Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro: diferenças entre revisões

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Revisão das 15h22min de 7 de maio de 2019

Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro
Fundadores José Fernandes Pinto Alpoim
Antigo nome Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro

}}

História

Em 13 de agosto de 1738, foi criada por carta régia a Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro e em 19 de agosto de 1738 José Fernandes Pinto Alpoim foi nomeado lente da aula, tendo ali servido praticamente até a sua morte, em 1765. O documento em que se comunica ao governador a decisão régia esclarece os objetivos e o modo de funcionamento da Aula.

"Faço saber a vos, governador e capitão general da capitania do Rio de Janeiro que por ser conveniente a meu serviço que neste praça onde mandei formar de novo um terço de artilheiros haja Aula onde os oficiais e soldados do dito terço e as mais pessoas que quiserem aplicar-se possam aprender a teoria da artilharia e uso dos fogos artificiais, criando-se por este modo oficiais que depois de instruídos na dita Aula possam ser empregados nos postos da repartição da artilharia dessa e das mais capitanias, fui servido haver por bem por decreto de treze deste presente mês como se estabeleça a dita Aula e para mestre dela nomeei a José Fernandes Pinto Alpoim que proximamente provi no posto de sargento-mor do referido terço, o qual, além dos exercícios a que é obrigado pelo mesmo posto terá o de ditar postila, e ensinar a teoria da artilharia a todos os que quiserem aplicar-se a ela e especialmente aos oficiais do dito terço que nesta primeira criação forem providos , os quais serão igualmente obrigados a assisitir às liçoes da aula ao menos por tempo de cinco anos e faltando a elas serão castigados a vosso critério. E para o futuro não podereis informar para os postos de artilharia do terço, nem aprovar para os denombramentos, oficial algum que não tenha frequentado a dita Aula e seja examinado e aprovado nas matérias que nela se ditarem"[1]

Esta aula ,"formada de novo", surge na sequência da anterior Aula de Fortificação do Rio de Janeiro que vinha funcionando, talvez com algumas interrrupções, desde o final do século XVII. O papel de Alpoim é, como vimos, central na constituição da Aula do Terço, reforçando o interesse nas matérias específicas de artilharia. Mas, tal como na aula precedente, também se ditavam seguramente matérias relativas à fortificação. Assim o garantia a formação de Alpoim feita no reino, inicialmente na Aula de Fortificação de Viana, junto a seu avó, Manuel Pinto de Vila Lobos, e continuada provavelmente na Aula de Fortificação e Arquitetura Militar de Lisboa, com Manuel de Azevedo Fortes. Também a sua própria experiência como mestre, pois terá sido lente substituto ainda na Aula de Fortificação de Viana e depois na Aula de Fortificação de Almeida, instituída em 1732.

Em 1744 Alpoim publicou Exame de Artilheiros (Lisboa: Oficina de José Antonio Plates) e em 1748 Exame de Bombeiros (Madrid: Oficina de Francisco Martinez Abad), tratados que sintetizam as matérias ensinadas na Aula. Mesmo durante o período (1752-1759) em que esteve em campanha com Gomes Freire de Andrada, nas demarcações de limites e na guerra guaranítica (1753-1756), há relatos de que Alpoim continuava a ensinar nos próprios acampamentos. No poema o Uraguai, de Basílio da Gama, que foi um dos seus discípulos, há uma estrofe em que se louva o seu papel pedagógico.

Em 1748 André Ribeiro Coutinho, autor do tratado Capitão de Infantaria, era mestre de campo do batalhão de artilharia e, junto a Alpoim, lente da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro[2]. Entre 1768 e 1774, o sargento-mor Eusébio António de Ribeiros é referido como lente da Aula[3]. Foi substituído pelo Tenente coronel António Joaquim de Oliveira que vinha com a função de "lenta da Aula do Regimento de Artilharia desta capital e com a obrigação de ensinar igualmente a Arquitetura Militar a seis aulistas praticantes", escolhidos pelo vice-rei[3]. António Joaquim de Oliveira foi lente entre 1774 e 1795 e teve como ajudante o cadete Caetano Pimentel. Trouxe do reino vários instrumentos para serem usados no curso, como bússulas, pranchetas, quadrantes e livros, entre os quais quatorze jogos do Noveau Curs Mathematique e um volume do La Science des Ingénieurs, de Bernard Forest de Bélidor[4]. Em 1790, José Lane, autor de um tratado sobre Arquitetura Militar, tradução da obra de Antoni, lecionava na aula[2]. Entre os alunos que pasaram pela Aula do Terço pode citar-se Alexandre Elói Porteli.

Em 1792 a Aula do Terço de Artilharia, também conhecida por Aula do Regimento de Artilharia, foi reformada passando a chamar-se Real Academia de Artilharia Fortificação e Desenho, continuando a ser dirigida por António Joaquim de Oliveira.


Outras informações

Professores

José Fernandes Pinto Alpoim (1738-1765); André Ribeiro Coutinho (1748); Eusébio António de Ribeiros (1768); António Joaquim de Oliveira (1774-1795);


Curriculums

Referências bibliográficas

  1. Pardal, Paulo. “Nota Biográfica e Análise Crítica.” In Exame de Artilheiros de José Fernandes Pinto Alpoim 1744 (Reprodução Fac-Similar), 13–72. Rio de Janeiro: Xerox do Brasil, 1987, p. 59.
  2. 2,0 2,1 Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. Desenho e Desígnio: O Brasil Dos Engenheiros Militares (1500-1822). São Paulo: Editora da Universidade : Fapesp, 2011, p. 211.
  3. 3,0 3,1 Cavalcanti, Nireu Oliveira. Arquitetos & Engenheiros: Sonho de Entidade Desde 1798. Rio de Janeiro: Crea-RJ, 2007, p. 45.
  4. Pardal, Paulo. Brasil 1792: Início do Ensino da Engenharia Civil e da Escola de Engenharia da UFRJ. [Salvador]: Odebrecht, 1985.


Bibliografia e Fontes

Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. Desenho e Desígnio: O Brasil Dos Engenheiros Militares (1500-1822). São Paulo: Editora da Universidade : Fapesp, 2011.

Cavalcanti, Nireu Oliveira. Arquitetos & Engenheiros: Sonho de Entidade Desde 1798. Rio de Janeiro: Crea-RJ, 2007.

Pardal, Paulo. “Nota Biografica e Análise Crítica.” In Exame de Artilheiros de José Fernandes Pinto Alpoim 1744 (Reprodução Fac-Similar), 13–72. Rio de Janeiro: Xerox do Brasil, 1987.

Pardal, Paulo. Brasil 1792: Início do Ensino da Engenharia Civil e da Escola de Engenharia da UFRJ. [Salvador]: Odebrecht, 1985.

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