Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro: diferenças entre revisões
(Há 10 revisões intermédias de 2 utilizadores que não estão a ser apresentadas) | |||
Linha 43: | Linha 43: | ||
}} | }} | ||
==História== | ==História== | ||
Em 13 de agosto de 1738 foi criada por carta régia a Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro e em 19 de agosto de 1738 [[José Pinto Alpoim|José Fernandes Pinto Alpoim]] foi nomeado lente da | Em 13 de agosto de 1738, foi criada, por carta régia, a Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro e, em 19 de agosto de 1738, [[José Pinto Alpoim|José Fernandes Pinto Alpoim]] foi nomeado lente da mesma, tendo servido praticamente até a sua morte, em 1765, nessas funções. O documento em que se comunica ao governador a decisão régia esclarece os objetivos e o modo de funcionamento da Aula do Terço: | ||
'' | "''Faço saber a vos, governador e capitão general da capitania do Rio de Janeiro que por ser conveniente a meu serviço que neste praça onde mandei formar de novo um terço de artilheiros haja Aula onde os oficiais e soldados do dito terço e as mais pessoas que quiserem aplicar-se possam aprender a teoria da artilharia e uso dos fogos artificiais, criando-se por este modo oficiais que depois de instruídos na dita Aula possam ser empregados nos postos da repartição da artilharia dessa e das mais capitanias, fui servido haver por bem por decreto de treze deste presente mês como se estabeleça a dita Aula e para mestre dela nomeei a José Fernandes Pinto Alpoim que proximamente provi no posto de sargento-mor do referido terço, o qual, além dos exercícios a que é obrigado pelo mesmo posto terá o de ditar postila, e ensinar a teoria da artilharia a todos os que quiserem aplicar-se a ela e especialmente aos oficiais do dito terço que nesta primeira criação forem providos , os quais serão igualmente obrigados a assistir às lições da aula ao menos por tempo de cinco anos e faltando a elas serão castigados a vosso critério. E para o futuro não podereis informar para os postos de artilharia do terço, nem aprovar para os denombramentos, oficial algum que não tenha frequentado a dita Aula e seja examinado e aprovado nas matérias que nela se ditarem''"<ref>Pardal, “Nota Biográfica e Análise Crítica”, 59.</ref>. | ||
Esta aula ,"formada de novo", surge na sequência da anterior [[Aula de Fortificação do Rio de Janeiro]] que vinha funcionando, talvez com algumas | Esta aula, "''formada de novo''", surge na sequência da anterior [[Aula de Fortificação do Rio de Janeiro]] que vinha funcionando, talvez com algumas interrupções, desde o final do século XVII. O papel de Alpoim é, como vimos, central na constituição da Aula do Terço, reforçando o interesse nas matérias específicas de artilharia. Mas, tal como na aula precedente, também se ditavam, seguramente, matérias relativas à fortificação. Assim o garantia a formação de Alpoim feita no reino, inicialmente, na [[Academia de Fortificação de Viana]], junto do seu tio, [[Manuel Pinto de Vilalobos]], e continuada na [[Aula de Fortificação de Lisboa]] com [[Manuel de Azevedo Fortes]]. De igual forma o garantia a sua própria experiência como mestre, pois terá sido lente substituto, ainda, na [[Aula de Fortificação de Viana]] e, depois, na [[Aula de Fortificação de Almeida]], instituída, juntamente com a Aula de Fortificação de Elvas, pelo decreto régio de D. João V datado de 24 de Dezembro de 1732. | ||
Com efeito, a própria criação da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro | Com efeito, a própria criação da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro não pode ser desvinculada deste mesmo contexto em que é patente um investimento acrescido na formação militar, e que ocorre, quase em simultâneo, com o desdobramento dos locais de formação quer no reino, quer nos territórios do Império. Para tal, foi de fundamental importância o papel desempenhado por [[Manuel de Azevedo Fortes]]<ref>Araujo, “Manoel de Azevedo Fortes e o estatuto dos engenheiros portugueses”, 15-34. </ref>. | ||
Em 1744 Alpoim | Em 1744, Alpoim publicou ''Exame de Artilheiros'' (Lisboa: Oficina de José Antonio Plates) e, em 1748, ''Exame de Bombeiros'' (Madrid: Oficina de Francisco Martinez Abad), tratados que sintetizam as matérias ensinadas na Aula. Mesmo durante o período em que esteve em campanha com Gomes Freire de Andrade, nas demarcações de limites (1752-1759) e na guerra guaranítica (1753-1756), há relatos de que Alpoim continuava a ensinar nos próprios acampamentos. No poema o ''Uraguai,'' de Basílio da Gama, que foi um dos seus discípulos, há uma estrofe em que se louva o seu papel pedagógico. Este aspecto é significativo, na medida em que reafirma quer a estrutura metodológica das aulas, fundada sobre aplicação prática dos conhecimentos, quer a sua função pragmática e eminentemente multiplicadora. | ||
Em 1748 [[André Ribeiro Coutinho]], autor do tratado ''Capitão de Infantaria'', era mestre de campo do batalhão de artilharia e, junto a Alpoim, lente da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro<ref name=":0">Bueno, | Em 1748, [[André Ribeiro Coutinho]], autor do tratado ''Capitão de Infantaria'', era mestre de campo do batalhão de artilharia e, junto a Alpoim, lente da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro<ref name=":0">Bueno, ''Desenho e Desígnio,'' 211.</ref>. Depois da morte de Alpoim em 1765, o sargento-mor [[Eusébio António de Ribeiros]] foi lente da Aula entre 1768 e 1774<ref name=":1">Cavalcanti, ''Arquitetos & Engenheiros'', 45.</ref>. Foi substituído, nesse ano, pelo tenente coronel [[António Joaquim de Oliveira]], que vinha com a função de "''lente da Aula do Regimento de Artilharia desta capital e com a obrigação de ensinar igualmente a Arquitetura Militar a seis aulistas praticantes''", escolhidos pelo vice-rei<ref name=":1" />. [[António Joaquim de Oliveira]] foi lente entre 1774 e 1795, e teve como ajudantes o cadete [[Caetano Pimentel]] e o sargento-mor [[José Pereira Pinto]]<ref name=":2">Piva, “A Evolução Da Engenharia Militar No Rio de Janeiro”'','' 145–56.</ref>. Trouxe do reino vários instrumentos para serem usados no curso, como bússolas, pranchetas, quadrantes e livros, entre os quais quatorze jogos do ''Noveau Curs Mathematique'' e um volume do ''La Science des Ingénieurs'', de Bernard Forest de Bélidor<ref>Pardal, ''Brasil 1792: Início do Ensino da Engenharia Civil e da Escola de Engenharia da UFRJ''.</ref>. Ainda em 1774, acrescentou-se à Aula do Terço de Artilharia a disciplina de arquitetura militar<ref name=":2" />. Em 1790, [[José Lane]], autor de um tratado sobre Arquitetura Militar, tradução da obra de Antoni, lecionava na aula<ref name=":0" />. Entre os alunos que passaram pela Aula do Terço pode citar-se [[Alexandre Eloi Porteli|Alexandre Eloy Portelli]]. | ||
Em 1792, a Aula do Terço de Artilharia, também conhecida por Aula do Regimento de Artilharia, foi reformada passando a chamar-se [[Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho]], continuando a ser dirigida por [[António Joaquim de Oliveira]]. | |||
===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores--> | ===Outras informações=== <!--é o local onde cabe tudo o que não se relaciona especificamente com os dois parâmetros anteriores--> | ||
==Professores== | ==Professores== | ||
1738-1765 | Professores da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro: entre 1738-1765, [[José Pinto Alpoim|José Fernandes Pinto Alpoim]]; em 1748, [[André Ribeiro Coutinho]]; em 1768, [[Eusébio António de Ribeiros]]; e entre 1774-1795, [[António Joaquim de Oliveira]]. | ||
==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação--> | ==Notas==<!-- As notas e a bibliografia que foi, de facto, usada para construir a informação--> | ||
<references /> | <references /> | ||
==Bibliografia== | ==Bibliografia== | ||
<!-- Ou seja, a bibliografias, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Deve seguir a norma do CHAM --> | <!-- Ou seja, a bibliografias, com links quando possível, que conhecem sobre o assunto. Deve seguir a norma do CHAM -->Araujo, Renata Malcher. “Manoel de Azevedo Fortes e o estatuto dos engenheiros portugueses”. Em ''Manoel de Azevedo Fortes (1660-1749). Cartografia, Cultura e Urbanismo,'' 15-34. Porto: GEDES, 2006. | ||
Araujo, Renata Malcher. “Manoel de Azevedo Fortes e o estatuto dos engenheiros | |||
Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. ''Desenho e Desígnio: O Brasil Dos Engenheiros Militares (1500-1822)''. São Paulo: Editora da Universidade : Fapesp, 2011. | Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. ''Desenho e Desígnio: O Brasil Dos Engenheiros Militares (1500-1822)''. São Paulo: Editora da Universidade : Fapesp, 2011. | ||
Linha 81: | Linha 71: | ||
Cavalcanti, Nireu Oliveira. ''Arquitetos & Engenheiros: Sonho de Entidade Desde 1798.'' Rio de Janeiro: Crea-RJ, 2007. | Cavalcanti, Nireu Oliveira. ''Arquitetos & Engenheiros: Sonho de Entidade Desde 1798.'' Rio de Janeiro: Crea-RJ, 2007. | ||
Pardal, Paulo. | Pardal, Paulo. ''Brasil 1792: Início do Ensino da Engenharia Civil e da Escola de Engenharia da UFRJ''. [Salvador]: Odebrecht, 1985. | ||
Pardal, Paulo. '' | Pardal, Paulo. “Nota Biografica e Análise Crítica.” Em ''Exame de Artilheiros de José Fernandes Pinto Alpoim 1744 (Reprodução Fac-Similar)'', 13–72. Rio de Janeiro: Xerox do Brasil, 1987. | ||
Piva, Teresa. “A Evolução Da Engenharia Militar No Rio de Janeiro de 1765 a | Piva, Teresa. “A Evolução Da Engenharia Militar No Rio de Janeiro de 1765 a 1810”. Em ''História Da Ciência Luso-Brasileira. Coimbra Entre Portugal e o Brasil'', 145–56. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013. | ||
==Ligações Internas== | ==Ligações Internas== | ||
Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link: | Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link: | ||
[[:Categoria: Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro]] | [[:Categoria: Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro]] | ||
==Autor(es) do artigo== | ==Autor(es) do artigo== | ||
Renata Araújo | Renata Araújo | ||
Linha 100: | Linha 85: | ||
CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Algarve | CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Algarve | ||
https://orcid.org/0000-0002-7249-1078 | |||
==Financiamento== | ==Financiamento== | ||
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017 | Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017 | ||
==DOI== | ==DOI== | ||
https://doi.org/10.34619/sodz-fnbr | |||
==Citar este artigo== | ==Citar este artigo== | ||
{{Citar este artigo|autor=Araújo, Renata|DOI=[https://doi.org/10.34619/sodz-fnbr https://doi.org/10.34619/sodz-fnbr]}} | |||
{{DEFAULTSORT:Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro}} | {{DEFAULTSORT:Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro}} | ||
Linha 119: | Linha 105: | ||
[[Categoria:TechNetEMPIRE]] | [[Categoria:TechNetEMPIRE]] | ||
[[Categoria:TechNetEMPIRE Instituições]] | [[Categoria:TechNetEMPIRE Instituições]] | ||
Edição atual desde as 20h27min de 10 de julho de 2023
Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro | |
---|---|
(valor desconhecido) | |
Outras denominações | Aula do Regimento de Artilharia do Rio de Janeiro |
Tipo de Instituição | Ensino Militar |
Data de fundação | 13 agosto 1738 |
Data de extinção | 1792 |
Paralisação | Início: valor desconhecido Fim: valor desconhecido |
Localização | |
Localização | Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil Início: 13 de agosto de 1738 Fim: 1792 |
Antecessora | Aula de Fortificação do Rio de Janeiro |
Sucessora | Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho |
História
Em 13 de agosto de 1738, foi criada, por carta régia, a Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro e, em 19 de agosto de 1738, José Fernandes Pinto Alpoim foi nomeado lente da mesma, tendo servido praticamente até a sua morte, em 1765, nessas funções. O documento em que se comunica ao governador a decisão régia esclarece os objetivos e o modo de funcionamento da Aula do Terço:
"Faço saber a vos, governador e capitão general da capitania do Rio de Janeiro que por ser conveniente a meu serviço que neste praça onde mandei formar de novo um terço de artilheiros haja Aula onde os oficiais e soldados do dito terço e as mais pessoas que quiserem aplicar-se possam aprender a teoria da artilharia e uso dos fogos artificiais, criando-se por este modo oficiais que depois de instruídos na dita Aula possam ser empregados nos postos da repartição da artilharia dessa e das mais capitanias, fui servido haver por bem por decreto de treze deste presente mês como se estabeleça a dita Aula e para mestre dela nomeei a José Fernandes Pinto Alpoim que proximamente provi no posto de sargento-mor do referido terço, o qual, além dos exercícios a que é obrigado pelo mesmo posto terá o de ditar postila, e ensinar a teoria da artilharia a todos os que quiserem aplicar-se a ela e especialmente aos oficiais do dito terço que nesta primeira criação forem providos , os quais serão igualmente obrigados a assistir às lições da aula ao menos por tempo de cinco anos e faltando a elas serão castigados a vosso critério. E para o futuro não podereis informar para os postos de artilharia do terço, nem aprovar para os denombramentos, oficial algum que não tenha frequentado a dita Aula e seja examinado e aprovado nas matérias que nela se ditarem"[1].
Esta aula, "formada de novo", surge na sequência da anterior Aula de Fortificação do Rio de Janeiro que vinha funcionando, talvez com algumas interrupções, desde o final do século XVII. O papel de Alpoim é, como vimos, central na constituição da Aula do Terço, reforçando o interesse nas matérias específicas de artilharia. Mas, tal como na aula precedente, também se ditavam, seguramente, matérias relativas à fortificação. Assim o garantia a formação de Alpoim feita no reino, inicialmente, na Academia de Fortificação de Viana, junto do seu tio, Manuel Pinto de Vilalobos, e continuada na Aula de Fortificação de Lisboa com Manuel de Azevedo Fortes. De igual forma o garantia a sua própria experiência como mestre, pois terá sido lente substituto, ainda, na Aula de Fortificação de Viana e, depois, na Aula de Fortificação de Almeida, instituída, juntamente com a Aula de Fortificação de Elvas, pelo decreto régio de D. João V datado de 24 de Dezembro de 1732.
Com efeito, a própria criação da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro não pode ser desvinculada deste mesmo contexto em que é patente um investimento acrescido na formação militar, e que ocorre, quase em simultâneo, com o desdobramento dos locais de formação quer no reino, quer nos territórios do Império. Para tal, foi de fundamental importância o papel desempenhado por Manuel de Azevedo Fortes[2].
Em 1744, Alpoim publicou Exame de Artilheiros (Lisboa: Oficina de José Antonio Plates) e, em 1748, Exame de Bombeiros (Madrid: Oficina de Francisco Martinez Abad), tratados que sintetizam as matérias ensinadas na Aula. Mesmo durante o período em que esteve em campanha com Gomes Freire de Andrade, nas demarcações de limites (1752-1759) e na guerra guaranítica (1753-1756), há relatos de que Alpoim continuava a ensinar nos próprios acampamentos. No poema o Uraguai, de Basílio da Gama, que foi um dos seus discípulos, há uma estrofe em que se louva o seu papel pedagógico. Este aspecto é significativo, na medida em que reafirma quer a estrutura metodológica das aulas, fundada sobre aplicação prática dos conhecimentos, quer a sua função pragmática e eminentemente multiplicadora.
Em 1748, André Ribeiro Coutinho, autor do tratado Capitão de Infantaria, era mestre de campo do batalhão de artilharia e, junto a Alpoim, lente da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro[3]. Depois da morte de Alpoim em 1765, o sargento-mor Eusébio António de Ribeiros foi lente da Aula entre 1768 e 1774[4]. Foi substituído, nesse ano, pelo tenente coronel António Joaquim de Oliveira, que vinha com a função de "lente da Aula do Regimento de Artilharia desta capital e com a obrigação de ensinar igualmente a Arquitetura Militar a seis aulistas praticantes", escolhidos pelo vice-rei[4]. António Joaquim de Oliveira foi lente entre 1774 e 1795, e teve como ajudantes o cadete Caetano Pimentel e o sargento-mor José Pereira Pinto[5]. Trouxe do reino vários instrumentos para serem usados no curso, como bússolas, pranchetas, quadrantes e livros, entre os quais quatorze jogos do Noveau Curs Mathematique e um volume do La Science des Ingénieurs, de Bernard Forest de Bélidor[6]. Ainda em 1774, acrescentou-se à Aula do Terço de Artilharia a disciplina de arquitetura militar[5]. Em 1790, José Lane, autor de um tratado sobre Arquitetura Militar, tradução da obra de Antoni, lecionava na aula[3]. Entre os alunos que passaram pela Aula do Terço pode citar-se Alexandre Eloy Portelli.
Em 1792, a Aula do Terço de Artilharia, também conhecida por Aula do Regimento de Artilharia, foi reformada passando a chamar-se Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, continuando a ser dirigida por António Joaquim de Oliveira.
Outras informações
Professores
Professores da Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro: entre 1738-1765, José Fernandes Pinto Alpoim; em 1748, André Ribeiro Coutinho; em 1768, Eusébio António de Ribeiros; e entre 1774-1795, António Joaquim de Oliveira.
Notas
- ↑ Pardal, “Nota Biográfica e Análise Crítica”, 59.
- ↑ Araujo, “Manoel de Azevedo Fortes e o estatuto dos engenheiros portugueses”, 15-34.
- ↑ 3,0 3,1 Bueno, Desenho e Desígnio, 211.
- ↑ 4,0 4,1 Cavalcanti, Arquitetos & Engenheiros, 45.
- ↑ 5,0 5,1 Piva, “A Evolução Da Engenharia Militar No Rio de Janeiro”, 145–56.
- ↑ Pardal, Brasil 1792: Início do Ensino da Engenharia Civil e da Escola de Engenharia da UFRJ.
Bibliografia
Araujo, Renata Malcher. “Manoel de Azevedo Fortes e o estatuto dos engenheiros portugueses”. Em Manoel de Azevedo Fortes (1660-1749). Cartografia, Cultura e Urbanismo, 15-34. Porto: GEDES, 2006.
Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. Desenho e Desígnio: O Brasil Dos Engenheiros Militares (1500-1822). São Paulo: Editora da Universidade : Fapesp, 2011.
Cavalcanti, Nireu Oliveira. Arquitetos & Engenheiros: Sonho de Entidade Desde 1798. Rio de Janeiro: Crea-RJ, 2007.
Pardal, Paulo. Brasil 1792: Início do Ensino da Engenharia Civil e da Escola de Engenharia da UFRJ. [Salvador]: Odebrecht, 1985.
Pardal, Paulo. “Nota Biografica e Análise Crítica.” Em Exame de Artilheiros de José Fernandes Pinto Alpoim 1744 (Reprodução Fac-Similar), 13–72. Rio de Janeiro: Xerox do Brasil, 1987.
Piva, Teresa. “A Evolução Da Engenharia Militar No Rio de Janeiro de 1765 a 1810”. Em História Da Ciência Luso-Brasileira. Coimbra Entre Portugal e o Brasil, 145–56. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013.
Ligações Internas
Para consultar as pessoas relacionadas com esta instituição, nomeadamente professores e alunos, siga o link: Categoria: Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro
Autor(es) do artigo
Renata Araújo
CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Algarve
https://orcid.org/0000-0002-7249-1078
Financiamento
Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-científicas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017
DOI
https://doi.org/10.34619/sodz-fnbr
Citar este artigo
Araújo, Renata. "Aula do Terço de Artilharia do Rio de Janeiro", in eViterbo. Lisboa: CHAM - Centro de Humanidades, FCSH, Universidade Nova de Lisboa, 2022. (última modificação: 10/07/2023). Consultado a 08 de junho de 2024, em https://eviterbo.fcsh.unl.pt/wiki/Aula_do_Ter%C3%A7o_de_Artilharia_do_Rio_de_Janeiro. DOI: https://doi.org/10.34619/sodz-fnbr