Aula Militar da Bahia

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Aula Militar da Bahia
(valor desconhecido)
Outras denominações Aula de Fortificação da Bahia
Tipo de Instituição Ensino Militar
Data de fundação 1696
Data de extinção 1810
Paralisação
Início: valor desconhecido
Fim: valor desconhecido
Localização
Localização Salvador, Bahia, Brasil
Início: 1696
Fim: 1810
Antecessora valor desconhecido

Sucessora valor desconhecido


História

O ensino militar começou na Bahia pelo menos desde 1696. Seguindo as determinações do governador, o capitão engenheiro José Paes Esteves deveria ir "todos os dias à tarde, à casa que tenho destinada junto ao corpo da guarda ensinar aos oficiais e aos soldados e mais pessoas que quiserem aprender, e dar lição da castramentação e da fortificação"[1]. Estas aulas informais terão decorrido até 1701, a partir de quando não se tem mais notícias sobre a atuação de José Paes Esteves e quando é nomeado para a Bahia o Sargento-Mor António Rodrigues Ribeiro, com a obrigação expressa na sua carta-patente de "ensinar a sua profissão na aula" [1]. A contínua dedicação de António Rodrigues Ribeiro à Aula Miliar é comprovada por várias iniciativas. Ainda em 1701 fez uma petição para que os oficiais de artilharia que frequentavam a aula pudessem ter o soldo de partidistas acrescentados ao seu soldo[2]. Em 1707 foram-lhe enviados da corte novos tratados de fortificações que vinham com a recomendação expressa ao sargento-mor de que "estes livros sempre se hão de conservar na aula de maneira que sirvam de um discípulo para os outros" [3] Neste mesmo ano de 1707, o lente insistiu com os comandantes dos terços para que os alunos fossem eximidos das guardas e revistas quando estivessem em aula, mas não obteve o privilégio pedido[4].

Em 1710, com a morte de António Rodrigues Ribeiro, as aulas foram continuadas pelo então tenente de mestre de campo Miguel Pereira da Costa (continuar...)

Outras informações

Um dos documentos mais interessantes produzidos no âmbito da Aula Militar da Bahia encontra-se guardado no Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa. Trata-se de um conjunto de 46 desenhos manuscritos, realizados entre 1778 e 1779, que correspondem a cópias de ilustrações de tratados. Os desenhos estão assinados por cinco alunos de José António Caldas: António Mendes (1778, 2 desenhos), João de Souza (1778, 2 desenhos), Manuel António Ribeiro (1779, 6 desenhos), Inácio José (1779, 30 desenhos), Joaquim Vieira da Silva (1779, 6 desenhos). Continuar com as informações sobres os desenhos. Ver Bueno 226-228.

Professores

José Paes Esteves (1696-1701); António Rodrigues Ribeiro (1701-1710); Miguel Pereira da Costa (1710- ); Gaspar de Abreu (1711-1718); António de Brito Gramacho (1731-?); Nicolau Abreu de Carvalho (1723-1757); Manuel Cardoso de Saldanha (1749-1767); José António Caldas (1761-1782); José Gonçalves Galeão ( c.1784); Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar (c.1788 ou 1798-c. 1806); José da Silva Leal (1810)

Alunos partidistas[5]

Gonçalo da Cunha Lima (antes de 1718, aluno de Gaspar de Abreu); João Araújo Teixeira (c. 1718-1724); António de Brito Gramacho (antes de 1731); João Baptista Barreto (discípulo de António de Brito Gramacho); José António Caldas (c. 1753-1758, discípulo de Manuel Cardoso Saldanha); João Afonso da Fonseca Bittencourt (antes de 1767, discípulo de Caldas, acompanha o mestre nos levantamentos no Espírito Santo); José Ramos de Sousa (antes de 1767, discípulo de Manuel Cardoso Saldanha e José António Caldas); João de Sousa de Castro (c. 1777, discípulo de Caldas);António Mendes (1778, discípulo de Caldas); Manuel António Ribeiro (1779, discípulo de Caldas); Inácio José (1779, discípulo de Caldas); Joaquim Vieira da Silva (1779, discípulo de Caldas e de José Gonçalves Galeão); José Francisco de Sousa (discípulo de Caldas); Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar (c. 1786); José da Silva Leal (1795-1799, discípulo de Manuel Rodrigues Teixeira de Aguiar).


Curricula

A estrutura do curso da Aula Militar da Bahia não terá sido muito diferente da que era seguida nas instituições congéneres no Rio de Janeiro e na corte. As informações mais detalhadas que dispomos sobre o funcionamento das aulas vêm do depoimento de de José António Caldas.

"As matérias que tenho ditado, ensinado, e explicado na dita Academia são Aritmetica, Algebra, Geometria Elementar, Trigonometria, Geometria Prática, onde além de tratar da longimetria, altimetria, planimetria, stereometria, geodesia e pantometria, se tratou também do nivelamento, arpentage, e medição das obras de cantaria, alvenaria e carpintaria, e uma boa parte de geografia, modo de tirar as cartas geográficas, topográficas e iconográficas, e a desenhar toda a qualidade de plantas militares e civis, com um ensaio da optica para extração dos prospectos: fortificação das praças, cálculo de sua despesa e de toda a qualidade de edifícios militares e civis que nelas se empregam, ataque de praças, defesa de praças, castramentração, em que não só se tratou do acampamento particular das tropas, mas também o geral de um exército e se inserio uma Arte da Guerra, com vários princípios da tática dos corpos de infantaria, cavalaria, um apendice da fortificação passageira, ou de campanha: artilharia, arte de bombas teorica e praticamente, fogos artificiais da guerra e os festivos, mecanica, estática, o mecanismo das abobádas com o cálculo das muralhas e pés direitos, hidráulica e finalmente arquitetura civil"[6].

Em 1725 há indicação de que o curso durava seis anos[5]. O número de partidistas terá sido variável ao longo do tempo. Em 1767, D. António Rolim de Moura, diz ter encontrado a aula, à sua chegada ao governo, "quase abandonada", mas que com o seu impulso e sugestão do aumanto do número de partidistas, contava então "com entusiasmados estudantes".

António de Brito Gramacho foi lente de fortificação.

Notas

  1. 1,0 1,1 Oliveira, Mário Mendonça de. As Fortificações Portuguesas de Salvador Quando Cabeça Do Brasil. Salvador: Omar G., 2004.
  2. AHU códice 246, Bahia, fl. 140. Documento datado de 23 de maio de 1701.
  3. AHU códice 246, Bahia, fl. 225a. Registro de Cartas Régias. Documento datado de 01 de fevereiro de 1707.
  4. AHU códice 246, Bahia, fl. 235, documento dadto de 18 de novembro de 1707.
  5. 5,0 5,1 Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. Desenho e Desígnio: O Brasil dos Engenheiros Militares (1500-1822). São Paulo: Editora da Universidade : Fapesp, 2011, pp 220-231.
  6. AHU documento nº 10.151. Catálogo Eduardo de Castro e Almeida.

Fontes

AHU códice 246, Bahia.

AHU documento nº 10.151. Catálogo Eduardo de Castro e Almeida.

Bibliografia

Bueno, Beatriz Piccolotto Siqueira. Desenho e Desígnio: O Brasil Dos Engenheiros Militares (1500-1822). São Paulo: Editora da Universidade : Fapesp, 2011.

Oliveira, Mário Mendonça de. As Fortificações Portuguesas de Salvador Quando Cabeça Do Brasil. Salvador: Omar G., 2004.

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Financiamento

Fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto TechNetEMPIRE | Redes técnico-cientificas na formação do ambiente construído no Império português (1647-1871) PTDC/ART-DAQ/31959/2017

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