboa", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 12/02/2024). Consultado a 08 de maio de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Academia_Real_das_Ci%C3%AAncias_de_Lisboa. DOI: []