Categoria:Mosteiro dos Jerónimos

Fonte: eViterbo
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"Mosteiro de Belém: É um dos mais sumptuosos edifícios de Europa, fundado por el-rei D. Manuel, para sua sepultura e da rainha D. maria, sua segunda mulher, logo que da Índia tornou D. Vasco da Gama. Não tendo este glorioso rei mais que a certeza do novo descobrimento, foi tão viva a sua fé em Deus que, como se já tivera juntos grandes tesouros da conquista da Índia, por primícias deles abriu os fundamentos deste magnífico mosteiro e templo, no sítio da pequena igreja do Infante (em que falamos na descrição da vila de Belém) e renovando nele a mesma invocação deixou esta insigne memória do seu real agradecimento em sítio onde as várias nações do mundo, quando entrassem em Portugal por esta porta, vissem neste soberano edificou um perpétuo troféu das vitórias e triunfos dos portugueses no Oriente. Nesta magnânima empresa foi el-rei tão humilde que mandou colocar a sua estátua e a da rainha sua mulher na porta mais pequena do templo, na qual se veem estas majestades de joelhos e mandou pôr a estátua do infante D. Henrique em pé armado, como hoje se vê sobre o pilar do meio da porta travessa que é a principal. Deu el-rei aos religiosos de S. Jerónimo este templo e mosteiro que, se estivera acabado, poderia competir com o dos religiosos da mesma ordem no Escorial. El-rei D. João III, filho del-rei D. Manuel mandou prosseguir a obra, que também por sua morte ficou imperfeita; a rainha D. Catarina, sua mulher, fez a capela-mor, cujo retábulo é de excelente pintura e o material de sua arquitectura de belíssimos mármores brancos de Estremoz. Dos mesmos e de outras cores é a abóbada da capela e ornato das sepulturas dos reis D. Manuel, D. João III e das rainhas D. Maria e D. Catarina, suas mulheres; são os sepulcros umas urnas de mármore de peregrina cor, e boa traça, sobre elefantes de pedra negra; nos lados do cruzeiro (que é amplíssimo e cuja abóbada, como milagre de arquitectura, suspende a vista) há duas grandes capelas, revestidas dos mesmos mármores, nas quais estão os corpos dos reis D. Sebastião e D. Henrique e dos infantes, filhos dos reis D. Manuel e D. João. Religiosorum é familia Divi Hieronymi virorium monasterium ij. Neut."[1].  

Referências bibliográficas

  1. Bluteau, Vocabulario Portuguez e latino (Tomo II: B-C), 65.

Bibliografia e Fontes

  • Bluteau, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos... Tomo II: B-C. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712. 

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