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Foi estudante no [[Real Colégio Militar|Colégio Militar]] onde foi premiado e chegou a ser professor. Terminou o curso da arma de Infantaria em 1861 e assentou praça a 5 de Agosto do mesmo ano no Batalhão de Caçadores nº 5. Frequentou os cursos de Infantaria e Cavalaria na [[Escola do Exército]], que concluiu em 1865<ref>Arquivo Histórico Militar, “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar, 1790-1940".</ref>. | Foi estudante no [[Real Colégio Militar|Colégio Militar]] onde foi premiado e chegou a ser professor. Terminou o curso da arma de Infantaria em 1861 e assentou praça a 5 de Agosto do mesmo ano no Batalhão de Caçadores nº 5. Frequentou os cursos de Infantaria e Cavalaria na [[Escola do Exército]], que concluiu em 1865<ref>Arquivo Histórico Militar, “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar, 1790-1940".</ref>. | ||
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Faleceu em Luanda no dia 3 de Março de 1882<ref name=":1">João Romano torres (ed.), ''Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,'' vol. VI. (s.l., 1904-1915), 262-263. </ref>. | Faleceu em Luanda no dia 3 de Março de 1882<ref name=":1">João Romano torres (ed.), ''Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico,'' vol. VI. (s.l., 1904-1915), 262-263. </ref>. | ||
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Após a sua morte, em 1882, o quadro das Obras Públicas de Angola sofreu profundas alterações. [[Serafim Soares Coelho]] também conhecido por Serafim Duarte Soares Coelho, condutor de 1ª classe, e [[Henrique Dias de Carvalho|Henrique Augusto Dias de Carvalho]], condutor de 2ª classe, regressaram a Lisboa, terminado o seu tempo de serviço em Angola. Substituíram-lhes [[José Fortunato de Castro|José Fortunato Calais]], condutor de 1ª classe, e [[João Maria Barreiros Arrobas]], condutor de 2ª classe e major do exército da África Ocidental<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, "Carta sobre a morte de João Carlos Ribeiro, 1882".</ref>. | Após a sua morte, em 1882, o quadro das Obras Públicas de Angola sofreu profundas alterações. [[Serafim Soares Coelho]] também conhecido por Serafim Duarte Soares Coelho, condutor de 1ª classe, e [[Henrique Dias de Carvalho|Henrique Augusto Dias de Carvalho]], condutor de 2ª classe, regressaram a Lisboa, terminado o seu tempo de serviço em Angola. Substituíram-lhes [[José Fortunato de Castro|José Fortunato Calais]], condutor de 1ª classe, e [[João Maria Barreiros Arrobas]], condutor de 2ª classe e major do exército da África Ocidental<ref>Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, "Carta sobre a morte de João Carlos Ribeiro, 1882".</ref>. | ||
Revisão das 11h42min de 27 de novembro de 2022
| João Carlos Ribeiro | |
|---|---|
| Nome completo | João Carlos Ribeiro |
| Outras Grafias | valor desconhecido |
| Pai | Joaquim José Ribeiro |
| Mãe | Maria Libânia da Silva Ribeiro |
| Cônjuge | Emília Adelaide Heitor da Silva Ribeiro |
| Filho(s) | Fernando Augusto Heitor Ribeiro, João Carlos Ribeiro (filho), Alda Ribeiro, Amélia Ribeiro |
| Irmão(s) | valor desconhecido |
| Nascimento | 22 janeiro 1843 Faro, Portugal |
| Morte | 3 março 1882 Luanda, Luanda, Angola |
| Sexo | Masculino |
| Religião | Cristã |
| Residência | |
| Residência | Moçambique |
| Data | Início: dezembro de 1869 Fim: maio de 1879 |
| Residência | Guiné-Bissau |
| Data | Início: maio de 1879 Fim: abril de 1880 |
| Residência | Lisboa, Lisboa, Portugal |
| Data | Início: abril de 1880 Fim: agosto de 1880 |
| Formação | |
| Data | Fim: 1861 |
| Local de Formação | Lisboa, Lisboa, Portugal |
| Data | Início: 1861 Fim: 1865 |
| Local de Formação | Lisboa, Lisboa, Portugal |
| Data | Início: 1861 Fim: 1865 |
| Local de Formação | Lisboa, Lisboa, Portugal |
| Postos | |
| Posto | Alferes |
| Data | Início: 1865 Fim: 1872 |
| Arma | Infantaria |
| Posto | Tenente |
| Data | Início: abril de 1872 Fim: agosto de 1876 |
| Arma | Infantaria |
| Posto | Capitão |
| Data | Início: agosto de 1876 Fim: julho de 1878 |
| Arma | Infantaria |
| Cargos | |
| Cargo | Condutor de 1ª classe |
| Data | Início: dezembro de 1869 Fim: maio de 1879 |
| Cargo | Director |
| Data | Início: maio de 1879 Fim: setembro de 1880 |
| Cargo | Chefe de secção |
| Data | Início: setembro de 1880 Fim: dezembro de 1880 |
| Cargo | Director |
| Data | Início: dezembro de 1880 Fim: março de 1881 |
| Actividade | |
| Actividade | Missão |
| Data | Início: setembro de 1881 |
Biografia
Dados biográficos
João Carlos Ribeiro nasceu em Lisboa, em 1843. Era filho de Joaquim José Ribeiro, natural da freguesia de Sagres, concelho de Vila do Bispo[1].
Foi estudante no Colégio Militar onde foi premiado e chegou a ser professor. Terminou o curso da arma de Infantaria em 1861 e assentou praça a 5 de Agosto do mesmo ano no Batalhão de Caçadores nº 5. Frequentou os cursos de Infantaria e Cavalaria na Escola do Exército, que concluiu em 1865[2].
Falava francês[1].
Em 1880, era casado[1].
Faleceu em Luanda no dia 3 de Março de 1882[3].
Carreira
João Carlos Ribeiro começou a desempenhar o cargo de condutor de 1ª classe nas Obras Públicas de Moçambique em Dezembro de 1869. Em Abril de 1872 foi promovido tenente[3], em Agosto de 1876 foi promovido capitão e requisitado pelo Ministério da Guerra. Permaneceu em Moçambique durante dois anos. Foi promovido Major em Julho de 1878. Após esse período pediu a exoneração para evitar que fosse suspenso[4]. Essa situação resultou do seu grave comportamento a partir do momento que começou a dedicar-se aos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques. Segundo o governador geral, "O Major Ribeiro entregava-se aos jogos proibidos, arrastando os mesmos vícios a alguns empregados das obras públicas; abandonava as obras, cuja fiscalização lhe estava incumbida; promovia constantes questões com outros funcionários e com alguns habitantes." Ademais, devia avultadas quantias de dinheiro à Fazenda[5]. O diretor das Obras Públicas de Moçambique, Joaquim José Machado, redigiu uma informação referindo que tinha perdido a confiança nesse agente, alegando que o condutor não cumpria as suas ordens, era desleixado e pouco assíduo, permitindo que se cometessem erros dispendiosos de reparar, o que tinha causado um manifesto prejuízo para a execução das obras. Por isso, estava decidido a ordenar a sua demissão[6].
Aceite o seu pedido de exoneração, apresentou-se no Ministério da Marinha em Maio de 1879. Foi transferido para Bolama, para as Obras Públicas da Guiné, onde trabalhou durante 7 meses enquanto diretor interino. As febres endémicas da região levaram-no a requerer transferência para outro local do Ultramar. Porém, o seu comportamento pouco exemplar, que se manteve na Guiné, obstaculizou o processo[7].
Em Julho de 1879, o governador da Guiné deu um mau parecer sobre João Carlos Ribeiro. Sugeriu, por exemplo, que fosse diminuído o seu vencimento no próximo cargo que desempenhasse. O governador de Cabo Verde, que lhe havia oferecido o cargo de subdiretor, recuou na sua proposta quando foi informado da situação[8].
Regressou à Europa em Abril de 1880 com licença da Junta de Saúde Naval, que foi estendida até Agosto. Chegou a Luanda em Setembro de 1880. Foi enviado para a comissão de Moçâmedes, por ser a localidade de clima mais ameno do Ultramar, onde trabalhou como chefe daquela circunscrição de obras. De Dezembro de 1880 até Março de 1881, desempenhou o cargo de diretor interino das Obras Públicas de Angola, em consequência de haver regressado ao reino o diretor efetivo[3].
Em Setembro de 1881, partiu para protagonizar a sua célebre comissão no Congo. O governo encarregou-o de comandar a "missão civilizadora" em São Salvador do Congo. Na Revista Ocidente, de 1883, vêm minuciosamente descritos todos os casos que se deram durante a permanência do Major no Congo[9].
Outras informações
Após a sua morte, em 1882, o quadro das Obras Públicas de Angola sofreu profundas alterações. Serafim Soares Coelho também conhecido por Serafim Duarte Soares Coelho, condutor de 1ª classe, e Henrique Augusto Dias de Carvalho, condutor de 2ª classe, regressaram a Lisboa, terminado o seu tempo de serviço em Angola. Substituíram-lhes José Fortunato Calais, condutor de 1ª classe, e João Maria Barreiros Arrobas, condutor de 2ª classe e major do exército da África Ocidental[10].
Obras
Notas
- ↑ 1,0 1,1 1,2 Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, “Tabela sobre João Carlos Ribeiro de 1880, Obras Públicas de Angola.”
- ↑ Arquivo Histórico Militar, “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar, 1790-1940".
- ↑ 3,0 3,1 3,2 João Romano torres (ed.), Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, vol. VI. (s.l., 1904-1915), 262-263.
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, "Pedido de exoneração de João Carlos Ribeiro, 1879".
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, "Depoimentos sobre João Carlos Ribeiro de 1879, Obras Públicas de Moçambique".
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, "Desempenho de João Carlos Ribeiro nas Obras Públicas de Moçambique".
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, "Desempenho de João Carlos Ribeiro nas Obras Públicas da Guiné".
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, "Tabela sobre João Carlos Ribeiro de 1880, Obras Públicas da Guiné".
- ↑ "O Major João Carlos Ribeiro e a sua comissão no Congo" in O Ocidente: Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro, nº159. (Lisboa: s. ed., 21 de Maio de 1883), 115-118.
- ↑ Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J, "Carta sobre a morte de João Carlos Ribeiro, 1882".
Fontes
Arquivo Histórico Militar, AHM/100/SIL, 1790-1940. “Listagem Antigos Alunos Da Academia de Fortificação, Escola Do Exército, Escola de Guerra, Escola Militar”, n.d.
Arquivo Histórico Ultramarino, Angola, Obras Públicas, Processos individuais, Caixa 768_1_G_J.
Bibliografia
O Ocidente: Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro, nº159. Lisboa: s.ed. , 21 de Maio de 1883.
João Romano torres (ed.), Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, vol. VI. 1904-1915, 262-263.
Ligações Externas
João Romano torres (ed.), Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, vol. VI. 1904-1915, 262-263.
Hemeroteca Digital de Lisboa. O Ocidente nº 59, Lisboa, 21 de Maio de 1883.
Autor(es) do artigo
Mariana Nicolau
https://orcid.org/0000-0002-1454-1794
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
Citar este artigo
- João Carlos Ribeiro (última modificação: 27/11/2022). eViterbo. Visitado em 27 de outubro de 2025, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Jo%C3%A3o_Carlos_Ribeiro